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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL


INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA F III
PROFA. DOROTÉIA DE FÁTIMA BOZANO

DANIEL SILVA LONGO


RGA: 2021.2406.001-2

PRÁTICA 2 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES ELÉTRICOS EM SÉRIE E EM


PARALELO

CAMPO GRANDE, MS
MARÇO 2023
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I. OBJETIVOS

i) Determinar a resistência equivalente resultante da associação em série de resistores;

ii) Determinar a resistência equivalente resultante da associação em paralelo de


resistores;

iii) Verificar as Leis de Kirchhoff em um circuito elétrico de corrente contínua.


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II. INTRODUÇÃO TEÓRICA

Em 1845, enquanto aluno da universidade de Königsberg, Gustav Robert Kirchhoff


formulou a partir da conservação da energia e da conservação das cargas elétricas um
conjunto de regras aplicadas em circuitos elétricos conhecido como as Leis de Kirchhoff
(BOZANO, 2023).
A regra derivada da conservação de energia, chamada de lei das malhas de Kirchhoff,
dita que a soma das quedas de tensão (V) ao longo de uma malha simples fechada é zero. A
expressão matemática dessa regra se encontra na Equação 1 (HALLIDAY, RESNICK e
WALKER, 2021).

∑ V i=0 (1)

Quanto à regra derivada da conservação das cargas elétricas, há a lei dos nós de
Kirchhoff, que dita que a soma das correntes que chegam a um nó (i e), ou seja, o encontro
entre 3 ou mais fios condutores, é igual à soma das correntes que deixam o mesmo nó (is).
Essa regra está descrita matematicamente na Equação 2 (HALLIDAY, RESNICK e
WALKER, 2021).

∑ ie =∑ i s (2)

Ou, simplificando, pode-se considerar a lei dos nós de Kirchhoff como uma soma
vetorial, sendo assim, a nova equação encontra-se na Equação 3 (BOZANO, 2023).

∑ ⃗i =0 (3)

Como consequência da união dessas leis, pode-se analisar circuitos com mais de um
resistor, estando os resistores associados em série ou em paralelo, em configurações como as
demonstradas na Figura 1.
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Figura 1 – Associação em série (a) e em paralelo (b) de resistores

Fonte: BOZANO, 2023.

Ao analisarmos a associação a da Figura 1, vemos que a corrente que cruza os


resistores é a mesma. Porém o mesmo não se aplica à queda de tensão em cada ponto dos
resistores. Nesse caso, associamos a lei das malhas de Kirchhoff com a lei de Ohm,
representada na Equação 4. Sendo assim, obtemos uma relação entre as resistências dos
resistores e uma resistência equivalente. A equação resultante encontra-se representada na
Equação 5 (BOZANO, 2023).

V =Ri (4)

R1 + R2=R eq (5)

Algo semelhante se aplica à associação b da Figura 1. Nesse caso, associa-se à lei de


Ohm a lei dos nós de Kirchhoff. Sendo assim, encontra-se o inverso de uma resistência
equivalente a partir da soma do inverso das resistências dos resistores. A expressão resultante
encontra-se na Equação 6 (BOZANO, 2023).

1 1 1
= + (6)
R eq R1 R2

É importante ressaltar que, a tensão é considerada positiva se a fonte é percorrida do


pólo negativo ao pólo positivo. Em contrapartida, a direção da corrente é escolhida
arbitrariamente e, ao encontrar um valor negativo de corrente, como regra geral, indica que a
direção real da corrente é oposta à direção escolhida (BOZANO, 2023).
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III. MATERIAIS E MÉTODOS.

III.I - EXPERIMENTO I:

III.I.i – Materiais

• Protoboard;
• 2 multímetros;
• 3 resistores diferentes entre si;
• uma fonte de corrente contínua (DC).

III.I.ii – Procedimento

Mediu-se a resistência real dos resistores utilizando um multímetro na função


Ohmímetro e anotou-se os resultados. Em seguida, conectou-se os resistores em série na
protoboard e mediu-se a resistência elétrica do sistema. Logo após, conectou-se em série o
multímetro em função de amperímetro e mediu a corrente total do sistema ao conectar com a
fonte, utilizando o segundo multímetro como voltímetro em paralelo para garantir que a
tensão provida seja de 10 V.
Após, colocou-se o primeiro multímetro em função de voltímetro e mediu-se a queda
de tensão em cada resistor.

III.II – EXPERIMENTO II:

III.II.i – Materiais

• Protoboard;
• 2 multímetros;
• 3 resistores diferentes entre si;
• uma fonte de corrente contínua (DC).

III.II.ii – Procedimento
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Utilizando os mesmos resistores do primeiro experimento, associou-se os resistores


em paralelo na protoboard e mediu-se a resistência equivalente utilizando um voltímetro na
função de Ohmímetro. Em seguida, conectou-se a fonte de alimentação e um multímetro, em
função de amperímetro, em série com os resistores. Utilizando o segundo multímetro como
voltímetro, garantiu-se a tensão da fonte como 10 V. Anotou-se o resultado da corrente total
do sistema. Logo em seguida, colocou-se o amperímetro em série com cada uma das
resistências a fim de descobrir o valor da corrente em cada um. Anotou-se os resultados.

III.III – EXPERIMENTO III:

III.III.i – Materiais

• Protoboard;
• 3 multímetros;
• duas fonte de corrente contínua (DC);
• 3 resistores, sendo 2 iguais e 1 diferente.

III.III.ii – Procedimento

Inicialmente, mediu-se a resistência elétrica real dos resistores selecionados utlizando


um multímetro na função Ohmímetro. Em seguida, montou-se o circuito seguindo o esquema
encontrado na Figura 2, com exceção dos multímetros, que, devido à falta de multímetros
suficientes no laboratório, utlizou-se apenas 3: dois para medir a tensão saída da fonte e
garantir 1,5 V de saída em cada uma e multímetro restante para fazer as medidas de corrnte e
tensão.
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Figura 2 – Montagem experimental do circuito.

Fonte: BOZANO, 2023.

Ligou-se as fontes e mediu-se a corrente em cada ramo do circuito, anotando os


resultados. Logo após, mediu-se a tensão em cada um dos resistores e anotou-se os resultados.
Na sequência, inverteu-se a polaridade da fonte VB e mediu-se as correntes em cada ramo
novamente.
Em todas as medidas, garantiu-se que a polaridade do multímetro fosse sempre
respeitada.
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

IV. I - EXPERIMENTO I:

Foi medido os valores de resistência elétrica reais para os resistores escolhidos (R 1, R2,
R3) e comparou-se com os valores nominais, estando elas disponíveis na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores nominais e reais para resistência elétrica dos resistores escolhidos
Resistor (Ri) Valor nominal de resistência Valor real de resistência (Ω)
(Ω)
R1 1000 978,7±0,1
R2 2200 2175±1
R3 3300 3345±1
Fonte: Autor.

A partir dos valores reais das resistências, utilizou-se a Equação 5 para determinar
teoricamente a resistência equivalente. Em seguida, mediu-se expeimentalmente a resistência
elétrica das 3 resistências associadas em série na protoboard. O valor calculado (Reqc) e o
valor medido (Reqm) estão registrados na Tabela 2.

Tabela 2 – Valor calculado e valor medido para a resistência equivalente devido à associação em série de 3
capacitores.
Resistência equivalente calculada (Reqc) (Ω) Resistência equivalente medida (Reqm) (Ω)
6498±1 6468±1
Fonte: Autor.

É possível observar a proximidade dos dois valores, cuja diferença deve se dar por
conta de fatores externos como o próprio multímetro utilizado para o experimento.
Em seguida, conectou-se o sistema a uma fonte de corrente contínua em
aproximadamente 10 V. Os resultados obtidos para a diferença de potencial em cada resistor e
a corrente do circuito encontram-se na Tabela 3.
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Tabela 3 – Tensão aplicada pela fonte (V), corrente do circuito (i), tensão, calculada e medida, em cada
resistor (VRic e Vrim).
Tensão da Corrente do Tensão em R1 Tensão em R2 Tensão em R3
fonte (V) (V) circuito (i) (VR1) (V) (VR2) (V) (VR3) (V)
(mA)
Calculada - - 1,523 3,384 5,205
Medida 10,015±0,001 1,556±0,001 1,521±0,001 3,380±0,001 5,151±0,001
Fonte: Autor.

Percebe-se que, para as tensões nos resistores, a tensão calculada se aproxima da


tensão medida, o que indica que os resistores nesse caso obedecem à lei de Ohm.
Utilizando os valores da tensão da fonte e da corrente medidos, é possível calcular
através da lei de Ohm a resistência elétrica equivalente do sistema, sendo ela:

Req = 6436,375±0,006 Ω

Comparando a resistência equivalente calculada a partir dos valores de tensão e


corrente com os valores obtidos diretamente, percebe-se sua proximidade, com sua diferença
podendo ser explicada devido à imprecisão dos instrumentos em suas diferentes funções, visto
que o multímetro usado não era um multímetro ideal.

IV.II – EXPERIMENTO 2:

Utilizaram-se os mesmos resistores do experimento 1. Utilizando a Equação 6,


calculou-se a resistência equivalente da associação em paralelo dos resistores:

Reqc = 561±1 Ω

Como esperado, o valor encontrado é menor que a menor das resistências dos
resistores escolhidos. Em seguida, os resistores foram dispostos em paralelo na protoboard, e
mediu-se sua resistência equivalente. A resistência encontrada foi de:

Reqm = 562,2±0,1 Ω
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Adicionou-se a fonte de corrente contínua com aproximadamnte 10 V de tensão. As


medidas de corrente total do sistema, corrente em cada ramo de resistor e tensão provida da
fonte estão na Tabela 4.

Tabela 4 – Medidas de corrente total no circuito (i), corrente em cada ramo de resistor (i Ri) e tensão
provida pela fonte (V).
Tensão da Corrente total Corrente em R1 Corrente em R2 Corrente em R3
fonte (V) (V) no circuito (i) (iR1) (mA) (iR2) (mA) (iR3) (mA)
(mA)
Calculada - - 10,27 4,62 3,00
Medida 10,054±0,001 17,63±0,01 10,21±0,01 4,61±0,01 3,02±0,01
Fonte: Autor.

Percebe-se a proximidade dos valores calculados aos valores medidos, o que indica
que as leis de Kirchhoff foram respeitadas. Utilizando os valores de tensão e corrente total
obtidos, é possível calcular a resistência equivalente da associação em paralelo de resistores.
Dessa forma:

Req = 570,3±0,1 Ω

Assim, ao comparar com os valores obtidos pelas outras abordagens, percebe-se a


semelhança entre os valores calculados através do inverso da soma dos inversos e o valor
medido diretamente. Contudo, o valor da resistência equivalente encontrado pela lei de Ohm é
ligeiramente maior (aproximadamente 9 Ω maior), que pode ser devido à imprecisão do
multímetro usado.

IV.III – EXPERIMENTO 3:

Para a terceira prática, foram medidos os valores reais e comparados com os valores
nominais de mercado de cada resistor escolhido. Esses valores estão na Tabela 5.
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Tabela 5 – Resistências nominais e reais de 3 resistores.


Resistor (Ri) Resistência nominal (kΩ) Resistência real (kΩ)
R1 1 0,994±0,001
R2 1 0,987±0,001
R3 0,45 0,466±0,001
Fonte: Autor.

Montou-se então o circuito da Figura 2, mantendo as tensões das fontes A e B (V A e


VB) em torno de 1,5 V. As medidas coletadas estão organizadas na Tabela 6.

Tabela 6 – Tensão de saída nas fontes, tensão em cada resistor e corrente em cada resistor.
Tensão (V) Corrente (mA)
Resistor 1 -1,5032±0,0001 -1,527±0,001
Resistor 2 +1,5042±0,0001 +1,523±0,001
Resistor 3 +0,0023±0,0001 +0,004±0,001
Fonte A +1,5027±0,0001 -
Fonte B +1,5052±0,0001 -
Fonte: Autor.

Observa-se que a corrente no ramo do resistor 3, o ramo central entre os pólos


negativo da fonte B e positivo da fonte A, é próximo de 0, sendo exatamente a soma das duas
correntes que entram no ramo. Consequentemente, pela lei de Ohm, a tensão também se
aproxima de 0.
Em seguida, inverteu-se a polaridade da fonte B: o que estava conectado no pólo
positivo foi conectado no pólo negativo e vice-versa, sem alterar o fornecimento de tensão. Os
valores para a corrente obtidos estão na Tabela 7.

Tabela 6 – Tensão de saída nas fontes, tensão em cada resistor e corrente em cada resistor.
Corrente medida (i) (mA)
Resistor 1 -0,7354±0,0001
Resistor 2 -0,7285±0,0001
Resistor 3 +1,4276±0,0001
Fonte: Autor.

Como esperado, enquanto a corrente nos resistores 1 e 2 são negativas, a corrente no


resistor 3, no ramo central, é positiva e é aproximadamente a soma das duas correntes. Dessa
forma, obedece às leis de Kirchhoff, como esperado.
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V. CONCLUSÃO

Foram realizados 3 experimentos com a intenção de verificar as leis de Kirchhoff e


suas implicações quanto à associação de resistores em série e em paralelo. Inicialmente,
verificou-se que, ao associar 3 resistores (nominalmente 1000 Ω, 2200 Ω e 3300 Ω) em série,
foram encontrados 3 valores para sua resistência equivalente utilizando 3 métodos diferentes:
medindo a resistência real de cada resistor e somando-as, medindo diretamente a resistência
elétrica dos 3 resistores associados e medindo a corrente e a queda de tensão nos resistores.
Os 3 valores encontrados encontraram-se muito próximos uns dos outros, sendo de
aproximadamente (6468±1) Ω. De forma similar, associou-se os 3 resistores em paralelo,
obtendo novamente um valor para cada método. Os valores foram também similares, sendo a
resistência equivalente aproximadamente ( 562,2±0,1) Ω.
Para o terceiro experimento, montou-se um circuito com duas fontes com tensão de
saída de aproximadamente 1,5 V, com 3 ramos no circuito, cada ramo possuindo um resistor
(os ramos das laterais com 1 kΩ e o ramo do meio com 450 Ω, nominalmente). Dessa forna,
verificou-se a lei dos nós de Kirchhoff, pois quando os pólos das fontes estavam alinhados,
verificou-se que a corrente no ramo do meio era próxima à 0, e quando os pólos estavam
opostos, a corrente no ramo era aproximadamente igual à soma das correntes nos ramos
externos.
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VI – BIBLIOGRAFIA

BOZANO, Dorotéia de Fátima. Medidas de grandezas físicas, incertezas e propagação de incertezas. Campo
Grande: UFMS, 2022.

BOZANO, Dorotéia de Fátima. Prática 2 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES ELÉTRICOS EM SÉRIE E


PARALELO. Campo Grande: UFMS, 2023.

BOZANO, Dorotéia de Fátima. Linearização, método dos mínimos quadrados e construção de gráficos.
Campo Grande: UFMS, 2020.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física – Volume 3:


Eletromagnetismo. 10 ed. Reimpressão. Traduzido por BIASI, Ronaldo Sérgio de. Rio de Janeiro: LTC, 2021.

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