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DESENVOLVIMENTO DO PROBLEMA E UTILIZAGAO DA LITERATURA Penso que grande parte das informagdes que tenho fol obtida quando eu procurava algo, mas acabava encontrando alguma outra coisa no caminho. Franklin P. Adams. preparacio é a fase mais dificil de quase todo novo empreendimento, ¢ a pesquisa nto é exce- (go. Vozé niio pode fazer qualquer pesquisa significativa se nfo determinar a érea que deseja investigar, o que jé foi publicado nessa rea e como seré condurida a investigagéo. Neste capitulo, abordamos os modos de identficar problemas pesquiséves, de procurar a literatura especifica ¢ de cescrevera revisio da literatura, Identificagdo do problema a ser pesquisado Entre as muitas questGes importantes eafrentadss pelo alano de graduacio, estéa identificacto de ‘um problema de pesquisa. Este pode surgir a partir de situagSes do mundo real ou de quadros re- ferenciais tebricos. De qualquer modo, um requisito bésico para propor um bom problema de pes- Figura 2.1 Raciocinioindutivo. Obs = observacao. > Figura 2.2 Raciocinio dedutivo, Hip. = hipstese. Roimpressa do. L_Hoeres and B.Gnissem, 1975, Astudent guide _—_~Alempressa do L_Hoenes arc B. Chissom, 1975, student guide for educatonal research (Statesboro, G. AVog Press 22.Comper- for educational esearch (Statesboro, @. A: Vog Press), 22. Com gor- miedo de Ariene Grisson, ‘missio de Arlene Cheon. ‘A Figura 2.2 apresenta um modelo de raciocinio dedutivo, Esse racivefnio avange da expli- cago tebrica de eventos & hipSteses espectticas, testadas de ecordo (cu comparadas) com a reali- dade, a fim de avaliar a corregio das proprias hipéteses. Usando as nogGes da teoria do esquema aprosentadas (para evitar a explicago de outra toris), Schmidt apresentou a hip6tese chamada de variabilidade da prética. Em esséncia, segndo essa hipStese (concluida ou deduzida da teoria), a Prétca de uma serie de experiéneias de movimento (dno de determinada classe de movimentos), YamenNsnge co comparida 8 pritica de um nico movimento, facilite a passagem para um aovo movimeato (ainds Sorendizayem ae dentro da mesma classe). Muitos pesquisadores testaram essa hipGtese, identificada pelo raciccinio nabiidades motoras Elomentos de ouros ‘stucos podem ajudar a identicar méodos parao delneamento do estucoe incur caractorisicas gos partipanies, inetrumentos de coleta de dedos 9 aspoctos da testagem e andlise Fontes secundarias Em pesqusa, fonte de dados cujo autor avaliou e resuriu esauisas anteriores. Fontes primarias Em pesquisa, fonte de dads de primeira mao; festuco orginal > Fentos primirias, ‘mais comumeria na forma de artigos de peridticos, sioas mais vaiosas para os pesquisadores. 52 Thomas, Noleon & Silverman Etapas da pesquisa da literatura Voce deve seguir seis etapas ao revisar a literatura. Elas gerantem uma busca completa e a tornam mais produtiva. Etapa 1: Redija o enunciado do problema Abordaremos a redagio formal do enunciado do problems no préximo capitulo. Agora, tentamos apenas especificar as questdes de pesquisa levantadas. Vejamos um exemplo. O pesquisador quer descobrir se aexperiéncia de ensino do estudante influencia suas atitudes em relagio ab ato de ensi- nar. Mais especificamente, ele quer examinar essas atitudes antes e depois da experiéneia de ensino dos estudantes de um programe de preparagio de professores de educagdo fisica. Ao definir com cuidado 0 problema de pesquisa, o pesquisador tem condigies de estabelecer limites razoaveis para 4 pesquisa da literature. Lemibre-se: a definicio do problema, das questbes ¢ das hipéteses podem mudar com base na busca. Redija o enunciado do modo mais completo (porém conciso) possfvel. Etapa 2: Consulte fontes secundarias Essa etapa ajuda a formar uma visio geral do t6pico, mas vocé pode suprimi-la quando tem conhe- cimentos suficientes sobre o tema. Fontes secundérias, como livros didéticos ¢ enciclopédias, sio dteis aos que conhecem pouco 0 t6pico e, portanto, podem se beneficiar de informagdes bésicas ¢ de resumos de pesquisas anteriores. Artigos de revisio da literatura da érea de interesse so especial- mente valioses. Enciclopédias As enciclopédias fornecem uma visio geral das informag&es sobre t6picos de pesquisa e resumem 0 conhecimento sobre temas espectficos. As gerais contém informagées abrangentes fobre campos inteiros. Contudo, as especializadas oferecem tpicos muito mais restrtos. Alguns exemplos so: Encyclopedia of Sport Sciences and Medicine, Encyclopedia of Physical Fimess, Encyclopedia of Physical Education, Fitness and Sports, Encyclopedia of Educetional Research e Handbook of Re- search on Teaching. ‘ae existe um grande itervao (ano) ene o momento da submissto deuma conrbuigo académica e sua publicacio, €importante lemibrar que as informagies enciclopéicas fio datas. Anda assim, € possivel obter informagdes bisicas sobre o tema, familiarizar-se com termos basicos -anotar referencias de periddicos de pesquisa pertinentes. Revisées de pesquisas Revises de pesquisas sfio uma excelente fonte de informagio, por ts razdes: © Algum académico bem-informado empregou bastante tempo ¢ esforgo para compilar a ite- ratura mais recente sobre 0 t6pico. ‘© Além de localizar a literatura relevante,o autor também fez uma revisdo eritica ¢ sintetizou ssa literatura em um resumo integrado do que jé se sabe nessa érea, * Com frequéncia, o autor da revisio sugere dreas que carecem de pesquisas, fornecendo dicas valiosas ao gratuando Entre as publicagdes de revises atuais, podemos citar Annual Reviews of Medicine, Annual Review of Psychology, Review of Educational Research, Physiological Reviews, Psychological Re- view e Exercise and Sport Science Reviews. Essas fontes, como Annual Review of Psychology © Physiological Reviews, eneontram-se dispontveis tanto na forma impressa como eletrOnica. “Muitas revistas publicam regularmente um ou dois artigos de revisdo. Por exemplo, a Research (Quarter for Exercise and Spor publica um sstigode revis2o daC. H. McCloy Lecture, dada no café Métodoe do Posquica om Atividade Fisica 53 BUSCAS POR eras = ee hoes) ec) a arent a | aera Veena} — Ce | Ta EEGs da manha do cors6rcio de pesquisa, no encontro anual da American Alliance fer Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAUPERD).A palestea de Diane Gill na C. H. MeCley Lecture em 2008, “Social psychology and physical activity: Back to the future”, foi publicada na edigio de dezemibro de 2009 (volume 80, p. 685-695) da Research Quarterly for Exercise and Sport. Ocasio- znalmente, uma reviste publica uma edigio especial que consist inteiramente de artigos de rervisfo. Etapa 3: Determine as palavras-chave As palavras-chave sf termos que ajudam @ localizar fonts relativas a determinado t6pico. A respeito do efeito da pritica de ensino do estudante sobre as sues préprias atitudes em relagio ao ato de ensinar ‘no campo da educago fisica, palavras-chave Obvias séo atitude (em relagdo ao ensino), mudancas de atitude, prética de ensino de estudaates ¢ educacéo fisica. As palavras-chave podem ser classificadas em principais e secundérias. A combinagdo desses dois tipos ajuda o pesquistdora localizar a ltera- ture relacionada pertinente, Obviamente, termos como “atitude”, “prética de ensino de estudantes” ¢ “educacio fisica” so muito abrangentes. Virios bancos de dados adotam palavras-chave préprias para ccada tema, Discutiremos isso mais ediante, neste capitulo, 20 descrevermos a pesquisa cletrinica. Etapa 4: Busque fontes preliminares Use fontes preliminares (gerais) para chegar as fontes primérias, por meio de pesquisas eletrOnicas. Elas consistem, principalmente, em resumos ¢ indices. Nos parigrafos seguintes, desereveremos fontes preliminares que podem ser iteis a pesquisadores da educagdo fisice, ciéacia do exercicio ¢ cigncia do esporte. 54 Thomas, Noleon & Silverman ‘Sessoes de painéis Método ce aprasertagao {do poequiea om conferéncias, em que © futor coloca 9 resume de sua posqusa en paredes ou murals © fica & disposigao para responcer as perguntas os intxessacos. Resumos Resumos concisos de estudos de pesquisa sto foates de informagio valiosas. Resumos de artigos apresentados em congressos cientificos encontram-se disponiveis em encontros nacionais, muni- cipais e na maioria dos estaduais. Resumos de simpésios patrocinados pela AAHPERD Resear- ch Consortium, comunicagées livres © sessies de painéis apresentados no Encontro Nacional da AAEPERD sio publicados anualmente na Research Quarterly for Exercise and Sport Supplement. |A Medicine and Science in Sports and Exercise publics, uma vez a0 ano, um suplemenio especial de resumos apresentadios no enconiro anual da American College of Sports Medicine. utras fontes sto a Dissertation Abstracts International, que contém resumos de dissertaydes da masioria das faculdades ¢ universidades dos Estados Unidos e do Canatlé, ea Index and Abstracts of Foreign Physical Education Literature, que fornece resumos de revistas de outros paises. Fontes de resumos em éreas relacionados incluem Biological Abstracts, Psychological Abstracts, Sociolo- sical Abstracts, Resources in Education ¢ Current Index to Joumals in Education. Indices Varios indices fornecem referéncias de artigos de jornais ¢ revistas dedicados a temas especificos. Batre os indices gerais mais usados em educago fisica, eifncia do exesefcio ¢ citncia do esporte, podemos citar Education Index, Reader's Guide to Periodical Literature, New York Times Index, Web af Science e Physical Education Index. Apeset do titulo (neice de publicagoes de educagio fisica), ssa Gltima fonte fornece um catélogo de temas que abrange peri6dicos estadunidenses ¢ de outros paises nos campos da danca, de educago para a satide, da recreagdo, dos esports, da fisioterapia ¢ da medicina esportiva. Pesquisadores de varias éreas da educagio fisica, da ciéncia do exercicio ¢ da cigncia do esporte tendem a usar catélogos especifices, relacionados aos seus proprios temas de interesse, como Index Medicus, PsycINFO, ERIC, Current Contents ¢ SPORTDiscus. Todos eles esto disponiveis em meio eletrdnico, o formato preferido na maioria das bibliotecas de pesquisa. © Index Medicus. Amplamente usado na ciéncia do exercicio, fomece acess a mais de 2.500 revistas biomédicas do mundo inteiro. E publicado mensalmente; cada edi¢fo contém se- {Bes por tema e por autor ¢ uma bibliografia de revisbes médicas. Também pode ser pesqui- sado por computador, via Medline. # PocINFO, Catélogo eletrBnico na érea da cigncia do eomportamento, A partic de palavras- -chave, relaciona ttulos apropriados, identificando autores ¢ revistas. © ERIC. OacrOnimo ERIC refere-se ao Educational Rescurces Information Center. E a maior fonte de informagies da frea de edueagio do mundo. O sistema coleta, ondena, classifica © armazena milhares de documentos sobre virios t6picos associados a educactio e reas corre- latas. Seus catdlogos basicos sio Resources in Education (RIE) ¢ Current Index to Joumals in Education (CE). Além de conter resumos, 0 RIE indica como obter documentos, se podem ser adquiridos em microfilme ou como arquive em formato pdf ou como solicitar ‘copia do original diretamente do editor. Tanto o RIE quanto 0 CUE fornecem assisténcia valiosa nabusca de informagBes sobre t6picos especificas. O ERIC ainda produz um tesauro (Gxico), contendo milhares de termos que podem ser usados na localizacdo de referencias e za busca eletrdnica de informag0es. © Current Contents. Esta pequena revista semanal, publicada pelo Insitute for Scientific In- formation, contém o sumario de revistas cienificas publicadas recentemente em Sreas de conteido geral (p.ex.,céncias socias € do comportamento) ¢ cassificadas por subérea (p. €%.. psicologia, educacio, reabilitagio ¢ educacdo especial). O fndice dessa fonte contém titulos de revisaslistados por pico e autor, alm de fomecer enderegos de autores para que ‘opesquisedor possa obter cdpias dos tabalhos.A Current Contents também tem uma sega0 sobre livros atuais, em cada mimero, além de edigdes semanais da drea de cincias da vida; fisica, quimica e citneias da tera; ciéncias sociais e do comportamento; agricultura, bio- logia e citncias ambientais; medicina clinica; engenharia, tenclogia e citneias aplicadas; Métodos do Posquica om Atividade Fisica 55 artes ¢ humanidades. Encontra-se disponivel em formato eletr6nico, via Web of Science, na ‘maioria das bibliotecas universitérias. © SPORTDiscus. Este indice é um recurso valioso para a obtengdo de informagies sobre a li- teratura prética e de pesquisa nas fireas de esporte, condicionamento fisico e eiueagio fisiea 0s t6picos incluem medicina esportiva, fisiologia do exereicio, biomecdnica, psicologis, trei- ‘namento, coaching, educagio fisica, condicionamento ¢ outsos temas relacionzdos ao esporte © a0 condicionamento fisico. Fornece também um catélogo abrangente da colesdo Micraform Publications de dissertagdes ¢ teses do International Institute for Sport and Human Perfor- ‘mance. Inclui, ainda, todas as citagies do antigo banco de dados bibliogratico Sport and Leisure do SIRLS, que cobre a literatura de pesquisa relacionada a aspectos socizis¢ psicol6- icos do esporte e do lazer, incluindo jogos e danga. O SPORTDiscus encontra-se disponivel apenas em meio eetrOnico; no ha verso impressa. Os dados listados remontam & 1975. Bibliogratias As bibliografas listam livros ¢ artigos sobre t6picos especificos. Encoatram-se disponiveis em vé- rips formatos, de acordo com o modo como as informag6es foram ordenadas. Todas es bibliografias contém 0 nome dos autores, 0 titulo dos livros ou dos artigos, o nome das revistas € os dados sobre «a publicago, Uma bibliografia comentada tem uma breve descrigdo da natureza ¢ da abrangéncia do artigo ou livroreferido. Dados bibliogréficos de estudos recentes sobre o tera escolhido sio de valor incalculével para ‘ pesquisador. Alguns autores declaram que uma das contribuigdes mais importantes da dissentaao € arevisio da literatura e da bibliografia. Contudo, voe8 aiio pode simplesmente usar a revisio da literatura apresentada em um estudo anterior. O fato de alguém ter revisado fontes pertinentes no permite que o pesquisador deixe de ler e avaliar, por conta prépria, cada uma das fonies. Lembre-se de que © autor do trabalho anterior (a) pode ter sido descuidade, citando fontes incorretamente,¢ (b) pode ter citado 0s resultados de umestudo fora do contexto ou & partir de um ponto de vista diferente daquele do autor original. Em virias ocasiéies, encontramos referéncias bibliogréficas incorretas. Um estudo realizado por Stull, Christina e Quinn (1991) revelou que, de 973 citagGes encontradas em volumes de 1988 ¢ 1989 da Research Quarterly for Exercise and Sport, 457 continham um ou mais erros, uma propor- ‘io de 47%. F isso nio acontece apenas nessa revista. Uma proporgio de 50% de errs foi reeistra- da no JAMA: The Journal of the American Medical Association (Goosrich ¢ Roland, 1977). Stull, (Christina © Quinn (1991) enfatizarem a importancia de todos 0s elemenios da referencia bibliogréfi- cca, sem excevio, Além disso, aresponsabilidade pela exatidio das informagées, em titima andlise, € do autor. No processo de publicagéo, podem ocorrer erros na odpia da fonte, na digitagdo do artigo, na revisio do manuscrito, na conferéncia das provas, ou em outros aspectos. Uma boa estratégia de pesquisa consiste em consultar as fontes de informacdo mais recentes ¢, depois, trabalhar de modo retroativo. Assim, economiza-se tempo, pois o pesquisador pode tirar vantagem des estudos de outros. Alguns exemplos de bibliografias séo: Annotated Bibliography on ‘Movement Education, Bibliography of Research Involving Female Subjects, Bibliography on Per- ceptual Motor Development, Bibliography of Medical Reviews in Index Medicus, Annotated Bibli- ‘ography in Physical Education, Recreation and Psychometor Function of Mentally Retarded Person € Social Sciences of Sports. Sistema de informagées da biblioteca (© catélogo tradicional de fichas, srmazenadas em gavetas ¢ com informagées bibliogrifices por ‘nome do autor, assunto ou titulo da obra, praticamente no existe mais. Na verdade, a biblioteca cen- tral da universidede onde um dos autores trabalha agora tem a tinica ficha catalogréfica no campus, ocalizada em uma exposigio que mostra a hist6ria de biblioteca. Quase todas as bibliotecas uaiver- sitdrias adotaram o catélogo computadorizado, ¢ ¢ inevitével que as poucas que ainda permanecem sem adotardo esse metodo assim que as condigées financeiras permitirem. Bibliograta comentada Lista de recursos que fonece breve deserigae a natureza 6 ca srangéncia de-cada artigo ou vr 56 Thomas, Noleon & Silverman > Pianejar 6a chave aa urra busca Gelitarazura com ‘sucesso, Escrova sou problema de posquisa e, com calma, formule desoritores © palavas-chave. 1H abundiincia de catélogos compatadorizados. Em geral, 0 ususrio seleciona, em primeiro lugar, o tipo de busca, relacionado em um menu — por autor, titulo, palavra-chave cu nimero de registro, Se 0 item pesquisado for encontrado, o computador apresenterd uma tela com nome do autor, titulo, informagses sobre a publicago, termos indexados e mimero de registro. A maioria das bibliotecas de faculdades e universidades também pode ser acessada pela Internet, por docentes € alunos, a partir de seus computadores pessoais. Alguns dos que usaram o antigo sistema por muitos anos mostram-se nostalzicamente resis- lentes ao seu desaparecimento, Eles afirmam que, ao consultar as fichas em busca de um material espeeffico, com frequéncia, encontravam outras referéncias valiosas por acaso, Eniretanto, & medida que o estudante se familiariza com o computador, o processo de busca tomna-se mais répidoe produ- tivo. Lembre-se: se tiver qualquer divida sobre pesquisas em bibliotecas, consulte os bibliotecérios. Em geral, cles so extremamente prestativos ¢ geatis Buscas por computador Os recursos computadorizados podem acelerar muito a pesquisa da literatura. A busca automética & mais eficaz ¢ efisiente na localizagdo do dados e informagées em catélogos do que ¢ manual, que tind € possfvel com algumas bases de dados, mas ¢ recomendével usar 0 computador quando voce estiver pronto para descobrir as fontes primérias. Alguma bases de dedos relevantes para varias éreas em educagio fisica estio listadas na pigina seguinte. A busca computadorizada varre muitos arqui vos de resumos ¢ catilogos nas éreas de ciéncias naturas, humanidades ¢ ciéncias sociais. ‘Antes de comegar a busca, recomendamos fortemente que vocé gaste um pouco de tempo planejando. A quantidade de tempo e os artigos achados tomar 0 primeiro passo valioso. A medi- da que vocé fala com seu orientadore Ié as fontes priméries e secundérias, registe as palevras que descrevem o topico © guarde-as pars os espectos inicisis de busca. Essa lista pode ser longa, mas 0 fat de ter esses termos pode ajue-lo a ajustar 0 escopo da busca e aventurar-se em éreas correlatas, Familiarizar-se com miltiplas bases de dados o sjudaré em sua busca. A maioria dos estudan- tes que fezem uma revisdo de literatura ou querem entender um t6pico usar trés ou mais bases de dados. Por exempio, um estudante de pedagogia preferiré usar Web of Science, ERIC ¢ ProQuest Digital Dissertation, porque essas ferramentas cobrem diferentes revistes € os protocolos de busca so levernente diferentes. Seu orientador ¢ outros estudantes de p6s-graduago podem auxilid-lo na identificagdo de que base de dados seré mais itil. Se a biblioteca tiver sessbes de orientacio para o uso de bases de dedos, sugerimos que voc8 participe. Se utilizou busca computadorizada em outra bibliotece ou hé mais de dois anos, voo? deveria dedicar algum tempo para aprender sobre as bases de dados e a interface na sua universidade — os sistemas mudam rapidaments, e o sistem de cada universidade é levemente diferente. Conforme se familiariza com cada base de dados, tome notas sobre como ela funciona (p. ex., pode usar curingas pera significar miltiplos possfveis termos rela cionados ou funciona melhor se vocé usa palavras de um Iéxico?). ‘Agora, « maioria das bases de dados permite que o usuério salve, envie por email ou imprima ‘ informagiio, Além disso, muitas bases de dados mostrario a histéria das mudangas durante uma sessfo, Manter anotagSes nos erquivos salvos ¢ mudangas feitas durante a busca ¢ itil. Pode ser particularmente relevante ter um arquivo em seu computador no qual salvar a lista de artigos mar- cados na busca. Antes de salvar (ou enviar por email), € aconselhével adicionar uma nota seg de comentérios, assim poderd ser facilmente identificada quando vocé voltar mais tarde. Ajuste da abrangéncia da pesquit Como mencionamos, em praticamente todas as bibliotecas universitérias, uma pessoa pode utilizar a busca eletrGnica em computadores conectados a Internet. As informagies podem ser salvas eim- pressas com uma grande quantidade de informagéo (p, ex.,resumos, palavras-chave, referencias, 0 nimero de vezes que o artigo foi citado), Lemire-se: conforme abservado, a chave pars o sucesso da pesquisa da literatura € 0 planejamento cuidadoso. Portanto, redija o enunciado do problema for- mule descritores convincentes e palavras-chave. Se 0 banco de dados que voce esté utlizando tiver um léxico, use-o. Uma forma eficiente de descobrir palavras-chave produtivas ou termos do assunto localizar um ou mais artigos relacionados ao seu tdpico e ver como eles esto indexados. Métodos do Posquica om Atividade Fisica 57 Tee ee ae ees ERIC (Educational Resources Information Center) (a partir de 1956) Indexadores: Léxico de palavras-cheve do ERIC Tipo de informagio: Tados os t6picos relativos & educagio, da pré-escola a uriversidade, esto incluidos em féroas como adminitragéo, eurtieulo, encino © aprondizagom. Arigos publeados oZ0 acossados a pattr do Currant ‘index to Journals in Education; materais no-pubicados podem ser obtidos ne Resources in Education, uma parte do ERIC. Amtos os bancos de dados podem ser pesquisadas de rrodo simulténeo ou separado. O contetido do ERIC tamém esté disponivel em CD-ROM. MEDLINE (a partir de 1966) Forma de busca: Temes médicos Tipo de informagio: A vasta colegio de artigos de revietas de biomedcina, sade, gerontologia, ete. do Index Medicus pode ser acessada pelo MEDLINE, dsponivel em CD-ROM. PsycINFO (a partir de 1967) Forma de busca: Léxico de termos de catélogos de psicologia Tipe de informagio: Apresenta artigos de revistas, disseriagdes e relatérios téenicas (livias e citagdes de capt- tulos de livros estdo disponivels desde 1992) de psicclogia e relacionados as ciéncias do comportamento, Esse bance de dads origina-se do Psychological Abstracts. PsyeLit (a partir de 1974) é a verséio em CD-ROM, Sociological Abstracts (a partir do 1963) Forma de busca: As palavras-chave so digitadas pelo proprio usuéro. Tipo de informagéo: Esse banco de dadas contém amolo erquvo de artigos de revista, pubicagdes de conferén- cias¢ livros sobre pico.ogia socal, deservolvimanta clinica. composte de varios arqivos combinados. Secale (a partir de 1974) é a versao em CD-ROM. Dissertation Abstracts Online a partir de 1861) Forma de busca: As palavras-chave sao dgitadas pelo proprio usuario. Tipo de informacéo: incuirresumos e textos completes de dissertagbes e teses (desde 1962) do Dissertation Ab- sirac’s Ins matonel e do American Doctoral Dissertations. revi dssertagSes de praticamente todas as instituigdes de ensino superior dos EUA, de numorosasinstituigSoe do Cansdé ¢ de lgumas do outros paicoe.Disponivel om CD-ROM Ingenta (a partir de 1988) Forma de busca: As palavras ou nomes séo digitados pelo proprio usuario. Tipode informacéo: Inclulartigas e sumérios de mais de 18.000 revistas, com milhares de citagSes aorescentadas diariemerte. Trata-se de um servigo pago, que oferece oportunidade de aquisigéo de arquivos pdf ou por fax da maiovia dos artigos, em geral no prazo de 24 horas. SPORTDisous (a partir de 1975) Forma de busca: As palavras sao digitadas pelo prépro usuario. Tipo de Informagao: Tata-se de amplo arquivo de literatura especializeda em espories, condicionamento fisico «¢ educacéo fisica. Inclui também um indice abrangente de dissertagses ¢ teses, além de ctacdes sobre aspectos socials € psicol6gicos da pesquisa em esporte e lazer. Encontra-se disponivel em CD-ROM, Web of Sclence (a partir de 1965) Forma de busca: Palavras-chave, nome do autor, nome da revista Tipo de Informagdo: Trata-se de um banco de dados eletrOnico, acessado com mais frequéncia em bibliotecas. Fornece acesso a trés grandes catdlogos de revistas e a autras informagdes: Science Citation Index (a partr de 4965), Social Sciences Citation Index (a partir de 1965) e Arts and Humanities Citation index (a partir de 1975) Prové uma lista de todas as revistas constantes do catélogo (por dea geral, carrpo ce trebalho e ordem alfabé- ica). Os usuarios podem localizar artigos publicados especifices, autores dos artigos © nomes de revistas. Além isso, permite pesquisar dados sotre fetores de impacto de varias revistas e frequéncia de citacao de varios arligos e autores. 58 Thomas, Nolson & Silverman ‘A abrangéncia de sus busca pode ser estreitada ou slargada usando palavras especiais, cha- madas operadores de Boolean. Os dois operadores mais comuns, ou conectores, sto as palavras “e” ¢ “ou”. Para estreitar a busca, voc® adiciona outro temo com a palavra “e”. Por exemplo, no estudio proposto sobre a investigagio de mudancas na attude em relapdo & ensinar aps a experiéacia estudante-ensino, 2.237 itens foram listados sob o descritor “mudanga de atitude”. Para “atitude + ensinar, 186 itens foram listadosc, para “atitudes de estudante professor”, 100 itens. Quando todos foram conectados com a palavra “e”, 44 referéncias foram listadas, o que ¢ um niimero possfvel de examinar. A Figura 2.3 ilustra alégica de Boclean com esse exemplo, A palavra ou amplia a busca. Termos adicionais relacionados podem ser conectados com ou para que o computador busque mais de uma alavra-chave (Fig. 2.4). O pesquisador que quiser, por exemplo, informagies sobre a “prética de ensino” (153 itens) pode ampliar os resultados, usendo “pritica de ensino” (133 itens) ou “estdigio” (495 itens), obtendo, ento, um total de 628 itens rela cionados. Se a busca completa produz um ou mais artigos que so frequentemente citados ou consi- derados chave para 0 t6pieo, & possivel identificar onde cada um foi citado desde a publicagii. A tarefa € completada fazendo-se uma busca de referéncia citada no Web of Science. Essa aborda- gem permite verificar novamente e encontrar artigos que vocé perdeu. Além disso, ela identifica artigos relacionados que podem usar palavras-chaves ou descritores diferentes. Voc® pede pedir que slguém o ajude em sua primeira busca. Nesse caso, voce provavelmente consultard o bibliote- cério ea pesquisa serd agendada ¢ poderd ser conduzida por algum funcionério da biblioteca. £ provével que 0 pesquisa- Eriradas qu tratam de mudengas om aude © dor tenha de preencher um formulério, em que especificard Popout aad (© enunciado da pesquisa, as palavras-chave € 0 banco de da- dos. O funcionério pode ser extremarente itil no momento de selecionar as palavras-chave e também em todo o proces so de pesquisa da literatura. Os resultados da busca podem etseee sersalvos e baixados ou enviedos por corrcio eletrOnico para eae ‘vooé, para impressio no momento mais conveniente. Ainda ue esse servigo s vezes seja pago, na maioria dos casos vale a pena pagar o preco pela bibliografia resultante, expe- cielmente em fungdo de sua abrangéncia ¢ da economia de tempo c esforgo. Contudo, observamos, que, se voet plangja usar a biblioteca com frequéncia, por razdes de pesquisa ou profissional, serd vélido o esforgo pare aprender como fazer a busca voo$ mesmo, etude + Musanga de attics a Obtengéo de fontes primarias Depois de conseguir uma lista de referéncias relacionadas, 6 preciso localiza e ler os estudes na fntegra. Musas bases dedados contém resumos, além de indicagées bibliogréficas. O resumo € extremamente itl na hora de decidir se 0 artigo > Figura 23 Umailustragao do consctor“e" paraes- deve ser recuperado. Para a maioria das huscas, ler 0 resumo treitar a busca. informaré se artigo seré necessésio, e voc® pode facilmente incluf-lo nas referencias bibliograficas salves com as citagdes ue selecionou para olhar mais tarde Quando souber que artigos quer recuperar, precisard ine cobi-Ios, Praticamente todas as revistascientificas esto dis- enaino poniveis em formato eletrOnico, Algumas revistas tém mui- tosanos de arquivos eletrinicos, enquanto outras tém poucos anos desde que foi oferecida a verso digital de artigos. Con- forme voc® aprende & usar a base de dados disponivel em sua > Figura 24 Uma ilustago doconector ou para am- _ biblioteca, é recomendavel aprender como recuperar artigos pliar a busca, de revistas cletronicameste. Cada biblioteca tem uma forma 133 tens Métodos do Posquica om Atividade Fisica 59 iferente de fazer isso — desde links diretos com as bases de dados até a husea de cada revista separa- damente -, etemos recomendado tornar-se proficiente em descobrir e recuperar artigos na biblioteca que voce userd. A sua biblioteca pode nio ter todas as revistas que estio ns lista de referéncias. Voc@ deve consultar o sistema de informecao da biblioteca para ver se sua biblioteca tem uma revista espect- fice, Se o artigo é de um volume mais antigo, voce talver tenha de recuperar a c6pia fisica ¢ fazer uma fotocépia. Se a biblioteca ndo tem a revista ou 0 volume de que vocé precisa, deve usar 0 em préstimo entre bibliotecas ou possivelmente obter um fax ou um arquivo pef do artigo por meio do servigo Ingenta, ‘A Tabela 2.2 contém uma lista de revistas que so frequentemente usadas por estudantes de atividade fisica. Cade titulo de revista é acompanhado por seu fator de impacto € fator de impacto de cinco anos. O fator de impecto € uma medide padronizada da frequéncia com que os artigos de uma revista so citados em outras revistas ao longo dos dois iltimos anos, O fator de impacto de cinco anos, que énovo para o Journal Citation Reports de 2008 do Institute for Cientific Information (Thomson Reuters, 2010), é uma medida semelhante dos tltimos cinco anos. Quanto maior 0 fator de impacto, mais citagSes por artigo publicado pela revista ao longo do periodo. TABELA 22 Periédicos com fatores de impacto" Fatorde Fator de impacto ‘Titulo do periédico impacto de anos ‘ACSM’s Health and Fines Journal 0353 0366 Adapted Physical Activity Quarterty 0.837 3,009 ‘American Edcational Research Journal 1,667 2974 American Journal on Mental Retardation 1,589 2,159 American Journal of Pysical Medicine & Rehabilitation 1,695 1,868 ‘American Journal of Physiology—Hleariand Circulatory Physiology 3,68 3.736 Americen Journal of Sports Medicine 3,645 3982 Applied Physiology Nutrition and Metabolism (Physiologie Appliquee Nutrition ex Mevabolisme) 1,591 3,603 Archives of Physical Medicine and Rehebilitetion 2.159 a7 Abtiletic Therapy Teday ou0 0.164 Australian Journalof Physioterapy 1948 2297 Aviation Space, ard Environmental Medicine om 0.958, Biology of Sport 013 0135 British Journal of Sport: Medicine 2.126 2,905 (Child Development 3.821 a) Clinical Biomechanics 2,00 146 Clinical Journal of Sports Meticine 1,595 2221 Clinics in Sport Medicine 1,298 1399 Epidemotogy 3.405 i703 Eryononies 1,608 1,729 Ewwopecr Journal of Applied Physiology 1,931 2,174 Ewopecn Journal of Sport Science 0755 . Exercise Immunology Review 3.400 4641 (con) 60_Thomas, Noleon & Silverman »TABELA 22 (continuacéo) Fatorde —Fator de impacto ‘Titulo do periédico impacto de 5 anos ‘Bxercie ani Sport Science Review 269 3a Experimental Brin Research 2,195 2865 Gait and Pesture 2783 3415 High Altitude Medicine and Biology 1,667 189 Human Biolosy 0.807 1346 Ruane Factors 1,529 1870 Human Movement Science 1s 220 International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism 1,438 Len International Journal of Sport Psychology oer 072, International Jowrnal of Sports Medicine 1,06 1,910 ‘International Spertmed Joumal 103 . okineties and Exercive Science oz 030 Japanese Journal of Paysical Fitness and Sports Medicine 007 0,105 Journel of ging and Physical Activity 1,60 197 Journel of Applied Bicmechanies 1197 Lit Journal of applied Physiology 3,658 370 ournel of applied Sport Pschology 1.093 1804 Journel of Athlete Trining 16st 2,004 Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation 0,196 0463 ournel of Biomechanics 2,784 350 Journal of Curriculum Studies ose 015 Journal of Bectromsography and Kinesiology aaa 2850 Journal of Experimental Psychology — Human Perception and Performance 2.987 3.70 Journal of Motor Behovior 1,087 1867 Journal of Orthopaedic Sport Physical Therapy 195 2258 ournel of Orthopedic Trauma L977 240 Journal ofthe Philosophy of Sport 0346 oan Journal of Rehabilitative Medicine 1,983 3,057 Journal of Science and Medicine in Sport 1913 2,031 Sourmal of Shnlder and Elbow Sergery 1907 217 Journal of Sport and Exercise Psychology 2118 2651 Journal of Sport Mancgement 1,087 1,120 ournel of Sport Rehabilitation osrt oat Journal of Sorts Mealcine and Physical Finess os 10m Journal of Strength and Conditioning Research osis 122 ournel of Sport Sciences 1,05 2,296 Journal of Teaching in Physical Education 0761 17 Knee 1.490 41,547 Knee Surgery Sports Truwnatology Arthroscopy 1,096 1,858 Medicina Dello Sport 0,100 0,130 Medicine and Science in Sports and Exercise 3.339 4078 Motor Control 1,518 1,615 ‘Movement Disorders 3.998 382 Operative Techniques in Sport Medicine 022 0345 Método do Posquisa om Atividade Fisica 61 torde ator de impacto Titulo do periédico impacto deS ams Peliatris Exercise Science 1000 1498 Perceptual and Metor Stills 0402 0523 Physical Therapy 2190 2,844 Physical Therapy in Spert 0612 0873 Paychology of Sport and Exercise 1,6 1925 Quest o6n 0769 ‘Research Quarterly for Exercise and Sport 1218 1455 Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports 2.264 2,809 Science and Sports ost o14e Sociology of Sport Jourvat 067 og13 ‘Sport Biomechanics 0451 . ost 0.969 o.g8s3 1398 3.018 4538 1,000 0378 Sporterletcung Sportschaden 0.325 oar Sirengthand Condtioning Journal 0.205 0273 Teaching and Teacher Education 076 1367 Wilderness and Emsironmental Medicine osis 0765 “O ator de impacto de anos do Journal of Citation Reports ndo est dsponive ‘Adaptada de Cardira © Thomas 2004, Essa medida obtida de modo simples ¢ fcil pode parecer uma forma vélida para avaliar a qualidade de revista. Contudo, muitas eutoridades tém criticado 0 uso dos fatores de impacto para avaliar revista (p. ex. veje Joint Commission on Quantitative Assessment of Research, 2008; Kulin- na, Scrabis-Fletcher, Kodish, Phillis e Silverman, 2009; Lawrence, 2003; Sammarco, 2008). Entre as objegdes, estdo que autores podem se citer, que 0s fatores de impacto ndo dizem se a citagio foi positiva ou negativa ¢ que comparagies entre dreas s4o probleméticas, porque existem grupos de pesquisedores grandes e pequenos. Em um artigo recente, Larivére ¢ Gingras (2009) realizaram uma busca extensa € descobriram que os mesmos artigos publicados em duas revstas tiveram diferentes {indices de citacdo. Eles sugeriram que algumas revistas tfm uma vantegem cumulativa em manter seus fatores de impacto. Este ou outros indices de citagdo so somente uma pequena parte de infor- ‘mado para a avaliagéo de revista. Uso da Internet: o bom, o ruim e o feio Uma grande quantidade de informagdes pode ser encontrada online. No entanto, com frequénci, € dificil determinar se essas informagies estio corretas © se séo precisas. Na verdade, grande parte dessas informagées ¢ incorreta ou inexata. A pesquisa pela Internet pode serfeita com palavras-cha- ve, utilizando recursos de busca-padrio, Provavelmente, vocé vai encontrar muitos sites de pesquisa. Distinguir os bons e vélidos dos insteis e endenciosos & diffeil Entretanto, virios sites slo reconhe- ciidos por conter informagées acuradas sobre t6picos que os estudantes querem encontrar, © 0 Scout Report (attp://scout.cs.wise.edufindex.html) é um projeto conjunto da National Science Foundation ¢ da University of Wisconsin, na cidade de Madison. Inclui uma quanti- dade considerfvel de informagées cientificasfteis nas freas das ciéncias biolégicas efisicas, dda matemética, da engenharia e da tecnologie. 62_ Thomas, Noleon & Silverman Mieroforma Termo ‘onérice que abrange © microfime, a microfiche © cualquer outro tivo dearmazenamant> te daces, am qua as paginas do ‘material original fo fotografadas requzidas em tamanno, © 0 SOSIG, Social Science Information Gateway (http /sosig.ac.uk), conecta 0 usuétio a mais de 50 mil paginas da Web sobre ciéncias sociais de érees como antropologia, negécios, economia, educagao, ciéncias ambieniais,estudos europeus, geografis, administragio publi- «a, dirito, filosofia, politica. psicologia, sociologia ¢ outras éreas, © 1.400 The Virtual Library (nttp:vib.org) é organizada com base nos temas da Library of Congress e, por isso, assemelha-se as bibliotecas municipais e universitéries, Entre os temas, stio agricultura, engenharia, humanidades, relacces internacionais,direito, lazer, estudos regionais, ciéncia e sociedace. Computadores pessoais Jd mencionamos que muitos docentes e discentes podem acessar os arquivos da bibliotzea ¢ realizar as pesquisas da literatura a partir de computadores pessoais em suas prOprias casas ou em seus escri- \6rios. Sua biblioteca deve ter informagdes que Ihe digam como se conectar e que informacdo seré exigida para completar ume busca de uma localizacdo remeta. ‘Alm disso, voc# deve estar atento & capacidade do computador para armazenar entradas bi- bliograficas, resumos ¢, inclusive, axquivo de textos de estudos em formato pdf. Uma série de pro- gramas comerciais serve a esse propOsito (p. ex.. EndNote, ProCite e Reference Manager). Apés entrar com as informagies bibliogréficas ¢ as notas, as informagSes podem ser recupersdas por meio de palavras-chave adequadas € nomes do autores cu dos perisdicos. Acréscimos, slteragdes € exclu- ses sto executados com favilidade, ¢ 0 nimero de itens que podem ser armazenatlos ¢ limitado so- mente pelo tamanho da meméria do computador. Cada nove entrada é armazenada automaticamente em ordem alfebética, co aczsso & bibliografia completa ¢ instantneo. Ligar arquivos pdf de artigos diretamente s notas € fécil, e informagies adicionais podem ser encontradas rapidamente, Muitas universidades disponitilizam gratuitamente ou com custo reduzido um ou mais desses programas. Além disso, a maioria das bibliotecas disp6e de eulas para ensinar 0 programa ou consultores que podem auxilier se houver algum problema. Outros servicos da biblioteca Os servigos disponiveis em bibliotecas dependem, em grande parte, da dimensio da insttuigao. Faculdades maiores costuram destinar mais recursos a bibliotecas, apesar de que algumas institui- Ges de ensino relativamente pequenas alcangam exceléncia nessa érea, oferecendo étimo suporte institucional e de pesquisa. Além dos servigos usuais do sistema de informagdes (catdlogo computadorizado, segées de referéncia e circulagdo, colegdes bibliogrificas e acervo de livros), as bibliotecas também desempesham outras fungSes ~ fazem cépias, mantém salas de leitura de jomais e seqSes de documentos oficiais, oferevem guias telefnicos, catélogos de universidades, etc. Um servigo de grande valor & 0 empréstimo entre bibliotecas, que permite obter livros, teses, dissertacdes © cO- Dias de artigos de periddicos de outros acervos. Esse empréstimo costuma demorar uma ou duas semanas a partir da data do pedido, € muitas bibliotecas estéo agora entregando as solicitagGes em arquivos pdf. Em geral, as universidades dispGem de extensas colegGes em microforma, termo genérico que engloba microfilmes, microfichas, microcartées e microimpressGes. As microformas so sim- plesmente reprodugdes fotogréficas miniaturizades de conteddes de uma pégina impresse, So ne- cessérias méquinas especiais, chamadas leitoras, para ampliar as informagées, de forma que voce ossa Ié-las. ‘A vantagem Sbvia des microformas € a economia de espago. Além disso, elas sfo dteis na aquisigdo de materiais que ndio poderiam ser divulgados de outro modo. Livros e manuscritos raros materiais deteriorados podem ser preservados em microforma. Alguns peri6dicos cientificos so armazenados em microforma de modo que a biblioteca possa obté-los de mancira mais econdmica. Acervos de documentos governameatais costumam ficar em microforma, assim como publicagées do ERIC. Em geral, na biblioteca, hé uma impressorafeitora destinada a imprimir materiais micro- formatados, O contexido desses materiais élistado no catélogo eletrénico ¢ nas relagGes de periédi- Métodos do Posquicaom Atividade Fisica 63 08. Muitos acervos em microforma (p.ex., 0 ERIC) estio sendo convertides em arquives pl para facilitaro acesso o armazenamento. Inimeras bibliotecas oferecem vistas monitoradas, cursos de orientagéo de curta duragdo para ususrios, informagées para visitas auto-orientadas € insirugtes para uso de recursos eletrGnicos Familiarize-se com sua biblioteca. As horas gastas sero 0 melhor investimento do seu tempo como cestudante de pos-graduacao. Etapa 5: Leia a literatura e faga anotagdes ‘Reunir literatura relacionada € uma grande faganha, mas etapa seguinte consome ainda mais tem- po. Vocé tem de ler, compreender ¢ registrar informacdes relevantes da literatura, tendo em mente ‘uma das muitas Leis de Murphy (andnimas): “Néo importa quanto tempo vocé guanla algo; assim que jogé-lo fora, precisard dele”. ‘A pessoa que criou essa citacio foi, provavelmente, um pesquisador que trebalhava na revisdo a literatura. Vocé pode ter certeza de que, se descartar alguma anotagio da pesquisa da literatura, © artigo referido seré citado incorretamente no seu texto ou na lista de referencias bibliograficas. Se voot deletou suas anotagées sobre um artigo, julgando que ndo seriam relevantes, o seu orientador, uum membro da banca ou o editor do periédico ao qual vocé submeteu um trabalho vai solicitar a incluso desse artigo. E quando tentar localizé-lo de novo, na biblioteca, voc vai descobxir que at- rancaram do peridico as respectivas péginas ou que o periédico sumiu ou, aind, que um professor ‘pegou o periédico emprestado ¢ no devolvea (¢ 0 bibliotecdrio néo vai dizer o nome dele), Portanto, ‘0 localizar um artigo, faga anotagSes cuidadosas © completas, incluindo informagies exatas da citagdo © use um programa bibliogréfico para ligé-las ao arquivo pdf para que esteja preparado se precisar vero artigo novamente. ara entender melher a literatura ida, tente decifrar as frases cientificas no quadro da pagina 664. Assim que compreender o verdadeiro significado de cada frase, vocé praticamente nio teré di- ficuldades em entender os autores de artigos de pesquisa. Agora, falando sério, como pesquisador, voo8 deve anotar as seguintes informagées de estudos que Ié: * Enunciado do problema (c talvez hip6teses) © Carecteristicas dos participantes * Instrumentose testes usados (incluindo informagdes sobre fidedignidade e validade, se hou- ver alguma) *# Procedimentos datestagem © Variiveis dependentes.e independents ‘© Tratamentos aplicados aos participants (em caso de estudo experimental) * Delincamento e andlise estatistica * Achados *# Questdes levantadas para estudo posterior © Citagdes e outros estudos relevantes ndo localizados (Quand os estudos sio perticularmente relevantes para a pesquisa proposta, guarde uma c6pia, Seo artigo nio esté disponfvel eletronicamente, fotocopie e esereve 2 referéacia completa na pgina do titulo, caso essas informagGes néo tenham sido incluides pelo periGdico. Indique também, em seu sistema eletrnico ouem um cartéo de snotagGes, quais estudos estio selvos eletronicamente no seu computador e quais sio fotocopiados utra forma stl de eprender a lere entender a literatura relacionada criticar alguns estudos. Use a relagio de quesibes da pagina 65 quando esiver criticando um estudo. A pagina 66 oferece um formulério amostra que usimos para relatarcriticas. Algumas tentativas de critica devem auxitié-o «a focar ¢ informagdo importante contide em estudos de pesquisa. [As vezes, os revisores exagerem nas criticas, como mostramos no quadro ne pagina 66 “Critica da produtividade de Schubert”, a respeito da Sinfonia Inacabada dese compositor. 64 Thomas, Noleon & Silverman Decifrando trases cientificas O que foi dito O que se quis dizer Ha muito se sabe que... Eu nao me preocupei em procurar a referéncia original, mas... De grande importncia tesrica e prétice. interessante para mim. Por enquanto, ainda no ‘oi possivel dar respostas de-_ experimento nao funcionou, mas eu pensei que po- finiivas a essas questées.. deri, pelo menos, fazer com que ele fosse publicedo. CO sistema W-PO foi eseohide porque era perfeitamen- 0 pesquisader do laboratéra ae lado jé tinha uma te adequado para mostrar o comportamento predito. _parrtefeita ‘Tés das amostras foram escolhidas para estudo deta- Os resultados das outras néo faziam sentido, thado. ‘Acidentalmente prejudicatio durante a montagem. Derrubaco no chao. ‘Menuseado com extremo cuidado durante todo 0 ex- Nao fol derrubado no cho. perimento. Aprosentamos resultados tipicos. Apresentamos oe melhores resultados, ( grau de corresponcéncia com a curva predita 6: Excelente Satisfatério Mederado Duvidoso Bon Moderado Baxo Imaginario| ‘Sugere-se aue., Eu pense que... Acredita-se que. Eu pense que. Pode ser que... Eu penso que... std claro que serd recess anda muitotrabalho Eun compreend nada para compreencer competamente... Infelizmente, einda nfo fl formulada uma teria quan- Ninguém va formule. tativa que explique esses resulados. Correto com uma ordem de magnitude. Errado, ‘Agradezo a Fulano pela ejudanos-experimentose a _Fulano fez 0 experimento e Beltrano explicou signi- Battrano pelos valiosos comentarios. ‘ieado. ara resumir, usando um sistema computadorizado para anotar ou cartes de indexacdo, se preferir, a informeco importante sobre a msioria dos estudos pode ser registrada e indexada por \6pico. Lembre-se sempre de anotar citagées de modo completo ¢ correto, ne formato exigido pela instituigio (p. ex., American Psychological Association [APA] ou Inder Medicus). Se utilizar um sistema computadorizado, essegure-se de fazer c6pia de seguranga dos arquivos de dados e arquivos pdf éo artigo no seu pen drive ou em outro computador, Métodos do Posquicaom Atividade Fisica 65 ries Coeur eee |. Impcessto geral (mais importante): O arigo ¢ uma contrbuigao signticatva ao cenhesimento ra area? I. Intredupio 0 roviedo da Iteratura [A. 0 projeto de pesquisa foi desenvolvido dentro de uma estrutura te6rica razodvel? B. A pesquisa citada 6 atval e velevante? Ela foi adequademente interpretada? C. O enunciado do probloma é cara, conic, tostvo| o dorivado da tcria @da pesquisa roviada? I, Método [A So televantes as carecteristices des pertcipantes descrias? Os partcpantes so adequades pera a pesquisa proposta? B. Ainsirumentagao é adequada? GC. Os proceaimentos de testagem ou tratamento sao dasertos de modo sutcientements detalnaso? D. As anlises estatisicas e odelineamento da pesquisa so suficentes? IV. Resultacos ‘A. 08 resultados servem para avalar 0s problemas enunciados? B.A apresentagéo dos resultados esté completa? C. As tabelase a figuras s8o adecuadas? V. Discusséo [A. 06 reoultados ot ciscutidoo? B. Os resultados 620 relacionados 20 problema, &tecria es descuberas préviee? C. Ha excesso de especulagao? Vi. Roferéncias A, Todas as releréncias estéo no formato conete? Estéo completas? B. Todas as refersncias séo cadas no texto? C. Todas as datas das reeréncias este coretas? Elas correspondem realmente ao textocitado? Vil. Resumo [A Incluio enunciado do objetivo, « descrigéo dos participants, a instumentagéo e os procedimentos? E tote também o rolato dao deecobertao ignfiatvas? B. Otamanno do resumo € adequado? Vill. Geral A. So apresentadas palavraschave? B. Séo apresentados cabecalhos tlos)? C. 0 vorabuario do texto ¢ poticemerte correto? Os partcipantes humanos sto apropriademente ident fcados e proteidos? Etapa 6: Redija a revisao da literatura Depois de localizar e ler as informagSes necessérias ede gravar os dados bibliogrificos apropriados, hora de comecer a edigir a reviséo da literature. Essa etapa envolve trés partes bésicas: 1. Introdugo 2. Desenvolvimento (corpo) 3. Resumo e conclusdes A introdugio deve explicar 0 prop6sito da revisio, 0 modo ¢ 0 motivo da sua anganizagio. O corpo da revisdo deve ser organizaio em tomo de tpicos importantes. Finalmente, a revisio deve resumirimplicagSes celevantes e sugerir caminhos para pesquisas futuras. O objetivo da revisio é demonsirar que o seu problema precisa ser investigado e que vocé considerou o valor da pesquisa 66 Thomas, Noleon & Silverman ened I Informagées bésicas . Qual o rome do peri6sico? Qual a eaitora do peridico? 3. Quantos artigos hd neste ntimoro? do fornecidas normes de pubicagdo para submissao de artigos? Em que nimero? Quem 60 eator? Hé.um indice anval? Em que nimero? . Que incioe de indexagdo ¢ utlizado (APA, Index Medicus, etc)? Qual a raforéncia completa, om APA, do artigo quo cord revieado? IL Resumo do artigo ML Crtica do artigo A Introdugdo e revisdo B. Métoda ©. Resultados D. Discussio E, Reteréncias F. Geral IN. Cepia do artigo \. Orentegdes para a crtica. ‘A. Digte-aem APA e espacoduplo. BB. Nao a coloque em neahum tip de pasta, apenas grampele as paginas no canto superior esquerdo, CC. Na primeira pagina, escrera o nome do curso, 0 ebjetve 60 seu préprio nom D. Escreva, no maximo, cinco paginas digtadas, além da pagina de identiicagzo. o> zrommoo0 Um alto executive ganhou um ingresso para.a Sinfonia Inacabada de Schubert. Como néo podia ir, deu a entrada ‘20 coordenador co setor de gerenciamento total de qualidade da empresa, Na manha seguint, perguntou a0 coor ddenador se ele trha gostado do concerto. Em vez de fazer algunas observagées plausivis o funcinatio enregou ‘20 chefe um memorando, com os seguirtes comentarios: * For periods consideraveis, os oboistas ndo tnham o que fazer. © quadro de oboistas deve ser reduzido, endo o trabalho deles distrbuldo ente os outros misioos da orquesra. Isso evitara pcos de inatividade * Todos os 12 vielinos tocaram as mesmas notas. Essa duplicagdo parece desnecesséria. O nimero de inte- sgantes dessa seqdo deve ser drestioamente reduzido. Quand realmente for nacessério um grand volume de som, pode-se usar um ampiifcador. * Despendeu-se muito esorgo para tocar a semicoleheia. Esse refnamento parece excessive; é recomendé- volo arrecondamerto das notas paraa cocheia mais préxima. Accim sera possivelusarestagiros em vez ‘ce misicos praissionais, * Nao hd motivo para repetr, ros instrumentos de sopro, @ passagem que joi tocada nos de corde. Se todas cessas passagens redundanies fossem eliminedas, sera possivelreduzir as duas horas de concerto para 20 minutos ‘luz do que acabamos de relacicnar, podemos corcluir que, se Schubert tvesse watado essas questbes, provaveimente tela tido tempo sufiiente para terminarasinfoia Métodos do Posquica om Atividade Fisica 67 para o desenvolvimento das hipéteses ¢ dos métodos, ou seja, que conhece e ertende 0 que outras pessoas fizeram e como essa pesquisa relaciona-se com o trabalho proposto, e que d suporte & pes- quisa que vocé planejou fazer. A intredugio da revisio (ou dos t6picos esrecificos da revisio) é importante, Se esses parigra- fosnio forem bem escritos ¢ interessantes, 0 leit desistid de lero restante da se¢do. Tente atrair a ‘tengo do leitor, identificando de modo provocativo os principais pontos destacados. corpo da revisio da literatura requer considerdvel atencdo. Pesquisas relevantes tém de ser organizedas, sintetizalas ¢ escritas de modo claro, conciso ¢ interessante. Nenhum acordo informal obriga 0 pesquisador a escrever revisOes de literatura tedioses © mal escritas, embora parega que ‘muitos estudantes pressupGem que assim deva ser. Parte do problema origina-se da ideia, disse- ‘minada entre p6s-graduandos, de que a sua tarefa é encontrar um modo de escrever complicado € tortios0, em oposigio ao simples e direo. Aparentemente, a egra 6 nunca usar uma palayra curta ¢ simples quando houver uma substituta mais longa e mais complexa. Na Tabela 23, oferecemos uma TABELA 2.3 Palavras e expressées que devem ser evitadas Jargio Uso preferencial Jargio Uso preferencial ‘Adem éa verdade [Ne verdade (ou deixe fora) __Consderével quantiade de Muito Aim de Po Decor veretba YVermelho A grands matoria A maiocia ‘De grande importnca teca eprtica Us ‘A purtirdo ponto de visa de Para De modo satistatsrio Satsftoramente A questo dese Se Definiivament provado Provado Avespeito de Sobre Deve-se nota no ertant, que Mas ‘A sua opinido era que Acrediava que Devese tar que Note que (ou dene fra) Absolutumente esencial —_Esenci Devidow Porgue Acreditese que xpenso que ‘Devido ao fatode que Porgue Apesar ofa de que Embors Durante o decorre 6e Durante, erquano ‘Aprosont asogurteopinito. Tu pono que f definide como f Bweadono faiodeque —-Porcausa de Hdesnecesséro dizer (Deixe fora question a in- Suse legion ae clusdodo que hoaver asegu) Coma possivelexcegiode Exceto ‘evidente ques praduzivb sproduziu Com base em Pee ‘imeressnte sotarque (éeixe fora) Cum fequencia, caso que Cum fequéveia Bebo resulune Resulado Coma cbjetvo de Pra lininarinteiamente lina Como resultadodeque ‘De mado que lucida Explicar ‘Com refréncia a ‘Sobre ou deine fra) ‘Em agus casos Asvens ‘Como consequénca de Por causa de ‘Bm conexio cam Sobre, elaivo 8 Como costurs acentecer Como ocorre Em estelaproximidase Proxino Come hoje can dia je Bm favor de Para leumeste chen cia ‘Bra minha opin essa ndo & uma ee cee eae (eens 68 Thomas, Noleon & Silverman >TABELA23 (continuagao) Jargio Uso preferencial Jargio Uso preferencial a maioe eres Com equines Moise o ranciae ‘odo mame (ao oe ‘Em nimero inferior Menos — ee peau ‘io ina capacidae de Niopodia eer ee Neste momenta Agora ‘Em termos de Sobre Meade * Em um sentido muito eal [No sentido de (ou deine fora). No momento presente ‘Agora ‘Em uma base diria Diariamente hans ae TEmuna Gpca anterior Previmente O motivo esté em que Porque ee, AOS (©noso conhecimeno ¢lasudente Nao ssbemas ‘Esse resultado parece indicar Esse resultado indica prea te toto Opeteets ath claro que Charamenie ee perio ctapeugor dV eniasiues tee Pano props a ses de se chegar a pena Pelaraziode que 5K que, poraue ee Pelouso de Pox com El oat Permita-me deixar uma ccisa absolu- (ve feita uma proposta Febscar Fuser tamente cars Indeccross) ica aparene que Aparetemente Pormneio de Por Final ikem Prevameste ‘Antes Finliat Terminar Quatioa Dente, pare Fosobservad, no decorer do Nos obseramos Referido aqui como (Charnsdo de eee Relaivoa Sobre ToirehtadoporSmith ——_Smithrelabu que ea pe Toramexecuads detrmint- Protas form determinadss gy 4 nena opin re ee secre eas Gragas a fo de que ‘Uma vez qe, porque coos Soul Grande em weno: de amano Grande Soe oe Gossamer de agradecer Agradecenos cannes as Ha ovidessobrese Posselmente ‘Tendo em vista fata de Por caus de, uma vez Himoivosparascediar gos Ea panto gio Ee Hamuito se sabe que Huniomeponpsl=m Pe ter cpaidalede “ie vee oe “Terminar por resulta em Resultarem ard ns ‘Umaordem demagiiudemaisripica Dez vezes mais pido Ccieee eG Umaséiiede Muits ‘Menorem tamanbo Menor Utiliear User Milita conta Proibz Visw gue Como ‘easeaca em Day e Gast, 2008. Métodos do Posquica om Atividad Fisica 69 ferrameata itil a potenciais redatores de pesquisas. Recomendamos enfaticamente 0 livro de Day € Gastel (2006), que pode ser lido, sem grande esforgo, em a 6 horas. Ele oferece muitos exemplos 6timos, engracados ¢ valiosos para quem pretende escrever artigos cienificos,teses e dissertagoes. Além de remover o argo tanto quanto possfvel (usando as sugestdes de Day e Gastel), voce deve ser claro ¢ ir direto 40 ponto, Defendemos o principio KISS (Keep It Simple, Stupid — Seja simples, estpido) como aregra basica da boa redagio. A lista apresentada a seguir (Day, 1983), re formula os mandamentos da boa escrita publicadas em 1968, em um boletim nformativo do Council of Biology Editors. Os dez primeiros si de Day e os outros, nosso. A sintaxe apropriads (0 modo como palavras € frases so reunidas) € o segredo do sucesso do texto. Destacamos também, mais adiante, alguns exemplos de sintaxe inadequada e de outros pro blemas de redacZo, na pégina 70. ‘Como mencionodo, « revisdo da literatura tem de ser organizada em tomo de tépicos importan- tes, que server como subtitulos do artigo, destinados @ chamar a atengo do leitor. O melhor modo de organizar os tépicos e es informagées neles contidas é deseavolver um esbogo. Quanto mais cui dadoso for © planejamento do esbogo, mais ficil seré a redagio do texto, Um bom exerefcio coasiste cemselecioner um artigo de revisto publicado em algum periddico cientifico ou o capitulo de revistio de alguma tese ou dissertagdo ¢ tentar elaborar 0 esbogo provavelmente usado pelo autor. Ao estudar teses e dissertagSes mais antigas, notamos que as revis6es incluidas nesses trabalhos costumavam ser ‘uma avaliagéo histérica, com frequéncie, em ordem cronol6gica. Sugerimos que vocé ndo se baseie cemestudos antigos, pois 0 estilo desses textos € enfadonho e, em geral, eles so mal-resumidos. Locke € colaboradores (2007) oferecem orientago detalhada para preparare eserever a revisfo de literatura Para redigir com eficdcia a revisdo da literatura, o pesquisador deve escrever um texto seme- Ihante ao que ele gosta de ler. Ninguém gosta de ler resumos apés resumos, dispostos em ordem cronol6gica. A leturs torna-se mais agradavel ¢ interessante quando o autor apresenta tum conceito ¢, em seguida, discute o que foi encontrado na literatura sobre esse conceito, fazendo referencias 10 mandamentos da boa escrita - e mals alguns |. Mantenha a concordancia entre os pronomes e o respectivo antecedente. 2. Respeite as regras de utilizagao de maitsculas. Nunca termine a frase com uma preposigio. (A propésito, voeé jé ouviu ahistéria daquola pedestre que violou ‘ume regra gramatcal? Ela se aproximou de um policia paisana e fez-Jhe uma proposta, que terminava com ‘uma sentenga,) “Mantenfa a concordéncia entre verbos ¢ o respective suleito, Nao use nenhuma dupla negaco. Nao mude de opiniao no decorter do text. Se tver dividas, no use partcipios. }. Use as conjungies de modo adequado, ). Nao escreva sentengas muito longas; isso difculta o uso de portuagao, prejudicando @ compreensao da pes- soa que vai ler 0 que vooé esoreveu, 10. Evite fragmentos de sentencas. 11. Nao use virgulas desnecessarias. 412. Confirme se nao faltou alguma palavra, 13. Nao delxe construg6es incompletas. 114. Porultimo, mas nao menos importante, dispense os cichés. Noge 70 Thomas, Nolson & Silverman Pe El ee ry Exempios de perguntas confusas para as criangas e suas respostas: Nomeie as quate estagdee. Gal, pimenta, mosterda e vinagre. ‘Como voo8 pode evitar que olete azede? Mantendo-o na vaca. ‘O que éa fibula? Uma pequena mentia. © que signitica varicose? Préimo. ‘Como é formado o orvalho? © sol brilhae faz as folhas suarem. ‘O que os peixes fazer na escola? Debatem. ‘O que vocé vé em Los Angeles quande a neblina desaparece? UCLA. Noose Frases com sintaxe impropria = 0 paciente fol encamintiado para o hospital para reparar uma héinla por um agente socal. *® Conforme um babuino cresceu selvagemente na floresta, eu me dei conta de que Wiki tinh necessidades nutricionais especiais, ‘+ Ninguém se feriu na explosao, que folatribulda a um aumento de gas por um dos Tuncionarios da cidade, ‘© A Tabsla 1 contém um resumo de respostas relativas a suicidio e morte por meio de um questionar. (Es- tamos cientes de que alguns questiondrios podem ser amibiguos, irrelevantes e triviais, mas ndo tinhamos Jdeia de que eram fatale.) véries relatrios de pesquisa relacionados com o tema. Desse modo, € possivel identificar pontos consensuais e polémicos e discutir a revisio da literatura. Estudos mais relevantes e importantes podem ser apresentados de modo mais detalhado; estudos com resultados semelhantes podem ser relatados em uma frase. Em ume tese ou dissenagto, os dots aspectos importantes da revislo da literature so critica ¢ a integralidade. Nao se deve apresentar os estudos simplesmente pelo tems. Os aspectos tedrico, metodolégico e interpretativo da pesquisa devem ser crticalos em visios estudos, e nBo necesseria- mente em cada um deles de mods isolado. Esse tipo de erftica indica que voee entendeu bem os temas ¢ consegue identificar problemas que podem ser superados no seu pr6prio estudo, Com frequétcia, os problemas identficados na critica da literatura fornecem justificaivas para a pesquisa escolhida. Ser completo (nko no sentido da extensio da revisio, mas sim em relagdo as sefertncias) € outro aspecto importante ds revisio de literatura. O pesquisador tem de demonstrar & banca exami- » Crieasintaigentes nadora que localizou, leu e compreendeu a literatura elacionada. Muitos estudos sto redundantes erteréncascomMesS — mcecom apenas a ciao especificn, mas no so pode deixar de cié-os. A tese ou dissertagto & frootanoscaroveao © Passaporte para vencer actapa da pés-graduagto, pois ela atesta a competéncia do pesquisador. de tortura Portento, no deixe nada de fora. Esse conselho, no entanto, aplica-se apenas a teses ou disertagSes. [Ao eserever artigos para publicagio em periGdicos, nis hé necessidade de enfatizar a totaidade da literatura citada (note bem: “citada”, €nllo “lida”). Os peri6dicos dispem de pouco espazo e, em geral, € preferivel que « introdugio e a revisto da literatura sejam integradas e curtas. Resumo Com frequéncia, identificar ¢ formular um problema pesquisével sio tarefas dificeis, em especial ‘para o pesquisador iniciante. Fomecemos algumas sugestdes para ajudar o estudante de pés-gradua- io « encontrar tépicos pertinentes. Abordamos os rasiocinios indutivo ¢ dedutivo de fornulagio de hip6teses de pesquisa. O indutivo parte de observagdes sobre hip6teses especificas para chegar a. um modelo tebrico mais geral. O dedutivo faz 0 contrério: vai da explicagio teérica a hipsteses espeeificas, que devem ser testadas. Método do Posquisa om Atividado Fisica 71 ‘As etapas da pesquisa da literatura incluem a redago do enunciada do problems, a consulta de fontes secundérias, a determinaco das palavras-chave, a buscade fontes preliminares para facilitar a localizagao das fontes priméris, a leitura € o registro da literatura ¢ a redacdo da revisio. io hé atalhos para localizar, ler e indexara literatura, nem para escrever & revisio, Ao seguir ‘as nossas sugesties, vocé fard tudo isso de modo mais eficaz, mas ainda assim haverd muito trabalho duro, O bom pesquisidlor € cuidadoso e direio. No confieno relato de outros, pois, com frequéncia, ele apresenta erros. Faca vocé mesmo as consultss. Nio se pode simplesmente sentar ¢ fezer uma boa revisto da literatura. Antes, é necessério planejar tudo com cuidado. Em primeiro lugar, faga um esbogo do que pretende escrever, depois redija o texto mais de ume vez. Quando estiver convencido de que fez 0 melhor possivel, pega a um cestudante de pés-graduacéo mais experiente ou a um professor que leia o seu trabalho. Aceite as su- _gestBes propostas, Depois, pega a opinido dealguém que niio é académico. Se 0 scu amigoconseguir entender tudo, provavelmente a revisdo esté boa. Com certeza, 0 seu orientador vai encontrar algo cerrado ou, no minimo, que ele gosteria que fosse diferente, Lembre-se de que os professores seatern- -se obrigados a apontar eros no trabalho dos p6s-graduandos. Gveritique sua compreensao A saguir, sugerimos exercicios para treinar a localizagao, 0 resumo, a critica @ a radagao da revisdo da literatura. Para fazer esses exercicios, vocé tera de recorrer a varios textos e tabelas deste capitulo. 1. Critique um estudo de pesquisa da sua érea. As perguntas relacionadas no quadiro “Critérios para criticar um artigo de pesquisa’ (p, 65) podem ajudé-lo. Redija a critica de acordo com o quadro “Critérios para criticar um artigo de pesquisa’, 2. Selecione um artigo de pesquisa de um periédico, Reconstitua 0 possivel esbogo usado pelo autor para escrever a introdugdo e a revisao de literatura (apresentadas juntas ou separadamente). Capitulo 3 APRESENTAGAO DO PROBLEMA Ajinda nao lia sua proposta de dissertacao, mas ja tenho algumas: boas ideias de como melhoré-la. Randy Glasbergen do “Today's Cartoon” (2006) 1m uma tese ou dissertago, a primeira segdo ou primeiro capitulo serve para introduzir o pro- blema. Por isso, com frequéncia, essa € a “introdugao". Varias partes da introdugao destinarn- -sea destacer a significdncia do problema ¢ a indicar as dimensdes do estudo empreendido, Este capitulo discute cada uma das seguintes segs, frequentemente nevessérias & primeira parte da tese ou dissertagto: + Thulo * Introdugio * Enunciado do problema © Hipétese += Definigées * Suposigées e limitagdes * Significdncia Nem todos os orientadores defendem o mesmo formato de tese, porque no hé um tnico for- ‘mato aczito universalmente. Além disso, de acordo com a natureza do problema de pesquisa, o for ‘mato pode variar. Um estudo hist6rico, por exemplo, ndo se encaixe no mesmo formato utilizado em ‘um estudo experimental; os tulos de segGes podem variar em estudos descritivos ¢ qualitativos. {que fazemos, portant, é apresentar segées tipicamente encontradas na introdugio ¢ especificar seus ropésitos e caracteristicas. Escolha do titulo Ainda que discutir o titulo logo no inicio parega logico, talvez. voot fique surpreso em saber que, ‘com frequéncia, ele s6 ¢ determinadlo, de fato, depois da redagdo completa do estudo. Mas, no mo- ‘mento de apresentar 0 projeto, o trabalho deve ter um titulo (ainda que provis6rio). Por iss, discuti- ‘mos essa questo em primeiro lugar. ‘Alguns autores afirmam que hé uma tendéncia de encurtar os titulos (p. ex., Day e Gastel, 2006), Entretanto, a andlise de mais de 10 mil dssertagdes de sete freas do campo da educagdo no ‘comprovou essa tendéncia (Coorough ¢ Nelson, 1977). Muitos titulos so, em ess€ncia, o enunciado do probiema (alguns incorporam até a sego de métodos). A seguir, apresentamos um exemplo de titulo longo demais. (Obs.: Os exemplos que usémos pare representar préticas pobres slo ficticios, Em geral, foram inspirados por estudos reais, mas qualquer semelhanga com trabalhos existeates & ‘mera coincidéncia.) 74 Thomas, Noleon & Silverman > umom ttulo informa suciniamente aoleitoro conteico ocstudo. Uma investigagio de survey e andlise da influgneia do PI. 94-142 nas stitudes, na meto- dologia de ensino e nas técnicas de avaliagio de professores de educagio fisica dos sexos ‘masculino e feminino, escolhides aleatoriamente em escolas publicas de ensino médio do ‘municipio de Cornfield, no Estado Confuso, Esse titulo simplesmente incluiinformagGes demais. Day (1983) tratou esse problemacom hu- mor, relatando uma conversa entre dois estudantes. Um perguntou 0 outro se ele tinha ido determi- nado artigo. A resposta foi: “Eu o estou lendo, mas ainda néo terminei o situlo” (p. 10). No exemplo que ecabemos de menciona, teria sido melhor opter pox: “A influgncia doPL 94-142 nas atinudes, na metodologia e nas avaliagdes de professores de educagio fisica”. propésito do titulo ¢ transmitir 0 contetdo, mas esse objetivo deveria ser alcangado do modo mais sucinto possivel. “Doze minutos de nado como teste de resistBacia aerSbia na natagio” Jack- son, 1978) & um bom titulo, porque diz. ao leitor exatamnente qual € o assunto do trabalho. Ele define 0 propésito especitico — a validago de 12 minutos de nado e delirnita 0 campo do estudo ~ a ava- lagi da resisténcia aerébis de nadadores. Contudo, na tentative de sintetizar, o pesquisador também niio deve exagerar. “Preparagio profissional”, por exemplo, néo € particularmente dtil. Nao inclui o campo nem 0s aspectos da pre- paragdo profissional estudeda. A chave da eficdcia do titulo curto esté na cepacidade de refletir 0 conteiido do estudo. Titulos especificos sio mais ficeis de indexar e de arquivar em bancos de dados eletronicos. Além disso, mostrem-se mais significativos para potenciais leitores que buscam uma literstura sobre determinado tépico. Evite palavras frases supérfulas, como “Uma investigagio de”, “Uma andlise de” ¢“Estudo de”. Elas simplesmente aumentam o tamanho do titulo sem contribuir em nada para a descrigdo do contesido, Consideremos este titulo: “Estudo de trés métodes de ensino”. Metade do texto é compos- ta de palavras supSrfulas: “Estuxio de”; o restante nfo € espectfico o bastante para ser indexado de modo eficaz: ensinar 0 qué? Que méodos? ‘Além disso, pense sempre no paiblieo. Talvez voo# pressuponha que os Isitores esto razoavel- mente familiarizados com a rea, a terminologia adotada ¢ os problemas relevantes. Um leigo, entre- tanto, pode questionar a relevéncia de estudos em qualouer érea. Alguns titulos de supostos trabalhos eruditos slo evidentemente humorfsticos. Recentemente, deparamos com o titulo “A natureza da penugem do umbigo”, da revista Medical Hypothesis (Steinhauser, 2009), que sugere que a penugem coletada pode oferecer uma fungéo de limpeza para o umbigo. ara se divertir, d@ uma othads nos titulos de teses e discertagSes aprovadas em determinado ano. Por exemplo, descobrimos “A distribuigdo de fosfolipideos em testes com grils cinzas” (em inglés, house cricket, teraimente “criquete doméstico”). Até onde pode ir 0 bizarro? Mas estamos apenas brincando, € claro, A questo € que as pessoas tendem a criticar estudos feitos em ontras dis- ciplinas simplesmente porque ignoram o assunto. Redagao da introdugao AA parte introdut6ria da tese ou do artigo de pesquisa destina-se a despertaro interesse pelo problema. O autor usa a introdugo para convencer os leitores da significdncia do problema, fornecer informa Ges, levantar éreas que precisam de pesquisa e, em seguida, com habilidade e légica, conduzi-los a0 objetivo espectfice do estuéo. Como escrever uma boa introdugao Ao redigir uma boa introdugio, é preciso habilidade literésia para construir um texto fluente e ra- zoavelmente breve. Tome cuidado para ndo massacrar 0 leitor com 0 jargio técnico, porque o leitor deve ser capaz de compreender o problema para entdo se interessar pela solugéo. Portanto, uma regra importante é: nio seja téenico demsis. Um vocabulério substancial, simples e direto é mais eficaz para a comunicagio do que um jargio cientifco, recheado de polissflabos. Day (1983, p. 147-148) contou um caso clissico de armadithas do jargdo cientifico: Métodos do Posquicaom Atividade Fisica 75 Isso me faz lembrar do eneanador que excreveu 2 Agéncia Nacional de Padronizago, afi ‘mando ter descoberto que o dcido hidrocloridrico era bom para desentupir canos. A agéncia respondeu-Ihe 0 seguinte: “A eficdcia do écido hidrocioridrico ¢ indiscutivel, mas o residuo corrosivo € incompativel com a permanéncia metélica”. © bombeiro replicou ter ficado satisfeito com a aprovagdo da agéncia. O pessoal da padronizagio tentou explicar tudo de novo: “Nao podemos assumir a responsabilidade pela produgdo de resfduos iGxicos e noci- ‘os resultantes do uso do vido hidrocloridrico, Sugerimos que o senhor busque algum pro- cedimento alternativo”. Mais uma vez, o bombeizo respondeu ser bom saber que a agéncia convordava com ele. No final, os funcionérios da pasronizago apzlaram: “Nao use écido hidroctoridrico, Ele destr6i a droga do cano”. © erau de conhecimento do piiblico ¢ importante. Novamente, voce pode pressupor que os leitores estdo razoavelmente informades sobre 0 t6pico (ou, provavelmente, nem leriam o artigo). ‘Contudo, mesmo leitores bem-informados precisam de algumas informayOes extras para refrescarera ‘a meméria ¢, assim, entenderem a natureza do problema, terem interesse stficiente ¢ apreciazem 0 raciocinio que voce desenvolveu para solucionar a questo, Lembre-se de que o ptibico ndo esteve imerso em sua érea de pesquisa de modo tio completo ¢ recente quanto voce. Os parigralos introdutérios tém de despertar 0 interesse pelo estudo; por isso, « habilidade de esczever ¢ 0 conhecimento do t6pico sio especialmente valiosos nesse momento. A narrativa deve in- ‘uoduzir informagies bésices de modo répido c explicar 0 raciociaio condutor do estudo. Sendo fluente, unificada e bem-escrita, a introdugo deve lever ao enunciado do problema com tal lareza que o leitor € ccapaz de dizer o objetivo do estudo antes de té-o ldo na integra. Contudo, algumas venss, descobertas cstatfstieas podem estar incorretamente conectadas na introdugio, produzindo fatos inapropriados: um estudo recente descobriu que o austreliano méaio caminha cerca de 1.440 km e bebe, aproximadamente, ‘84 litros de cerveja por ano; portanto, os australianos fazem 17,14 quildmetros por litro. Nao ¢ tio ruim. As introdugSes que spresentaremos a seguir foram selecionadas em periédicos cientificos pela brevidade e eficécia da apresentagao, Nio queremos dizer com isso que a brevidade, por sis6, é umn critério, porque alguns t6picos exigem introdugSes mais abrangentes do que outros. Estudos para desenvelvimento ou validagio de um modelo teérieo, por exemplo, em geral, possuem introdugiies ‘mais Longas do que os que tidam com pesquisa aplicada, Altém disso, teses e dissertagbes (no forma- to tradicional) quase sempre tém introdugdes mais longas do que artigos cientificos, Isso acontece simplesmente por questées de custo da pégina, Exemplos de boas introdugdes Os exemplos a seguir especificam alguns aspectos desejéveis da introdugdo, incluindo introdugao sgeral,informagées bésicas, mengo de lacunas na literatura e de éreas que ainda precisam ser pes- uisadas © progresséo légica, que leva ao enunciado do problema. Ap6s ter lido os exemplos, veja se consegue escrever o propésito de cada um deles. Exempla 3.1 (de Teramoto e Golding, 2009) 1 Ansan Guar rE ar Spt 8,6. 1845, Copy 009 on Aner Alacer Heth Pe Evenson as Uintroducio geral) A pesquisa mostra que a participacio em atividade fisica regular e vi- gorosa € um fator-chave na redugio do risco de doengas corondrias (DC) (Mazzeo et al., 1998). A DC é a principal causa de morte nos Estados Unidos (Rosamond et al, 2007). A inatividade fisica € um dos fatores de risco de DCs que pode ser modificado (National Cho- lesterol Education Program [NCEP] Expert Panel, 2002). Uinformagies bisicas} Niveis plasméticos clevados de colesterol ¢ triglivertdeos estio as- sociados ao desenvolvimento de DC... atividade fisica regular pods aumentar certos aiveis de lipideos associados ao risco de DC. [Direcionamento] Apesar de a pesquisa sobre os efeitos da atividade fisica regular sobre 6 lipfdeos de plasma ser extensiva, poucos estudos tém monitorado as mudangas nos niveis de lipideos plasmiético em individues que se exercitam regularment: por mais de 10 anos. > Escrova uma introcugdo de forma que os letores onhegam o objetiva do estuco antes de lerom o problema. As introcugdes deve ‘também ciarinterooee, cferecoriformagsio bésica e explicara l6giea do estud. 76 Thomas, Nolson & Silverman Variével de controle E um fator que poteriainfluenciaros resultades, ras quo fol ‘mantde fora do estudo, Variével categérica um tigo de varivel indoperdente, que nao pode se manipuleda, came iad, raga, sero, ot; também é cchamada de varigvel rmederadora, Exemplo 3.2 (de Stodden, Langendorfer e Roberton, 2009) Recor ua fr xr and Spr 80,» 228228, Cera: 209 Anatcan Alan Healh, PhycalEsuEaon, Reread Untrodugao geral] Desenvolver estilos de vida saudiveis inclui a manatengdo de aiveis, adequados de aptidio fisica relacionada a satide...e atividade fisica. Manter niveis de apti- «io fisica pode reduzir o risco de mortalidade e a incidéncia de doengas crOnicas (Blair et al, 1995; CDC, 2001; Freedman, Dietz, Srinivasan e Berenson, 1999, Centers for Disease Control and Prevertion, 2001) e forga muscular e resistEnci... as limitagdes funcionais que levam & dependéncia de um cuidador na velhice... [nformagies bésicas] Enquanio a aptiddo fisica em eriangas, adolescentes ¢ adultos tem sido promovida, (Blair et al, 1995; McKenzie etal, 2003; Okely, Booth e Patterson, 2001; Asllis et al., 1997), relativamente pouco se sabe sobre os efeitos da manutengio das hubi- lidades motoras na aptidao fisica ao longo da vida. Niveis intermediérios a sltos de com- peténcia ¢ habifidades motoras fundamentais (HME) necessérias para a participagdo com sucesso em muitos esportes ¢ alividades fisicas podem estar associados a altos niveis de desemperho e aptidio fisies relacionada 3 satde, Direcionamento] Em geral, a pesquisa sobre a relagio entre competéncia em habilidades ‘motoras e aspectos da aptidio fisica ¢ exigua. Enunciado do problema de pesquisa O enunciado do problema segue a introdugio, Poderfamos destacar que a revisto da literatura, com frequéncia, € incluida na segdo introdutéria e, portanto, preceds o enunciado formal do problema, Quando for assim, 0 pesquisador deveré incluir um breve enunciado do problema logo no inicio da segdo introdutéria, antes da revisto da literatura. No Exemplo 3.1, de Teramoto e Golding (2009), o enunciado refere-se ao exame dos efeitos longitudinais bem documentados do exerefcio regular na redugio do risco de DC, especialmente para a menutengdo de um estilo de vida independente de idosos. Noestudo de Stodden, Langendorfer e Roberton, de 2009, o enunciado do problema também estava Sbvio, a partir da introdugio, para avaliar © papel da competéncis em habilidade motora em aspectos da aptidio fisica relacionados & sade. Identificagao das variaveis O enunciado do problema deve ser suciato, Contudo, quando o estudo tem vérios subpropésitos, essa meta nem sempre ¢ alcangeda facilmente. O enunciado deve idemtificar as diferentes variveis do estudo, incluindo as varidveis independent, dependente ¢ categsrice (se houver) para um estu- do experimental ou quase experimental. Em geral, algumas variveis de controle (que poderiam influcnciar os resultados, mas que foram mantidas fora do estudo) também podem ser identificadas nessa part. “Meacionamos as variéveis independente e dependente no Capitulo 1. independente ¢ experi- mental ou de tratamento; 6 « causa. A dependente consiste no que é medido para avalias os efeites da varidvel independente; o efeito. A varidvel eateg6rica, as vezes chameda de varidvel moderadora (Tuckman, 1978), 6 um tipo de varidvel independente, mas que nfo pode ser maripulada, al como idade, raga ou sexo. Uma variével categérice € estudada para determinar se sua presenge muda a relagio de causa e efeito enire as varidveis independente e dependent. ‘Anshel ¢ Marisi (1978) estudaram o efeito de movimentos sincronos ¢ assinczonos estimulados por miisica no desempenho de resisténcia. O primeiro grupo executava o exercicioem sineronia com a mtsica de fundo; o segundo exercitava-se oavindo uma miisica que nao seguia o ritmo do exeref- cio; ¢ 0 terceiro fazia o exercicio sem musica. Métodos do Posquicaom Atividade Ficica 77 A varitvel independente era s condigii da misica de fundo. Havia ts niveis dessa variével ‘mésica sincrona, miisica assincrona e sem misice. A varidvel dependente era desempenho de resis- ‘encia, expresso pelo tempo que o sujeito se exercitava em ume bicicleta ergométrica até a exaustio. Nesse estudo, comparou-se 0 desempenho de homens mulheres submetidos a cada um dos trés veis da varidvel. Os autores procuraram determinar se os homens respondiam de forma diferente das mulheres as condigdes do exercicio. O sexo, portanto, representava uma varidvel categérica. Nem todos os estudos tém essa variével. Bo pesquisador quem decide que varifveis manipular ¢ controlar. Ele pode controlar a poset- vel influgncia de alguma yaridvel, mantendo-a fora do estudo. Nesse caso, ele decide nfo avaliar 0 possivel efeito dessa varidvel sobre a relagéo entre as variéveis independentes e dependentes - isso significa que ela é coatrolada. Suponhamos, por exemplo, que o pesquisador estsja comparando os _éiodos de redugio do estresse do estado de ansiedade competitiva de ginastas antes de competi ‘Ges duplas. Possivelment, os anos de experiéncia do atleta influenciam o grau de ansiedade. Os pesquisedores tém uma escolhe. Podem incluir esse atributo como uma variével categérica, exigindo ‘que metade dos participantes tena determiado ntimero de anos de competiglo © que a outra meta de tenhe nimero menor, cu controla a varidvel da experiéncia, exigindo que todos 0s participantes tenham experiéncia similar. ‘A decisio de incluir ou de excluir alguma variével depende de virias considerages. Deve-se considerar, por exemplo, sea varidvel esté estritemente relacionade ao modelo teGrico e qual a pro- babilidade de acontecer uma interegio. AS consideragGes préticas incluem a dificuldade de tornar ‘uma varidvel eategérica ov controlé-la (tal como a disponibilidade de participantes com determinada ccaracteristica) ¢ 0 grau de controle que o pesquisidor tem sobre a situacéo experimental. ‘No estdo dos efeitos da musica sinerona sobre a resisténcia (Anshel e Marisi, 1978), 0 fator do nivel de aptidio foi contralado com um teste de capacidade de trabalho fisico com todos os pariicipantes. Em seguida, com base nesse teste, a carga de trabalho de cada pessoa foi calcalada de modo a provocar 170 bpm de frequéncia cardfaca, Portanto, ainda que cs indices de resistencia ergométrica das pessoas envolvides fosse diferente, todos os sujeitos seriam submetidos a cargas de trabalho semelhantes; as diferengas de eptidio eram controladas desse modo. Outra forma de controle podcria tr sido # aplicago de um teste de eptidio a selegéo apenas de pessoas com de- terminado nivel de pritica. Varidveis estranhas so fatores que podem afetar a relagdo entre as variéveis independente dependente, sem sezem inclufdas ou controladas. A possivel influéncia de uma vasiével estranha ‘comumente é levantada na seco de discussdo. Anshel e Marisi (1978) especalaram que algumas das iferengas observadas entre as aptidGes de homens e mulheres talvez fossem causades pela relutan- cia feminina em atingir 0 esforgo maximo na presenga de um experimentador do sexo masculino. Essa seria uma varidvel esiranka. (Os tipos de variveis sdo discutidos em detalhes no Cap. 18.) Reramente as variéveis sio rotuladas como tal no enunciado do problema. Em certos casos, 0 ppesquisador identifica as variéveis independente ¢ dependente, mas, em geval, elas sio apenas sugeridas, Em resumo, a boa introdugdo leva naturalmente ao propésito do estudo. Esse item ¢ expresso za forma do enunciado do problema e deve ser redigido do modo mais claro ¢ preciso possfvel, de acordo com os subpropésitos eas varisveis. Estrutura do enunciado do problema Para garantir a clareza do enunciado do problema, um tiltimo e importante aspecto a ser conside- rado é a estrutura da sentenga ou sintaxe, Supoahamos, por exemplo, que 0 pesquisader reelizou um estudo “para comparar velocisias € corredores em te:mos de potacia anaecébia, medide pela velocidade ma atividade de subir escadas”. Observe como mudaria o sentido da frase se o pesquisa- dor tivesse escrito que tinka realizado um estudo “para comparar a poténcia anaerdbia de velocistas € corredores enquanto sobem correndo um lance de escadas”. O pesquisador teria de estar em bos forma para fazer as comperagées ao mesmo tempo em que subia escades. Outro exemplo de sintaxe incorreta € 0 caso do estudo cujo objetivo era “avaliar os ganhos de forga no quadriceps de ratos > 0s pesquisadores controlama influénea, das variaveis decicindo (uals varavels coven ser manipsladas 2 quais devem sor controlages. Variével estranha E um‘atorque pode afotararacao tntre as variaveis independente a dependenie, mas ndo é include ne ectudo, nom contolace 78 Thomas, Noleon & Silverman Hipéteses de pesquise hipétosos deduzidas da teoria ou induzides de eatudoe empires, que se baseiar no raciocio geo epredizem 0 resutadh do astuc, Hipétese nua uma hpotese usaca sobretudo noteste esiatstico para garantir a confiaaiidade de resultados, indicando ‘que nfo ha cforongas onto os tratamentns (ourolapio onto eo varie) albinos que usam estimulapiio elétriea™. Os ratos teriam de ser incrivelmente espertos para saber usar instrameatos elétricos. Apresentagao da hipétese Ap6s redigir o enunciado do problema, voe? tem de apresentar a hipétese (ou a questio, no es tudo qualitative). A formulagio de hipsteses foi discutida nos Capitulos 1 ¢ 2. A discussio aqui se refere ao enunciado das hipéteses e & distingdo entre hip6teses de pesquisa ¢ hipSteses nulas Lembre-se de que as hipéteses de pesquisa sio os resultados esperados. No estudo de Anshel e Marisi (1978), a hipStese poderia ser a seguinte: a aptidao de resisténcia é maior quando a pessoa se exercita ao som de ume mtisica sincrona, O raciocinio empregado na introdugao leva a essa hipétese. Outra hipétese seria “o exereicio sob miisica de fundo assincrons & mais eficar do que 0 exercicio feito sem miisica de fundo” (porque o estimulo sensorial prazeroso bloqueia o esti- mulo desagradavel associado a fadiga do exercicio). Vejamos outro exemplo. Um pesquisedor da érea de resbilitagao cardface pode criar ahipstese de que a distancia da casa do paciente até a academia ou o centro esportivo € o fator mais importante na determinacio da pritica do exercicio do que 0 tipo de atividade oferecido no programa de reabilitacdo cardiaca. No exemplo dado no Capitulo 1, a professora de danga elaborou a hipétese de que o uso de gravagdes no programa institucional methoraria a aprendizagem de habilidades da danca. A seguir, algumas hipéteses de pesquisa engragadas, + Um saco pléstico nunca abre do lado que voo€ tenta primeiro. ‘= Pressionar o controle remoto com mais forga sjudaré quando as baterias estiverem fracas. ‘© Nao importa acor do sabonete, espuma sempre ¢ branca. © Acoli ndo aderiré na parte interna da garrafa. Emcontraste, a hipdtese mula € usida principalmente no teste estetistico para garantir a con- fiabitidade dos resaltados; ela indica que nfo ha diferengas entre os tratamentos (ou relacio entre as varidveis). Qualquer diferenga ou relagdo observada deve-se, por exemplo, simplesmente a0 acaso (Cap. 7). Comumente, a hip6tese nula nao € a hipétese de pesquisa, ¢ a hipotese de pesquisa é aque costuma ser epresentada, Em geral, 0 pesquisador espera que um método seja melhor do que os outros ou entio ele antecips cera relagdo entre duas veridveis. Ninguém embarca em um estudo es- perando que nada acontega. Contudo, &s vezes © pesquisador formula a hipétese de que um méiodo 6 exstamente tdo bom quanto o outro. Em uma série de estudos feitos nas décadas de 1950 ¢ 1960 sobre exercicios isoméiricos versus isotOnicos, por exemplo, com frequéncia a hipStese era de que 0 exerefcio isométrico com mudanga répide de posigéo eza quase tio eficaz quanto ocxercicio isotbni- co tradicional se os resultados fossem avaliados de modo reguler. Em um estudo sobre a escolha de atividades reereativas para criangas com deficiéncia mental, Mathews (1979) mostrou que maioria das pesquisas nessa Grea, com registro de diferengas entre criaagas com e sem deficiéneie mental, ndo tinha considerado 2 condigdo socioecondmica dos participantes. Por isso, ele elaborou a hipétese de que néo havia diferengas na frequéncia da participagio em stividades recreativas entre criangas come sem deficiéacia mental leve quando a condigio sociceconémica era constant. ‘Aléa disso, as vezes, 0 pesquisador ndo espera diferengas em alguns aspectos do estudo, mas espera em outros. Pode-se eriar a hipétese, por exzmplo, de que criangas com elevada aptidéo para aprender obtém melhores resultados em resposta a determinado estilo de ensino, enquanto as com baixe aptidio aprendem mais em resposte a outro estilo. Em um estudo sobre as diferencas de idade na estratégia de memerizar os movimentos (Thomas, Thomas, Lee, Testerman ¢ Ashy, 1983), 0 autores previram que, como a localizagio € codificada automaticamente na meméria, nfo haveria diferenga real entre a memorizagdo de um local (onde acontecia um evento durante a corrida) por criangas mais jovens € mais velhas. Porém, cles partiram da hipétese de que haveria diferengs na memorizagio da distincia, uma vez que as criances mais velhas usam uma estratégia de memorizar

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