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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES)

CENTRO TECNOLÓGICO
ELETROMAGNETISMO II – (ELE08502)

PROJETO: ANTENA DE MICROFITA

Antonio Drago Caetano


Gabriel Izoton Sadovsky
Samuel Caetano Gamonal

Carlos Eduardo Schmidt Castellani

Vitória 2018
1. Introdução

As primeiras ideias sobre antenas em microfita datam de 1955, mas foi a


partir da década de 70 que os primeiros protótipos foram efetivamente fabricados e
utilizados. Isso ocorreu devido ao surgimento de substratos com baixas perdas,
boas propriedades térmicas e mecânicas, e novos processos de fabricação, como a
fotolitografia.
Em sua forma mais simples, a antena de microfita consiste de uma placa
condutora sobre um plano terra, separados por um substrato dielétrico. Essas
antenas são finas, em perfil, e facilmente aplicáveis a comunicações móveis.
A geometria da antena tipo patch é mostrada na figura 1. A camada
dielétrica, também chamada de substrato dielétrico, pode ser constituída por
materiais dielétricos isotrópicos, por materiais dielétricos anisotrópicos, dentre
outros. A constante dielétrica de um substrato é um parâmetro de grande
importância que influi na frequência de ressonância de uma antena. Além desta
última, a largura de banda e o tamanho da antena dependem consideravelmente da
permissividade elétrica do substrato.

Figura 1 - Antena de Microfita com patch retangular.

Existem também outros tipos de geometrias para antena, porém neste


trabalho será construído um protótipo retangular e portanto será concentrado nos
ganhos e particularidades deste formato.

O princípio de funcionamento baseia-se no fato de que, ao ser conectada


uma fonte de ondas eletromagnéticas, as cargas se distribuem nas faces superior e
inferior da antena, assim como no plano terra. As cargas de sinais opostos revezam
suas posições com o decorrer do tempo, gerando densidades de corrente em
ambas as faces. O campo elétrico resultante desse fluxo de cargas têm sua
componente ortogonal ao plano da antena e é irradiado. A função do plano terra é
modificar o diagrama de irradiação.

2. Objetivos

➔ Evidenciar na prática a teoria assimilada em sala de aula;


➔ Construir uma antena de microfita tipo patch capaz de captar e/ou transmitir
frequência na faixa de 470 a 806 MHz, faixa esta utilizada pelo Sistema
Brasileiro de TV Digital (SBTVD). ;
➔ Desenvolver um protótipo de baixo custo, compacto e eficaz.

3. Modificações
Realizando pesquisas antes da construção do projeto que foi encontrado uma
desvantagem de uma antena de patch retangular, uma vez que o mesmo limita
bastante a largura de banda. Fato que representaria um problema no nosso projeto,
pois era previsto alcançar a maior quantidade de canais de TV Digital, onde era
preciso uma faixa de 470 a 807 MHz aproximadamente.
Portanto para melhorar este parâmetro foi escolhido modificar a geometria do
patch e do plano terra, foi construído então um modelo de patch irradiador em
grades.

4. Metodologia

O projeto desenvolvido foi uma reprodução do projeto contido na dissertação


de mestrado de José Haroldo Cavalcante de Morais (UFRN, PGEE: 336. Natal,
dezembro de 2011), que têm como base o artigo: C. Y. Chi, K. L. Wong e S. W. Su,
Grating Monopole Antenna for DVB-T Applications, IEEE Transactions on
Antennas and Propagation, 56 (6), p.1775-1776, 2008.

A antena de microfita possui nove grades impressas e plano terra côncavo


com finalidade de ajustar as características de largura de banda de operação e
impedância de entrada da antena.
Para realizar esse projeto o primeiro passo foi produzir o desenho do patch e
do plano terra que seriam impressos sobre uma placa de fenolite. Para encontrar os
valores da dimensão da antena foram feitos os seguintes cálculos utilizando o
modelo de linha de transmissão :
● Frequência de operação fo = 600 MHz
● Constante dielétrica do substrato εr = 4.4
● Altura do substrato dielétrico h = 1.5 mm
1. Cálculo da largura (W):

Assim, substituindo os dados obtemos W = 15,18 cm

2. Constante dielétrica efetiva(ε ref )

Assim, substituindo os dados obtemos ε ref = 4,1

3. Comprimento efetivo ( Lef )

Assim, substituindo os dados obtemos Lef = 3,92mm

4. Extensão( Δ L)

Assim, substituindo os dados obtemos Δ L= 0,07 cm


5. Comprimento real (L)

Assim, substituindo os dados obtemos L = 3,78 cm


Após cálculos e dimensionamentos feitos, o desenho foi produzido no
AutoCad para posterior impressão.

Figura 1 - Projeto da trilha para a confecção da antena

O modelo com 9 grades não foi escolhido por acaso, para atingir a largura de
banda do sinal DTV foi a configuração encontrada que se tornaria mais eficaz, ao
fazer análise da Figura 2.

Figura 2 - Área e banda operacional de algumas antenas planares DTV.


Com o projeto da antena pronto, o mesmo foi transferido para a placa de
fenolite dupla face, ou seja, neste projeto em uma mesma placa de um lado ficou o
patch irradiador e na outra face ficou o plano terra. A transferência do circuito para a
placa foi feita através de processo térmico utilizando folha de papel couchê e um
ferro de passar.

Figura 4 - Fotos da antena, à esquerda plano terra, à direita patch irradiador.


Foram realizar algumas tentativas até que o circuito ficasse totalmente
impresso na placa, em seguido a placa foi corroída com percloreto de ferro para
retirar o excesso de cobre e ficar na mesma apenas o projeto da trilha da antena,
como pode ser visto na Figura 4.
A conexão da placa com o cabo coaxial foi realizado através de solda e
jumpers, uma dificuldade encontrada foi obter contato no terra, devido ao fato do
terra do cabo coaxial ser de alumínio, onde a solda não é bastante eficaz.
Entretanto foi possível com jumpers realizar a conexão.

5. Características da Antena

➔ Substrato: O substrato utilizado nessa antena é a própria placa de fenolite,


que separa o patch irradiador do plano terra, esse material possui
permissividade dielétrica de 4,4, e nesse projeto possui uma espessura de
1,5mm.
➔ Frequência: A antena foi projetada para atender a faixa de 470 a 807 MHz,
com frequência central em torno de 600 MHz.
➔ Impedância de Entrada: A impedância da antena foi ajustada para que, na
frequência central de operação, obtivesse valor de 75 ohms, similar ao cabo
de alimentação e aparelho televisor, para que obtivesse maior transferència
de potência. Para tal, o dimensionamento do plano terra foi realizado e
concluiu-se que este deveria possuir área total de 14,7 cm² .

6. Resultados e Discussão

Após o projeto da antena finalizado, foi realizado testes em televisores com


conversor digital, a fim de verificar os canais obtidos. Foi possível captar 12 canais
digitais, os mesmos são dispostos na Tabela 1.

Canal Virtual Nome Frequência

04.1 TV Gazeta 521,143 MHz

06.1 TV Vitória 617,143 MHz

07.1 TV Tribuna 641,143 MHz

18.1 RedeTV 491,143 MHz

19.1 TV Câmara 503,143 MHz

19.2 TV Assembléia 503,143 MHz

19.3 TV Senado 503,143 MHz

31.1 TV Cultura 569,143 MHz

36.1 Rede Vida 599,143 MHz


41.1 RCI 635,143 MHz

47.1 Novo Tempo 672,173 MHz

50.1 Rede Brasil 688,173 MHz


Tabela 1 - Frequências de operação dos canais de DTV.

Além dos resultados encontrados representando o real motivo da construção


da antena, que era captar canais digitais, foi realizado medições a respeito do
comportamento da antena para didática do aprendizado durante o curso.
Primeiramente com auxílio do analisador de espectro foi possível fazer uma
varredura de 350MHz até 800MHz, representando a faixa para TV Digital.
Foi possível obter uma estimativa da potência recebida dada a faixa de
frequência, onde pode se encontrar o valor de maior pico em 500Mhz, próxima a
frequência central estipulada para antena. O valor de potência encontrado foi de -
55dBm já considerando a atenuação do analisador de 10dB.
Convertendo esse valor para Watts temos 3.162nW

Figura 5 - Analisador de espectro

7. Bibliografia e Referências
C. Y. Chi, K. L. Wong e S. W. Su, Grating Monopole Antenna for DVB-T
Applications, IEEE Transactions on Antennas and Propagation, 56 (6), p.1775-
1776, 2008.
C. Zebiri, F. Benabdelaziz, M. Lashab., A Novel Grating Monopole Antenna
(with defected ground plane) for DVB-T application

SADIKU, Matthew N. O. Elementos de eletromagnetismo. 3 ed. Porto Alegre:


Bookman, 2004. Viii, 687 p. ISBN 9788536302751 (enc.)

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