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DIREITO CIVIL

Pessoa Natural II
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PESSOA NATURAL II

RELEMBRANDO
A pessoa com deficiência é capaz. Nesse sentido, os incapazes, de acordo com a lei, são
aqueles previstos nos artigos 3º e 4º.

O art. 3º estabelece o único absolutamente incapaz, que é o menor de 16 anos (cha-


mado de menor impúbere). Isso, no entanto, nem sempre foi assim, já que, no art. 3º, há
diversas revogações dadas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos.

ATENÇÃO
Não confunda as idades do direito civil com as idades do ECA. Isto é, o ECA se trata do Es-
tatuto da Criança e do Adolescente, em que há regras específicas de criança e adolescen-
te. Nesse sentido, para o ECA, criança é a pessoa com até 12 anos incompletos, enquanto
o adolescente é a pessoa entre 12 a 18 anos incompletos. Eles, portanto, são chamados
de menor absolutamente ou menor relativamente.
5m

O art. 4º apresenta o rol dos relativamente incapazes, os quais são:

• aqueles que têm entre 16 e 18 anos incompletos (chamados de menores púberes);


• alcoólatras (ébrios habituais);
• viciados em tóxicos (também chamados de toxicômano ou drogados);
• aqueles que por causa transitória ou permanente não manifestam vontade;
• pródigos (gastadores compulsivos).

 Obs.:

• Não existe incapaz de direito, uma vez que toda pessoa tem capacidade de direito
(art. 1º). Nesse sentido, o incapaz é aquele é aquele que não tem capacidade de fato.
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• A pessoa com deficiência é capaz, mas caso não manifeste vontade, será, na pior das
situações, relativamente incapaz.
• Os indígenas são regulamentados pelo Estatuto do Índio.

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

O art.1º estabelece que toda pessoa tem capacidade de direito, a qual está intimamente
ligada à questão da possibilidade de exercer esses direitos. Assim, os incapazes, que têm
capacidade de direito, têm a possibilidade de titularizar direitos e deveres.
15m
Levando isso em consideração, as pessoas incapazes podem praticar atos da vida civil?
A resposta para isso é sim, mas desde que representados. Isto é, alguém deverá auxiliar
essas pessoas na prática desses atos.
Essa representação pode ser dada pelos genitores, tutores ou curadores.
Os genitores (pais) tomam conta de seus filhos menores, uma vez que têm poder familiar.
20m

 Obs.: O poder familiar se encontra no art. 1.634 do Código Civil:

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I – dirigir-lhes a criação e a educação;
II – exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para
outro Município;
VI – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobre-
viver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil,
e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
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O poder familiar, pois, é o poder que os pais têm sobre seus filhos menores. Além disso, é
automático, ou seja, não é necessária uma decisão. Ademais, deve-se observar que divórcio
não aumenta nem diminui o poder familiar dos pais, isto é, o poder familiar é sempre igual.
Nota-se, entretanto, que ele pode vir ao fim, seja pela morte dos pais ou dos filhos, pela
emancipação, pela maioridade, pela adoção ou por decisão judicial (destituição do poder
familiar).
Quando o fim do poder familiar se der pela morte dos pais ou pela destituição (esta que
só pode ocorrer nas hipóteses do artigo 1.638, mediante decisão judicial), tem-se a designa-
ção de um tutor.
25m

Obs.: Não há como coexistir o poder familiar dos pais e o tutor ao mesmo tempo.

ATENÇÃO
O direito de nomear tutor é dos pais, que farão a nomeação por testamento ou documen-
to autêntico (art. 1.634, IV e art. 1.729).

Nos casos de perda do poder familiar dos pais, eles não poderão nomear tutor:
30m

Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que no tempo de sua morte, não tinha
o poder familiar.

O art. 1.638 dispõe os casos em que os pais podem perder o poder familiar:

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente;
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
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II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:


a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.

Os tutores, dessa forma, são aqueles que tomam conta de menores que não têm sobre
eles o poder familiar de seus pais.
O fenômeno da tutela se encontra nos arts. 1.728 a 1.766.
Observa-se que:

• os absolutamente incapazes (previstos no art. 3º) são representados; e


• os relativamente incapazes (previstos no art. 4º) são assistidos.

Nesse sentido, os menores impúberes são representados pelos genitores, e, na falta


destes, são representados pelos tutores. Já os menores púberes são assistidos pelos geni-
tores, e, na falta destes, são assistidos pelos tutores.
Quando se tratar de uma pessoa maior incapaz, estes serão curatelados.
A curatela, após o Estatuto da Pessoa com Deficiência, trata-se de uma medida
excepcional.
Além disso, em vez de se ter a designação de um curador, pode haver a tomada de deci-
são apoiada:
35m

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculo e que gozem de sua con-
fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os
elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

No caso de uma pessoa que nasceu com uma enfermidade ou deficiência mental, que a
impeça de manifestar vontade e a deixe sem nenhum discernimento, não se pode presumir
que, ao completar 18 anos, essa pessoa continuará sendo incapaz e que será representada
pelos seus pais. Isso porque o que se presume é a capacidade. Nesse sentido, é necessário
um processo para que o juiz ordene que os pais ou outras pessoas sejam curadores dessa
pessoa maior que não manifesta vontade.
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Caso o absolutamente incapaz pratique ato da vida civil sem o(s) seu(s) respectivo(s)
representante(s), o ato será nulo (art. 166, I). Já no caso do relativamente incapaz, o ato será
anulável (art. 171, I).
No entanto, existem atos que o menor púbere (aquele entre 16 e 18 anos incompletos)
pode praticar e, ainda assim, serem válidos, mesmo sem o representante. Esses atos são
os seguintes:
40m

• ser testemunhas;
• fazer o próprio testamento;
• aceitar contrato de mandato (art. 666).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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