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Apostila Cee 2021535353
Apostila Cee 2021535353
APOSTILA
CUIABÁ - MT
PREFÁCIO
E
ste material didático de apoio, aos estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica,
visa reunir em um só volume, os conteúdos programáticos que fazem parte da
ementa curricular da maioria dos cursos de Engenharia Elétrica do País. A
proposta é detalhar esses conteúdos de tal forma, que os fenômenos possam ser melhor
compreendidos, sob o ponto de vista de análise física e modelos matemáticos. Para tanto,
utiliza-se das nomenclaturas determinadas por NT (Normas Técnicas), quanto as
notações, simbologias, representação fasorial, e outras.
Adotou-se a sequência de conteúdo constante na ementa curricular, visando facilitar o
aprendizado de forma a estabelecer uma ordem gradual no conhecimento. Acredita-se
que desta maneira, pode-se chegar a um grau satisfatório de compreensão, subsidiando
um bom aproveitamento na disciplina.
No final, são disponibilizados roteiros para experimentos didáticos em laboratórios, que
tem a finalidade de consolidar os conhecimentos teóricos desenvolvido.
Não se pretende com esta apostila, que o aluno, deixe de buscar outros autores, quando
o tema aqui abordado, não for satisfatório ao seu pleno entendimento.
Agradeço a todos que de forma direta ou indireta, contribuíram para a materialização
esta obra, principalmente a Dielen que iniciou este trabalho.
Laerte Pinhedo
Autor
SOBRE O AUTOR:
3
Índice Figuras
Figura 1 - Circuito magnético sem entreferro. ...................................................... 14
Figura 2 - Circuito magnético com entreferro. ...................................................... 15
Figura 3 - Dispositivo para produção de conjugado. ............................................ 15
Figura 4 - Motor elétrico. ...................................................................................... 15
Figura 5 - Circuito magnético. .............................................................................. 16
Figura 6 - Circuito magnético com entreferro. ...................................................... 17
Figura 7 - Efeito de espraiamento. ....................................................................... 18
Figura 8 - Circuito magnético sem entreferro. ..................................................... 19
Figura 9 - Circuito magnético equivalente. ........................................................... 19
Figura 10 - Circuito elétrico equivalente sem entreferro. ...................................... 19
Figura 11 - Circuito magnético com GAP. ............................................................ 20
Figura 12 - Circuito magnético equivalente. ......................................................... 20
Figura 13 – Circuito fechado sem entreferro. ....................................................... 20
Figura 14 - Circuito magnético equivalente fechado. ........................................... 21
Figura 15 - Circuito magnético com três colunas e GAP. ..................................... 21
Figura 16 - Circuito magnético equivalente com GAP com três colunas. ............. 21
Figura 17 - circuito com excitação única. ............................................................. 22
Figura 18 - Tensão senoidal. ................................................................................ 23
Figura 19 - Ciclo de histerese para diferentes tipos de materiais. ........................ 24
Figura 20 - Tipos de laminação. ........................................................................... 25
Figura 21 - Estrutura cristalina de um material ferromagnético. ........................... 26
Figura 22 - Processo de fabricação de um material amorfo. ................................ 27
Figura 23 - Ilustração da fabricação de um material amorfo. ............................... 27
Figura 24 - Trafo lado de alta e baixa tensão. ...................................................... 29
Figura 25 - Representação de um trafo real. ........................................................ 29
Figura 26 - Transformador de potência. ............................................................... 30
Figura 27 - Transformador de distribuição. .......................................................... 30
Figura 28 - Transformador de corrente TC. Figura 29 - Transformador de
potência TP. 31
Figura 30 - Trafo tipo núcleo envolvido. ............................................................... 32
Figura 31 - Trafo tipo envolvente.......................................................................... 32
Figura 32 - Tipo de corte. ..................................................................................... 32
Figura 33 - Corte escolhido. ................................................................................. 33
Figura 34 - Projeto de laminação. ........................................................................ 33
Figura 35 - Tipo de laminação. ............................................................................. 33
Figura 36 - Laminação escalonada. ..................................................................... 34
Figura 37 - figura 37 (A) e (B)............................................................................... 34
Figura 38 - Enrolamentos primário e secundário.................................................. 35
Figura 39 - Laminação. ........................................................................................ 35
Figura 40 - Enrolamento concentrado. ................................................................. 36
Figura 41 - Enrolamento alternado. ...................................................................... 36
Figura 42 - Rpresentação do lado de alta e baixa de um TRAFO. ....................... 36
Figura 43 - Exemplo de de refrigeração. .............................................................. 37
Figura 44 - Lista de papéis isolantes. ................................................................... 38
Figura 45 - Refrigeração natural........................................................................... 38
Figura 46 - Refrigeração forçada. ........................................................................ 39
Figura 47 - Refrigeração dirigida. ......................................................................... 39
Figura 48- Representação do fluxo mútuo. .......................................................... 41
Figura 49 - Representação do fluxo mútuo com material ferromagnético. ........... 42
4
Figura 50 - Identificação de polaridade. ............................................................... 42
Figura 51 - Identificação de polaridade em AC. ................................................... 43
Figura 52 - Ligação em série e paralelo de bobinas............................................. 43
Figura 53 - Ligação em série das bobinas. .......................................................... 44
Figura 54 - Ligação em série e paralelo. .............................................................. 44
Figura 55 - Ligação alternada............................................................................... 44
Figura 56 - Funcionamento a vazio do circuito magnético. .................................. 45
Figura 57 - Representação de I10. ....................................................................... 46
Figura 58 - Formação de I10. ............................................................................... 47
Figura 59 - Transformador com núcleo de ar. ...................................................... 47
Figura 60 - Defasamento angular da corrente. ..................................................... 48
Figura 61 - Danos nos enrolamentos. .................................................................. 49
Figura 62 - Reatores com núcleo de ar utilizados em telecomunicações pois,
possuem permeabilidade constante, não deformando a corrente........................ 49
Figura 63 - Representação dos enrolamentos concêntricos. ............................... 49
Figura 64 - Representação do TRAFO, vista superior. ........................................ 50
Figura 65 - - Danos causados pela corrente de energização. .............................. 50
Figura 66 - Corrente transitória. ........................................................................... 50
Figura 67 - Chaveamento no instante da energização. ........................................ 51
Figura 68 - Fechamento AC. ................................................................................ 52
Figura 69 - Esquema das ligações ....................................................................... 52
Figura 70 - ligação concentrada. .......................................................................... 53
Figura 71 - ligação alternada. ............................................................................... 53
Figura 72 -Transformador ideal. ........................................................................... 55
Figura 73 - Trafo com carga. ................................................................................ 56
Figura 74 - Circuito completo. .............................................................................. 58
Figura 75 - Circuito equivalente de reflexão. ........................................................ 59
Figura 76 - Parâmetros refletidos ao 1º - MESMO NÍVEL ELÉTRICO ................. 60
Figura 77 - Parâmetros agrupados e somados. ................................................... 60
Figura 78 - Representação final. .......................................................................... 60
Figura 79 - Representação em sistema de potência. ........................................... 60
Figura 80 - Esquema em corrente contínua. ........................................................ 61
Figura 81 - ligação série. ...................................................................................... 62
Figura 82 - Ligação paralelo. ................................................................................ 62
Figura 83 - Alternada............................................................................................ 63
Figura 84 - Representação de resistências e reatâncias do lado primário e
secundário do TRAFO. ........................................................................................ 63
Figura 85 - Parâmetros refletidos. ........................................................................ 64
Figura 86 - Diagrama fasorial para carga resistiva. .............................................. 65
Figura 87 - Diagrama fasorial para carga indutiva................................................ 65
Figura 88 - Diagrama fasorial para carga capacitiva. ........................................... 66
Figura 89 - Lugar geométrico das tensões. .......................................................... 66
Figura 90 - Curva de carga de consumidor residencial. ....................................... 67
Figura 91- Curva de carga para consumidor comercial........................................ 67
Figura 92 - Regulador de tensão. ......................................................................... 67
Figura 93 - Regulador de tensão monofásico. ..................................................... 68
Figura 94 - Regulador de tensão TAP's. .............................................................. 68
Figura 95 - Reguladores de tensão. ..................................................................... 68
Figura 96 - Regulador de tensão em blocos. ....................................................... 68
Figura 97 - regulação TCUL ................................................................................. 69
Figura 98 - Regulador de tensão monofásico. ..................................................... 69
5
Figura 99 - Perfil de carga do consumidor. .......................................................... 70
Figura 100 - Perfil de carga da distribuição .......................................................... 70
Figura 101 - Rendimento em função da carga ..................................................... 71
Figura 102 - Representação física de um autotransformador .............................. 71
Figura 103 - Autotransformador. .......................................................................... 73
Figura 104 - - A: DIagrama Partida de motor B: AT ............................................. 74
Figura 105 - Varivolt monofásico. ......................................................................... 74
Figura 106 - Conexão de transformadores em paralelo somente no primário ..... 75
Figura 107 - Conexão de transformadores em paralelo somente no secundário . 76
Figura 108 - Diferença de potencial (H1 e H1') .................................................... 77
Figura 109 - Corrente circulante no paralelismo somente no secundário ............ 77
Figura 110 - paralelismo no primário e secundário .............................................. 78
Figura 111 -
REPRESENTAÇÃO DAS TESNÕES NOMINAIS ................................................ 79
Figura 112 - Transformador trifásico de núcleo envolvido.................................... 80
Figura 113 - Transformador trifásico de núcleo envolvente ................................. 80
Figura 114 - Banco de transformadores ............................................................... 80
Figura 115 - Ligação estrela ................................................................................. 82
Figura 116 - Ligação triângulo. ............................................................................. 82
Figura 117 - Ligação zig-zag ................................................................................ 83
Figura 118 - Ligação Delta - Relação tensão e corrente de fase e de linha ......... 85
Figura 119 - Ligação Estrela ................................................................................ 85
Figura 120 - Correntes de excitação i0; i01 fundamental; i03 terceira hormônica;
i15 quinta harmônica; ф fluxo senoidal. ............................................................... 86
Figura 121 - Correntes equilibradas e seus harmônicos ...................................... 87
Figura 122 - Harmônicas de terceira ordem em fase – Ligação Estrela aterrada 87
Figura 123 - Harmônicas de terceira ordem em fase - Ligação Delta .................. 87
Figura 124 - Todas componentes de ordem impar, (b) fluxo deformado devido a
ausencia da i3H.. ................................................................................................. 88
Figura 125 - Tensão resultante - e - soma de e13 + e1 (Sobretensão) ................ 88
Figura 126 - Transformador de três enrolamentos. Y primário, Y secundário e
delta terciário........................................................................................................ 89
Figura 127 - Ligação zig-zag (Fluxo se anulam.................................................... 89
Figura 129 - Banco de transformadores - Correntes no mesmo .......................... 90
Figura 129 - Transformador trifásico .................................................................... 90
Índice Equações
Equação 1 - Lei de Ampére. ................................................................................. 16
Equação 2 - Lei de Ampére simplificada. ............................................................. 16
Φ = 𝐵𝐵 ∗ 𝑑𝑑𝑑𝑑 [1] Equação 3 - Equação do fluxo de campo. ................................ 16
Φ = B*A [2] Equação 4 - Equação do fluxo de campo simplificada. ................ 16
μ = 𝐵𝐵𝐵𝐵 [3] Equação 5 - Permeabilidade magnética. ........................................ 16
μ = 𝜇𝜇0*𝜇𝜇𝜇𝜇 [4] Equação 6 - Permeabilidade magnética relativa. ...................... 16
Equação 7 - Lei de Ohm para os circuitos magnéticos. ....................................... 17
Equação 8 - Lei de Ohm para circuito magnético com entreferro. ....................... 17
Equação 9 - Lei de Ohm para circuitos magnéticos com GAP simplificada. ........ 17
6
Equação 10 - Correção da área do GAP. ............................................................. 18
Equação 11 - Equivalência do circuito elétrico com o circuito magnético. ........... 18
Equação 12 - Lei de Lenz. ................................................................................... 21
Equação 13 - Equação da tensão induzida. ......................................................... 22
Equação 14 - Tensão total do circuito. ................................................................. 22
Equação 15 - Fluxo máximo para o circuito magnético. ....................................... 22
Equação 16 - Método de Steinmetz para determinação de perdas...................... 28
Equação 17 - Coeficiente de acoplamento. .......................................................... 41
Equação 18 - Indutâncias mútuas. ....................................................................... 41
Equação 19 - Cálculo de potência........................................................................ 53
Equação 20 -Cálculo da potência em função da intensidade de campo. ............. 53
Equação 21 - Equação do fluxo máximo. ............................................................. 53
Equação 22 - Equação da preservação de potência. ........................................... 54
Equação 23 - Potência de perdas a vazio. ........................................................... 54
Equação 24 - Cálculo do fator de potência a vazio. ............................................. 54
Equação 25 - Cálculo da corrente de perda. ........................................................ 55
Equação 26 - Cálculo da corrente de magnetização. ........................................... 55
Equação 27 - Resistência de perda em série. ...................................................... 55
Equação 28 - Reatância de magnetização. .......................................................... 55
Equação 29 - Tensão total no primário. ............................................................... 57
Equação 30 - Tensão induzida no primário. ......................................................... 57
Equação 31 - Fluxo total. ..................................................................................... 57
Equação 32 - Tensão total no lado primário. ........................................................ 57
Equação 33 - Tensão induzida para Is=0. ............................................................ 57
Equação 34 - Equação total no primáio. .............................................................. 58
Equação 35 - Equação total no secundário.......................................................... 58
Equação 36 - Relação de transformação. ............................................................ 58
Equação 37 - Desigualdade que representa as funções. ..................................... 59
Equação 38 - Determinação da potência a nível de curto. ................................... 61
Equação 39 - Resistência de curto circuito. ......................................................... 62
Equação 40 - Equação do primário a vazio.......................................................... 63
Equação 41 - Equação do secundário a plena carga. .......................................... 63
Equação 42 - Regulação de tensão em porcentagem. ........................................ 64
Equação 43 - Equação da tensão no secundário para teor resistivo ................... 64
Equação 44 - Equação 43 escrita de outra forma. .............................................. 65
Equação 45- Tensão no secundário para cargas capacitivas. ............................. 66
Equação 46 - Cálculo do rendimento. .................................................................. 69
Equação 47 - Equação para o rendimento em função da potência ativa ............. 69
Equação 48 -relação de transformação ............................................................... 72
Equação 49 - Conservação de potência elétrica. ................................................. 72
7
Índice Tabelas
Tabela 1 ............................................................................................................... 23
Tabela 2 - G.O...................................................................................................... 26
Tabela 3 - G.N.O .................................................................................................. 26
Tabela 4 - Comparação entre material amorfo e aço de silício. ........................... 27
Tabela 5 - Simbologia mais utilizada para o meio refrigerante. ............................ 38
Tabela 6 - Simbolos para circulação. ................................................................... 38
Tabela 12 - Coeficiente de acoplamento de diferentes tipos de materiais. .......... 41
8
Sumário
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12
2 - CIRCUITOS MAGNÉTICOS ........................................................................... 14
2.1 - DEFINIÇÃO .............................................................................................. 14
2.1.1. - CIRCUITOS MAGNÉTICOS ALIMENTADOS COM TENSÃO
CONTÍNUA ................................................................................................... 15
2.1.2. - CIRCUITO MAGNÉTICO CONTENDO ENTREFERRO ................... 17
2.2 – ESPRAIAMENTO .................................................................................... 18
2.3 - ANALOGIA ENTRE CIRCUITO ELÉTRICO E CIRCUITO MAGNÉTICO 18
2.4 - EXEMPLOS DE CIRCUITOS MAGNÉTICOS/ANÁLOGOS ELÉTRICOS
......................................................................................................................... 19
2.4.1 - Dispositivo magnético, sem entreferro. ......................................... 19
2.4.1.1 – Circuito magnético. ...................................................................... 19
2.4.1.2 – Circuito elétrico análogo. ............................................................ 19
2.4.2 - Dispositivo magnético, com entreferro.......................................... 20
2.4.2. 1 – Circuito magnético, com entreferro........................................... 20
2.4.3 – Dispositivo com três colunas, sem entreferro.............................. 20
2.4.3.1 – Circuito magnético ....................................................................... 21
2.4.4 - Dispositivo magnético com três colunas e entreferro.................. 21
2.4.4.1 - Circuito Magnético análogo ......................................................... 21
9
2.5 - CIRCUITOS MAGNÉTICOS ALIMENTADOS COM TENSÃO
ALTERNADA ................................................................................................... 21
2.6 – COMPARAÇÃO ENTRE ALIMENTAÇÃO AC e DC. ............................. 23
2.7 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS .................. 23
2.8 - PERDAS NOS MATERIAIS FERROMAGNETICOS................................ 24
2.8.1 - MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS .......................................................... 25
2.8.1.1 - COMPOR O NÚCLEO EM LAMINAS ............................................ 25
2.8.1.2 – DOPAR COM SILICIO. .................................................................. 25
2.8.1.3 – DIREÇÃO DE MAGNETIZAÇÃO................................................... 25
2.8.2 - DETERMINAÇÃO DAS PERDAS ..................................................... 27
3 – TRANSFORMADORES ................................................................................. 29
3.1 - DEFINIÇÃO .............................................................................................. 29
3.2 - REPRESENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ............................................ 29
3.3 - TIPOS DE TRANSFORMADORES .......................................................... 30
3.3.1 – TRANSFORMADOR DE POTENCIA OU FORÇA ........................... 30
3.3.2 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO ........................................ 30
3.3.3 - TRANSFPORMADORES ESPECIAIS .............................................. 31
3.4 - ASPECTOS CONTRUTIVOS ................................................................... 31
3.4.1 - NÚCLEO ............................................................................................ 32
3.4.1.1 - RETANGULARES OU QUADRADOS ........................................... 33
3.4.1.2 - ESCALONADAS ............................................................................ 34
3.4.2 –CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DOS ENROLAMENTOS .... 34
3.4.2.1 - TIPO DE CONDUTORES ............................................................... 34
3.4.2.2 - TIPOS DE BOBINAS ...................................................................... 35
3.5 - REFRIGERAÇÃO / ISOLAÇÃO .................................................................. 37
3.6 - ACOPLAMENTO MAGNÉTICO ............................................................... 41
3.6.1 - DEFINIÇÃO ....................................................................................... 41
3.6.2 - COEFICIENTE DE ACOPLAMENTO k ............................................. 41
3.6.3 - ACOPLAMENTO NOS TRANFORMADORES ................................. 42
3.6.4. METODO DE IDENTICAÇÃO DC .................................................... 42
4. FUNCIONAMENTO A VAZIO ....................................................................... 45
4.1. ANALISE GRÁFICA DA FORMA DE ONDA DA CORRENTE I10 ......... 45
4.2. TRANSITÓRIO DA CORRENTE DE EXCITAÇÃ0 – INRUSH
CURRENT ........................................................................................................ 47
4.3. TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO .............................................. 51
5. TRANSFORMADOR – ENSAIO A VAZIO ................................................... 52
5.1. ENSAIOS DE ROTINA – FABRICANTE ....... Erro! Indicador não definido.
5.2. ENSAIO A VAZIO (SEM CARGA: 𝑰𝑰𝑰𝑰= 0)............................................... 52
5.3. PROCEDIMENTO ................................................................................... 53
10
5.4. LADO DE AT (alta tensão) .................................................................... 54
5.5. DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS................................................ 54
5.6. REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE............................. 55
6. TRANSFORMADOR COM CARGA ............................................................. 56
6.1. FUNCIONAMENTO COM CARGA (𝑰𝑰𝑰𝑰>0).............................................. 56
6.2. EQUAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO SEG DE ΦD E ΦDM.................. 57
6.3. REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE COMPLETO ....... 58
6.4. RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO E IMPEDÂNCIA ........................... 58
6.5. ENSAIO EM CURTO CIRCUITO ............................................................ 61
7. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO COM CARGA.................................... 63
7.1. REGULAÇÃO DE TENSÃO ................................................................... 64
7.1.1. CARGA RESISTIVA ........................................................................ 64
7.1.2. CARGA INDUTIVA .......................................................................... 65
7.1.3. CARGA CAPACITIVA ..................................................................... 65
7.2. RENDIMENTO ........................................................................................ 69
7.2.1. DEFINIÇÃO (ƞ): .............................................................................. 69
8. AUTOTRANSFORMADORES ...................................................................... 71
8.1. DEFINIÇÃO ............................................................................................ 71
8.2. RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO ...................................................... 72
8.3. TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA ........................................................ 72
9. PARALELISMO DE TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS .................... 75
9.1. Objetivos: .............................................................................................. 75
9.1.1. Tipos de paralelismo: ..................................................................... 75
9.1.2. Somente no Primário: ..................................................................... 75
9.2. Somente Secundário:............................................................................ 76
9.2.1. Primário e Secundário: ...................................................................... 78
10. TRANSFORMAÇÃO TRIFÁSICA .............................................................. 80
10.1. Tipos de conexões ............................................................................. 82
10.2. Nomenclatura ..................................................................................... 83
10.3. Funcionamento a Vazio e Com Carga .............................................. 85
11. Harmônicas na Transformação Trifásica ................................................ 86
11
1 - INTRODUÇÃO
De forma simplificada podemos dizer que o estudo de máquinas elétricas e o estudo
dos princípios de conversão eletromecânica de energia envolve duas leis essenciais:
a Lei de Faraday da indução magnética, que diz que campos variantes no tempo, tanto
campo elétrico quanto campo magnético, criam diferenças de potenciais e a Lei de
Ampère que diz que a produção de torques em condutores gera correntes elétricas.
Devido à grande importância do campo magnético nestas leis, este livro começa no
capítulo 2, com uma descrição da teoria magnética e seus circuitos. Neste capítulo, a
ideia principal é definir as grandezas magnéticas e delinear seus papéis nas teorias
dos circuitos magnéticos.
No capítulo 3, o foco está na aplicação da lei de Faraday como base para a construção
de um dispositivo extremamente útil o transformador, embora o transformador não
seja um dispositivo de conversão eletromecânico de energia visto que apenas eleva
ou diminuí níveis de tensões, ele é abordado nesta disciplina pois seu princípio de
funcionamento abrange todos os conteúdos apresentados no capítulo 2. Além disso,
o transformador preenche vários propósitos úteis em vários campos da engenharia
elétrica, de forma que o entendimento de seus princípios de operação permite uma
fácil compreensão da operação de todas as máquinas elétricas.
Nos capítulos 4, 5, 6 e 7 são apresentados os aspectos de funcionamento dos
transformadores deixando, portanto, um pouco de lado os aspectos físicos
apresentados no capítulo 3.
No capítulo 8 é abordado tanto o aspecto físico quanto o funcionamento de um outro
tipo de transformador: o autotransformador. Este dispositivo também traz consigo os
conceitos apresentados no capítulo 2, além disso apresenta alguns benefícios quando
comparado com o transformador, porém é limitado a uma faixa de níveis de tensões.
O entendimento dos conceitos de autotransformadores é uma ferramenta importante
que um engenheiro eletricista deve carregar consigo, pois, este dispositivo,
hodiernamente, é aplicado em disparos de máquinas elétricas industriais.
O capítulo 9 traz uma das formas de agrupamento de transformadores nas mais
diversas aplicações desse dispositivo, a geração e distribuição de energia utilizam os
conceitos apresentados neste capitulo, dessa forma buscou-se apresentar o conteúdo
da forma mais didática possível, permitindo assim uma melhor absorção do conteúdo
apresentado bem como uma melhor ligação deste com a realidade destas duas
plicações.
Nos capítulos 10 e 11, o estudo é voltado de uma vez para a geração e distribuição,
os estudos das diversas ligações físicas de transformadores bem como a característica
de cada uma possibilita ao estudante uma análise de qual seria a condição ideal para
cada grupo de ligação. De posse desse conhecimento o engenheiro consegue fazer
projetos elétricos de instalações residenciais e industriais, seguindo um padrão de
normas estabelecidas, ou também fiscalizar as instalações que existem nas cidades
com o intuito de resolver determinado problema ou oferecer uma melhor configuração
de ligações.
Nos capítulos 12 e 13 já são introduzidos alguns conceitos estudados anteriormente
nas máquinas elétricas e nos dispositivos de conversão. A partir daqui já é possível
entender o funcionamento das máquinas e como elas convertem um tipo de energia
em outro, uma boa compreensão desses dois últimos capítulos fornece ao estudante
12
uma boa base para um bom desenvolvimento na disciplina de máquinas elétricas,
disciplina essa que exige um entendimento conciso do que foi apresentado durante
todo o livro.
13
2 - CIRCUITOS MAGNÉTICOS
Na FIGURA 1, está representado o
O
s circuitos magnéticos, são muito
circuito magnético de um dispositivo,
utilizados em dispositivos, que
denominado transformador elétrico.
precisam de campo magnético para
Pode-se observar que este dispositivo,
funcionar. Dentre eles, podemos citar alguns,
apresenta um caminho magnético,
como por exemplo, os diferentes tipos de
fechado, apenas contento material
Transformadores, motores (AC/CC), geradores
ferromagnético, que neste caso são de
(AC/CC), os reatores, contactores, eletroímãs,
alta permeabilidade magnética, ou
relés, além de outros. Estes equipamentos estão
simplesmente núcleo de ferro.
presentes no sistema de energia elétrica, desde
a geração, passando pelas Linhas de
Transmissão (LT), Rede de Distribuição (RD) e a carga, que são os consumidores. É
importante que, conheçamos, e estudemos suas propriedades, seus aspectos
construtivos, bem como, a diferença entre o funcionamento com tensão alternada e
com tensão continua. Outro parâmetro importantíssimo nos circuitos magnéticos é o
entreferro gap, como também é conhecido. Sem este parâmetro, dispositivos móveis,
jamais poderiam funcionar. Portanto, compreender como funciona os circuitos
magnéticos, é condição sine qua nom, para compreender o funcionamento de todos
os demais equipamentos, supramencionados.
2.1 - DEFINIÇÃO
Circuito magnético, é um percurso fechado, contendo material magnético,
geralmente de elevada permeabilidade, confinando o fluxo magnético.
Permeabilidade: Propriedade que os materiais ferromagnéticos possuem, de
concentrar as linhas de fluxo, elevando assim a densidade de campo magnético no
seu interior.
Abaixo, são apresentados alguns dispositivos que contém o circuito magnético, sem
e com entreferro.
14
Finalmente na FIGURA 4, está
representado de forma esquemática
elementar, um motor elétrico,
contendo em seu estator, os
enrolamentos (a,b,c) e no rotor, o
enrolamento de campo, simbolizado
pelo ímã N - S. Esta máquina elétrica
também apresenta dois segmentos
diferentes em seu caminho
magnético, pela mesma razão já
mencionada, este dispositivo precisa
girar, e para fazer isso, precisa de um
espaço entre as duas partes
Figura 2 - Circuito magnético com entreferro.
constituintes, ou seja, o rotor e o
estator.
Na FIGURA 2, o dispositivo
representado, apresenta dois caminhos
distintos, sendo um, com material
ferromagnético (alta permeabilidade)
e um outro contendo o ar (baixa
permeabilidade). Este, é um
dispositivo de produção de força
linear, como dito anteriormente, sem o
entreferro, ele não consegue exercer
sua função, pois, necessita de
movimento e para tanto, deve ter um
espaço (entreferro) para descolar a
Figura 3 - Dispositivo para produção de conjugado. peça móvel.
15
2.1.1. - CIRCUITOS MAGNÉTICOS ALIMENTADOS COM TENSÃO CONTÍNUA
Lei de Ampère – Maxwell:
𝝏𝝏𝝏𝝏
∮ 𝑯𝑯 ∗ 𝒅𝒅𝒍𝒍 = i*c + ∫ 𝝏𝝏𝝏𝝏 *𝒅𝒅𝒔𝒔
Equação 1 - Lei de Ampére.
Esta equação, mostra a relação completa entre a intensidade magnética (H) e as correntes
que a produzem. No entanto, em se tratando de campo magnético confinado em um
núcleo de material ferromagnético de elevada permeabilidade e tendo algumas
características especificas, como: baixa frequência, dimensões físicas pequenas e baixa
irradiação eletromagnética, esta equação, pode ser expressa de maneira mais
simplificada, pois, a parcela referente a corrente de deslocamento (2ª parcela - iD), deixa
de existir, ficando apenas a corrente de condução (1ª parcela - ic).
Do ponto de vista de circuito magnético, aqui mencionados (FIGURA 5), este efeito pode ser
desprezado pelos seguintes motivos: este dispositivo tem dimensões físicas muito pequena
(tamanho em metros), se comparado as Linhas de Transmissão - LT (comprimento em Km),
por exemplo, e isto minimiza o efeito de capacitância no circuito. A frequência com a qual
estes dispositivos operam, são consideradas insuficientes para gerar um efeito capacitivo
(frequência industrial – 60 Hz). Como consequência não há emissão de irradiação
eletromagnética, ou seja, a 2ª parcela da EQUAÇÃO 1, que depende destes efeitos, se torna
desprezível, assim, pode-se reescrever a equação, de forma mais simplificada, EQUAÇÃO 2.
𝝏𝝏𝝏𝝏
∮ 𝑯𝑯 ∗ 𝒅𝒅𝒍𝒍 = i*c + ∫ 𝝏𝝏𝝏𝝏 *𝒅𝒅𝒔𝒔
Sendo assim, pode-se aplicar a Lei de Ampère em um circuito magnético, com essas
condições de contorno, de frequência, dimensão e irradiação desprezíveis, para
chegarmos a equação abaixo.
𝐵𝐵
μ = [3] Equação 5 - Permeabilidade magnética.
𝐻𝐻
𝑩𝑩
N*i = 𝝁𝝁*𝑳𝑳𝒏𝒏
𝝋𝝋 𝑳𝑳
N*i = 𝑨𝑨 * 𝝁𝝁𝒏𝒏
Chega-se a LEI DE OHM PARA CIRCUITO MAGNÉTICO, Equação 7.
17
permeabilidade do material ferro magnético é
bastante elevada, fazendo com que a relutância
do núcleo, possa ser desprezada.
Na figura 7 [1], pode-se ver as linhas de
2.2 – ESPRAIAMENTO campo na região do entreferro, distantes e
inclusive passando por fora do núcleo,
Quando o caminho magnético é interrompido mostrando também que este efeito ocorre
por um espaço (FIGURA 7), contendo o ar, as em todas as dimensões da secção do
linhas de campo que antes tinham um núcleo. Exatamente por isso a correção,
comportamento equidistante umas das outras, se faz, acrescentando a distância do gap,
passa a distanciar uma das outras, causando o nas dimensões lineares do núcleo a e b,
efeito de espraiamento. Este efeito não pode ser FIGURA 7 [2],
eliminado, pois, há a necessidade do mesmo para
os rotores giraram, ou o contator, relé, atuarem.
Nesses casos o projeto deve priorizar a menor distancia possível para os dispositivos
operarem normalmente, mesmo assim, é necessário fazer uma correção na relutância,
para a determinação do fluxo ou da FMM, chamado de correção por espraiamento.
Ficando a nova área como sendo: portanto maior, para compensar a densidade que é
menor na realidade.
𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = (a + 𝐿𝐿𝑔𝑔 )*(b + 𝐿𝐿𝑔𝑔 )
Equação 10 - Correção da área do GAP.
V=R*I
𝐅𝐅𝐌𝐌𝐌𝐌= Ɍ *φ
Equação 11 - Equivalência do circuito elétrico com o circuito magnético.
18
Nesta representação da equação 11, as associações entre o circuito elétrico e o magnético,
estão registradas da seguinte forma: a FMM é análoga a tensão, a relutância é análoga a
resistência e o fluxo é análogo a corrente elétrica. Sabe-se a soma da queda de tensão em
um circuito elétrico é zero; a soma da corrente em um nó também é zero e resistências
em série, podem ser somadas. Com isto, é possível resolver problemas de circuito
magnético, da mesma forma como se eles fossem circuitos elétricos, basta fazer a
representação do circuito elétrico análogo, como a seguir.
19
2.4.2 - DISPOSITIVO MAGNÉTICO, COM ENTREFERRO.
20
2.4.3.1 – CIRCUITO MAGNÉTICO
21
Na forma geral, a integral fechada do
campo elétrico E, em um percurso
definido, é igual a derivada da
integral da densidade de campo
magnético no tempo que atravessa
uma determinada área A. Esta
equação, quando aplicada a um
circuito magnético como o
representado na FIGURA 17.
Figura 17 - circuito com excitação única.
Fica mais simples, pois, neste circuito magnético, o fluxo é contigo em um circuito
fechado de comprimento definido (ln), ficando a expressão conforme mostrado
abaixo.
𝑑𝑑𝑑𝑑
e = N* 𝑑𝑑𝑑𝑑
Equação 13 - Equação da tensão induzida.
Por esta expressão, fica mais fácil perceber que: toda vez que houver variação de
campo magnético (fluxo) no tempo em um determinado número de espiras (N), será
induzida uma força eletromotriz, devido ao enlaçamento do campo magnético com
essas espiras.
Ao aplicarmos uma tensão alternada nos terminais da bobina da FIGURA 17, circulará
uma corrente por essa bobina que criará um fluxo, e este fluxo ficará todo confinado
no núcleo. Escrevendo a expressão do circuito elétrico para o regime permanente,
tem-se:
Pelo fato da tensão ser senoidal, o fluxo também o será nesse circuito, então, pode-se
substituir a expressão do fluxo por: 𝜑𝜑(𝑡𝑡) =𝜑𝜑𝑚𝑚á𝑥𝑥 *sin(𝑤𝑤𝑤𝑤) e ao derivar para encontrar
a tensão induzida tem: e = N*W*𝜑𝜑𝑚𝑚á𝑥𝑥 *cos(𝑤𝑤𝑤𝑤). Separando somente o valor máximo
da expressão e substituindo o valor máximo, pelo valor eficaz, evidenciando o fluxo:
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
𝜑𝜑𝑚𝑚á𝑥𝑥 = 4.44∗𝑁𝑁∗𝑓𝑓
22
Esta expressão, mostra o comportamento do
fluxo magnético máximo em um circuito
magnético alimentado por tensão AC senoidal,
em função da tensão eficaz aplicada, do número
de espiras da bobina e da frequência da tensão
aplicada. Observa-se que, se e somente se, a
tensão eficaz, a frequência e o número de espiras
forem constantes, a amplitude máximo do fluxo
magnético, também o será. Em caso de aumento
de tensão, por exemplo essa amplitude varia,
conforme FIGURA 18.
Tabela 1
Em AC o fluxo máximo é constante, então, pela Lei de Ohm para circuito magnético,
a relutância determina o valor da força magneto motriz, ou seja, pelo fato do N
(número de espiras) ser constante, então, na realidade, é a corrente que é determinada
pela relutância. Em outras palavras, quanto maior a relutância, maior será a corrente
no circuito.
Em se tratando da alimentação DC, consideramos a FMM constante, pois, como a
tensão aplicada é constante e a resistência (R) da bobina também, logo, a corrente
será constante, sendo N constante, relutância determina o valor do fluxo,
inversamente proporcional. Conclui-se que, quanto maior a relutância, menor o fluxo.
24
2.8.1 - MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS
Os materiais ferromagnéticos, invariavelmente apresentam um consumo de energia,
denominadas de perdas. Essa parcela de consumo indesejável de energia, na pratica,
define a eficiência destes dispositivos. Diante disso, tudo que for possível fazer para
diminuir ou minimizar essas perdas, no atual estágio tecnológico tem sido feito.
2.8.1.1 - COMPOR O NÚCLEO EM LAMINAS
Este procedimento é adotado, pelo fato de que a tensão induzida no núcleo da origem
a correntes parasitas e para diminuir a corrente, pode-se aumentar a resistência
ôhmica do circuito e isto é feito diminuindo a área da secção do núcleo, FIGURA 11.
Pela FIGURA 20 observa-se duas situações [1] e [2], onde a primeira a secção do
núcleo é maciça, então a resistência elétrica tem um valor baixo, pois, a seção do
condutor núcleo é grande, ou seja, elevada área, baixa resistência elétrica. No caso da
FIGURA 20 [2], a seção é composta de duas laminas, isoladas eletricamente uma da
outra, e a área para ação da corrente é menor, ou seja, maior a resistência elétrica.
Assim, quanto mais fina forem as lâminas, menor a área e maior a resistência, menor
corrente induzida, menores perdas.
2.8.1.2 – DOPAR COM SILÍCIO.
25
Figura 21 - Estrutura cristalina de um material ferromagnético.
Tabela 2 - G.O
Tabela 3 - G.N.O
26
transformadores/reatores. Para se ter uma ideia, as laminas dessa liga pode ser até 10
vezes mais fina que a convencional (0,35 mm); perdas menores, podendo chegar a 60
% ou mais em relação ao aço-silício, como mostra a tabela 4 abaixo.
https://www.magmattec.com.br/materiais-magneticos-e-aplicacoes/o-que-sao-
materiais-nanocristalinos
Fazendo uma leitura no processo de fabricação * e observando a figura, fica
evidente que não é um processo tão simples de obtenção desta.
2.8.2 - DETERMINAÇÃO DAS PERDAS
As perdas por histerese e Foucault, podem ser determinadas por técnicas distintas, a saber:
27
O ciclo de histerese é uma relação instantânea de B x H, que mostra em sua área, o valor da
energia gasta devido as perdas no material. Este ciclo pode ser chamado de dinâmico,
quando se utiliza de frequência industrial (60Hz) e estático quando a frequência é próxima
de zero. No primeiro caso, a área corresponde as perdas por histerese e por Foucault
(Wh,Wf), já no segundo, o efeito de indução é desprezível, por conta da baixa frequência,
ficando apenas a Wh. Desta forma, sabendo a área, tem-se o valor da perda desejada.
O Professor Polonês, Charles Proteus Steinmetz, propôs duas equações, para determinar de
maneira separada, as perdas no núcleo.
W*f = K*f*𝑉𝑉𝑂𝑂𝑂𝑂 *(f*𝐵𝐵𝑀𝑀Á𝑋𝑋 *e)^2 W*h = K*h*𝑉𝑉𝑂𝑂𝑂𝑂 *f*𝐵𝐵𝑀𝑀Á𝑋𝑋 n 1,5 - 2,5
Equação 16 - Método de Steinmetz para determinação de perdas.
Na primeira equação, Steinmetz propôs o cálculo da perda por Foucault (Wf), em função de
um coeficiente Kf, que depende do tipo de material utilizado; do volume do núcleo (vol);
da frequência (f) da tensão aplicada; da densidade (B) máxima aplicada e da espessura (e)
da chapa que compõe o núcleo. Neste caso, a frequência, a densidade máxima e a espessura,
foram elevados ao quadrado, evidenciando que estes parâmetros, tem uma influência mais
significativa junto a esta perda.
Na segunda equação, Wh, é função da constante Kh, do volume, frequência e da densidade
elevada a um coeficiente proposto pelo próprio autor da equação, que varia de 1,5 – 2,5,
dependendo do material.
Estas equações, devido ao desenvolvimento de novos materiais, não são facilmente
utilizáveis, por conta da falta dos coeficientes, no entanto, elas são muito uteis para
compreender quais parâmetros influenciam mais em uma perda que em outra.
Determinar as perdas pela técnica do ensaio a vazio, é a pratica comum nos transformadores
porque é um ensaio relativamente simples, rápido e preciso. No anexo, é apresentado o
roteiro para a realização do mesmo, em um transformador monofásico.
28
3 – TRANSFORMADORES
3.1 - DEFINIÇÃO
30
3.3.3 - TRANSFPORMADORES ESPECIAIS
São considerados especiais, os transformadores de corrente, FIGURA 28 - (TC),
transformadores de potencial, FIGURA 29 - (TP), e os autotransformadores.
31
Este tipo constritivo mostrado na FIGURA 30,
onde o núcleo é envolvido pelos enrolamentos,
não é comum no caso de transformadores
convencionais disponíveis no mercado, uma vez
que o mesmo, apresenta parâmetros como
reatância de dispersão, perdas nos enrolamentos,
dentre outros, maiores e por isso, seu desempenho
não é satisfatório. É comum em transformadores
didáticos.
3.4.1 - NÚCLEO
O núcleo dos transformadores, são constituídos de material ferromagnético da
mais alta permeabilidade, podendo ser, Aço silício de Grãos Orientados (AGO), Aço
silício de Grãos Não Orientados (AGNO), ou núcleo AMORFO (NA). A espessura das
lâminas que compõe o núcleo, são cada vez mais, finas, (<= 0,3 mm), visando diminuir
ao máximo as perdas Wf e Wh. Os cortes das chapas (FIGURAS 32 e 33), também,
contribuem para essa diminuição. Com o formato e espessuras desejados, essas lâminas,
são sobrepostas umas sobre as outras, até atingir o diâmetro necessário, conforme
determinado pelo projeto, FIGURA 34.
Na FIGURA 32, pode-se observar uma das formas de corte das chapas, o que
implica em ter três tamanhos diferentes de laminas, diferentes.
32
Figura 33 - Corte escolhido.
Na FIGURA 33, o tipo de corte é diferente em relação ao anterior, denominado STEP LAP,
onde o ângulo é de 45 graus. Estes dois arranjos, tem custo benefício diferentes, pois,
apesar de ambos terem três peças, o número delas varia, ou seja, a FIGURA 32 tem três
peças número 1, a FIGURA 33 tem duas peças número um. Estas diferenças acabam
impactando no tempo de montagem, programação da máquina de estampagem, tempo
da máquina e assim por diante. Cabe então ao projetista analisar e ver qual delas é mais
interessante para aquele momento do mercado de commodities dos materiais
empregados. É claro que não se pode esquecer da questão das perdas magnéticas, que irá
garantir a eficiência do equipamento.
33
3.4.1.2 - ESCALONADAS
Para potencias maiores, a nível de distribuição
acima, o núcleo será sempre escalonado,
FIGURA 36. Este tipo construtivo, permite
aproveitar melhor o interior da bobina ali
ancorada, em termos de fluxo magnético. O
ideal, seria que o núcleo fosse absolutamente
cilíndrico, tal qual a bobina, no entanto, isso
seria proibitivo em termos técnicos e
econômicos, pois haveria um número de
lâminas muito grande de tamanhos diferentes,
o que oneraria a fabricação, além de aumentar
sensivelmente o tempo de montagem do
Figura 36 - Laminação escalonada.
núcleo.
Na FIGURA 37 A (visão em
corte), é possível perceber a forma de
empacotamento de uma bobina
construída com o fio de seção
circular e seção quadrada. Pode-se
observar que no caso dos condutores
retangular ou quadrado, não existirão
espaços entre um condutor e ou
outro, como exemplifica a FIGURA 37
B. Este espaço entre os enrolamentos
acaba por fragilizar mecanicamente a
A B bobina como um todo.
Figura 37 - figura 37 (A) e (B).
34
3.4.2.2 - TIPOS DE BOBINAS
Com relação as formas das bobinas que constituem os enrolamentos, podem ser,
cilíndricas ou retangulares. Para transformadores que não necessitam de uma construção
esmerada, não ficam conectados o tempo todo no sistema, como são os transformadores
de solda, de bancada, etc, mostrados na FIGURA 38, os enrolamentos são do tipo
retangular mesmo. Ao passo que para transformadores maiores, de distribuição para
cima, são constituídos de enrolamentos cilíndricos.
35
Figura 40 - Enrolamento concentrado.
37
Estes papéis devem ter
características físico
químicas, adequadas a
função que o mesmo
desempenhará no
transformador, ou seja, boa
isolação elétrica, ser pouco
higroscópico, elevada vida
útil sob condição de
aquecimento.
O ÓLEO MINERAL
L LÍQUIDO SINTÉTICO
G GÁS – SF6
W ÁGUA
A AR
Tabela 5 - Simbologia mais utilizada para o meio refrigerante.
N NATURAL
Tabela 6 - Simbolos para circulação.
38
A refrigeração NATURAL ou convecção natural do fluido (também conhecida
como efeito termossifão) é a mais comum utilizada em transformadores, desde os
pequenos, da rede de distribuição, até os transformadores de potência, pela forma como
ocorre, FIGURA 45. Nesta forma, o óleo isolante/refrigerante quando aquecido, sua
densidade diminui, fica menos denso e por ação da gravidade, partículas menos densas
tendem a subir. Desta forma, quando o óleo quente sobe, encontra um orifício de
abertura, que dá acesso as aletas de refrigeração, assim, ele desce por essas aletas,
refrigerando porque as aletas estão em contato com o ar externo, cuja temperatura é
muito menos que a temperatura interna do óleo do Trafo. Ao repetir esse processo, a
temperatura do óleo vai diminuindo.
Na refrigeração FORÇADA, FIGURA 46, pode-se observar duas formas de fazê-la: uma
pelo uso de ventiladores que irá injetar ar nos radiadores, como consequência o óleo
interno ao radiador, resfria, e outra, pelo uso de bombas de óleo modelo helicoidal (mais
apropriada), que fará com que o óleo circule entre o tanque e os radiadores com maior
velocidade, aumentando a capacidade de refrigeração.
O ÓLEO MINERAL
L LÍQUIDO SINTÉTICO
G GÁS – SF6
39
W ÁGUA
A AR
Tabela 7 - Simbologia utilizada para o meio refrigerante.
O símbolo W, para a água, é para não confundirmos com a letra A do AR, e como muita
norma brasileira é ou foi adaptada da norma americana, fica W (WATER – ÁGUA EM
INGLES).
INTERNO EXTERNO
NATUREZA NATUREZA NATUREZA NATUREZA
DO MEIO DA DO MEIO DA
CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO
A N A N
O N A N
O F A F
Tabela 8 - Refrigeração.
A TABELA 9, exemplifica
comparativamente, a eficácia
da combinação dos diferentes
tipos de refrigeração.
Tabela 9- Potência.
40
3.6 - ACOPLAMENTO MAGNÉTICO
3.6.1 - DEFINIÇÃO
Quando dois ou mais circuitos magnéticos, estão próximos entre si e o campo magnético
de um, enlaçar o outro, dizemos que eles estão MAGNETICAMENTE ACOPLADOS. E é
exatamente por isso, que um circuito consegue trocar energia com o outro, através do
campo magnético.
O coeficiente de acoplamento mede essa interação magnética e é dado pela equação
abaixo:
𝜑𝜑𝑚𝑚
K = 𝜑𝜑
𝑑𝑑1 +𝜑𝜑𝑑𝑑2
41
Figura 49 - Representação do fluxo mútuo com material ferromagnético.
Mesmo os três casos tendo como meio, o material ferromagnético, um outro fator aqui
se faz presente, como foi dito, a distância entre os enrolamentos. Quanto maior essa
distância, menor é o coeficiente de acoplamento.
Sob o ponto de vista de acoplamento, estes circuitos, tem comportamento bem distintos.
O concentrado (FIGURA 40, pela disposição dos enrolamentos, é possível perceber que o
coeficiente de acoplamento, deve ser o menor dentre eles, uma vez que, os enrolamentos
(AT/BT), estão a uma certa distância, um do outro, diminuindo o acoplamento.
Diferentemente, no caso do alternado (FIGURA 41), onde os enrolamentos, estão mais
próximos um dos outros, aumentando assim o acoplamento magnético. Os enrolamentos
concêntricos (FIGURA 42), pouco diferem dos alternados (melhor), no entanto pelo
exposto (ver manutenção), ainda é o mais utilizado. Vale lembrar que, o coeficiente de
acoplamento é menor, quanto menor for o fluxo MUTUO, e maior for o fluxo de
DISPERSÃO, e o fluxo de dispersão, é todo fluxo criado pela corrente de um enrolamento,
que não consegue concatenar com o fluxo criado pela corrente de outro enrolamento.
3.6.4. METODO DE IDENTICAÇÃO DC
42
Para o caso do método AC,
FIGURA 40, basta que apliquemos uma
tensão AC (< 50 % VN), nos terminais H1
e H2 (os enrolamentos de referência
devem ter tensão maior que os demais,
sendo permitido no máximo igual) e
observar o voltímetro VT. Se a leitura de
VT for maior que V1, se diz que a
polaridade é aditiva, então A – X2 e B –
X1 e o ângulo entre E1 e E2 é de 180
graus. Em sendo VT menor que V1, se diz
que a polaridade é subtrativa, A – X1 e B
– X2 e o ângulo é de zero grau.
A B
Figura 52 - Ligação em série e paralelo de bobinas.
43
Figura 53 - Ligação em série das bobinas.
EXEMPLO II
O exemplo um mostrado na FIGURA 54, os enrolamentos foram dispostos de maneira
denominada CONCENTRADO, ou seja, os enrolamentos do lado primário dispostos em
uma coluna no núcleo e os do secundário do outro lado do núcleo, como mostra a
disposição abaixo, FIGURA 54 A e B.
A B
Figura 54 - Ligação em série e paralelo.
Um outro arranjo pode ser feito, como o ilustrado na FIGURA 55, denominado
enrolamentos alternados.
Seu funcionamento a vazio, consiste em: ao aplicar uma tensão V10 AC, nos
terminais da bobina primária (N1), surgirá uma corrente denominada corrente de
excitação I10, cujo módulo é diretamente proporcional a relutância do circuito magnético.
Essa corrente é responsável para criar o fluxo magnético, que circulará pelo núcleo,
sendo o material de elevada permeabilidade, praticamente todo fluxo irá enlaçar ambos
os enrolamentos, daí o nome de fluxo mútuo. Este fluxo mútuo, induzirá - E1 (força
contra eletromotriz) no enrolamento primário e E2 (força eletromotriz) no enrolamento
secundário. Pelo fato do secundário estar em aberto (sem carga), não haverá corrente I2.
Então, podemos resumir que, o transformador a vazio, tem os seguintes parâmetros: V10,
FLUXO MÚTUO, I10, – E1 e E2.
45
Como pode ser visto na FIGURA 57, que mostra o fluxo concatenado (N x fi), e o
ciclo de histerese de um dado material ferromagnético real, ou seja, com perdas
magnéticas (área não nula do CH). Fazendo o traçado a partir do fluxo concatenado,
ponto de ascendência do fluxo (A) e acompanhando a variação instantânea no ciclo de
histerese ponto B, é possível medir o valor da grandeza H (Intensidade de campo
magnético), que é diretamente proporcional a corrente I10, ou seja, posso traçar o valor
da corrente, baseado no valor do H, pois, são grandezas diretamente proporcionais (N x
I = Rel x fluxo). Fazendo isso, para outros instantes, como por exemplo ponto C, que
vai corresponder ao módulo de corrente equivalente a D. Apenas por estes dois pontos,
é possível ter uma ideia do que acontecerá. Assim, pode-se observar, que a deformação,
se encontra na região média e na região de pico. Por esta observação, é possível afirmar
que a corrente de excitação I10 será tão mais deformada quanto maior for o grau de
saturação (corrente ficaria pontiaguda) e quanto maior forem as perdas no núcleo, mais
assimétrica será a corrente.
Em material hipotético, onde o
ciclo de histerese apresenta uma área
nula, porém, existe saturação, a
corrente continuará deformada, porém,
simétrica pois, os pontos B e D do CH,
tem a mesma intensidade de campo
magnético, ou seja, mesmo módulo de
corrente I10. Esta forma da corrente de
excitação é a mostarda na FIGURA 58.
Observa-se que os pontos 1 e 2 tem a
mesma amplitude, se comparado com
os pontos 1 e 2 da FIGURA 57, que tem
amplitudes diferentes.
A primeira observação a se fazer da𝑰𝑰𝟏𝟏𝟏𝟏 é que ela é fortemente não senoidal para
materiais ferromagnéticos, sua deformação depende da forma do ciclo de histerese e da
saturação, quanto mais afastado da saturação menor o pico da corrente.
O valor da tensão aplicada determina o módulo do fluxo e por sua vez, a forma
de onda da corrente de excitação, em outras palavras a forma varia se mais saturado ou
menos saturado ou com mais perdas ou menos perdas no núcleo.
46
A forma de onda da corrente
de excitação, mostrada na
FIGURA 58, apresenta uma
deformação diferente, ou
seja, apenas na parte do
cume, uma vez que sendo a
área do ciclo de histerese
praticamente nula, só a
saturação irá influenciar na
sua forma.
Figura 58 - Formação de I10.
(R+SL)
-t/δ
I (t) = I [ sen (wt – φ) + ℮ sen φ] δ→ L / R
10 1 max
47
Os transformadores quando vão alimentar uma determinada carga, é comum,
primeiramente ser alimentados a vazio e posteiormente adiciona-se a referida carga.
Neste processo, para uma tensão de alimentação senoidal e nominal, o que implica em
fluxo máximo também nominal. Acontece que, quando se enrgiza um enrolamento com
tensão alternada, sendo este enrolamento indutivo, a tensão e a corrente não estão em
fase, portanto, pode haver um fenômeno chamado de INRUSH CURRENT, durante um
certo tempo (cinco a seis ciclos), até que o sistema entre em regime permanente. Vamos
entender esse fenomeno.
Observando a FIGURA 60, que mostra uma tensão e uma corrente defasada em
atraso, de um circuito indutivo puro e com núcleo de ar, uma vez que a corrente é
totalmente senoidal. Nesse instante do regime permanente, enquanto a tensão vai do
instante 1 (ZERO CRESCENTE), passando pelo 2 (TENSÃO MÁXIMA) e depois retorna para
o ponto 3 (ZERO DECRESCENTE), a corrente saiu de A (- Imax), passando por ZERO (B)
e chega ao ponto C (+Imax). Esta observação no regime permanente é válida também
para o regime intermediário, ou regime transitório. Pode-se afirmar que durante este
tempo, a corrente só fez crescer, ou seja, indo de - Imax para +Imax. Vamos supor que
o circuito é energizado no exato momento que a tensão está no ZERO crescente (PONTO
1), isso significa que a corrente vai iniciar coincidentemente do ZERO também, pois, antes
a corrente era zero. Então a partir desse ponto a corrente deve crescer até o instante 3 da
tensão e C da corrente, com isso, pode-se afirmar que a corrente teve um tempo a mais
de crescimento (no semi-ciclo positivo) que o regime permanente, que seria de B até C.
Como resultado temos o crescimento da corrente acima de seu valor de regime
permanente a vazio (4 % da corrente nominal), que dependendo no lado primário do
transformador AT ou BT e do grau de saturação do núcleo, pode chegar a N vezes a
corrente nominal de um transformador, podendo causar sérios danos aos enrolamentos,
como mostra a FIGURA 61.
48
Figura 61 - Danos nos enrolamentos.
Figura 62 - Reatores com núcleo de ar utilizados em telecomunicações pois, possuem permeabilidade constante, não
deformando a corrente.
Pela configuração das bobinas, pode-se afirmar que, os maiores valores da corrente
durante o transitório, para o mesmo instante de energização, ocorre para o transformador
elevador, pois, a bobina de BT sendo o primário, está mais próxima do núcleo,
melhorando o acoplamento magnético.
Se a configuração for alternada ou concentrada não existe essa diferença no valor
de 𝐼𝐼10 para elevador ou abaixador.
49
Figura 64 - Representação do TRAFO, vista superior.
50
O melhor momento para se energizar, é quando a tensão está no seu máximo,
FIGURA 67, pois, nesse instante a tensão está no máximo, instante 2 e a corrente vai
iniciar do zero, portanto, ela vai crescer o tempo normal (de B até C) do regime
permanente, não havendo transitório. Valores entre ZERO crescente e o ângulo de
defasamento de um circuito terão valores de transitórios menores e entre pi sobre dois e
pi, o transitório é invertido, ou seja, a corrente cresce menos que o regime permanente,
não acarretando problema ao sistema nem ao Trafo.
Este fenômeno pode ser minimizado, quando se utiliza resistores de pré inserção,
quando se energiza sistemas de grande potência, como LT (linha de transmissão) por
exemplo, FIGURA 67. Neste caso, energiza-se o sistema pelo contato auxiliar, que contem
resistores e posteriormente, fecha o contato principal e retira o auxiliar.
Este caso é o caso onde o ângulo é tal que é considerado ângulo ideal para o
fechamento, esse ângulo é o ângulo de defasamento do circuito. Em sendo trifásico,
haverá um ângulo diferente para cada fase.
5. TRANSFORMADOR
52
I. Alternado.
II. Concentrado.
5.2. PROCEDIMENTO
𝑉𝑉
𝑒𝑒𝑒𝑒
𝜑𝜑𝑚𝑚á𝑥𝑥 = 4,44∗𝑁𝑁∗𝑓𝑓
53
𝑉𝑉10= tensão aplicada.
𝐼𝐼10 = corrente de excitação (<4% da corrente nominal).
𝑊𝑊𝑇𝑇 = potência total.
Todo equipamento é projetado para uma dada tensão nominal, essa tensão nominal é o
maior valor de referência é o valor para o qual o equipamento foi projetado, quando digo
equipamento estou me referindo ao Trafo.
A frequência que aparece na FIGURA 69 muda a densidade, o que faz mudar também o
ponto da curva de magnetização.
𝑊𝑊𝑇𝑇 = 𝑊𝑊10 + 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼10 ^2
𝑊𝑊10 = 𝑊𝑊ℎ + 𝑊𝑊𝑓𝑓
Fluxo máximo, frequência, espessura e área do núcleo são fatores que influenciam as
perdas, no entanto esses fatores não mudam quando fazemos o ensaio do lado de alta
tensão.
Quando 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼10 ^2 for bem menor que 10% de 𝑊𝑊𝑇𝑇 podemos assumir que 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼10 ^2 é
desprezível de forma que 𝑊𝑊𝑇𝑇 =𝑊𝑊10 .
5.3. LADO DE AT (alta tensão)
Quando fazemos o ensaio do lado de alta tensão ou baixa tensão o valor das perdas por
histerese e Foucault são as mesmas, e o valor de potência lido pelo wattímetro é o mesmo,
o que muda é o valor de tensão e corrente com isso mudam os parâmetros que
representam o núcleo eletricamente.
𝑉𝑉1*𝐼𝐼1 =𝑉𝑉2*𝐼𝐼2
Equação 22 - Equação da preservação de potência.
N
Espessura e volume também determinam 𝑊𝑊10 .
5.4. DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS
6.
𝑊𝑊10 = 𝑉𝑉10*𝐼𝐼10*cos 𝜑𝜑(𝑉𝑉10*𝐼𝐼10)
Equação 23 - Potência de perdas a vazio.
54
Cos φ é o fator de potência a vazio.
𝐼𝐼𝐶𝐶 = 𝐼𝐼10 *cos 𝜑𝜑
Equação 25 - Cálculo da corrente de perda.
𝑉𝑉10
𝑋𝑋𝑀𝑀 = 𝐼𝐼𝑀𝑀
𝑅𝑅𝐶𝐶 e 𝑋𝑋𝑀𝑀 também não são um parâmetro físico existente mais uma representação
matemática.
6.1. REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE
Aplicações:
Verificação geral do Trafo: ruídos R, acessórios etc.
Determinação do rendimento (n): não é unitário pois há perdas.
Lembrando que um Trafo ideal é um Trafo com a resistência do núcleo infinita fazendo
com que a corrente do núcleo seja nula e a corrente de magnetização seja igual a corrente
de excitação.
55
7. TRANSFORMADOR COM CARGA
𝜑𝜑𝑑𝑑1 Parte de 𝜑𝜑12 que não concatena com a bobina do secundário. 𝜑𝜑𝑑𝑑 muda com a posição
dos enrolamentos.
𝑉𝑉1(𝑡𝑡) = 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼1(𝑡𝑡) + 𝑒𝑒1(𝑡𝑡) [1]
Equação 29 - Tensão total no primário.
Esta equação é uma equação matemática pelo ponto de vista do primário, esquecendo o
secundário.
R i (t) esta parcela da equação corresponde a queda na resistência do primário.
1 1
Vale lembrar que estamos considerando 𝑰𝑰𝟐𝟐 = 0 o que é apenas uma consideração teórica
pois isso nunca acontece na realidade.
𝑑𝑑𝜑𝜑1
𝑒𝑒1(𝑡𝑡) = 𝑁𝑁1 * *𝑇𝑇(𝑡𝑡) [2]
𝑑𝑑 𝑡𝑡
Que corresponde ao fluxo total, ou seja, o fluxo total é a soma do fluxo de dispersão com
o fluxo mútuo.
Agora substituindo (3) em (2) e (2) em (1) temos:
𝑑𝑑𝜑𝜑1 𝑑𝑑𝜑𝜑𝜑𝜑
𝑉𝑉1(𝑡𝑡) = 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼1(𝑡𝑡) + 𝑁𝑁1 * *𝑑𝑑𝑙𝑙 + 𝑁𝑁1 * [4]
𝑑𝑑 𝑡𝑡 𝑑𝑑 𝑡𝑡
Onde:
𝑅𝑅1 *𝐼𝐼1(𝑡𝑡) = queda de tensão no enrolamento primário.
𝑑𝑑𝜑𝜑1
𝑁𝑁1 * *𝑑𝑑𝑙𝑙 = tensão induzida causada pelo fluxo de dispersão.
𝑑𝑑 𝑡𝑡
𝑑𝑑𝜑𝜑𝜑𝜑
𝑁𝑁1 * = tensão induzida pelo fluxo mútuo.
𝑑𝑑 𝑡𝑡
𝜆𝜆
Sendo L = 𝑖𝑖 e que λ = N*φ temos que: L = N*φ / i
Multiplicar e dividir por di:
𝑑𝑑𝜑𝜑(𝑡𝑡) ∗𝑑𝑑𝑙𝑙 𝑑𝑑 𝑑𝑑
𝑁𝑁1 * * 𝑑𝑑𝑖𝑖 e = L*𝑑𝑑𝑖𝑖 𝑉𝑉1(𝑡𝑡) = 𝑅𝑅1 *𝐼𝐼1(𝑡𝑡) + j*W*L*𝑑𝑑1 + 𝐸𝐸1
𝑑𝑑𝑖𝑖 𝑡𝑡 𝑡𝑡
Agora para 𝐼𝐼1 ≠0 e 𝐼𝐼𝑆𝑆 =0 temos:
Para Trafo a vazio temos 𝑽𝑽𝟏𝟏 =𝑬𝑬𝟏𝟏 pois 𝑰𝑰𝟏𝟏 =𝑰𝑰𝟏𝟏𝟏𝟏 e 𝑹𝑹𝟏𝟏 *𝑰𝑰𝟏𝟏 ≈0.
57
𝑬𝑬𝟏𝟏 é a força eletromotriz induzida no primário.
Já pelo lado o secundário, ou seja, para 𝐼𝐼1 =0 e 𝐼𝐼𝑆𝑆 ≠0 temos:
𝑉𝑉𝑠𝑠 =𝑅𝑅𝑠𝑠 *𝐼𝐼𝑠𝑠 + j*w*L*𝑑𝑑𝑠𝑠 *𝐼𝐼𝑠𝑠 +𝐸𝐸𝑠𝑠
𝐼𝐼2 = - 𝐼𝐼𝑆𝑆
𝑉𝑉2= -𝑅𝑅2 *𝐼𝐼2 - j*w*L*𝑑𝑑2 *𝐼𝐼2 +𝐸𝐸2
E então chegamos que:
𝐸𝐸2 = 𝑉𝑉2+𝑅𝑅2 *𝐼𝐼2 +j*X*𝑑𝑑2 *𝐼𝐼2
• 𝐸𝐸2 Fonte de força eletromotriz do secundário.
• 𝑉𝑉2 Queda na carga propriamente dita.
• 𝑅𝑅2 *𝐼𝐼2 Queda no enrolamento do secundário.
• j*X*𝑑𝑑2 *𝐼𝐼2 Queda na reatância de dispersão no enrolamento do secundário.
7.3. REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO EQUIVALENTE COMPLETO
Vamos listar aqui algumas das características para que possamos considerar um Trafo
ideal.
I. A corrente no transitório não tem saturação, então B não cresce muito.
II. Não há perdas, ou seja, histerese=0.
III. A corrente de excitação é senoidal.
IV. A corrente no transitório equivale a duas vezes a nominal.
𝑑𝑑𝜑𝜑𝜑𝜑 𝑑𝑑𝜑𝜑𝜑𝜑
𝐸𝐸1 = 𝑁𝑁1 * 𝐸𝐸2 = 𝑁𝑁2 *
𝑑𝑑𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑡𝑡
𝐸𝐸1 𝑁𝑁1
𝐸𝐸2
= =α
𝑁𝑁2
58
𝑉𝑉1 = 𝐸𝐸1 e 𝑉𝑉2 = 𝐸𝐸2 , da onde tiramos que: 𝑁𝑁1 *𝐼𝐼1 = 𝑁𝑁2 *𝐼𝐼2
𝑉𝑉 𝐸𝐸1 𝑁𝑁1 𝐼𝐼
α = 𝑉𝑉1 = 𝐸𝐸2
= = 𝐼𝐼2
2 𝑁𝑁2 1
TRAFO REAL.
𝑍𝑍 𝑉𝑉1 𝐼𝐼
𝛼𝛼 𝟐𝟐 = 𝑍𝑍1 , 𝑉𝑉2
= α e também: α = 𝐼𝐼2
2 1
Nós utilizamos essas relações para representar um parâmetro (𝑍𝑍2 ) no mesmo nível
elétrico que o outro (𝑍𝑍1 ), ou seja, para representar um parâmetro de um lado no outro
lado sem perder as suas características.
59
Figura 76 - Parâmetros refletidos ao 1º - MESMO NÍVEL ELÉTRICO
Nesta FIGURA 76, despreza-se os elementos em paralelo porque o máximo que esse
parâmetro faz é se a corrente de excitação causar uma queda na indutância primária que
é muito pequena comparada com 𝑍𝑍1 *𝐼𝐼′1 que é a quantidade refletida no primário.
𝑍𝑍
𝛼𝛼 2 = 𝑍𝑍1
2
Representação final.
Sistema de potência.
Considera-se o Trafo como reator, na verdade ele pode ser representado como tal.
60
X >>>>R
Quase sempre podemos usar esta aproximação, dependendo da precisão dos cálculos.
7.5. ENSAIO EM CURTO CIRCUITO
Procedimento:
Aplica-se tensão variando até o amperímetro indicar corrente nominal.
Alimentar com𝐼𝐼𝑁𝑁 o lado de alta tensão, alimentamos o lado de alta tensão pois é o lado
de menor corrente, ou seja, mais fácil de se obter. Para se fazer o ensaio no lado de baixa
no laboratório com o wattímetro é preciso levar em conta o limite de 5 [A].
𝐼𝐼𝑁𝑁 = 𝐼𝐼𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑆𝑆𝑁𝑁 / 𝑉𝑉𝑁𝑁
Essa corrente nominal𝐼𝐼𝑁𝑁 é chamada de corrente de curto circuito durante o ensaio de
curto.
𝑊𝑊10 = 𝑊𝑊ℎ + 𝑊𝑊𝑓𝑓 daí:
61
A perda a vazio neste caso𝑊𝑊10 é desprezível por conta disso, segundo a literatura a tensão
de curto circuito não pode ultrapassar 10% da tensão nominal. As perdas no enrolamento
dependem da tensão, se ela não for pequena a perda é considerável por isso não podemos
desprezá-la.
𝑉𝑉𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑍𝑍𝐶𝐶𝐶𝐶 *𝐼𝐼𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶 + 𝑅𝑅𝜑𝜑𝜑𝜑
Equação 39 - Resistência de curto circuito.
62
Figura 83 - Alternada.
63
Estas equações regem o comportamento do transformador, desde a vazio até a plena
carga, da seguinte forma, quando não houver carga, a corrente I2 é igual a zero, a equação
41 se resume a E2 = V2, pois, sem corrente secundária, não há fluxo de dispersão,
portanto, não há queda de tensão nem na reatância muito menos na resistência. No
primário, as quedas na resistência e na reatância de dispersão, deixam de existir, pois, a
corrente para a ser somente a corrente de excitação I10, 4% da corrente nominal, ficando
V1 = E1
É possível representar parâmetro de um lado do transformador (secundário, por exemplo)
em outro lado (primário por exemplo). Esta reflexão de parâmetros facilita a resolução
de problemas referentes a transformadores, uma vez que, colocamos ambos os lados em
um mesmo nível de tensão, ou para o lado de AT ou lado de BT, qual for mais
conveniente. Sendo assim, ao refletir os parâmetros do primário para o secundário, temos
a FIGURA 85.
Com base na figura 86, pode-se analisar o comportamento da tensão, sob o ponto de vista
fasorial ou utilizando-se de equações matemáticas em regime permanente.
DEFINIÇÃO: REGULAÇÃO DE TENSÃO É A RAZÃO ENTRE A DIFERENÇA DE TENSÃO A
VAZIO, ATÉ A PLENA CARGA, PELA TENSÃO A PLENA CARGA, EQUAÇÃO 3.
𝐸𝐸2 −𝑉𝑉2
R% = *100
𝑉𝑉2
64
Figura 86 - Diagrama fasorial para carga resistiva.
Este tipo e carga, tem uma particularidade que, pela nomenclatura o deslocamento é no
sentido anti-horario, figura abaixo.
65
Figura 88 - Diagrama fasorial para carga capacitiva.
Neste caso, quando observarmos a equação para determinarmos a E*2, o sinal que antes
era positivo, ficou negativo, fazendo com que a parcela da queda na reatância indutiva
do transformador, fosse diminuída e não somada, implicando em uma regulação menor.
𝐸𝐸2 = 𝑉𝑉2*cos 𝜃𝜃2 + 𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒2*𝐼𝐼2 + j(𝑉𝑉2*sin 𝜃𝜃2 - 𝑋𝑋𝑒𝑒𝑒𝑒2 *𝐼𝐼2 )
Equação 45- Tensão no secundário para cargas capacitivas.
Conceitualmente, pode-se afirmar que a corrente com característica capacitiva, não cria
um fluxo desmagnetizante no transformador, como é o caso da corrente resistiva e
indutiva, dai, o uso do capacitor, para compensar os reativos indutivos e elevar o nível
de tensão nos barramentos.
Regulação negativa significa conseguir um valor de tensão aplicada menor que a tensão
induzida (com efeito de ângulo). O que altera a regulação é basicamente o ângulo da
carga.
Para uma melhor regulação tem se que mudar o TAP e aumentar a tensão no alimentador
ou a carga.
66
Figura 90 - Curva de carga de consumidor residencial.
Esses gráficos são importantes para saber como o transformador está trabalhando e se
precisar qual seria a melhor regulação destinada a ele.
67
Figura 93 - Regulador de tensão monofásico.
Neste caso o TAP muda o número de espiras para regular a tensão eficaz.
𝑽𝑽𝒆𝒆𝒆𝒆
𝝋𝝋𝒎𝒎á𝒙𝒙 = 𝟒𝟒.𝟒𝟒𝟒𝟒∗𝑵𝑵∗𝒇𝒇
68
Figura 97 - regulação TCUL
AUTOTRANSFORMADOR
16 P CIMA – 16 P BAIXO
10 % PASSO DE 0.625 %
8.2.RENDIMENTO
Os transformadores sempre que possível, devem operar com rendimento máximo, para
tanto, deve-se adequar seu tipo construtivo para cada aplicação, por exemplo, rede de
69
distribuição e sistema de potência. Estudos mostram que o rendimento máximo de um
transformador, ocorre quando houver a igualdade entre a potência consumida nos
enrolamentos e a potência consumida no núcleo. Pelo fato de que as perdas no núcleo
não variam, pois, mesmo a vazio o transformador deve estar com tensão nominal e
consequentemente, perdas plenas W10, enquanto que as perdas nos enrolamentos, variam
com o quadrado da corrente secundária. Posto isto, as perdas nos enrolamentos é que
deve igualar as perdas no núcleo, e então, dependendo da característica construtiva do
transformador, ele pode te5r rendimento máximo a plena carga ou a meia carga. Os
consumidores residenciais têm um perfil médio de carga, mostrado na FIGURA 99.
Neste caso, predominantemente a carga varia na faixa de 0,4 KW, recomendado que o
transformador tenha rendimento máximo nesta faixa de corrente, ou seja, fora da plena
carga. Este valor pode representar a meia carga de um Transformador de distribuição,
por exemplo.
Então pode-se afirmar que conhecer o perfil de carga do consumidor, é condição sine
qua non para um bom rendimento dos transformadores. Outro caso, comum, são os
transformadores de potência ou força, cuja carga a alimentar, são linhas de transmissão
(LT) que invariavelmente estão operando a plena carga. Estes transformadores, são
fabricados para operar nesta condição, ou seja, W10 = WCC, conforme mostra a curva do
rendimento da FIGURA 101.
70
Figura 101 - Rendimento em função da carga
Como pode-se observar na FIGURA 101, a medida que o transformador vai assumindo
mais carga, o seu rendimento só aumenta, chegando ao máximo, quando estiver a plena
carga.
9. AUTOTRANSFORMADORES
9.1.DEFINIÇÃO
PELA NORMA NBR 5356, É UM TRANSFORMADOR NO QUAL, OS
ENROLAMENTOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS, TEM CERTO NÚMERO
DE ESPIRAS EM COMUM.
São também conhecidos como, transformadores com um único enrolamento;
transformadores com uma ligação física entre o primário e o secundário.
Todas as denominações estão corretas, como pode-se ver na representação de um
autotransformador abaixador, FIGURA 102.
9.2.RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
Nesta equação, pode-se observar que o enrolamento N2, faz parte do primário e do
secundário, simultaneamente, o que implica em uma diferença construtiva entre o AT e
o TR. Por esta rqazão, a relação de transformação do AT, segundo os fabricantes, não
deve exceder a 1:3 *. Esta restrição se deve ao fato de que o enrolamento N2 (no caso
abaixador), deve ter isolação elétrica para a tensão total do primário, fazendo com que o
enrolamento N2 necessite de uma isolação reforçada, e isto gera custo de fabricação.
9.3.TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA
Partindo da premissa que há uma ligação física entre o primário e o secundário e
utilizando dos mesmos conceitos dos TR, podemos chegar a uma equação, que vai
mostrar as parcelas de potencias transferidas do primário para o secundário no AT.
Observe a sequência das equações abaixo,
𝑉𝑉1>𝑉𝑉2 𝐼𝐼2 >𝐼𝐼1
𝐼𝐼2 = 𝐼𝐼1 +𝐼𝐼𝐶𝐶
𝑉𝑉1*𝐼𝐼1 = 𝑉𝑉2*𝐼𝐼2
𝑉𝑉1 = 𝑉𝑉𝑝𝑝 + 𝑉𝑉2
72
1 - Partida de Motores;
2 – Fonte de alimentação em laboratório (variador de tensão);
3 – Interligação de sistemas em LT.
1 - Na partida com carga, os motores, solicitam do alimentador, uma corrente acima
da nominal. Esse aumento repentino de corrente nos alimentadores, não é
interessante, pois, se forem muitos motores partindo ao mesmo tempo, pode levar ao
afundamento de tensão nesse barramento. Para evitar ou minimizar este efeito, são
utilizados diferentes métodos de partidas de motores, como, chave estrela/triangulo,
chave soft starter, e autotransformadores FIGURA 104, A e B.
𝑁𝑁1 𝑉𝑉 600 1
= 𝑉𝑉1 = 1200 = 2
𝑁𝑁2 2
CARACTERÍSTICAS
𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶 Resistência equivalente cc menor, menos espiras, enrolamentos mais
próximos além disso o fluxo de dispersão é menor logo a resistência equivalente cc
também é menor.
𝑋𝑋𝐶𝐶𝐶𝐶 Pelos enrolamentos estarem mais próximos o fluxo de dispersão é menor
logo a reatância de curto circuito também é menor.
𝑊𝑊𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑊𝑊𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶 *𝑖𝑖 2 já que𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶 diminui então𝑊𝑊𝐶𝐶𝐶𝐶 também diminui.
𝑊𝑊10 Depende do comportamento do núcleo, em um autotraformador o núcleo
é menor, como as perdas do núcleo dependem do volume então essa potência também
diminui.
Rendimento maior, porque tem menos percas.
Nível curto maior: a tensão nominal e o curto no secundário aumenta a temperatura,
tensão e vibração.
Isolação reforçada: um enrolamento de 110 [V] deve suportar 220 [V] do outro
enrolamento.
Ligação física: toda ligação física é um elo fraco.
APLICAÇÕES
I. Partida de motores: para diminuir a alta corrente de partida do motor.
II. Variador de tensão: varivolt.
III. Se [ 138/ 230 KV ] interligação de linhas de transmissão níveis de tensão próximos.
73
Ao AT são uma opção para reduzir a tensão no motor de 80% – 65% da tensão nominal,
durante a partida e logo em seguida, o motor volta a ser alimentado com tensão nominal.
A B
Figura 104 - - A: DIagrama Partida de motor B: AT
74
10. PARALELISMO DE TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS
10.1. Objetivos:
o Aumentar a potência nominal do conjunto
o Aumentar a confiabilidade do sistema
o Diminuir o tamanho das unidades
O aumento da potência se dá através do aumento da corrente total fornecida à carga,
uma vez que, como o próprio nome diz paralelismo, a condição é de mesma tensão. A
confiabilidade vai aumentar devido a quantidade de transformadores em paralelo, sendo
que, com a saída de uma ou duas unidades, os demais transformadores podem assumir
quase que a totalidade da carga, garantindo uma continuidade do fornecimento de energia.
A diminuição do tamanho das unidades, se deve a facilidade de manuseio,
manutenção e transporte dos transformadores menores em relação aos de maior
dimensão.
10.1.1. Tipos de paralelismo:
o Somente no primário;
o Somente no secundário;
o Em ambos os lados;
10.1.2. Somente no Primário:
O paralelismo somente no primário, é o tipo mais simples de conexão em paralelo,
pois, só requer que as tensões primárias sejam iguais. Não requer que as potências
nominais nem as impedâncias equivalentes sejam iguais. Neste caso, os secundários
dos transformadores não compartilham cargas entre si, permitindo que cada
transformador trabalhe de forma quase que independente. Este tipo, está representado
na Figura 106, onde pode-se observar que as cargas são completamente independentes
e que os primários de cada transformador, assumem
75
apenas sua própria carga, independentemente dos demais transformadores. Este é o
típico exemplo de paralelismo da rede de distribuição, onde os transformadores
normalmente são de potencias e impedâncias diferentes.
10.2. Somente Secundário:
O paralelismo somente no
secundário, Figura 107, requer mais
parâmetros para análise, além das
tensões nominais secundárias.
Deve- se analisar, as impedâncias
equivalentes dos
transformadores versus
potencias nominais e a razão
reatância/resistência, ou o arco
tangente de (X/R). As
Figura 107 - Conexão de transformadores em paralelo somente no secundário
76
umas das outras para evitar o aparecimento de uma corrente chamada corrente circulante.
A Figura 108, mostra dois enrolamentos com tensões diferentes e ao conectarmos os
terminais H1 com H1’, haverá o aparecimento da referida corrente, Figura 109. Esta
corrente é diretamente proporcional a diferença de tensão e inversamente proporcional a
soma das impedâncias dos transformadores. Desta forma, quanto maior for a diferença
de tensão entre os terminais secundários, maior será a corrente circulante. Esta corrente não
deve exceder a 5% da corrente de excitação, (I10 = 5% de IN). Quanto maior for a corrente
circulante, menor será a corrente fornecida à carga pelo transformador, em caso de
fornecer à
77
Vale lembrar que, a diferença de potencial entre os terminais secundários
desaparece assim que a corrente circulante passa a existir. Esta corrente faz com que o
transformador de menor tensão nominal tenha uma elevação de tensão, portanto, cria um
fluxo magnetizante e o transformador de maior tensão, tenha sua tensão reduzida (Fluxo
desmagnetizante). Vide Figura 109.
Este paralelismo requer uma análise relacionando as potências nominais com
as impedâncias equivalentes dos transformadores, da seguinte forma: transformadores
com impedâncias diferentes assumem cargas diferentes e transformadores com
impedâncias iguais assumem igualmente a carga. No caso de impedâncias diferentes,
o módulo da corrente será inversamente proporcional ao da impedância, em outras
palavras, pelo transformador de menor impedância circulará maior corrente e
naturalmente pelo transformador de maior impedância circulará menor corrente. Desta
forma para que transformadores de impedâncias diferentes devem ter potências
nominais diferentes e inversamente proporcionais as suas respectivas impedâncias para
fornecer suas potências nominais à carga.
10.2.1. Primário e Secundário:
O paralelismo em ambos os lados, basicamente opera com as condições
simultâneas do que foi mencionado para os casos só no primário e somente no
secundário. Neste caso os transformadores deverão ter tensões nominais iguais
primárias, tensões nominais secundárias iguais e potências nominais compatíveis
com suas respectivas impedâncias, procurando sempre fornecer às cargas as respectivas
potências nominais de todos os transformadores conectados.
Parâmetros de análise:
I. Tensões nominais: relação de transformação (α≤ 0,5%), polaridade.
II. Impedância de curto circuito e razão X/R.
III. S nominal e 𝑍𝑍𝐶𝐶𝐶𝐶 .
TESNÕES NOMINAIS:
78
Figura 111 - REPRESENTAÇÃO DAS TESNÕES NOMINAIS
É necessário que as tensões primárias sejam iguais para garantir nas cargas suas tensões
nominais. Para o caso de paralelismo apenas no primário𝑍𝑍𝐶𝐶𝐶𝐶 e 𝑆𝑆𝑁𝑁 não influenciam.
79
11.TRANSFORMAÇÃO TRIFÁSICA
A transformação trifásica proposta por Tesla em 1890, veio permitir a transferência
de grande bloco de energia de uma região para outra, a longa distância, associado a
outros equipamentos, é claro. A ligação trifásica, permite que o sistema se torne
economicamente viável quanto maior o nível de tensão e consequentemente potência, se
comparado ao sistema monofásico. Sabe-se que quanto maior a potência, menos a
corrente e com o sistema trifásico, este fato é mais significativo, ou seja, menores
correntes, não requer estrutura de sustentação e cabos de energia, tão grandiosos,
como seria no monofásico.
81
11.1. Tipos de conexões
A Norma Brasileira (NBR 5356) determina os seguintes tipos de conexões:
• Em estrela ou Y (três ou quatro fios);
• Em triângulo ou delta;
• Zig-zag (três ou quatro fios);
A ligação estrela, Figura 115, é caracterizada por unir três terminais de
polaridades iguais.
11.2. Nomenclatura
A Norma Brasileira também determina que, os terminais dos transformadores
devem ser identificados: baixa tensão com a letra X e a alta tensão com a letra H. Os
terminais de entrada (alimentação) e os terminais de saída (carga), devem ser
identificados com o sub índices 1, 2 e 3. Também conforme a NBR, os transformadores
nacionais devem ser do tipo subtrativo (entrar por polaridade positiva e sair por
polaridade positiva), configurando dois grupos de ligações, a saber:
• Grupo 1: este grupo compreende os transformadores cujo ângulo (no
sentido horário) de defasamento entre H1 H0 / X1 X0 seja igual a 0°. As
ligações deste grupo são:
Estrela/estrela;
Triângulo/triângulo;
Delta/zig-zag;
83
Por exemplo Y/Y:
Delta/estrela;
Estrela/delta;
Estrela/zig-zag;
Como foi dito, para a identificação dos terminais serão utilizadas as letras H e X, e
as ligações serão identificadas da seguinte forma:
• D – Delta alta tensão............d – Delta baixa tensão;
• Y – Estrela alta tensão......... y – Estrela baixa tensão;
• Z – Zig-zag alta tensão ......... z – Zig-zag baixa tensão;
Exemplo 1: transformador triângulo/estrela abaixador, caso da rede de distribuição.
Dy1
Exemplo 2: transformador estrela/estrela elevador.
yY0
Os sub índices 0 e 1, quando multiplicados por 30, nos informa o ângulo ao qual
pertence o grupo do transformador.
84
11.3. Funcionamento à azio e Com Carga
S 3Ø = √3 VL x IL
No princípio de funcionamento a vazio e com
carga, os transformadores trifásicos e os bancos de
transformadores, se comportam
igualmente aos
transformadores monofásicos. VL=VF
85
12. Harmônicas na Transformação Trifásica
Este tema é muito importante, para entendermos alguns fenômenos que ocorrem na
transformação trifásica, como por exemplo, a elevação abrupta da tensão (V3H + VF), o
porquê da utilização de transformadores de três enrolamentos em sistemas de potência,
para evitar esta sobretensão, entre outros.
86
Figura 121 - Correntes equilibradas e seus harmônicos
por sua vez irão induzir tensões de mesma ordem, tanto no primário quanto no
secundário, neste caso, a resultante das tensões de fase no primário, serão levemente
deformadas, sendo que as tensões de linhas, permanecerão absolutamente inalteradas,
porque as tensões de terceira ordem estão em fase também.
87
induzir tensões de terceira ordem, tanto no primário quanto no secundário. Como foi
afirmado anteriormente, estas correntes em fase, criam fluxos em fase e
consequentemente induzem tensões em fase, não aparecendo nas linhas do primário
(Figura 123).
Nestes dois casos de estrela aterrada ou delta no primário, não há problemas em
relação as tensões de terceira ordem, nem no primário (fonte), nem para o secundário
(carga) Figura 124 (a)).
corrente de terceira ordem) e assume uma nova forma, e esta nova forma da corrente de
excitação, também ao ser decomposta, dará origem a uma nova corrente de terceira ordem
que, criará um fluxo, não em fase com o fluxo fundamental, mais, sim defasado, dando
origem a uma tensão por sua vez, também defasada, conclusão: VF + V3H(nova) + V5H
+....= SOBRETENSÃO, Figura 124 (b).
i3H. Isto ocorre pelo seguinte, toda vez que o primário produzir um fluxo de terceira
ordem, irá induzir tanto no primário, como secundário, uma tensão de terceira ordem,
porém, esta tensão nos terminais do secundário em delta, irão dar origem a correntes
de terceira ordem, que segundo, Lenz, vai criar um fluxo contrário a causa que lhe deu
origem, portanto, este fluxo de terceira ordem do delta, praticamente anula o
88
fluxo no primário, fazendo com que o nível de tensão do sistema permaneça sem
alteração significativa.
Em sistemas de grandes blocos de energia, onde a transmissão é muito longa, e
necessita de uma elevação de tensão de geração e transmissão, é comum, utilizar-se de
uma transformação com três enrolamentos, sendo um primário (fonte) ligado em estrela
aterrada, um secundário em estrela aterrada (carga principal) e um terciário ligado em
triangulo (carga secundária), cujo papel fundamental, é impedir que haja a sobretensão no
sistema, caso haja, um rompimento do neutro do primário. Figura 126.
89
banco de transformadores, sem aterramento, é sobretensão na ordem de 17%, segundo a literatura.