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O governo dos povos Laura de Mello e Souza, Junia Ferreira jairacteone Maria Fernanda Bicalho (orgs.) ——Stt o a ra assistente: ‘Marilia Chaves: ff rol Luciana Santoni € Flavia Yacul as Ret je: Marta Chas Capa: Maria Chaves eee pangs cATAIOGACAONAHONI CS Nh DOS EDITORES DE LIVKOS, RI Gi 6 goer dospoves/ Laura de Mello e Souza, [nia Ferreira Furtado, Maria Fernanda cath eganzadres~ So Pau : Alameda , 2008. Inclibibiogatia ISBN 978-85.98325.94-1 1. Basil - Hisria-Priodo Colonial, 1500-1822. 2. Portugal - Colonias - América ~ Histor. 3. Bra - Usos costumes I.Souza, Laura de Mello e, 1953-. Il. Furtado, Jnia Feet. I Bialho, Maia Femand 0.1088, DD: 981.03 Cou: 94(81)"1300/1822" 1103.09 1303) ee 011456 SUMARIO APRESENTACAO Pager [= HisroriocRaria Jaime Cortesao e Paulo Prado “as afinidades eletivas” na leitura da meméria do Império. ¥ Ana Liisa Lana Nemi fis gees wuilollépoctsignam''s uxpanaic-poclugesa? Antnio Manuel Hesparha nismo nos tespicos. Politica e Administragao colonial © problemas ¢ perspectivas. Laura de Mello ¢ Sousa Da colonia a0 império um pereurso historiografico, Maria Fernanda Bicalho Didlogos Oceanicos Minas Geraiee ae novas abordagens para o no século XVIII. pério maritime portug Hina Ferreina Furtado Pante IT - Represexracors mprimiy, regular, negociar lementos para o estudo da relagso entre Cy ae tudo da relagao entre Coroa, Ana Paula ¢impressores no mundo Portugu res Mestiani I (1500-1640) 19 39 63 a1 107 131 Por que é que foi “portuguesa” a expansao portuguesa? ou O revisionismo nos trépicos Anténio Manuel Hespanha’ Introdugao* 0, & preciso, de fato, Depo sinteses interpretativas dos anos 40, 50 ¢ 61 voltar a ve sas em ponto grande, integrando as continua contribuigies setori aises tem vindo a trazer nos tiltimos anos sobre 0 colo~ \ Ye yo Na verdade, a consciéncia cada vez mais forte de que 0s processos historicos em \\ ndo dominado por Portugal durante os séculos XVI a XVIII apresen- L oo entre si no constitui uma resposta ade- | xy que nialiemo portugues. curso no vasto mu nevitavelmente muito diferentes ] do processo historico da “expansao portuguesa’. taram perfis quada a questao da definigao estrutural » contraditérios — freqaentemente conduzidos Pelo contrario, estes resultados dispers os da micro-historia — poem, ainda com mais énfase, a questao undo os padro car, com as cautelas devidas, alguma generalizagao” de de evitar o mapa 1:1 ¢ de e: + da Faculdade de Direito, Universidade Nova de Lisboa te texto serviu também de ura do Coléquio “O espago atlantico de LCT, Lisboa, 2 a5 de novembro de 20! eda alternativa de estudar este a partir do centro ade de complementar a micro-historia politica ~ que los micro € nao em da proferida na sessio de hace a uma conferéncia mais dese! Antigo Regime: pode 1s ¢ sociedades’, org. pelo aby CHAM-FCSH-UD 3 Justamente a propésito da histéria do poder vi realga a nee generalizadoras, embora apoiadas {como “0 espirito do povo italiano’, a que aqui juntariamos pirito de eruzada’, econquita’, “identidade a das periferias, G. L cle defende ~ com interpretagd est ou incontrolav *.incretiemo cultural tipico dar no * MABIA FERNAND A BioALHO (o mune Mma ESN2A Wa Fesmes PUTA ja, 4 questto da ug sakes porque € que foi “portuguesa” # expantbo Pos objet hit sabe: eine de wrava, para alem de uma dimensio semimitise ito enfatizada, sobretudo, na altima fase| rede ica, salientando a habituacao a po tras etnias, sobretudo do sul, no ambient nento tem sido recorrentemente recuperado;" * 1 ate and the microistovcal pape lore) Migechichte — Maloeichiht:homplomcntr ad sera ar Schuh istra coloil de Ears De tat de Gilkerto Freie, presentadas mai mms do mild portage sum compe bo V Centens de intsyasis de ; rac de poe aut i tao, ao topical do Infante D. Hentique, 1961. Ss # Orlando Riki oes a. rum simpaizante,emboea onal para ae Come= I pipublicacoes! “The legal the © GovERNO DOS POVOS crelita a mesma propensto pares interarem ne aoe quais Freyre, aparenteme tao fundat saudavelmente de das situagie ‘a uma realidade empirica indes lade muitas vezes chamado de “Império", que in mesmo um espaso colonial portugues, por comodi dlurou no tempo e que custou a ser desfeito.” Muitos poderes e um sé “império” Jeovvdads 9 se retoma neste encontro € novamente wma rellexdo sobre a unida- bem como sobre a coreosrafia das forsas welando. Dedicarei uns Assim, o que # de do chamado “império e« centrifugas ¢ centripetas que onal portugu’ minutos a esbogar um guido para esta coreogralia. ‘Comeco por destacar of fatores que diversificam e, ao mesmo lempo, tornam come 1 portugu. opriado — 0 “governo mi plexas as relagdes de poder no expase col ——Comecemos pelo aparentemente menos apro uerra ¢ de governo militar, parece evosae bedigncia. Nada ¢ mais errado, s© nos el Jo século XVUL* Thandee cs desde logo, a contralidade, a disciplina e « iw ferimos 4 “guerra & portuguesa’, anterior aos 7 TQ artigo seminal para uma nova compreensao da complexidade das relapses de poder no imperi portugues fo o texto de Le Filipe Thomas. ‘A estrutura politics iva do Esta da vase XVI In De Cetra Tino Lisboa Dife, 1994 (Ired. 1988): retianem,- inistrativos, a sua idea hai Tnperiopolimdrlico no cu live mf a hit insti politico ainistatnas DP, 2001), endo apical ah C now ims, Cate, Lisboa CN= + (que tnha feado por abordar guns enviesamenton portaguis: Revi MLO Antige Regime me tips dine Janeins Civilieasto Braiica, 2001, pp: 163-188, racreagdes Ver um excophe mde Andrade Arruda. °O ema colonial no Brasil (1780-18307: Ie: Jo Editora Unesp! Edus 2000, pp. 107-80. uerra mets parao volume que coonlenei ime na Hissin mitre Portugal rigid pot 2003/2004. 1 Circulo de Leitore 2 VII). Rio de inperalpontgusesfscudoe XV Or puntos de vista dominates neste liv »,sahaetdo, a li anterior de 8 Para urn se (oo. ID, abrangen Thenwde B lagi Maca, 1995 (ante em: "Eatraturas UY - * Magia FERNANDA BICAL zu Junin Bexseaet PUTTS Laven Me sod demand militar deveriam ser mais sentralizadoy con stam Em principio ormalmente o vento tw dba guerra viva, Nas gue pelo vari dle Baka sie impede wie dechentels nem a ontatul a prvados de fungoee de recrutamento nemo conllitos de jurisd tact de servigo pro seres mit por inicativas los sngenho,e mobiliza ‘gin ca dsciplna fcam absolutamente em fra Enfim, uma grande balbirdis, - eee + turbulencia e confusio, qu Ivan de dcglin edo ripe de ile iplina e do rigor de vo, ds nad plo principio empl sto ccuropes, a dei il Mas mes um plan de guerra Conde de Lippe. * — Quanto a rite de estrita dis do ssculo XVI, com as re owerno civil, também ele ni Ho apresentaa aula centralidade da de e regulardade que estio ssquela ink analses das fem mnuilae vind, Reo rmulats de porte wo Andis, % Pétinas recentes de John Russel- Ji ae die pe ee (ibaa Ci 4s tinhen asm dow mene (© covERNe DOS POW 1 4 no carter “descerebfado” di Sio temas que me parecer fechado deve Nav insistirei, uma je dcinando de ser irdnico que vieser a tornarcte de povtida forma de governar as lonsinguas diferentes core uma intencionalidade que no praticaya, nem se con Reino, Meamo quando ~ como acontece ao period sels era porsivel praticavel, no miko do proprio pombaline =, Jane da teoria politi fom governo-dominado pelo rinse realizaylo, mesmo na metropole, $30 radicabments: concer Pati # come wdeal paradoxalmente, oF procemos de decisao. E: realmente, via para a des hue perplexidade ispositive di de opinides eda, um sofisticado (mae cstava as razdes para optar por ‘© tempo levou este dispositive «um apuro de famono de Leonardo Seiasia 1 que & governe copiava a justiga ~ ntraditério, a di ntado para fazer emersir Jento, aberto ¢ incerta) processo de decisi que, ‘40, nao manifestava andes para decidir 36a vonlasdoe discuss labirintica, tal que dew azo um testo to da adninistrasio jasndiionalista (neste tane,Toritw, 1970).* do nirovorsic pari toria colonial de Europa: De iberica nei secoli XVI e XVI: ln que 11 Permito-me remeter pata ost. artigo de J.-F, Schauby arbarie” ISTOR, 16 (2004) ¢ Idem, “La penisole Stal Stor, 36.1 (genaio-mareo 1995) tado brasileio, 1780-1880 Revista ebtrt tonal History. [20 10 2008), dom (ore) Dit m memoria, carta de pupolare« Bologna (XIV-XVIT mec) Bologna, Chek specs ma vast, dem. oe a patria Trobums della plebe © gm date dei pattie indreduarione del tps Cambridge Uaivernity Press, 2002p 4 28 fhalon.p 7. 29 thdom.p I O covERNo Do de riage, an sentido ‘Nesta concepgto, ha dica europa medial Ess dele 0 de “rindi de de emacs hee recone como atinemo expesalzade plicova a existncia de urna plaraliade de jridicer a, rlefnives pe lo Leal Senado. Iho ¢ a Fatima Gouveia.” bem como, para a Bahia, a uma re- vis'* o realyar destas fungies mediadoras dos isa bem diferente de ‘correias de transmissio” cevsa furyao qh wo, Fernanda Bi a xy de Pedror Pus ido por veres alirmado, Como essreve john “particular” im. das ordens do page, corn tambem ja soverno metropolitane centrlizade, impermeavel a reali- wrisdictionum) concorres use, porosas em relagic Ae mite impecton, por ess sbnepo foram capazes de exercer po sueiton a virias del a Na verdade, a liberalidade © gat um obséquio) + weeui les — que pola o Ont ambinavore prague, ita na dadiva(prestado un servi nodiicar ae pliticae proposes weit central era o de “es men le 1 (brokers), ne prow srdo favoravel entre duas park se ipediatamente um deve de retebuir com uma resompensa (uma mere vn virtude de dilagdes ¢infindavei Xc um pacto entre quem dé e quem res sem rece “Dai que, embora ni howvesse rel tos de gag criavam deveresquase-juridicolantdnas era a palavea — de o ~ para des A gvaga ~ do rei, mas tan al, mas eseencialmente juridic 30 nto estritamente in dos particulars, is q ~ tiava, assim, uma rede de pacts, de expectativas ‘edade tanto com as dada a supremacia de um dever que nasce de wm lonial The neg aque dior que o histori ou taher mesmo » estratural na 5 aD fis pena dae velinente fe nestricivel de pacts, expresso clivitos, de presente ot “nus” ou vestidoe 10 diriam os antigos jurist Andes, por estarem rent = da to 1 para resolver a questio to colonial” S Jonias, nomeadamente como argu daconguista ov da doasao papal. A sua prometendo henefic simples vantagem pessoal. As Cimarae, onde elas ‘que, realizando interesses comui formu suplementar ou vieariante do argumento hls domenica do Oren Bil lone, prepa Nagto ed 0.6 ido 6 caminho ificando identidade ra Macau, Almerindo Le: ° histvin «os homens de Primera Re mevindo Lesa A he a Charles ticas ainda mais vastas — Vira anon’ 5B Boer tase nn he + dele, ‘rope the municna coun 4 18, 1968. Para uma visto de dia’ ln: Kirti Chaar e Frances Bethener 1, 2e 3. Lishow: Citculo de Leitores, 1998 Unis Mi me mess pare ra Lisboa, ov sdarvente na dificil fae final dae 36 John Ruscl-Wood.“ «Paulo, vol 18, 1 Fenande Novae, Ptapale ca politi, ht Cae ada wane: Giutfre, 2002 Ants An : rel cand cmos made rl, fe medal (00-195 48 eages FURTADO * MARIA FERNANDA BICAUID fog seprit des lois, liv. XI, cap. 21) “re 5 em que o pact i Indes europe 4 catabelecia continamens scam Montesquiew (Def me iN fede logo, entre 08 vassalos © 08 ris (pana vjotionis) ~, em que 8€ COMPFAVA a profes renin pankola esta idéia de pacto foi used, com eevatrande alguma tradus3o nos préprios term ‘|oimocado, mai tarde, pelos proprios colonizad < direito que prometera manter. cia de um sistema politico tinico, riorosames Pelo contries entre a metropole e a c« nonwis hispanica ~ ¢ do seu Império —, @ malogrt sous a Monarguia aparecia como um conjunt pli worbonico do século XVI. Te francés ow hispas tanto européias com crosiva der ado por um aparcbe © provi ov scherano comum, a reduzido, cendo cada um dos rein de acordo com : ce provinsit suas props yer uri elhan ysolutiets representante do re damental entre metrspole eulteamar, 1 pscelho politico-administrativo. As se “com a coroa: nada de uma concepeio ab: ras flcura do pacto entre o rei e as comniels ‘evens limitasao muitua do poder do rei * lope ivstfcava toda uma sé ‘duos agravados, até a revolta, passat ‘ ‘+ tales 2 vantasense eo recipeocas ws melhores do que aquelas abel 9 Pato, Pay Amerie alta " ain 10-02" 1! Cheney, “Franc nment cos ferencelpapers/peaes9 linia» Met cite, 2003, pp. 33-60. (O GOVERNO Dos POVOS ate, pela suspensio da decisio real (ee obsdoce, pore no #8 toda a classe de negociasd oe ple), Ow seiaz nao uma situagao colonial Gnics, Juralidade imensa de 4 bilidad. entido mais estrito, cratas que, reagindo contra a concepgao imperial © monopalio rexida por um jnivo pacto, mas w jas, desemb. mensa de instan: pactos, entre uma pluralidad imensa dos deveres ¢ dos direitos, mutuamente seats temporal como semintico,« idéia de pasto col i colonialista nial reaparece com os fi lista, tentam demonstrar o erro das idéias de a do ponsamento mereanti ° aac tazia vantagens econdmicas” Jé de um ponte de vista “moral”, argumentava- dese injustiga do pacto colonial, em que as colBnias pagariam impostos ¢ servigos, dde-um {ato de pura sorte (0 “descobrimento’) ou por uma protege mais ow em virtude teorica do que pritica.*? Refiro brevemente esta genealogia da i A primeira 6 a de que existiu uma concep, basilar de que a constitu de pacto, no contexto colonial, para 10 antiga de realgar, sobretudo, duas coisas. pacto, extensiva as colonias, que nao se diferenciava da idé gio das metrépoles xe fundava em pactos, multiplos e com deveres reeiprocos ¢ varis= da é a de que © novo conceito daquilo que ¢ exposto por P. Prodi. A se se sim 6 proprio da teorizasao da situagao © posta (por isso, na realidade, pouco “pacticia’) que ex- sta metropolitana.*? solonial, referindo-se de pacto colonial, ow lateral a uma site ao colonial a beneficio da acumulagio capi primis a explor Tratanse, porém, de uma novidade — tal como a propria palavra colinia, neste nove lente © a0 servigo exclusive da metrspole."* Clare que tudo sentido de territério deps 41 CL. Anne-Robert-Jacques Turgot. “Mi cnvisager les suites de la querelle entre La de Mr. Tung. Paris: Delance, 1809, 460, ducing the american war of independence: a falbe dawn for enlightenment coemopolitaniem?” In: chttp:/iwww librarycompany.org/Economics!2003Conference/papers/peacs9620%20che~ ial deeviaria capitais de aplicagsies mais ney %20conf*2Opapeendl>, p. 8. © comercio col 1 renimentos facaie ficiaria dos wis stado pou rentaveis na indvatria, enquanto que 6 rato de que o pacto de eujeigdo andaria ligade a um pacto de proteyao aparece muito lana guerra, ou quando se podem mercds por erforge rilio da coroa, Para a discus 42 Fate argu awando se reclama da metripole a3 defers da terra, sobretude quando sem a Hema colonia, vero Jo de Chery wa biblioseafin i citada 43 CL, neste wntid, Jon Jobs poco equivocas ave fur *O sentido da coldnia |" eitado, com referénciae muito cos (no marxiame classico) de que ze parte + Guerra infouna que a yalaera colduia, com o acu gentide moderno mio aparece em expanhol « segunda metade do aver tunidade vinculad centimento de rc Xavier Guerra. La nacion mod E explica, « partir dag iependénc c reivindicayao de 51 aie rer Urine sinteat argumente que também aparece, embora eeporidica e ta Brasil colomal Ou sca, a multiplcidads, a diversi por vezes mesmo, a incompati primento de sdramatizava o Iilidade do pac um deles. Perdis corope de pc por wm ldo, soma zer0, os & deveres cenvolvia toda a sociedade numa teia simbis radi 1 Com ainda hoje, sabemos por expe pe, traiam a confianya dere or de ber vives confessar simultancamente sua fungao de bodes expistoris mo labeu popular de parasitas imtiteis out de estorvos da ast naturalmente benelica do re D. 3 que, queren “Liberdade”, ns sent tno de nic depe dey sac wer diretamente ¢ apen con vassalos gritas palavratinha na teoria pul outrem seni ‘nos uma manifestacdo de acoroa levava-os frequent dela, fazer sacrificios por anor do te moma flyona Patoril, 2008, ‘nt oomadar¢ entradas niin Alans Portugal A381 6 LOND). Sao Vs SY ERNO DOS POYOS: fom, que deveria ser recompensado, sob pena da dor d 5: na ser vorrespondido, orentimento d ; jria por nao. mmprir a outra parte do pacto, pudese tranalormar mum outro de ais de co tite de “Viva o rei 14.0 Povo’ Quando, nos ceulo XVI, s¢ come, a tentar articular uma politica na sociedad: iaturalidade do cumprimento dos pactos estabel © muito efetive para ‘natural’, cuja vidos (pact ctativas ou direitos que dai decorriam (uns quaesita, fundatac in- ). A nova politica, que nd ae bascava mais no bem comum, mas na prossest30 onstituigao se haseava 1. sunt sorcanda) © nas tio dls intoresse unilateral da mcteopole, avaliade nos termos que constavam ~ agora sim tac impor 110 208 valores tradicionais ( correepon- de que estava embebida a soviedade colonial). pela sua uilateralidade, causava tanta antipatia ~ da metafora, entre! lor (artificial) do i dentes aos miltiplos direitos e de ideia de como a idgia de per ase gu acto cole iam desencadear jas literarias em lonialisme iberico. Os fatores de unidade: ceshocei este ullin tema da natureza maltipactada da so para sublinhar © bem fundado daquelas interpretage> em chamado wma O maior detalhe com q siedade de Antigo Regime sak FURTADO * MARIA FERNANDA BICALo gy le pactos estruturava, m,o sistema colonial depodog sow Uma conte metropolitan) a pci crn, deort,rolorsada por outros -coramente, a referencia a um rei comu terrena mas elevada dajstiga, Fonte supre avalos, Por iso, a sua conte era, (por oposigao a sua “patria chica’). ‘erencia a um rei comum somava-se uma ‘cidadania comum’, no sei emembro de uma mesma dade politica, referida a um co m (no sentido antes referido). tin dado conta da com ma comm ee ss sobretudo, tem Como parte da idia dere nplica igualdade able de participacao politica (e, por dircitas ona “onalidade juridica ), Implica apenas um vito se denis natura dele Je oi ati " convo esrarlt "0 implica oportunidad mpi pra tindo domesticn comp e=posa, se nascen (Print do cones Gita Sod m a Cate Sodan 1 ton of ciel aciety, Berkley AI History; tom. Defining mations: mee [e,New Haven: Yale Univesity Pet 28 wat the new world In: John “shania, 2008, F © coverNo pos poves: di isposto am valha a verdade, an para o fim do livre II, Poren ~O uso diuturno © antigo de estar morar ate o di carta r nao existinde de orig nature de milagre pelo qual o rei nvday Tratava-se da aquisicao da quali ia todos a Lante direito — o de viajar ¢ habitar as con ‘es quais o da vizinhanga) mas semelhantes ridos outros 1 as e participat, dest sente da governanga, da nobreza da terra, = portugues A.M. He enho dos cargos da repabl a porosa, por onde se podia pasar, de forma menos aparatosa, de do eidadaos de Porto, de 1.6.1 490. portugueses, gozavam de sssa sua terra natural, pela idade era, porque se ams jorrer (pro patria mori). Mas a nat pouco mais que irrelevante, que as Ondenagses portuguesas nos impérios espanhol e portugués, et comércio e a fixagao a estrangei de ipa alo no reine, a compra de bens de raiz, 0 java para a naturaliz a nao ba de graga (d ). No entant uralizag: 4 pritica encontrou uma idade de vizinho. Ads um dirg ude G » dos cidadaos de algumas cidades brasil nmtesmio ¢ was, das quais os estrany istas portage os, varidveis de terra para terra (entre os + nas principais, pode nodo, do cireulo dos m Ember fe espan oe municipais " tenha chegado a 20 Menor Sovza * Jose Feawes Foierape * MARIA PERWANDA Bicatio > i O courrno pos POWs (ox Into acontecia, na verdade, com a cultura institucional ejuridica da epoca mod. ida ou deturpad. naturaidade— que sepia perder np — © posse visiveis e comprovaveis de estado, wositivos que promoviam o multicentei stava ai a vista de todos, na cas ¢ fato, ¢ apesar de todos os fem que se morava, nas terras que se senhoriavam, nos cargos que se desempenk descr fina detalhad: " ampenhavan, ia deseritos ¢ a que me refiro detalhadamente no artigo ei ado na nota anterior, pur proar nats” Nos iad em qua tradigdo we converte continuamencen as ett judas win continua referencia a pos cosmopolitan — come Jinatitucional matet atureza, a erteza da viinhanga fazia presumir a exietencia da naturalidade. mpério « o Reino, Para aléan das, ett waltara ja = a Titeratura do ius commune’? — excite mum wm eats naturalidade (empreguemos o texto correto parao Am we num corpus | wma identidade de contesidos judi © que torna tico Re i yt — submissio a un comum ~ ob ento cosmopolita da tradigao pol fo see posto em contato ntro, dera ori nas também da Made Moderna, a formulas polit ‘0s iuna statutorum, ow direitos das ont com culturas politieas ao longo da Made Medi ceulas = 0s ura propria, 0 ciddades, os iuna rusticorum, ou direitos daz comunidades samponcsas, © ve vse dee monarquiae eurapéias, por vezes a poucas Keguas da. corte; & nae fe janado também por jus natura, remetendo para & pot transnssa hereditiria, ctudinsr + limpamente e lei da tribuir a gen que #6 se costa direitos proprios dosti rnobre). Ou sa, na me lee por toda império a um grupo que ue desenvolvera as mesmas estratégias © sequira basicamente dispunha di mos direitos, nom (cf aly. 12.11.1611, sexu verno das terras devia andar “nos ma code andar na cidadese vilas principa tum complexo maleavel de mo notow L. Benton,” era um ponte de itsrios, casco de uma natureza humana, aliés varia Este dirs dual, tant “onguist para lidar com os povos “dif do de observasao do “diferente”, por iso incorporando em siesta Tidar com a desisualdade dos estatutos (das pessoas dos Q duudo do S190 diecito taticamente pasticularista, mas Antigo Regime, no- capaci privil I de Antigo Re obretude de criar matizes e de compararmos este co: lo do Estado-N, fora da Europa, to das coisas), W980, que mn .quilibrie entre um Na verdade, era ao sistema politico de lian mente cosmapolita que mantinh cleat Mrica, na Asia © mesmo na América osk® identi is. spor dos plos periféricos: eamo como destinatarios 130 Tibcralidade régia, com o seu poder de ; tas o Rei ou o Papa perma ica 4 cultura européia, nomeadament* na ver que Made do gen rao. Larga podia ser a meta-direito doutrinal ontrarias ao direito © estabelecia- dle barato «impr odio « 1 pe Ae fato, existide homosenes idos a senh lita de ume svltura nie depende tanto d tniversal wrisdigoes, as regras d gerassem daividas ou con a dos mais vabs + eapaz de incorporar “todo «ist Pacidade d 1s antes cometida a uma cadet we das regras de impor elicazmente yaculor jantes ve de contar "centro cosmopolita ¢ a0 polita ea Meuce Soz* rsa Faxes FURTADO * MABIA FERNAND BALI ists sar oul das sas urns violar os seus estilos, sucumbir ao amigcisme2 4 coups" mas al estavam of recursos previstos pelas regras cosmopolitas do deci: rit, Sem estasamarras cosmopolitas o sistema politico de Antigo Regime dische: sno abclato. Com elas, independentemente de todas a fam sagem commopolita de referéncia. 4 csmopolits dependia, porém, de certas condita « adstincia no corroesse demasiado a eficécia do pode ‘i ki sempre ums sobediénca ou = : vida ere Rom as, de spropriagao em proveito proprio dab Pi fmomeditiocs nt tomasse to lonsingua no tse Sie eter acahasiem por se sternizar, entre enka “sss aiglndo o poder supremo don tie “owl portscucs do Desembarco do Pago, do #5 msciéncia), a ten indica cosmopoli cones tag OY sis gue houvesse letradon a ita estivessem disponiveis, que 38 Ge" Procestuais e sobre conilitos de jurisdisi#” sundae rege ea cultura letvas de da arte © as normas proves™ alg vlhament preenchidas, a cultura io mimeo tt mat sony, St "© Daas * pelos principios de harmonis mode Ane nett J ra Rent um mode de ser mae um moda de governo tts +0 expaso de variagao, 0 rau de PE tot “front, it melo distinto, come ad hits quem ale radon, confluiarn tambeen « P™ Pde ido tng ST 0m * Beas © GOvERNO DOS POVES do Save cdo Zambeze, em que os exparsos brances © alguma referencia a instituigdes por io constituiam elementos suficientes de referencia tugueass (como o8 famosoe “prazor')" nio| a ordem juridics cosmopolita do is commune. Um império homogéneo ¢ harménico? ‘Ao desenhar com tanta flexibilidade a arquitetura politica do imperis colonial ido a uma meada confusa de lasos de poder.» portusués, desprovido de centro e reduzi mnhecer em demasia que todo o coniunts ovida que Sica ¢ sobre se ndo estamos a desc decspacos ede gentes tinha uma hierarsuia, sia cabeyacra.o rei de Portugal; que no.seu sde poder, oe era um lugar de dominio, de exporasse jrizar de tudo aquile que a hists- ede esplonecho. jimétri seio se teciam relagdes de cativeiro. Ou seja, ¢ nao 0 estamos a descaracts ia colonial de control, de vielen ‘pio estamos a cvilar, por uma via historiografice ria nos legou como uma ex Carregando mais na nota politi desculpabilizadora, a andlise ‘a verdade, 0 mesmo los vencedo ado negros da historia colonia vo senda dito de todas as veradeshistoricas que tem proble- ‘ig, muito naturalmente, tendem a dar as suas fa- ta que contrast profundamente com a visde smeadamcnte, com a historiogta- rerdcios nem descreveram matizado a vissc

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