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Centro Universitário Maurício de Nassau –

Campus Campina Grande

Introdução a Micologia Clínica

Professor: Me. Antonio Carlos Vital Júnior


Biomédico Microbiologista
Mestre em Biologia Parasitária – UFRN
E-mail: ac.vitaljunior@outlook.com
MYKES + LOGOS (Gr.)
HISTÓRICO DA MICOLOGIA
HISTÓRICO DA MICOLOGIA NO BRASIL
TAXONOMIA

ANIMAL

PLANTAE PROTISTA

REINO

MONERA FUNGI
TAXONOMIA

REINO FUNGI

EUMYCOTA
MYXOMYCOTA

ZIGOMICOTINA DEUTEROMYCOTINA
Classificação indefinida

ASCOMYCOTINA

MASTIGOMYCOTINA Sem interesse médico


BASIDIOMYCOTINA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Conceito e características da célula fúngica:
- Eucariontes, um ou mais núcleos; não possuem clorofila, nem
pigmento fotossintético (são heterotróficos, nutrindo-se por absorção) e
não armazenam amido, mas sim glicogênio. Não formam tecidos
verdadeiros.

 Parede sem celulose:


- Glucanas, mananas, galactomananas, manoproteínas, quitina,
polissacarídeos (Cryptococcus neoformans - cápsula);

 Membrana celular:
- Ergosterol (não colesterol)

 Citoplasma:
- Mitocôndrias, ribossomos 80S, retículo endoplasmático, vacúolos
(digestivos e de reserva), septos, etc.
COMPONENTES DA PAREDE CÉLULA
FÚNGICA
METABOLISMO DA CÉLULA FÚNGICA :
NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO
 Heterotróficos:
- Substâncias orgânicas, fatores de crescimento (vitaminas)

 Aeróbios obrigatórios ou facultativos:


- Certas leveduras fermentadoras, anaeróbias facultativas, se
desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na
ausência deste elemento. Os fungos podem germinar, ainda que
lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio.

 Temperatura:
- Psicrófilos (0 a 20°C), mesófilos (20 a 45 °C), termófilos (50 a
85°C).

 Dimorfismo fúngico
METABOLISMO DA CÉLULA FÚNGICA :
NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO

 Absorção:
- Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases,
lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato
tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e
passivo.

 Metabólitos e micotoxinas

 Habitat:
- Solo, água, vegetais (parasitas, comensais, sapróbios,
simbiontes), animais e homem.

 Vias de disseminação:
- Vento, água, solo, insetos, outros animais, homem.
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES BENÉFICAS

 Fonte alimentar:
- Agaricus campestris, A. hortensis, Clavaria flava

 Biotecnologia:
- Candida utilis, Saccharomyces cerevisiae
- Utilização hidrocarbonetos parafínicos, gás natural, melaço.

 Indústria farmaceûtica:
- Penicillium notatum (penicilina)
- Acremonium (cefalosporina)
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES BENÉFICAS

 Indústria de bebidas, pães e queijos:

-Saccharomyces cerevisiae, Penicillium roqueforti, P. camemberti

 Indústria de alimentos orientais:


- Aspergillus orizae, Saccharomyces rouxii, Actinomucor elegans, R.
orizae, Neurospora spp. (shoyu, misso, saque, tofu, etc).
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES BENÉFICAS

 Genética:

- S. cerevisiae, Neurospora spp.


- Facilidade de formação de mutantes, rapidez de sucessão de
gerações, facilidade de obtenção de clones.

 Controle biológico:

- Combate aos insetos (Metharrizium anisopleae)


INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES DELETÉRIAS

 Agentes de micoses
- Superficiais: Ex: Malassezia furfur, Microsporum canis
- Subcutâneas: Ex: Sporotrix schenkii, Fonsecaea pedrosoi
- Sistêmicas: Ex: Histoplasma capsulatum ,Paracocccidiodes brasiliensis
- Oportunistas: Ex : Candida spp

 Agentes de alergias:
- Fungos anemófilos;

 Agentes de doenças em plantas:


- Ex: Phytophtora infestans, Plasmopara viticola;
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES DELETÉRIAS
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES DELETÉRIAS

 Agentes de micetismo:
- Amanita phaloides, A. muscaria, Claviceps purpurea (LSD)

 Agentes de micotoxicoses:
- Aspergillus flavus (aflatoxinas), Fusarium spp. (fumonisinas)

 Causa deterioração de:


- Alimentos
- Emboloramentos de lentes de microscópio, lentes de contato
- corrosão em dormentes de ferro
- paredes
- tanques
- ambientes hospitalares
INFLUÊNCIA DOS FUNGOS SOBRE A VIDA
NO GLOBO : AÇÕES DELETÉRIAS
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Forma vegetativa: forma primária de observação dos fungos em


viabilidade biológica, capazes de assimilar nutrientes e de se
reproduzirem.

LEVEDURA

FUNGO FILAMENTOSO
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Leveduras: fungos cujas estruturas unicelulares possuem único


núcleo por célula.

Divisão celular:

BROTAMENTO

BROTAMENTO -FISSÃO

DIVISÃO BINÁRIA
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

Pseudo-hifas: formadas durante o brotamento; a estrutura


geral assemelha-se a uma hifa verdadeira, diferindo, apenas,
pela presença de constrições.

Pleomorfismo fúngico: quando algumas leveduras


apresentam uma forma filamentosa verdadeira durante sua
evolução na vida vegetativa, quando os ciclos biológicos de
nutrição e reprodução se encontram ativos. Esse fenômeno
independe da temperatura. Ex.: Candida albicans
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Fungos Filamentosos: Caracterizam-se pela presença de estruturas


tubulares, ramificadas e pluricelulares.
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Grupo dimórfico: pode apresentar-se na forma filamentosa ou


leveduriforme, dependendo da temperatura a que é exposto.

- Forma filamentosa: temperatura ambiente (25-28°C)


- Forma de levedura: temperatura de 37-39°C

Filamentosa

Levedura
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

Forma filamentosa (25°C)

FUNGOS
DIMÓRFICOS

Forma de levedura (37°C)

Exemplos: Fungos causadores das micoses sistêmicas (Paracoccidioides


brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Blastomyces
dermatitidis)
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Quanto a presença de septos


MORFOLOGIA DOS FUNGOS

 Quanto a presença de septos

Cenocíticas Septadas
MORFOLOGIA DOS FUNGOS
 Quanto a coloração

Hialina Demáceas
CARACTERÍSTICAS
DAS
PSEUDOHIFAS E HIFAS VERDADEIRAS

Pseudo-hifa Hifa verdadeira


MODIFICAÇÕES DO MICÉLIO

Hifa em espiral

Artroconídio
Clamidoconídios
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

Presença de estruturas importantes na diferenciação para a


classificação fúngica, passíveis de serem encontradas em algumas
espécies.

 Estruturas de frutificação : Células componentes das hifas que, em


determinadas situações biológicas, sofrem modificações para dar origem
a 2 tipos celulares primários:
- Células esporogênicas
- Células conidiogênicas

 Estruturas de ornamentação :
-Função desconhecida, mas são auxiliares no diagnóstico das
espécies que a contêm;
- Apresentam-se em grande variedade;
- Não são propriamente específicas de uma ou outra espécie.
MORFOLOGIA DOS FUNGOS

Estruturas de frutificação Estruturas de ornamentação


REPRODUÇÃO DOS FUNGOS

Os esporos são formados a partir das hifas aéreas de diferentes


maneiras, dependendo da espécie.

 Esporos assexuais: são formados pelas hifas de um organismo.


Quando germinam, tornam-se organismos geneticamente idênticos
ao parental.

 Esporos sexuais: resultam da fusão de núcleos de tipos opostos


de cruzamento de uma mesma espécie de fungo. Os fungos que
crescem a partir de esporos sexuais apresentarão características de
ambas as linhagens parentais. Os fungos produzem esporos sexuais
com menos frequência que os esporos assexuais.
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
 Esporos assexual
- São produzidos por mitose.
 Tipos:

- Conidiósporo ou conídio: esporo unicelular ou


multicelular que não é fechado em uma bolsa.

- Clamidósporo: esporo com paredes espessas, formado


por um arredondamento e alargamento no interior de um
segmento de hifa.

- Esporangiósporo: formado dentro de um esporângio, ou


bolsa, na extremidade de uma hifa aérea chamada de
esporangiósporo.
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS

 Tipos de esporo assexual:


REPRODUÇÃO DOS FUNGOS

 Tipos de esporo assexual:

Aspergillus sp. Penicillium sp.


REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
Um esporo sexual de fungo resulta da reprodução
sexuada, que consiste de três etapas:

1. Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula


doadora (+) penetra no citoplasma da célula receptora (-).

2. Cariogamia: os núcleos (+) e (-) se fundem para formar


um núcleo zigoto diplóide.

3.Meiose: o núcleo diplóide origina um núcleo haplóide


(esporos sexuais), dos quais alguns podem ser recombinantes
genéticos.

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