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Política Externa Brasileira

Com chefe do Partido Comunista da China em Xangai, Lula volta a


alfinetar os EUA
Em Xangai, Lula tem encontros com empresários em busca de
parcerias e inovações

América Latina e Caribe

Governo do Equador propõe criar uma organização de países


megadiversos
Venezuela vai participar de projeto chinês de pesquisa lunar
‘O caminho de Brasil e Paraguai é o da aliança’, diz candidato à
presidência do Paraguai

China

Embaixador da China no Brasil: Se abre um novo futuro para uma


parceria estratégica abrangente China-Brasil

Rússia

Rússia admite fim do acordo sobre exportação de cereais

Segurança

Publicado decreto que promulga a Convenção sobre o Crime


Cibernético

Línguas Estrangeiras

La paradoja de Latinoamérica: región líder en producción de alimentos


y donde más se encarece la comida
Opinion – A Diplomatic Breakthrough on Seas
L’Arabie saoudite, nouveau “soutien” du régime d’Assad
Com chefe do Partido Comunista da China em
Xangai, Lula volta a alfinetar os EUA
O Globo ,

Em seu último compromisso em Xangai, o presidente Luiz Inácio Lula da


Silva enalteceu as relações do Brasil com a China e voltou a alfinetar os
Estados Unidos. Foi na reunião com o chefe do Partido Comunista da China
(PCC) na cidade que é o centro financeiro do país, Chen Jining, na qual o
presidente concluiu o primeiro dia de sua visita de Estado à China. Nesta
sexta-feira, Lula terá uma agenda política cheia em Pequim, onde se reunirá
com várias autoridades do Partido Comunista chinês. O ponto alto será o
encontro com o presidente do país, Xi Jinping. Cerca de 20 acordos
bilaterais devem ser assinados.

A imprensa só teve acesso aos primeiros minutos da reunião, o suficiente


para presenciar uma calorosa troca de afagos entre os dois políticos. Lula
abriu seu pronunciamento agradecendo as boas relações entre o PT e o PC
chinês, lembrando que vários representantes do seu partido haviam estado
recentemente em missão à China.

Em seguida, o presidente brasileiro ressaltou que vê como uma das marcas


de sua relação com o país asiático a necessidade de defender o papel da
China na economia global.

— A nossa relação com o governo chinês não é uma relação qualquer.


Quando nós reconhecemos a China como economia de mercado, estávamos
dizendo ao mundo que não queríamos que a China vivesse na
clandestinidade no mundo do comércio. Queríamos que a China fosse
respeitada pelo que representava para a economia mundial naquele
momento — disse Lula ao líder do PC em Xangai.

Em 2004, em seu primeiro mandato, Lula anunciou que o Brasil


reconheceria a China como economia de mercado durante uma visita ao
país do então presidente chinês, Hu Jintao. Mas a promessa, que imporia
restrições à defesa do Brasil contra práticas de concorrência desleal da
China, esbarrou na resistência da indústria e no veto da Câmara de
Comércio Exterior (Camex), e nunca foi inteiramente cumprida.

Diante do chefe do PC em Xangai, Lula também relembrou outro momento


em que se aliou à China em sua passagem anterior na Presidência, desta vez
na questão climática, quando aproveitou para criticar os EUA. Pela manhã,
durante a posse de Dilma Rousseff no comando do banco dos Brics, o
presidente brasileiro já havia falado em tom de desafio contra a hegemonia
americana, ainda que de forma velada, ao propor alternativas ao uso do
dólar no sistema financeiro mundial.

— Tivemos uma relação com a China na Conferência do Clima de


Copenhague de 2009, quando os países europeus e os Estados Unidos
quiseram responsabilizar a China pela poluição sem assumir sua própria
responsabilidade — disse Lula.

Num amplo salão do Hotel da Paz, um ícone da arquitetura e do


imperialismo ocidental de Xangai, Lula foi recebido por Chen ao lado de
vários ministros brasileiros: Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira
(Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente), Margareth Menezes
e Juscelino Filho (Comunicações), além do presidente do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante. Foi o único
compromisso do dia em que o presidente compareceu sem estar
acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva.

Recém nomeado para o cargo, Chen retribuiu com palavras elogiosas a


Lula. Chamou o presidente brasileiro de “um velho amigo da China” e disse
que “as amizades são como o vinho, ficam melhores com o tempo". A
chefia do PC de Xangai é vista como um trampolim para a ascensão política
na hierarquia do poder chinês: tanto o presidente Xi Jinping como o
primeiro-ministro Li Qiang exerceram o cargo antes de subir degraus rumo
ao topo.

— Sempre tratamos a relação China-Brasil de uma perspectiva estratégica e


de longo prazo — disse Chen. — Acreditamos que, sob a liderança
estratégica dos dois chefes de Estado, nossas relações vão se aprofundar e
se desenvolver ainda mais.
Em Xangai, Lula tem encontros com empresários
em busca de parcerias e inovações
Planalto ,

Como parte da agenda de atividades empresariais da viagem da comitiva


brasileira à China, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez
uma visita ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, em
Xangai, nesta quinta-feira (13/4). Acompanhado do presidente do Conselho
de Diretores da Empresa, Liang Hua, o presidente percorreu amplos salões
com telões que retratam algumas das mais recentes conquistas em
tecnologia digital e inovação desenvolvidos pela empresa, que atua há 25
anos no Brasil. Lula chegou a experimentar um óculos de realidade virtual.

Na palestra para o presidente, a empresa reforçou o compromisso de


trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento
sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão
digital, educação, saúde e reindustrialização. A apresentação mostrou, por
exemplo, conquistas em projetos de conectividade digital em zonas remotas
da Amazônia e ações para conectar escolas públicas.

"A empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina,


educação e conectividade. Um investimento muito forte em pesquisa e
inovação", afirmou Lula por meio de seu perfil no Twitter. Ao longo desse
primeiro dia da visita oficial à China, Lula participou da cerimônia de posse
de Dilma Rousseff à frente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS
e teve encontros com Wang Chuanfu, CEO da BYD, especializada em
veículos elétricos, e com Wang Tongzhou, presidente do Conselho da China
Communication Construction Company, maior empresa de construção civil
da China.

Ainda nesta quinta, o presidente e a comitiva embarcam para Pequim. Na


sexta-feira (14/4), a agenda do presidente na capital chinesa inclui um
encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao
Leji, no Grande Palácio do Povo, uma cerimônia de deposição de flores no
Monumento aos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial, encontro com o
primeiro ministro da China, Li Qiang, e finalmente com o presidente
chinês, Xi Jinping.

A comitiva brasileira é composta por ministros de estado, pela primeira-


dama, Janja Lula, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por
parlamentares da Câmara e do Senado e por empresários.

PRINCIPAL PARCEIRO COMERCIAL

O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com seu principal


parceiro comercial desde 2009. Em 2022, a China importou mais de US$
89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e
exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume
comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita
de Lula ao país, em 2004.

Cerca de 20 acordos bilaterais devem ser assinados durante a visita. Um


deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites
construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo
é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta
Amazônica mesmo com nuvens.
Governo do Equador propõe criar uma
organização de países megadiversos
Diplomacia Business ,

O governo do Equador propôs nesta terça-feira (11), a formação de uma


organização de países megadiversos. A reunião, no Palácio Carondelet,
contou com a presença dos embaixadores e representantes acreditados no
país. Estavam no local os diplomatas de Brasil, Colômbia, China, Estados
Unidos, Indonésia, México e Peru. Participaram por videoconferência
diplomatas da Austrália, Filipinas, Índia, Madagáscar, Malásia, Nova
Guiné, República Democrática do Congo e África do Sul.

A iniciativa foi apresentada pelo presidente da República, Guillermo Lasso,


e pelo Ministro das Relações Exteriores e Mobilidade Humana, Gustavo
Manrique.

A proposta faz parte da política de proteção ambiental que avança no


caminho da transição ecológica. O presidente considera que é inadiável
“buscar alternativas de desenvolvimento sustentável que reconciliem o ser
humano com a natureza”.

O objetivo, garante o governo, é promover “a troca de experiências e boas


práticas, bem como reforçar a cooperação e articulação com os países com
maior diversidade biológica do planeta”. Dessa forma, será possível atingir
objetivos relativos à conservação da diversidade biológica, ao uso
sustentável de seus componentes e à participação justa e equitativa dos
recursos genéticos, entre outros compromissos internacionais.

O chanceler Manrique indicou que “a proposta do presidente Lasso


constitui um passo pioneiro para o multilateralismo, não apenas em matéria
ambiental, mas em outras esferas da agenda internacional”. A iniciativa
ajudará a gerar maior conscientização sobre a necessidade de mudanças nos
sistemas globais de produção e consumo.
Diferentemente de outros espaços de integração, baseados em critérios
econômicos, geográficos ou níveis de desenvolvimento, “a nova
organização estaria baseada em uma nova e talvez mais importante forma
de riqueza: a riqueza natural da megabiodiversidade”, enfatizou o chanceler.

Os diplomatas presentes manifestaram seu interesse pela iniciativa


equatoriana. Também a qualificaram como adequada e oportuna diante da
crise ambiental e dos desafios que o planeta enfrenta.
‘O caminho de Brasil e Paraguai é o da aliança’,
diz candidato à presidência do Paraguai
Estadão ,

Pela terceira vez, Efraín Alegre disputa a presidência do Paraguai. Desta,


seu partido, Liberal, uniu uma coalizão de oposição para enfrentar o
governista Partido Colorado.

Analistas afirmam que esse é o melhor momento de Alegre, advogado de 60


anos, por conta da fragmentação no oficialismo e das acusações de
corrupção que envolvem integrantes do Colorado. Em conversa com o
Estadão, o candidato disse estar otimista e afirmou que pretende avançar
nas negociações sobre o acordo de Itaipu dentro dos termos do acordo feito
em 2009 entre Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva, quando o Brasil
aceitou pagar mais pela energia paraguaia.

Qual é a importância da frente montada por sua candidatura?

Essa união permite superar uma visão do passado, de uma velha disputa de
partidos. Hoje a Consertación representa o verdadeiro Paraguai. O Paraguai
que o mundo vê não é o que somos, não somos um país de sicários, de
piratas, comprometido com o crime organizado e com a corrupção. Há um
grupo que está comprometido com esse modelo, do qual Cartes é o
responsável principal e o candidato Peña é apenas um representante. Cartes
não pode ser candidato e tenta a reeleição via Santiago Peña. A cidadania
entende que isso representa um dano para a nossa sociedade. Nosso país é
um país de gente trabalhadora, decente, honesta e esse verdadeiro Paraguai
que vai decidir o futuro do país no dia 30, por isso estamos muito otimistas.

Como pretende tratar o tema da corrupção em seu governo?

O grande passo que devemos dar, e essa deve ser nossa prioridade como
país, é combater frontalmente a corrupção, o crime organizado. A corrupção
não é como a democracia. A democracia vem de baixo para cima, a
corrupção vem de cima para baixo. É desde a mais alta autoridade que se
inicia o combate. Vamos fazer isso visando o poder judicial que precisamos
recuperar, que nos possa dar segurança e previsibilidade, que é o que nos
falta. E isso só nós podemos fazer.

Quais são os outros temas essenciais para os próximos cinco


anos?

Precisamos de uma política progressista, desenvolvimentista. Temos


energia em abundância e não a estamos usando, mas aí batemos no que eu
dizia antes. Não podemos pensar em uma política industrial, uma política de
desenvolvimento, sem ter um poder judicial que seja previsível, que possa
dar segurança jurídica. Essa é uma questão central. A isso, precisamos
somar as condições que temos como país altamente competitivo na região.
Podemos atrair e gerar um desenvolvimento importante.

Além disso, temos uma grande tarefa no campo. Temos níveis de pobreza
muito importantes, mais de 20% da população na pobreza. Precisamos
desenvolver o campo porque hoje o campo expulsa nosso compatriota por
falta de oportunidades. Estamos trabalhando em uma política de produção.
Atualmente, tudo é voltado ao exterior, significando cerca de US$ 1 bilhão
que sai do Paraguai para trazer produtos que podemos fazer em nosso país.
Temos a capacidade de abastecer nosso mercado e fazer com que esse US$
1 bilhão fique no campo e gere emprego e riqueza. Isso envolve um
trabalho de financiamento, de assistência técnica e combate ao contrabando.
O atual modelo está ultrapassado, 65% dos compatriotas dizem nas
pesquisas que precisamos de mudança.

Qual é a sua opinião sobre o próximo acordo de Itaipu?

Vamos conversar e avançar. Sou muito otimista com os acordos que vamos
conseguir com o Brasil. Não somente em Itaipu, mas em outras áreas
também. Acreditamos que o Brasil é, e deve ser sempre, um aliado
estratégico. Quanto a Itaipu, nossa, a gente tem um acordo de Fernando
Lugo com o presidente Lula que significa um avanço muito importante na
questão energética, estamos otimistas de que vamos encontrar o
entendimento necessário para seguir trabalhando juntos.
Lula disse que pretende buscar um acordo mais justo sobre
Itaipu para que os dois lados saiam com boas opções. Sua
campanha já pensou em alguma proposta?

Estamos conversando há tempos sobre a política energética e nossa


proposta está dentro dos termos do acordo Lugo-Lula, por isso digo que
somos otimistas. Sabemos que podemos avançar. O caminho do Brasil e
Paraguai é o da aliança e acreditamos que estamos em condição de
continuar construindo um relacionamento comercial, de desenvolvimento.

Qual é a sua opinião sobre a relação atual de Paraguai e China,


EUA e Taiwan?

Temos uma relação histórica de alianças com os EUA, mas temos, sim, uma
crítica com respeito ao nosso relacionamento com Taiwan. Hoje, é uma
relação diferente, uma opção. Ou se tem relações com Taiwan ou com a
China e nós estamos convencidos de que o Paraguai tem feito um esforço
muito grande e perde importantes oportunidades no mercado chinês ao
assumir relações com Taiwan. Vemos que não há um esforço por parte de
Taiwan, como há por parte do Paraguai. Então, vamos conversar e vamos
resolver a questão no momento apropriado, com base nos interesses
nacionais - a linha que vai conduzir nossas relações internacionais - mas
sem deixar de ver nossas alianças com países fraternos.

Mas vocês estão analisando uma mudança ou tomaram a


decisão?

Estamos analisando, não há nenhuma decisão tomada, mas temos uma visão
crítica ao que temos hoje. Acreditamos que a atual não é adequada.

O que pensa sobre a situação da Venezuela e o papel dos países


latino-americanos na questão?

A Venezuela está em crise há muito tempo e esperamos que toda a região


possa consolidar o modelo democrático de governo. Esperamos que
aconteça na Venezuela. Respeitamos a política interna de cada país, mas
desejamos uma abertura democrática para a Venezuela.

Como o senhor avalia o aumento da polarização política na


América Latina e quais são os riscos para o Paraguai?

Vemos, tanto na região, quanto no Paraguai mesmo, uma intolerância, uma


radicalização da extrema direita que nos preocupa por ser intolerante,
arbitrária e isso não é bom para um país. Somos um país sem lutas de
classes, que aprendeu a conviver juntos. Nos preocupa muito essas condutas
totalitárias, e estamos vendo nessa campanha, por parte de Cartes. Esse não
é o Paraguai que queremos. Somos um povo solidário. Durante a pandemia,
quando o dinheiro não chegava para os serviços de saúde, foi o povo em sua
solidariedade que saiu a ajudar os que mais precisavam.
Venezuela vai participar de projeto chinês de
pesquisa lunar
O Globo ,

A China convidou a Venezuela para participar de seu projeto de Estação


Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), que está prevista para ser
construída no início de 2030. O governo venezuelano aceitou o convite,
conforme um comunicado publicado pela Agência Bolivariana de
Atividades Espaciais (ABAE) no último sábado.

A Venezuela será o primeiro país a se juntar à China e à Rússia no projeto


da ILRS. Os chineses ainda trabalham para conseguir outros parceiros para
o empreendimento.

"A cooperação se concentrará na fundação, implementação de engenharia,


operação e aplicação da Estação Internacional de Pesquisa Lunar, com
objetivos científicos conjuntos, projeto e desenvolvimento conjuntos,
compartilhamento e análise de dados, educação e treinamento", informou o
governo venezuelano, em nota.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, disse que
a participação no projeto vai colaborar com o desenvolvimento científico do
país.

Os dois países já mantêm acordos de cooperação espacial há 18 anos. Neste


período, a Venezuela colaborou com o desenvolvimento de controle de
satélites.
Embaixador da China no Brasil: Se abre um novo
futuro para uma parceria estratégica abrangente
China-Brasil
XINHUA ,

Em entrevista exclusiva à Xinhua, o embaixador chinês no Brasil, Zhu


Qingqiao, disse que, sob a liderança estratégica dos chefes de Estado da
China e do Brasil, os dois países fortalecerão a cooperação e avançarão lado
a lado, abrindo um novo futuro para a parceria estratégica abrangente
China-Brasil na nova era e estabelecendo um verdadeiro modelo de
cooperação Sul-Sul.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, faz visita de Estado à


China entre 12 a 15 de abril, a primeira dele ao Oriente desde que tomou
posse. Zhu disse: “Isso reflete a grande importância que ambos os lados
atribuem ao aprofundamento das relações bilaterais sob novas condições
históricas”.

Revisando o desenvolvimento das relações entre China e Brasil no último


meio século desde o estabelecimento das relações diplomáticas, Zhu
apontou que, os dois países sempre aderiram ao respeito mútuo, igualdade
de tratamento e cooperação de ganhos mútuos, considerando o
desenvolvimento um do outro como uma oportunidade para seu próprio
desenvolvimento, vendo as relações bilaterais a partir de uma perspectiva
estratégica e aumentando constantemente a confiança política mútua;
sempre estiveram comprometidos com uma cooperação prática de base
sólida, altamente complementar, enérgica e resiliente; mantiveram um
conceito comum ou similar de desenvolvimento, de segurança e de ordem
internacional e compartilharam uma ampla gama de interesses e ideias
comuns nos assuntos internacionais.

“O Brasil tornou-se o primeiro grande país em desenvolvimento a


estabelecer uma parceria estratégica com a China e o primeiro país latino-
americano a estabelecer uma parceria estratégica abrangente com a China”,
lembrou Zhu, acrescentando que o Brasil é o primeiro país latino-americano
cujo comércio com o país asiático superou US$ 100 bilhões, e é o maior
parceiro comercial e o maior destino de investimentos deste na América
Latina; a China tem mantido sua posição como o maior parceiro comercial
e o maior mercado de exportação do Brasil há muitos anos. Atualmente, os
dois lados estão desfrutando de frutífera cooperação em uma ampla gama
de campos, como petróleo e gás, eletricidade, agricultura, infraestrutura,
comunicações, ciência e tecnologia, contribuindo efetivamente para os
respectivos desenvolvimentos.

Ao mesmo tempo, os dois lados também se comunicam e coordenam


estreitamente sob as estruturas de Nações Unidas, OMC, BRICS, G20,
BASIC, entre outras organizações e mecanismos, para salvaguardar os
interesses gerais dos países em desenvolvimento e promover o
desenvolvimento de uma ordem internacional mais justa, equitativa e
razoável. “Hoje o mundo está passando por mudanças sem precedentes em
um século, e, sob o contexto de ajuste acelerado no cenário internacional, as
relações China-Brasil transcenderam a esfera bilateral e têm importantes
implicações globais”, avaliou.

A cooperação econômica e comercial é uma parte importante da parceria


estratégica abrangente China-Brasil e um grande destaque da expansão e do
aprofundamento das relações bilaterais na nova era. Nos últimos anos,
diante dos desafios como epidemia da COVID-19, frequentes conflitos
geopolíticos e turbulência econômica mundial, a cooperação econômica e
comercial China-Brasil tem mantido um desenvolvimento estável,
mostrando forte resistência e vitalidade abundante, e apoiando ambos os
países a lidar com as mudanças, manter o desenvolvimento e melhorar a
vida das pessoas.

“Na véspera da visita do presidente Lula à China, um grande número de


empresários brasileiros de diversos setores já visitou a China, refletindo a
ávida expectativa da comunidade empresarial brasileira de aproveitar as
novas oportunidades trazidas pelo caminho chinês para a modernização”,
ressaltou Zhu, assinalando que os dois lados precisam aproveitar esta
oportunidade para fortalecer o acoplamento estratégico, explorar o potencial
de cooperação, inovar modelos de cooperação, estreitar os laços de
interesse e criar novos pontos de crescimento com base na expansão e no
fortalecimento da cooperação em áreas tradicionais, de modo a impulsionar
os respectivos desenvolvimentos com uma cooperação bilateral de maior
qualidade, de campos mais amplos e mais benéfica para os povos,
promovendo conjuntamente o processo histórico de busca de modernização
pelos países em desenvolvimento.

Nos últimos anos, o intercâmbio entre o Brasil e a China tem se tornado


cada vez mais ativo em áreas como o alívio e redução da pobreza, a
proteção ambiental e a saúde; enquanto isso, o intercâmbio e a cooperação
entre universidades, grupos de reflexão, mídia e grupos de arte dos dois
países têm se tornado cada vez mais ricos. Segundo o embaixador, em
resposta ao entusiasmo do povo brasileiro pelo aprendizado da língua e
cultura chinesas, a China construiu 14 Institutos e Aulas de Confúcio no
Brasil, o maior número entre os países latino-americanos.

“Não faz muito tempo, a China propôs a Iniciativa de Civilização Global,


defendendo a igualdade, aprendizado mútuo, diálogo e tolerância entre as
civilizações, bem como o fortalecimento de troca e cooperação
internacionais de cultura e entre pessoas”, lembrou o embaixador,
destacando que, o acúmulo cultural distinto da China e do Brasil e a rica e
colorida história dos intercâmbios culturais e interpessoais entre ambos os
lados provam que o desenvolvimento e o progresso humano não podem ser
separados dos intercâmbios culturais e interpessoais e do aprendizado
mútuo entre as civilizações.

Zhu finalizou que, embora a China e a América Latina estejam longe uma
da outra, elas compartilham a busca comum pela autoconfiança e
autossuficiência, revitalização e desenvolvimento e melhora da vida da
população. Há muito tempo, tendo a igualdade e o benefício mútuo como
princípio e o desenvolvimento comum como objetivo, os dois lados vêm
fortalecendo a confiança política mútua, com florescimento da cooperação
em vários campos e melhoria constante do mecanismo geral de cooperação
entre a China e a América Latina, enquanto um número crescente de países
da região coopera com a China para construir o “Cinturão e Rota”,
apoiando e participando da Iniciativa de Desenvolvimento Global e da
Iniciativa de Segurança Global, trabalhando em conjunto com a China para
criar uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a América
Latina. Isto não só beneficia os povos dos dois lados, mas também injeta
mais estabilidade e energia positiva no mundo, acrescentou.
Rússia admite fim do acordo sobre exportação de
cereais
Agência Brasil ,

A Rússia admitiu hoje (13) não prolongar o acordo sobre cereais que
permite exportar alimentos por meio do Mar Negro, caso não se verifiquem
progressos no cumprimento de compromissos no quadro do memorando
entre Moscou e a Organização das Nações Unidas (ONU).

"Sem progressos na solução de cinco problemas sistêmicos, não se pode


falar em estender a Iniciativa do Mar Negro (acordo sobre cereais) depois
de 18 de maio", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em
comunicado.

Moscou pede que o banco Rosselkhzbank seja reintegrado ao sistema de


comunicações financeiras Swift e que sejam retomadas as permissões para
o acesso a máquinas agrícolas, assim como as autorizações para serviços de
manutenção relacionados com o equipamento.

A Rússia pede ainda o fim das restrições no acesso aos portos marítimos e o
restabelecimento da conduta de amônio entre Tolyatti (Rússia) e Odessa,
paralisado desde 2022, além do fim do bloqueio das contas bancárias das
empresas russas ligadas à produção e ao transporte de alimentos e
fertilizantes.

Paralelamente ao acordo sobre cereais, as Nações Unidas estabeleceram


memorando para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes.

A Iniciativa do Mar Negro para a circulação de cereais foi assinada em


julho do ano passado entre a Ucrânia e a Rússia, sob a intervenção
diplomática da Turquia.

O acordo estabeleceu prazo de 120 dias, renovável pelo mesmo período sob
a concordância das partes.
No dia 18 de março passado, a Rússia prolongou a vigência do tratado
apenas por 60 dias porque, segundo Moscou, só foi cumprida "metade do
acordo".

"Sabemos que os representantes da ONU fazem determinados esforços, mas


nem sempre têm resultados. Tal como aconteceu antes, a segunda metade
do acordo não funciona. As condições não são cumpridas", observou a
diplomacia de Moscou.
Publicado decreto que promulga a Convenção
sobre o Crime Cibernético
Planalto ,

Foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 13/4, o Decreto


Nº 11.491, que promulga a Convenção sobre o Crime Cibernético, firmada
pelo Brasil em Budapeste, na Hungria, em 23 de novembro de 2001, e
aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 37,
de 16 de dezembro de 2021.

» Decreto nº 11.491, que traz o texto completo da Convenção


sobre o Crime Cibernético

A Convenção de Budapeste tem por objetivo a cooperação internacional


para o combate ao crime cibernético, praticado por meio da internet. O
documento descreve os crimes cometidos pelo meio digital, os chamados
cibercrimes, e trata de diversos tipos de infrações, como acesso ilegal,
interceptação ilícita, violação de dados, interferência em sistemas, uso
indevido de aparelhagem, falsificação e fraude informáticas, crimes
relacionados ao conteúdo da informação, como pedofilia, e violação de
direitos autorais e de direitos correlatos.

Atualmente, 66 nações já subscreveram a convenção, sendo que o Brasil foi


convidado a aderir à convenção em dezembro de 2019. Embora a Lei nº
12.965, de 2014, (Marco da Internet) já trate do tema, a promulgação da
convenção em território brasileiro assegura a ampliação de ferramentas
legais para combate dos crimes pela internet.

Entre as premissas do texto estão impedir ações contra a confidencialidade,


a integridade e a disponibilidade de sistemas informáticos, redes e dados de
computador, bem como impedir o abuso de tais sistemas, ao prever a
criminalização de condutas, a investigação e o julgamento dessas infrações
penais em instâncias domésticas e internacionais. Isso sem ferir o direito
universal à liberdade de consciência e de expressão, que inclui a liberdade
de buscar, receber e compartilhar informações e ideias de qualquer espécie,
independentemente de limites, e os direitos à intimidade e à privacidade. A
Convenção sobre o Crime Cibernético viabiliza a cooperação internacional
do Brasil em situações que, por serem cometidas no ambiente virtual, não
respeitam fronteiras.
Opinion – A Diplomatic Breakthrough on Seas
E-International Relations , Martin Duffy

For years UN member states have engaged in protracted negotiations to


secure a UN Convention on the Law of the Sea. On 4 March 2023 these
long-running discussions became a reality in the form of the Internationally
Legally Binding Instrument under the UN Convention on the Law of the
Sea. In a confident statement, attributable to Stéphane Dujarric (the
spokesperson for the UN Secretary-General), the UN confirmed the
conclusion and future ratification of this measure on the conservation and
sustainable use of marine biological diversity of areas beyond national
jurisdiction.

Quoting Dujarric directly:

The Secretary-General commends delegates for finalizing a text to


ensure the conservation and sustainable use of marine biological
diversity of areas beyond national jurisdiction. This breakthrough –
which covers nearly two-thirds of the ocean — marks the culmination
of nearly two decades of work and builds on the legacy of the United
Nations Convention on the Law of the Sea. This action is a victory for
multilateralism and for global efforts to counter the destructive trends
facing ocean health, now and for generations to come. It is crucial for
addressing the triple planetary crisis of climate change, biodiversity
loss and pollution. It is also vital for achieving ocean-related goals
and targets of the 2030 Agenda for Sustainable Development, and the
Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework.

It was apparent that not only had several all-night discussions yielded a
near-unanimous applause for a final text, but all parties had shown
“ambition, flexibility and perseverance”. There was also praise for the
“leadership and dedication” shown by Ambassador Rena Lee (Conference
Chair) and for the constructive and enthusiastic work of non-governmental
organizations, civil society, academic institutions and the scientific
community.
This is the first international treaty after years of marathon negotiations to
protect the high seas, a fragile and vital treasure constituting approximately
the scale of half the planet. The submissions to conference had been
prolonged – sometimes threatening to languish in disputed classification of
the diverse minutiae of the biosphere. But on the late evening of 4 March
Ambassador Lee was able to confirm “the ship has reached the shore” as
the conference could then conclude at the UN headquarters. This was
approximately 9.30pm New York time, and the Conference Chair’s final
remarks were met by extended applause from delegates.

Activists have unanimously confirmed that the deal represents, “a


breakthrough moment for the protection of biodiversity after more than 15
years of discussions” which also evidences the most important matter that
the conference will have civic society endorsement. The treaty will be
paramount to conserving 30% of the world’s land and ocean by 2030, as
had earlier agreed by world governments in a historic accord signed in
Montreal in December. “This is a historic day for conservation and a sign
that in a divided world, protecting nature and people can triumph over
geopolitics,” said Greenpeace’s Laura Meller. “There will be no reopening
or discussions of substance” Ambassador Lee told negotiators. The
agreement will be formally adopted once vetted by lawyers and translated
into the United Nations’ six official languages, she announced. UN
Secretary-General Antonio Guterres commended the delegates, in
achieving, “victory for multilateralism and for global efforts to counter the
destructive trends facing ocean health, now and for generations to come.”

The high seas, technically and legally, begin at the border of countries’
exclusive economic zones, which extend up to 200 nautical miles (370km)
from coastlines. They thus fall under the jurisdiction of no country. While
the high seas comprise more than 60% of the world’s oceans and nearly half
the planet, previous discussions on their safeguarding had probably
attracted disproportionately less focus than (for example) coastal waters or
rare and iconic species.

This is in juxtaposition to the enormous importance of the high seas for our
habitat. Ocean ecosystems create half the oxygen we breathe and limit
global warming by absorbing much of the carbon dioxide emitted by human
activities. Perversely, like many other eco-systems that are equally
threatened by climate change, pollution and overfishing (and prior to this
landmark deal) only about 1% of the high seas were formally protected.
When this treaty comes into force it will allow the creation of marine
protected areas across all international waters. “High seas marine protected
areas can play a critical role in building resilience to the impact of climate
change,” said Liz Karan of The Pew Charitable Trusts, which called the
agreement a “momentous achievement”.

The treaty will also oblige countries to conduct environmental impact


assessments of proposed activities on the high seas. A highly sensitive
chapter on the sharing of potential benefits of newly discovered marine
resources was one of the focal points of tensions, causing the conference to
over-run a full day, before it was finally overcome. Developing countries,
without the means to afford costly research, had fought not to be excluded
from the expected windfall from the commercialisation of potential
substances discovered in international waters. Eventual profits are likely
from the pharmaceutical, chemical or cosmetic use of newly discovered
marine substances that belong to no one.

As in other international forums, notably climate negotiations, the debate


crystalized around ensuring equity between the poorer Global South and
richer North, observers noted. In a move seen as an attempt to build trust
between rich and poor countries, the European Union pledged €40m in New
York to facilitate the ratification of the treaty and its early implementation.
The EU also announced €808m for research, monitoring and conservation
of oceans in 2023 at the Our Ocean conference in Panama that ended
Friday. Panama said a total of €17.8bn was pledged by countries.

It is worth looking back at how we had come to the events of 4 March 2023.
In 2017, the UN General Assembly had adopted a resolution calling on
nations to establish a high seas treaty. It originally planned four negotiating
sessions but had to pass two resolutions to ensure two additional sessions.
Irish President Michael D Higgins has welcomed the agreement:

[It is]a gain for the future of humanity…It will seek to safeguard 30%
of the high seas by the end of the decade….it comes at a time when we
are receiving the direst warnings as a result of the accelerated melting
of the ice caps and so it is particularly timely…All those interested in
the future of the planet will be grateful for those who have worked over
many years to bring us to this point.

Higgins added it is essential that attention now “swiftly moves to formal


adoption of the text, to ratification and to implementation.” Ireland is
currently a Security Council member and Irish environmental NGOs
enthusiastically campaigned for this agreement. Meanwhile, Irish Tánaiste
and Minister for Foreign Affairs Micheál Martin said the agreement
provided mechanisms to significantly improve the protection of the marine
environment. He said Ireland was committed to working with the
international community to realise its full potential. Mr Martin added the
agreement is “a major step forward for ocean conservation.”

The European Commission also hailed the international treaty. “A historic


moment for our ocean… We take a crucial step forward to preserve the
marine life and biodiversity that are essential for us and the generations to
come,” said EU environment commissioner Virginijus Sinkevičius. He
added “Today marks the culmination of more than a decade of preparatory
work and international negotiations in which the EU played a key role,” he
added, saying he was “very proud of our outcome…The high seas are a
fragile and vital treasure that covers nearly half the planet, and the treaty is
seen as essential to conserving 30% of the world’s land and ocean by
2030”. Jessica Panegyres of Greenpeace welcomed the deal but called for
urgent ratification of the treaty.

For the global community as much as for UN member states, this


declaration must surely be greeted with optimism. Finally, the international
community has what would appear to be a final resolution of the
international status of our governance of this shared space. As with
everything in international affairs, actions are indeed louder than words, so
one must only hope that in the coming months, NGOs such as Greenpeace
are not proven right in their circumspection on implementation. Member-
states who have procrastinated over such a critical issue for decades have
certainly taken a brave step in the dark. One hopes this truly constitutes a
diplomatic leap to preserve the ocean. The consequences for international
affairs are as crucial and multi-faceted as almost any previous agreed
instrument since the very creation of the UN itself.
La paradoja de Latinoamérica: región líder en
producción de alimentos y donde más se encarece
la comida
El País , Isabella Cota

América Latina vive una paradoja. Es una región líder en producción de


frutas, verduras, pescado y carne a escala mundial y exporta cientos de
miles de millones de dólares en comida cada año. Pero es también la región
en donde más se ha encarecido la comida, por lo que casi 57 millones de
personas pasan hambre. El problema se ha agudizado a partir de la
pandemia de la covid-19, cuando quedaron expuestas las vulnerabilidades
de la región, entre ellas una subinversión en el desarrollo de fertilizantes
propios.

Si bien la inflación, tanto general como la de alimentos en particular, ha


aumentado en todo el mundo, la magnitud del incremento en Latinoamérica
y el Caribe es mucho mayor que en otras regiones, según datos de la
Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura
(FAO). La tasa de inflación de los alimentos promedio para la región
alcanzó 43,9% en septiembre de 2022, muy por encima, por ejemplo, del
30% registrado en Asia, región con la segunda inflación alimentaria más
alta en el mundo.

El fenómeno guarda relación con varios factores. La depreciación de las


monedas en los respectivos países impacta el precio de aquellos alimentos
importados. El incremento en el precio de los combustibles, también a
escala global, afecta el transporte y la distribución. Además, la guerra en
Ucrania ha tenido también un efecto importante ya que Rusia es uno de los
principales suministradores de fertilizantes a América Latina y la guerra
complicó tanto la producción como la compra de éstos productos desde
febrero del año pasado.
La región es exportadora neta de alimentos. América Latina acumula el
14% de la producción mundial de productos agrícolas y pesqueros. Brasil y
Argentina han apostado por las tecnologías transgénicas para multiplicar
sus cultivos, mientras que, en México, empresarios de sectores como el
aguacate han invertido en fuertes campañas publicitarias en el exterior para
colocar su producto. Un informe de la Comisión Económica para América
Latina y el Caribe (Cepal) asegura que la región exporta anualmente
productos por valor de 160.000 millones de dólares. El 87% de esta
cantidad tiene como destino otras regiones del mundo; solo el 13% restante
se queda en los países productores.

Esta es una de las razones por las que resulta paradójico que 49,4 millones
de personas en América Latina y 7,2 millones en el Caribe pasen hambre,
según datos de la Cepal. El 5 de abril, México encabezó una videollamada
con seis jefes de Estado y dos ministros de la región para llegar a un
acuerdo en la reducción de aranceles que pudiera resultar en menores
precios de productos básicos. La idea era buscar “soluciones conjuntas
frente a las presiones de precios y la carestía presentes en la región”, así
como “fortalecer la integración y el comercio regional”, según la
declaración de la alianza.

“Para abordar una posible crisis de seguridad alimentaria y hambre, los


países pueden implementar una serie de respuestas políticas integradas”,
recomendó el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD)
en un reporte publicado el martes. “Los programas de apoyo agrícola, como
proporcionar a los agricultores semillas, fertilizantes y herramientas, así
como capacitación e infraestructura, como sistemas de riego, pueden ayudar
a mejorar la producción de alimentos”.

Las políticas de protección social, empezando por los programas de


alimentación en las escuelas o vouchers o transferencias monetarias, pueden
ayudar a la población de bajos ingresos a acceder a alimentos nutritivos,
apuntó la multilateral. “Las políticas de regulación de precios pueden
garantizar que los alimentos estén disponibles y accesibles a precios
asequibles”, señaló el organismo.
L’Arabie saoudite, nouveau “soutien” du régime
d’Assad
Courrier international , Courrier international

“La paix globale”, promet l’éditorial du journal saoudien Al-Riyadh ce


jeudi 13 avril, au lendemain d’une journée riche en avancées diplomatiques,
signe d’une reconfiguration régionale qui avance à grands pas.

Mercredi 12 avril, une délégation venue de Téhéran était reçue à Riyad pour
la réouverture de l’ambassade iranienne dans la capitale saoudienne, un
événement qui était attendu depuis l’annonce d’un processus de
rapprochement irano-saoudien, le 10 mars dernier. En parallèle, le ministre
des Affaires étrangères syrien, Fayçal Al-Mokdad, était reçu par son
homologue saoudien, Fayçal ben Farhan.

C’est la première visite d’un chef de la diplomatie syrienne en Arabie


saoudite depuis 2011, début du soulèvement du peuple syrien contre le
régime de Bachar El-Assad, suivie d’une violente répression s’étant muée
en conflit meurtrier à ramifications régionales et internationales.

“Aider l’État syrien à déployer son pouvoir”

Riyad avait alors rompu ses relations diplomatiques avec Damas et œuvré à
la chute du régime. Douze ans plus tard, les Saoudiens veulent “aider l’État
syrien à déployer son emprise” sur l’ensemble du territoire syrien, proclame
en une Asharq Al-Awsat, journal panarabe contrôlé par les Saoudiens.

Cette visite du chef de la diplomatie syrienne à Riyad a lieu à la veille d’une


réunion prévue vendredi 14 avril, toujours dans la capitale saoudienne, de
neuf pays arabes pour discuter d’une réintégration de la Syrie au sein de la
Ligue arabe. Les Saoudiens comptaient consacrer ce retour d’Assad dans le
giron arabe lors d’un sommet de la Ligue prévu le 19 mai, explique le
quotidien américain The Wall Street Journal.
Réticences persistantes

Or, ajoute le journal, “au moins cinq membres de la Ligue, dont le Maroc,
le Koweït, le Qatar et le Yémen, refusent le retour de la Syrie”. Certains
pays ont émis de nouvelles conditions, dont le “déploiement de troupes
arabes en Syrie pour protéger les réfugiés de retour au pays”, ainsi que la
fin de la production et de la contrebande de captagon – utilisé comme
drogue et qui fait des ravages dans le Golfe – et une réduction de
l’influence iranienne en Syrie.

Mais il s’agit aussi de revendications plus réalistes, explique encore le


journal. Le Maroc, par exemple, exige la fin du soutien syrien au Front
Polisario au Sahara occidental. Pour l’Égypte, il s’agirait surtout de ne pas
se mettre en porte-à-faux avec les Américains, qui maintiennent la Syrie
sous sanctions. Le gouvernement yéménite est trop dépendant des
Saoudiens pour pouvoir réellement s’opposer à eux, et le Qatar et le Koweït
n’auront pas assez de poids pour vraiment empêcher les autres pays d’aller
au bout de leur démarche.

Réconciliation “historique”

Cette réhabilitation du régime de Damas s’inscrit dans le contexte d’un


retournement tout aussi spectaculaire de la position des Saoudiens à l’égard
de l’Iran. En 2017, le prince héritier saoudien, Mohammed ben Salmane,
avait qualifié le guide suprême, Ali Khamenei, de “nouveau Hitler” et avait
publiquement souhaité une intervention militaire américaine pour empêcher
l’Iran de se doter de l’arme nucléaire.

Selon l’éditorialiste Samir Atallah, dans Asharq Al-Awsat, ce


rapprochement irano-saoudien s’apparente à la réconciliation franco-
allemande actée par le traité de l’Élysée en 1963, “qui mit fin aux pires
guerres de l’histoire de l’Europe”.

Les résultats de ce rapprochement “sont stupéfiants”, ajoute l’éditorialiste,


grâce aux “hommes d’État” qui œuvrent “chaque jour à une nouvelle
détente régionale”. Il pense même que “le modèle saoudien n’est pas loin de
devenir un modèle pour le monde, à l’instar de celui de la Chine”.
Si Al-Riyadh vante “la sagesse de la politique saoudienne” au service de “la
paix mondiale”, aucun journal saoudien en revanche ne fait le bilan de la
politique agressive, voire belliqueuse, qui avait été, jusque-là, celle du
prince héritier saoudien Mohammed ben Salmane.

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