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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

FCH345 - TEORIAS DA HISTÓRIA II


Prof. Dr. Luiz Henrique dos Santos Blume

COMENTÁRIO DAS OBRAS DE ENRIQUECIMENTO

Texto 01: FORTES, Alexandre; NEGRO, Antônio Luigi; FONTES, Paulo.


Peculiaridades de E. P. Thompson. In: THOMPSON, E. P. As peculiaridades dos
ingleses e outros artigos. Organizadores: Antônio Luigi Negro e Sergio Silva. Campinas,
São Paulo: Editora Unicamp, pág. 21-57, 2001.

Gilmara Dourado Costa1

O percurso da vida de Thompson foi permeado e entrelaçado à sua vida política,


marcada pela passagem no Partido Comunista e seus grupos adjacentes, o período em que
lecionou para adultos na Universidade de Leeds onde utilizou a práxis em essência e, as
causas que o levaram a produzir As peculiaridades dos ingleses e outros artigos.

Foi de extrema importância sua militância no Partido Comunista britânico, mas


com a crise de 1956 no partido, devido a ocultação sobre as práticas hediondas do
stalinismo, viu-se como oposição junto a outros membros formando a Nova Esquerda,
com o intuito do amplo debate e divulgação das reflexões comunistas criticando o
stalinismo e a política social democrata. Nos fins dos anos 50 a Nova Esquerda se dissolve
dando lugar a uma segunda Nova Esquerda, comandada por Perry Anderson com
influências estrangeiras.

Em 1964 Perry Anderson e Tom Nairn escreveram artigos visando compreender


a nova conjuntura da década de 60 por meio de uma análise sistemática da história
britânica dentro do ponto de vista marxista. Em resposta Thompson publica As

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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Licenciatura em História. Ilhéus/BA–Brasil.
gilmaradouradoc@gmail.com.

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peculiaridades dos ingleses, refutando a ideia de que apenas a teoria seria determinante e
traz a aliança do teórico e empírico no conceito de classe social e a crítica ao modelo de
base e superestrutura, criticando a ortodoxia de pressupostos do marxismo.

Texto 02: MATTOS, Marcelo Badaró. E. P. Thompson e a tradição de crítica ativa


do materialismo histórico. UFRJ, Rio de Janeiro, p. 205-249, 2012.

Ana Lucia Malta Nery dos Santos2

Cristielle Reis Santos3

Gemima Gomes de Carvalho4

As Ciências Sociais no Brasil, marcada pela concepção, metodologia e prática de


Thompson, fonte de inspiração em várias áreas do campo do saber historiográfico por
outros historiadores, que em razão das noções de classe social, influenciaram os estudos
sobre o movimento operário, sobre a classe trabalhadora e estabeleceram uma definição
da consciência de classe, sobretudo, na construção da história social do trabalho no país.

Posteriormente, há uma intensa renovação nos estudos sobre escravidão marcados


entre 1970 a 1980, tomando como empréstimo as obras de Thompson, trabalhos
acadêmicos que analisavam a condição escrava, discutiam o entendimento de uma luta de
classe sem classe, a ideia de “sujeitos de sua própria história” e a valorização do papel
dos escravos para formação da sociedade brasileira.

Contribuiu rompendo com visões fragilizadas da classe operária, principalmente


no âmbito universitário, sendo influente na luta dos trabalhadores pelas conquista dos
direitos. Buscou compreender o domínio da lei como eixo de um processo de dominação
social, e atribuiu o fator “Experiência” para uma nova análise do conceito de classes, além
de contrapor as categorias de pensamento que examinam determinado período sobre um

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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Licencianda em História. Ilhéus/BA–Brasil.
malta@hotmail.com.
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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Licenciatura em História. Ilhéus/BA–Brasil.
tielle.reis@hotmail.com.
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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Licencianda em História. Ilhéus/BA–Brasil.
gemimagdcsantos@gmail.com.

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prisma economicista, essas analises escondem o que há de mais real atrás disso, as
pessoas.

Texto 03: FENELON, D. R. E. P. Thompson - História e Política. Revista Projeto


História, São Paulo, n. 48, Dez. 2013.

Marianna Cruz Amaral de Jesus5

Artigo de um seminário que homenageia Thompson, a partir do diálogo de


Fenelon com as obras do historiador, que fará através do tema História e Política. Déa
uma admiradora do Thompson, salienta as dificuldades de acesso as suas obras durante o
século XX no Brasil, que resultou em críticas equivocada, como também chama atenção
para a exclusão de outras abordagens para a produção historiográfica, que não os Annales.

Apesar de influente, especialmente na história social, Thompson nunca resolveu


ser um historiador, mas engajou-se na profissão com o trabalho político, afirma que nesse
contexto “aprendeu a fazer história”. Junto ao Partido Comunista inglês defendeu a
democracia, uma política que valorizasse o povo, buscou romper com o reducionismo
econômico. No entanto, esse movimento não se limitou à esfera política, mas foi
perceptível entre os historiadores, com o olhar para a cultural e o uso de outras fontes.

No século XVIII, o militante que compreende as lutas sociais, abandona os


estudos, pois acreditava ser prioridade liderar junto aos movimentos ingleses e europeus
uma luta pacifista, a princípio contra o armamento nuclear, e posteriormente contra
qualquer recurso que incite a guerra. Thompson traz esse debate para o povo, porque a
população europeia precisava se posicionar, afim de promover a paz e não a guerra.

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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Licencianda em História. Ilhéus/BA–Brasil.
cruzamarall@gmail.com.

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