Professional Documents
Culture Documents
DL 281-99
DL 281-99
o 172 — 26-7-1999
na redacção atribuída pelo Decreto-Lei n.o 74/86, de a) O transmitente faça prova de que está requerida
23 de Abril, foi mantido em vigor por força do n.o 6 a licença de utilização;
do artigo 3.o do Decreto-Lei n.o 321-B/90, de 15 de b) O transmitente declare que a construção se
Outubro. encontra concluída, que não está embargada,
A disposição do seu n.o 1 daquele preceito tem sus- que não foi notificado de apreensão do alvará
citado duas interpretações opostas: segundo uns, a de licença de construção, que o pedido de
expressão «licença de construção ou de utilização, licença de utilização não foi indeferido, que
quando exigível» significa que a escritura pública que decorreram mais de 50 dias sobre a data do
envolva a transmissão da propriedade de prédios urba- seu requerimento e que não foi notificado para
nos pode ser celebrada desde que uma das licenças seja o pagamento das taxas devidas.
exibida, aludindo a expressão «quando exigível» aos pré-
dios para cuja construção a lei não obrigava a licen- 2 — Nas subsequentes transmissões de fracções autó-
ciamento; segundo outros, a mesma expressão não atri- nomas, de prédios constituídos em regime de proprie-
bui valor equivalente àquelas licenças, querendo signi- dade horizontal, o transmitente apenas tem de fazer
ficar que deve ser exibida a licença que, em concreto, prova de que foi requerida a licença de utilização e
couber, ou seja: a de construção, no caso de a compra declarar que o pedido não foi indeferido nem a licença
incidir sobre prédio em construção; a de utilização, se emitida no prazo de 50 dias sobre a data do seu reque-
respeitar a prédio já concluído. rimento e que não foi notificado para o pagamento das
A divergência, pelo seu relevo no tecido económi- taxas devidas.
co-social, carece de aprofundada reflexão e inserção na
3 — No caso da transmissão de fracções autónomas
sistemática normativa do regime de licenciamento de
de prédio urbano alienado a diferentes condóminos nas
obras particulares, pois é, por excelência, nesse domínio
que a norma em causa decisivamente interfere. condições do n.o 1, são sempre responsáveis solidaria-
Entretanto, importa transitoriamente superar os efei- mente pela obtenção da licença de utilização o titular
tos gravemente nocivos de tal diferendo interpretativo, do alvará da licença de construção e o primeiro
o qual, no segundo termo da alternativa, pode invia- transmitente.
bilizar a transmissão de milhares de prédios urbanos; 4 — Na transmissão de prédios urbanos que o alie-
do mesmo passo, é necessário pôr cobro à incerteza nante declare como não concluídos, com licença de cons-
em que se encontram numerosos adquirentes de frac- trução em vigor, ou na situação dos edifícios inacabados
ções autónomas transmitidas apenas mediante licença prevista no artigo 73.o-A do Decreto-Lei n.o 445/91, de
de construção. 20 de Novembro, na redacção dada pelo Decreto-Lei
Até melhor estudo, de carácter mais genérico, opta-se n.o 250/94, de 15 de Outubro, é bastante a exibição
por uma solução que, salvaguardando os limites razoá- do alvará de licença de construção, independentemente
veis de segurança do comércio jurídico, vá de encontro do seu prazo de validade.
às compreensíveis preocupações de todos os interes- 5 — O disposto no número anterior não é aplicável
sados. à transmissão de fracções autónomas de prédios urbanos
Assim: constituídos em propriedade horizontal nem a moradias
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da unifamiliares.
Constituição, o Governo decreta, para valer como lei 6 — O notário deve consignar no documento o
geral da República, o seguinte: número e a data de emissão da licença de construção
e o respectivo prazo de validade, bem como a adver-
Artigo 1.o tência aos outorgantes sobre o teor dos n.os 2 e 3 do
Apresentação da licença de utilização
presente artigo e do artigo seguinte.