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FARMACOLOGIA P3 2019

ANESTÉSICOS LOCAIS

Os anestésicos locais bloqueiam a condução dos impulsos sensoriais e, em


concentrações mais altas, os impulsos motores da periferia ao SNC. Os canais de Na+ são
bloqueados, prevenindo o aumento transitório na permeabilidade da membrana do nervo ao
Na+, o que é necessário para o potencial de ação.
As técnicas de administração incluem via tópica, infiltração, bloqueio de nervo periférico
e bloqueio neuraxial (espinal, epidural ou caudal). As fibras não mielinizadas, pequenas para
dor, temperatura e atividade autônoma são mais sensíveis. Estruturalmente, todos os
anestésicos locais incluem um grupo lipofílico unido por uma ligação amida ou éster.
O início e a duração de ação dos anestésicos locais são influenciados por vários fatores,
incluindo pH do tecido, morfologia dos nervos, concentração, pKa e lipossolubilidade do
fármaco.
Os anestésicos locais causam vasodilatação, levando à rápida difusão para fora do local
de ação e diminuindo a duração quando esses fármacos são administrados sozinhos.
Acrescentando o vasoconstritor epinefrina, a velocidade de absorção e de difusão do anestésico
local diminui.Isso minimiza a toxicidade sistêmica e aumenta a duração de ação.
Cocaína, tetracaína e benzocaína são ésteres
Lidocaína e bupivacaína são amidas
ANTIARRITMICOS - Lidocaína, procaína e procainamida - Anestésicos ligam-se fortemente
bloqueando a excitação de alta frequência do miocárdio - Estabiliza os batimentos cardíacos
na frequência normal

Curta duração: Procaína

Duração intermediária: Lidocaína

Longa duração: Tetracaína, bupivacaína

Reações alérgicas: Metabolismo dos anestésicos locais tipo éster – PABA ocorrendo reações
de hipersensibilidade do tipo I, ocorre mais com a procaína

Síndrome da cauda eqüína, ocorre disfunção vesical e retal – tetracaína e lidocaína

Tetradotoxina – Peixe balão (peixe baiacu) e salamandra

Saxitoxina – dinoflagelados – maré vermelha

Bloqueio externo no canal de Na+

Hipotensão, morte por paralisia dos músculos respiratórios

Bom prognóstico para os pacientes que sobrevivem após 24h do envenenamento


BLOQUEADORES DE H2

Bloqueando competitivamente a ligação da histamina aos receptores H2, esses fármacos


reduzem a secreção do ácido gástrico. Os quatro fármacos usados nos EUA – cimetidina,
ranitidina, famotidina e nizatidina – inibem de modo potente (mais de 90%) a secreção gástrica
ácida noturna, a estimulada por alimento e a basal. A cimetidina foi o primeiro antagonista do
receptor H2 da histamina. Todavia, sua utilidade é limitada por seus efeitos adversos e suas
interações medicamentosas.

Os antagonistas de receptor H2 da histamina atuam seletivamente nos receptores H2 do


estômago, mas não têm efeito nos receptores H1. Eles são antagonistas competitivos da
histamina e totalmente reversíveis.

Usos terapêuticos: Úlceras pépticas: Os quatro fármacos são igualmente eficazes para a
cicatrização das úlceras gástricas e duodenais. Os pacientes com úlceras induzidas por AINEs
devem ser tratados com IBPs, pois esses fármacos curam e previnem úlceras futuras de modo
mais efetivo do que os antagonistas H2.
Úlceras de estresse agudo: Os anti-histamínicos H2 são usados normalmente por infusão
intravenosa (IV) para prevenir e lidar com úlceras de estresse agudo
DRGE: Doses baixas de antagonistas H2, atualmente disponíveis em medicamentos de venda
livre, parecem eficazes na prevenção e no tratamento da queimação (DRGE) somente em cerca
de 50% dos pacientes. Os antiácidos neutralizam de forma mais rápida e eficaz o ácido gástrico,
mas sua ação é temporária. Por essa razão, os IBPs são preferidos atualmente no tratamento da
DRGE, especialmente em pacientes com azia grave.
Farmacocinética: Após administração oral, os antagonistas H2 se distribuem amplamente pelo
organismo (incluindo o leite materno e por meio da placenta) e são excretados principalmente
na urina.
Efeitos adversos: Em geral, os antagonistas H2 são bem tolerados. A cimetidina tem efeitos
endócrinos porque atua como um antiandrogênico não esteroidal. Os efeitos incluem
ginecomastia e galactorreia (liberação ou ejeção contínua de leite). A cimetidina inibe várias
isoenzimas CYP450 e pode interferir na biotransformação de vários outros fármacos, como
varfarina, fenitoína e clopidogrel. Todos os antagonistas H2 podem reduzir a eficácia de
fármacos que exigem um ambiente ácido para absorção, como o cetoconazol.

IBPs: inibidores da bomba de prótons H+/K+-adenosina trifosfatase


Omeprazol, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol

Os IBPs se ligam à enzima H+/K+-ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons


hidrogênio para o lúmen gástrico.
Ações: Esses fármacos são pró-fármacos com um revestimento entérico ácido-resistente para
protegê-los da degradação prematura pelo ácido gástrico. O revestimento é removido no meio
alcalino do duodeno, e o pró-fármaco, uma base fraca, é absorvido e transportado à célula
parietal. Ali, ele é convertido no fármaco ativo e forma uma ligação estável covalente com a
enzima H+/K+-ATPase. Em dosagem padrão, os IBPs inibem a secreção gástrica basal e a
estimulada em mais de 90%.
Usos terapêuticos: Os IBPs são superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de
ácido e na cicatrização das úlceras. Assim, eles são os fármacos preferidos no tratamento e na
profilaxia de úlceras de estresse e para o tratamento de DRGE, esofagite erosiva, úlcera
duodenal ativa e condições hipersecretoras patológicas. Se o antagonista H2 é necessário, ele
deve ser tomado bem depois do IBP. Os antagonistas H2 diminuem a atividade da bomba de
prótons, e os IBPs exigem bomba ativa para serem eficazes.
Farmacocinética: Todos esses fármacos são eficazes por via oral. Para obter o efeito máximo, os
IBPs devem ser ingeridos de 30 a 60 minutos antes do desjejum ou da principal (maior) refeição
do dia. Embora a meia-vida desses fármacos no plasma seja de poucas horas, eles têm duração
de longa ação devido à fixação covalente à enzima H+/K+-ATPase.
Efeitos adversos: Os IBPs geralmente são bem tolerados. Omeprazol e esomeprazol podem
diminuir a eficácia do clopidogrel porque inibem a CYP2C19 e impedem a sua conversão no
metabólito ativo. A supressão prolongada do ácido gástrico com os IBPs (e os antagonistas H2)
pode resultar em carência de vitamina B12, porque o ácido é necessário para a sua absorção em
complexo com o fator intrínseco. Pode ocorrer diarreia e colite por Clostridium difficile em
pacientes que recebem IBP. Os pacientes devem ser aconselhados a interromper o tratamento
com IBP e contatar seu médico se tiverem diarreia por vários dias.

ANTIÁCIDOS

Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um
sal, para diminuir a acidez gástrica. Antiácidos comumente usados são combinações de sais de
alumínio e magnésio, como hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. O
carbonato de cálcio (CaCO3) reage com o HCl formando dióxido de carbono (CO2) e cloreto de
cálcio (CaCl2) e é também uma preparação comumente usada. A absorção sistêmica do
bicarbonato de sódio [NaHCO3] pode produzir alcalose metabólica transitória. Por isso, esse
antiácido não é recomendado para uso prolongado.
Usos terapêuticos: Os antiácidos são usados para o alívio sintomático da úlcera péptica
e da DRGE. Eles também podem promover a cicatrização de úlceras duodenais. Para eficácia
máxima, devem ser administrados após a refeição.
Efeitos adversos: O hidróxido de alumínio tende a causar constipação, ao passo que o
hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia. Pode ocorrer acúmulo dos íons e efeitos
adversos em pacientes com comprometimento renal.

PROTETORES DA MUCOSA

Subsalicilato de bismuto: Este fármaco é usado como componente de tratamento


quádruplo para cicatrizar úlceras pépticas. Além da sua ação antimicrobiana, ele inibe a
atividade da pepsina, aumenta a secreção de muco e interage com glicoproteínas na mucosa
necrótica, revestindo e protegendo a úlcera.

Sucralfato: Esse complexo de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada se liga a grupos


carregados positivamente em proteínas da mucosa normal e necrótica. Formando géis
complexos com as células epiteliais, o sucralfato cria uma barreira física que protege a úlcera da
pepsina e do ácido, permitindo a cicatrização da úlcera. Como requer um pH ácido para sua
ativação, o sucralfato não deve ser administrado com IBPs, antagonistas H2 ou antiácidos.

OPIÓIDES

Opioides são fármacos naturais, semissintéticos ou sintéticos que produzem efeitos tipo
morfina. Os efeitos mais importantes dos opioides são mediados por três famílias de receptores,
designadas comumente μ (mi), κ (capa) e δ (delta).
A propriedade analgésica dos opioides é mediada primariamente pelos receptores μ,
que modulam respostas nociceptivas térmicas, mecânicas e químicas. Os receptores κ no corno
dorsal também contribuem para a analgesia modulando a resposta à nocicepção química e
térmica.
MORFINA
A morfina e outros opioides exercem seus efeitos principais interagindo
estereoespecificamente com os receptores opioides nas membranas de certas células no SNC,
atua também em receptores κ da medula espinal diminuindo a liberação de substância P que
modula a percepção da dor na medula. A morfina também parece inibir a liberação de vários
transmissores excitatórios dos terminais nervosos que levam a estímulos nociceptivos.

Ações: Analgesia: A morfina e outros opioides causam analgesia (alívio da dor sem perda de
consciência) e aliviam a dor, aumentando o seu limiar no nível da medula espinal e, de forma
mais importante, alterando a percepção da dor no cérebro. Euforia: A morfina produz uma forte
sensação de contentamento e bem-estar. Respiração: A morfina causa depressão respiratória
pela dessensibilização ao dióxido de carbono dos neurônios do centro respiratório. Depressão
do reflexo da tosse: Morfina e codeína possuem propriedades antitussígenas. Miose: A pupila
puntiforme (Fig. 14.8), característica do uso da morfina, resulta do estímulo dos receptores μ e
κ. Êmese: A morfina estimula diretamente a zona quimiorreceptora disparadora na área
postrema que causa êmese. TGI: A morfina alivia a diarreia ao diminuir a motilidade e aumentar
o tônus do músculo liso circular intestinal. Liberação de histamina: Ações hormonais
Efeitos adversos: Vários efeitos adversos são comuns em toda a classe de opioides. Com a
maioria dos agonistas μ, pode ocorrer grave depressão respiratória, e a dosagem excessiva com
opioide pode resultar em óbito.
Tolerância e dependência física: O uso repetido da morfina causa tolerância aos seus efeitos
depressor respiratório, analgésico, eufórico e sedativo.

Codeína
A codeína é um opioide de ocorrência natural que é um analgésico fraco em comparação
com a morfina. Deve ser usada apenas para dor moderada. A ação analgésica da codeína é
derivada da sua conversão à morfina pelo sistema enzimático CYP2D6. Interações de fármacos
associadas com o sistema CYP2D6 podem alterar a eficácia da codeína ou potencialmente causar
toxicidade. A codeína é usada comumente com paracetamol para combate da dor. Ela exibe boa
atividade antitussígena em doses que não causam analgesia. (Nota: na maioria das preparações
contra tosse que não necessitam de receita, a codeína foi substituída por fármacos como o
dextrometorfano, um fármaco sintético depressor da tosse que não possui propriedade
analgésica e tem relativo baixo potencial de abuso, nas doses antitussígenas usuais.)

Nalbufina é agonista-antagonista opioide misto. Como a pentazocina, ela tem papel


limitado no tratamento da dor crônica. Nenhum deles está disponível para administração oral.
Sua predisposição para causar efeitos psicotomiméticos pentazocina. A nalbufina não afeta o
coração nem aumenta a pressão arterial, em contraste com pentazocina e butorfanol. A
vantagem dos três fármacos é o fato de eles apresentarem um efeito teto na depressão
respiratória.

Tramadol
O tramadol é um analgésico de ação central que se liga ao receptor opioide μ. O fármaco
sofre extensa biotransformação via CYP2D6, resultando em um metabólito ativo com afinidade
muito maior pelo receptor μ do que o composto original. Além disso, ele inibe fracamente a
captação de norepinefrina e serotonina. É utilizado no manejo da dor moderada ou
moderadamente intensa. Sua atividade depressora respiratória é menor do que a da morfina. A
naloxona só reverte parcialmente a analgesia provocada pelo tramadol ou seu metabólito ativo.
Foram relatadas reações anafilactoides. Dose excessiva ou interações com outras medicações,
como ISCS, IMAO e antidepressivos tricíclicos, podem causar toxicidade no SNC, manifestada
por excitação ou convulsões. Como outros fármacos que se ligam ao receptor opioide μ, o
tramadol é associado com mau uso e abuso.
ANTAGONISTAS OPIOIDES
Os antagonistas opioides se ligam com alta afinidade aos receptores opioides, mas não
ativam a resposta mediada pelo receptor. A administração de antagonistas opioides não produz
efeitos significativos em indivíduos normais. No entanto, em pacientes dependentes de
opioides, os antagonistas revertem rapidamente o efeito dos agonistas, como a morfina e outros
agonistas μ totais, e precipitam os sintomas de abstinência de opioides.
EFEITOS ABSTINÊNCIA - ansiedade, insônia, rinorreia, midríase. Depois de 24h, taquicardia,
vômito, espasmos, tremores, calafrios.

Naloxona
A naloxona é utilizada para reverter o coma e a depressão respiratória causados pela
dose excessiva de opioides. Ela rapidamente desloca todas as moléculas opioides ligadas ao
receptor e, assim, é capaz de reverter o efeito da dose excessiva de morfina. Dentro de 30
segundos após a injeção IV de naloxona, a depressão respiratória e o coma característicos da
superdose de morfina são revertidos, reanimando o paciente e tornando-o alerta. A naloxona
tem meia-vida de 30 a 81 minutos; por isso, o paciente que foi tratado e se recuperou pode
recair na depressão respiratória. A naloxona é um antagonista competitivo nos receptores μ, κ
e δ, com afinidade 10 vezes maior pelos receptores μ do que pelos κ. Isso pode explicar a razão
pela qual a naloxona reverte rapidamente a depressão respiratória com reversão mínima da
analgesia resultante da estimulação dos receptores κ pelo agonista na medula espinal.
Naltrexona
A naltrexona tem ações similares às da naloxona. Ela tem duração de ação mais longa
do que a naloxona, e uma única dose oral de naltrexona bloqueia o efeito da heroína injetada
por até 24 horas. A naltrexona associada à clonidina é usada na desintoxicação rápida de
opioides. Ainda que também possa ser útil no tratamento do alcoolismo crônico por mecanismo
desconhecido, os benzodiazepínicos e a clonidina são preferidas. A naltrexona é hepatotóxica.

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