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tot: 10 ss0rs0102.<9422016000100004 Transmodernidade e interculturalidade: interpretacao a partir da filosofia da libertagao" Enrique Dussel** Resumo: Ao reconhecer ums nova localizacdo das culturas periféricas na historia mundial, b2m como partindo de uma concep¢ao no monolitica € no substancialista de cultura, este artigo localiza, por um lado, 2 Europa na historia mundial e prope, por outro, um didloge intercultural simétrico entre criticos das culturas citas periféricas. Essas culturas periféricas foram colonizedas, excluidas, desprezadas, negadas e ignoradas pela Modernidade eurocentrada, porém, nao foram eliminadas. O desafio que se coloca ¢ 0 de estabelecer um didlogo transmoderno e simétrico en- tre essas culturas— tratadas como exterioridades da Modernidade — a fim de responder de outros lugares os desafios da Modernidade e pés-modernidade europea Palavras-chave: transmodernidade, interculturalidade, filosofia da libertacdo, exterioridade, sis- tema-mundo. Centro e periferia cultura! 0 problema da libertagdo esde 0 final da década de 1960, como fruto do surgimento das ciéncias so- ciais criticas latino-americanas (especialmente @ “teoria da dependéncia”), como também da obra Totalidade e infinito de Emmanuel Levinas (1988), ¢ principalmente pelos movimentos populares e estudantis de 1968 (no mundo, no- tadamente na Argentina e América Latina), se produziu no campo da filosofia, por- tanto na filosofia da cultura, uma ruptura histérica. O que havia sido considerado coma mundo metropolitano ¢ mundo colonial agora era classificado (a partir da terminologia, ainda desenvolvimentista, de Ratil Presbisch — Cepal) como “centro” e “periferia”. A isso se deve agregar todo um horizonte categérico proveniente da economia critica, que exigia a incorporac3o das classes sociais como atores inter- subjetivos @ serem integrados 2 uma definicéo de cultura. Nao se tratava de mera questo terminologica e sim conceitual, que permitia romper com o conceito “subs- tancialista” de cultura, descobrindo suas fraturas internas (dentro de cada cultura) € entre elas (n&o s6 como “didlogo” ou “choque intercultural, mas estritamente como dominagao e exploragéio de uma sobre as demais). A assimetria dos atores deveria ser levada em conta em todos os niveis. A etapa “culturalista” tinha acabado. Em 1983, em um capitulo intitulado “Mas alld del culturalismo” escrevi: Para a visio estruturalista do culturalismo, era impossivel com- preender as situapSes de mudanca d= hegemonia, dentro de blo- cos histéricos bem definidos e as formacGes ideologicas de varias Revista Sociedade e Estado Volume 31 Nimero1 Jansire/Abril2016 Recebido: 12.08.15 Aprovade: 14.12.15, Tradusida do orig! al Tanemedern cad y intercultural ad: interpretacion cat0s a Fiosoms = ls lberasion Tradugio Rodrigo ce Fre'tas Eepinoza Favs loste Ber parcine-Caeta ** Brofassor da Un verisad autsnoms Masropeltans-its palapa (UNH Mexico) ¢ da Universias Nacional dunonoma de Mexico (Uns),

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