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Manual de Anatomia e Fisiologia

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Manual de Anatomia e Fisiologia

Índice
Introdução ............................................................................................................................................................ 4
Organização Estrutural e Funcional ...................................................................................................................... 4
Químico ............................................................................................................................................................ 4
Organelo ........................................................................................................................................................... 5
Célula ................................................................................................................................................................ 5
Tecido ............................................................................................................................................................... 5
Órgão ................................................................................................................................................................ 5
Sistema ............................................................................................................................................................. 5
Organismo ........................................................................................................................................................ 5
Estudo da Célula ................................................................................................................................................... 5
Estrutura base da célula: .................................................................................................................................. 6
Membrana Celular ou Membrana Plasmática:............................................................................................. 6
Citoplasma: ................................................................................................................................................... 6
Núcleo:.......................................................................................................................................................... 6
Vacúolos: ...................................................................................................................................................... 6
Organelos Celulares .......................................................................................................................................... 7
Extensões Especializadas de Membrana Celular .......................................................................................... 9
Microvilosidades ......................................................................................................................................... 10
Estudo dos Tecidos ............................................................................................................................................. 10
Tecido Epitelial ................................................................................................................................................... 10
Características comuns a todos os tipos de epitélio ...................................................................................... 10
Classificação dos epitélios .............................................................................................................................. 11
Epitélio Pavimentoso Simples ........................................................................................................................ 11
Epitélio Cúbito Simples ................................................................................................................................... 11
Epitélio Cílindrico Simples .............................................................................................................................. 11
Epitélio Pavimentoso Estratificado................................................................................................................. 12
Epitélio Cúbito Estratificado ........................................................................................................................... 12
Epitélio Cílindrico Peudoestratificado ............................................................................................................ 12
As glândulas .................................................................................................................................................... 13
Tecido Conjuntivo ............................................................................................................................................... 14
Células e Fibras do tecido conjuntivo ............................................................................................................. 14
Classificação do tecido conjuntivo ................................................................................................................. 15
Tecido conjuntivo Laxo ................................................................................................................................... 15
Tecido conjuntivo Denso ................................................................................................................................ 16
Tecido Adiposo ............................................................................................................................................... 16
Cartilagem ...................................................................................................................................................... 17
Terminologia e Planos do Corpo Humano .......................................................................................................... 18
Termos e Descritivos ou de Referência .......................................................................................................... 18
Planos ............................................................................................................................................................. 19
Regiões do Corpo................................................................................................................................................ 19
Sistemas Esquelético .......................................................................................................................................... 20
Classificação dos ossos ................................................................................................................................... 21
Anatomia do osso ........................................................................................................................................... 21
Histologia do Tecido ósseo ............................................................................................................................. 22
Osso Esponjoso ............................................................................................................................................... 23
Osso Compacto ............................................................................................................................................... 23
Anatomia do Sistema Esquelético ...................................................................................................................... 24
Esqueleto Axial ............................................................................................................................................... 24
Cabeça ........................................................................................................................................................ 24

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Coluna Vertebral......................................................................................................................................... 25
Caixa Torácica ............................................................................................................................................. 27
Esqueleto Apendicular........................................................................................................................................ 27
Membro Superior ........................................................................................................................................... 28
Membro Inferior ............................................................................................................................................. 29
Tecido Muscular ................................................................................................................................................. 29
Músculo Estriado (esquelético) ...................................................................................................................... 30
Tecido conjuntivo ........................................................................................................................................... 31
Fibras musculares ........................................................................................................................................... 31
Mecanismo de contracção ............................................................................................................................. 32
Músculo Liso ................................................................................................................................................... 32
Músculo Cardíaco ........................................................................................................................................... 33
SISTEMA MUSCULAR .......................................................................................................................................... 33
Músculos do Membro Superior ...................................................................................................................... 39
Cintura Escapular ........................................................................................................................................ 39
Movimentos do Braço ................................................................................................................................ 39
Movimentos do Antebraço......................................................................................................................... 39
Movimentos do Punho, Mão e Dedos ........................................................................................................ 39
Músculos do Membro Inferior ....................................................................................................................... 40
Movimentos da Coxa .................................................................................................................................. 40
Movimentos do Pé e dos dedos do Pé ....................................................................................................... 41
Articulações ........................................................................................................................................................ 42
Designação das Articulações .......................................................................................................................... 43
Classificação das articulações ......................................................................................................................... 43
Articulações Assinoviais.............................................................................................................................. 43
Articulações Sinoviais ................................................................................................................................. 43
Tipos de Articulações Sinoviais ................................................................................................................... 43
Anexos ................................................................................................................................................................ 46
Anexo A........................................................................................................................................................... 65
Anexo B ........................................................................................................................................................... 66
Anexo C ........................................................................................................................................................... 74

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Introdução
A anatomia pode ser abordada a diferentes níveis. Algumas estruturas são tão pequenas que o seu estudo
requer a utilização de um microscópio. A citologia examina as características estruturais das células, a
histologia por sua vez, é o estudo dos tecidos, que resultam do conjunto formado pelas células e o material
circundante.

A anatomia geral é o estudo das estruturas que podem ser observadas sem o auxílio do microscópio e pode
ser abordada numa perspetiva sistémica ou regional. Na Anatomia sistémica ou descritiva o corpo é
estudado por sistemas e é esta a abordagem usada pela maior parte dos textos introdutórios. Um sistema é
um grupo de estruturas que tem uma ou mais funções comuns. São exemplos de sistemas o sistema
circulatório, o sistema respiratório, o sistema ósseo e o sistema muscular. Na anatomia regional ou
topográfica o corpo é estudado por áreas e é esta a abordagem que se observa na maior parte dos pro-
gramas das escolas de medicina. Em cada uma das regiões, tais como a cabeça, o abdómen ou o braço todos
os sistemas são estudados simultaneamente.

Fisiologia é a ciência que estuda os processos ou, funções dos organismos vivos. Em fisiologia é importante
reconhecer as estruturas como peças dinâmicas. Os principais objetivos da fisiologia são compreender e
prever as respostas do organismo aos diferentes estímulos e ainda perceber de que forma o organismo
mantém certas condições, dentro de uma estreita amplitude de valores, na presença de um ambiente
permanentemente em mudança.

À semelhança da anatomia, a fisiologia pode ser abordada em diferentes níveis. A fisiologia celular, por
exemplo, estuda os processos celulares; a neurofisiologia estuda o sistema nervoso e a fisiologia humana
estuda o organismo.

Organização Estrutural e Funcional


O corpo humano pode ser dividido e estudado teoricamente em sete níveis estruturais:

 Químico: átomos, moléculas (orgânicas e inorgânicas)


 Organelos membrana, núcleo, mitocôndrias entre outros …
 Célula: eritrócitos, leucócitos, neurónios entre outros
 Tecido: epitelial, conjuntivo, ósseo …
 Órgão: coração, fígado, estômago …
 Sistema: circulatório, digestivo, respiratório …
 Organismo – ser vivo.

Químico
As características estruturais e funcionais de todos os organismos são determinadas pela sua constituição
química. O nível químico envolve interações entre átomos e as combinações que formam para originar
moléculas.

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A matéria orgânica é obrigatoriamente constituída por 3 tipos de elementos químicos, que são: carbono (C),
hidrogénio (H) e oxigénio (O). Por exemplo a constituição química da glicose é C6H12O6. Se faltar um dos três
elementos essenciais a molécula é inorgânica. Por exemplo: a água H2O.

Organelo
Pequena estrutura que faz parte da célula, desempenhando uma ou mais funções específicas. O núcleo, por
exemplo, é o organelo que contém a informação hereditária da célula.

Célula
As células constituem a unidade básica da vida, nas plantas e animais. Existem diferentes tipos de células que
variam na sua estrutura e função, estas apresentam muitas características em comum.

Tecido
Um grupo de células com estrutura e função semelhantes, associado a substâncias extracelulares dispersas
entre estas. Existem no corpo humano quatro principais tipos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e
nervoso.

Órgão
Os órgãos são compostos por um ou mais tipos de tecidos que desempenham uma ou mais funções em
comum. Por exemplo: a pele, estômago, fígado.

Sistema
Grupo de órgãos considerado como uma unidade, já que apresenta uma função ou conjunto de funções
comuns. O corpo humano possui 11 sistemas principais: tegumentar, ósseo, muscular, nervoso, linfático,
endócrino, respiratório, digestivo, urinário, cardiovascular e reprodutor.

Organismo
Qualquer ser vivo considerado como um todo, quer seja
constituído apenas por uma célula, como uma bactéria, quer
seja constituído por milhões de células como o ser humano.

Estudo da Célula
Unidade básica da vida, que leva a cabo todos os processos vitais.

Os organismos mais simples têm só uma célula – seres unicelulares.

Os seres mais complexos, como o homem, têm milhares ou mesmo milhões de células – seres multicelulares,
cujas células são de diferentes tipos sendo cada tipo adaptado ao seu próprio trabalho.

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Estrutura base da célula:


Membrana Celular ou Membrana Plasmática:

Revestimento exterior da célula. É semipermeável, ou seja, tem permeabilidade seletiva, permitindo que
algumas substâncias as atravessem, mas não outras.

Tem na sua composição 45 a 50% de lípidos, 45 a 50% de proteínas e 4-


8% de glúcidos. Os lípidos mais predominantes são os fosfolípidos e
colesterol. Algumas proteínas e lípidos ligam-se aos açúcares e foram as
glicoproteínas e os glicolípidos.

Funções da Membrana
- Comunicação: A membrana funciona através dos seus recetores tais
como: glicoproteínas e glicolípidos, estas moléculas funcionam como marcadores da identidade celular que
permitem à célula reconhecer outras moléculas e responder a células estranhas

- Forma e Proteção: A membrana proporciona um limite flexível que dá forma às células, encerra e protege o
seu conteúdo interno.

- Permeabilidade Seletiva: A membrana regula e entrada e saída de matérias. Esta permeabilidade às


substâncias depende de vários fatores relacionados com a própria estrutura da membrana, nomeadamente:
 Solubilidade a lípidos: substâncias que se dissolvem em lípidos, tais como esteroides e vitaminas
lipossolúveis (K, A, D e E), atravessam facilmente a bicamada fosfolipídica.
 Tamanho: a maioria das moléculas grandes (ex. hidratos de carbono) não atravessam a membrana
plasmática, moléculas pequenas como a água, oxigénio, conseguem atravessar.
 Carga: a membrana é impermeável a todos os iões. Os iões carregados só podem passar através do
poro da proteína integral ou proteínas transportadoras.

Tipos de transporte entre as membranas e os tecidos


Os fluidos intersticiais (extracelulares) contêm gases, nutrientes, iões, todos necessários para a manutenção
da vida. Estes fluidos circulam entre os espaços e células dos tecidos.

Osmose – é um processo de passagem de água através da membrana, do meio de menos concentração para
o de maior concentração.

Difusão Simples – deslocação de moléculas de uma zona de maior concentração para outra de menos
concentração, ou seja, a favor do gradiente de concentração

Citoplasma:
Local da célula onde ocorrem todas as reações químicas indispensáveis à vida. Contem os organitos celulares.

Núcleo:
É o centro de controlo da célula. Revestido por uma membrana dupla – membrana nuclear, contendo um
fluído gelatinoso - o nucleoplasma. O nucleoplasma contém os nucléolos e o material genético – ADN.

Vacúolos:
Vesículas cheias de líquido que se encontram no citoplasma. São pequenos e temporários nas células
animais. Removem substâncias ou contêm fluidos vindos do exterior.

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Organelos Celulares
Organelo Estrutura Função
Corpo esférico ou elipsóide localizado Armazena e transmite a informação
junto do centro da célula, envolvido por genética na forma de moléculas de ADN.
uma dupla membrana com poros. Possui A informação genética flui para o
Núcleo organelos não limitados por membranas citoplasma dando origem às proteínas.
que correspondem a formações
especializadas de ADN e proteínas
nucleares e se designam de cromatina.

Estrutura filamentosa, de coloração Forma subunidades de ribossomas que


densa constituída por proteínas se deslocam para o citoplasma, onde
Nucléolo associadas a regiões do ADN onde se desempenham a função de síntese
expressa a informação respeitante aos proteica.
ribossomas.

Extensa rede de membranas que Local de armazenamento e de


Retículo encerram um espaço continuo ao longo distribuição pela célula das proteínas
Endoplasmático do organelo e em continuidade com o sintetizadas pelos ribossomas associadas
Rugoso espaço formado pelo envelope nuclear. à sua superfície citosólica.
(RER) Apresenta ribossomas associados à sua
superfície citosólica.

Rede tubular extensamente ramificada Contém enzimas para a síntese de ácidos


Retículo sem ribossomas associados, mas com gordos e esteroides. Armazenamento e
Endoplasmático possível continuidade com o RER libertação do cálcio, responsável pelo
Liso (REL) controlo de diversas atividades
celulares.

Conjunto de sacos membranais Local de concentração e de modificação


ligeiramente encurvados e sobrepostos, de proteínas recentemente sintetizadas
Aparelho de Golgi associados a numerosas vesículas. É antes da sua distribuição por intermédio
habitual existir apenas um único das vesículas para outros organelos ou
aparelho situado junto ao núcleo para fora da célula.

Corpo de forma oval ou em bastonete Principal local de síntese de ATP e de


envolvidos por duas membranas. A consumo de oxigénio e produção de
Mitocôndria membrana interna é pregueada para o dióxido de carbono. No seu interior
interior da matriz, formando cristas. estão presentes as enzimas responsáveis
pela respiração celular.

Organelos de forma esférica ou oval Os lisossomas possuem o interior


circundados por membrana fortemente ácido e são responsáveis
Lisossomas e pela destruição de corpos estranhos ou
Peroxissomas de organelos. Os peroxissomas
acumulam no seu interior substâncias
tóxicas para a célula.

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Organelo Estrutura Função


Conjunto de estruturas filamentosas de Responsável pela manutenção da forma
diâmetro variável, algumas associadas a e organização da célula, pela alteração
Citosqueleto proteínas capazes de desenvolver força da forma e estrutura celular e pelo
e deslocamento. transporte de organelos no interior da
célula.

Estrutura em bicamada lipídica com Regula a passagem de substâncias para


proteínas incrustadas na bicamada e dentro e para fora de célula. Detecta
outras localizadas em cada uma das mensageiros químicos. Associa células
faces da membrana. adjacentes pelas junções de membrana.
Membrana
Une uma série de proteínas, incluindo
Plasmática
filamentos proteicos intra e
extracelulares envolvidos na geração e
transmissão de forças até à superfície
celular.

Existem dois, dispostos em T, junto à Intervêm na divisão celular mitose.


membrana nuclear externa. Cada um é Promovem a formação do fuso
Centríolos
formado por nove conjuntos de três acromático.
minúsculos tubos – microtúbulos.

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Extensões Especializadas de Membrana Celular


Os cílios são apêndices que se projetam da superfície das células, com capacidade de se movimentarem. Os cílios
apresentam forma cilíndrica e o eixo de cada cílio é envolvido pela membrana celular possuindo no seu interior
dois microtúbulos centrais. O movimento desfasado dos microtúbulos, é um processo que necessita de energia do
ATP, é responsável pelo movimento dos cílios.

Os cílios são numerosos na superfície das células que delimitam a via respiratória e via reprodutora feminina.
Nestas superfícies os cílios movem-se de uma forma coordenada, com um batimento motor numa direção.
Este movimento desloca materiais na superfície das células. Os cílios localizados na traqueia, por
exemplo, deslocam para cima, afastando dos pulmões, as partículas de pó embebidas no muco.

Os flagelos possuem uma estrutura semelhante à dos cílios, no entanto são mais compridos e, normalmente,
existe apenas um por célula. Além disso, enquanto os cílios deslocam pequenas partículas através da
superfície celular, os flagelos deslocam a própria célula. O espermatozoide, por exemplo, é propulsionado
por um único flagelo. Ao contrário dos cílios, que possuem um movimento pendular, os flagelos
deslocam-se em movimento ondulatório.

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Microvilosidades
As microvilosidades são extensões cilíndricas da membrana celular. Normalmente cada célula possui muitas
microvilosidades e funcionam de forma a aumentar a superfície da célula. Um estudante ao observar
fotografias pode confundir microvilosidades com cílios. Contudo, as microvilosidades apresentam
apenas uma décima a uma vigésima parte do tamanho dos cílios. As microvilosidades isoladamente,
em geral, podem apenas ser observadas com um microscópio eletrónico, enquanto os cílios podem ser
observados com um microscópio ótico. As microvilosidades não se deslocam e são sustentadas por filamentos
de actina, não por microtúbulos. As microvilosidades encontram-se no intestino, rins e em outras áreas onde a
absorção é uma função importante. Em certos locais do corpo humano, as microvilosidades são
altamente modificadas para funcionar como recetores sensoriais. As microvilosidades alongadas das células do
ouvido interno, por exemplo, reagem ao som.

Estudo dos Tecidos

Tecido Epitelial
Características comuns a todos os tipos de epitélio
1. O epitélio é constituído na sua quase totalidade por células, com muito pouco material extracelular entre
estas.
2. O epitélio cobre superfícies como o exterior (epiderme) do corpo e o revestimento do tubo digestivo, vasos
sanguíneos e muitas cavidades do corpo; ou forma estruturas tais como as glândulas.
3. A maior parte dos tecidos epiteliais possui uma membrana basal. A membrana basal é um tipo
especializado de material extracelular que é inicialmente segregado pelas células epiteliais no lado oposto à
sua superfície livre; ajuda a ligação das células epiteliais aos tecidos subjacentes (tecidos conjuntivos).
4. Os vasos sanguíneos não penetram a membrana basal para atingir o epitélio; desta forma todos os
gases e nutrientes transportados no sangue atingem o epitélio, difundindo-se através da membrana
basal a partir dos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo subjacente. Nos epitélios com muitas
camadas de células (exº epiderme), as células mais ativas metabolicamente encontram-se perto da
membrana basal, e as células morrem à medida que se afastam da mesma.
5. As células epiteliais mantêm a capacidade de se dividir (mitose) e por isso são capazes de substituir
células lesadas por novas células epiteliais.

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Classificação dos epitélios


Os epitélios são classificados de acordo com o número de camadas celulares e a forma das células (ver
Tabela).

NÚMERO DE CAMADAS FORMA DAS CÉLULAS


Pavimentoso
Simples (camada única de células) Cúbico
Cilíndrico
Estratificado (mais do que uma camada Pavimentoso
de células) Cúbico
Cilíndrico
Pseudostratificado Cilíndrico

Epitélio Pavimentoso Simples


O epitélio simples consiste numa única
camada de células, com cada célula
estendendo-se desde a membrana basal
até à superfície livre. Encontra-se em
órgãos cujas principais funções são a difusão
(pulmões e vasos sanguíneos), a filtração
(rins), a secreção (glândulas) ou a
absorção (intestinos). O movimento seletivo de materiais através do epitélio seria atrasado pelo
epitélio estratificado, que se encontra em áreas onde a proteção é uma função principal

Epitélio Cúbito Simples


É constituído por uma única camada de células
cúbicas. Localiza-se por exemplo nos bronquíolos e
nos ovários. Permite o movimento de partículas para
fora dos bronquíolos devido à existência de cílios.

Epitélio Cilíndrico Simples


É um epitélio constituído por uma única
camada de células altas e estreitas
possuindo algumas, cílios. Localizam-se
por exemplo no útero, nas trompas de
Falópio e nos bronquíolos. Movimentam
partículas para fora dos bronquíolos,
sendo também responsáveis pela
deslocação do óvulo.

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Epitélio Pavimentoso Estratificado


O epitélio pavimentoso estratificado consiste em
mais do que uma camada de células, e apenas uma
dessas camadas é adjacente à membrana basal.
Estas células são cúbicas junto à base e vão ficando
progressivamente planas em direção à superfície.

O epitélio pode ser húmido ou queratinizado. No


primeiro as células possuem núcleo e citoplasma,
enquanto no queratinizado o citoplasma é
substituído por queratina e as células estão
mortas. Estas células mortas, queratinizadas, dotam o
tecido de grande resistência, impermeabilidade e
evitam a desidratação dos tecidos. Encontra-se
epitélio pavimentoso estratificado húmido na
boca, faringe, laringe, esófago, ânus e vagina, por sua vez o queratinizado localiza-se na epiderme.

Epitélio Cúbito Estratificado


Este epitélio é constituído por múltiplas camadas de células cúbicas. Tem funções de secreção, absorção e
proteção contra infeções. Localiza-se por exemplo nos canais das glândulas sudoríparas.

Epitélio Cilíndrico Peudoestratificado


O epitélio pseudoestratificado consiste em células
epiteliais todas elas ligadas à membrana basal, mas
apenas algumas células atingem a superfície livre. Este
epitélio é denominado pseudoestratificado porque,
apesar de consistir numa única camada de células,
parece possuir várias camadas. O arranjo dos
núcleos dá uma aparência estratificada. Este epitélio
segrega grandes quantidades de muco, reveste as vias
respiratórias e contém grandes células caliciformes, que
são células epiteliais cilíndricas especializadas. As células
caliciformes contêm numerosos organelos responsáveis
pela síntese e secreção de muco.

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As glândulas
As glândulas são órgãos de secreção. A maior parte das glândulas é composta principalmente por epitélio,
com uma rede se suporte de tecido conjuntivo. Desenvolvem-se a partir de pregas do epitélio para o interior
ou para o exterior, no embrião. Se a glândula mantém um contacto aberto com o epitélio a partir do qual se
desenvolveu, existe um canal.

As glândulas com canais são denominadas glândulas exócrinas e os seus canais encontram-se revestidos
com epitélio. Por outro lado, algumas glândulas separam-se do seu epitélio de origem. As glândulas que não
possuem canais são denominadas glândulas endócrinas. Os produtos das suas células, que tomam o nome
de hormonas, são segregados para a corrente sanguínea e nela transportados para todo o corpo.

A maior parte das glândulas exócrinas são compostas por muitas células e são denominadas glândulas
multicelulares, mas algumas glândulas exócrinas são compostas por uma única célula e são denominadas
glândulas unicelulares. As células caliciformes do sistema respiratório são glândulas unicelulares que
segregam muco. As glândulas multicelulares podem ainda ser classificadas de acordo com a estrutura dos
seus canais. As glândulas que possuem canais pouco ramificados são denominadas simples, e as glândulas
com canais que se ramificam repetidamente são denominadas compostas. Outra classificação ainda pode
basear-se no facto dos canais acabarem em túbulos (pequenos tubos) ou estruturas em forma de saco
denominadas ácinos (significando uvas e sugerindo um cacho de uvas ou pequenos sacos).

As glândulas exócrinas podem também ser classificadas de acordo com a forma como os produtos deixam a
célula. Glândulas merócrinas, tais como as glândulas sudoríparas produtoras de água, e a porção exócrina do
pâncreas, segregam produtos sem qualquer perda de material celular.

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Glândulas apócrinas, tais como as glândulas mamárias produtoras de leite, descarregam fragmentos de células da
glândula durante a secreção (Figura B). Os produtos são retidos dentro da célula e grandes porções da célula são
lançadas para fazer parte da secreção. Glândulas holócrinas tais como as glândulas sebáceas (oleosas) da pele
vertem células inteiras (figura C). As substâncias acumulam-se no citoplasma de cada célula epitelial, a célula entra
em rutura e morre, fazendo a célula inteira parte da secreção.

Tecido Conjuntivo
A característica essencial que distingue o tecido conjuntivo dos outros dois tipos de tecidos epiteliais
(epitelial propriamente dito e as glândulas) é o facto de ser constituído por células separadas umas das
outras por uma abundante matriz extracelular. Esta matriz extracelular, não viva, é a base para a
classificação do tecido conjuntivo em subgrupos.

Células e Fibras do tecido conjuntivo


As células especializadas dos vários tecidos conjuntivos produzem a matriz extracelular. Os nomes das células
terminam com sufixos que identificam as funções das células como blastos, citos ou clastos. Os blastos criam
a matriz, os citos mantêm-na e os clastos degradam-na para reconstrução. Por exemplo, os fibroblastos são
células que formam o tecido conjuntivo fibroso, e os condrócitos são células que mantêm a cartilagem
(chondros- refere-se a cartilagem). Os osteoblastos formam o osso (osteo- significa osso), os osteócitos
mantêm-no e os osteoclastos degradam-no.

A matriz extracelular tem três componentes principais: (1) fibras proteicas, (2) substância fundamental
constituída por proteínas não fibrosas e por outras moléculas e (3) líquido. A estrutura da matriz dá aos tipos
de tecido conjuntivo a maior parte das suas características funcionais.

1. Fibras proteicas da matriz


Três tipos de fibras proteicas - colagénio, fibras de reticulina e elastina - ajudam a formar o tecido
conjuntivo.
O colagénio é a proteína mais comum no corpo humano, o que constitui aproximadamente 6% do peso
total do corpo. O colagénio é muito forte e flexível mas pouquíssimo elástico.
As fibras de reticulina (como uma rede) são na verdade fibras de colagénio muito finas. São fibras muito
curtas e finas que se ramificam para formar uma rede. As fibras de reticulina não são tão fortes como a
maioria das fibras de colagénio, mas as redes de fibras de reticulina preenchem espaços entre os tecidos e
os órgãos.

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Outro tipo de proteína encontrada no tecido conjuntivo é a elastina. Como sugere o nome, esta proteína é
elástica, com a capacidade de voltar à forma original depois de ser distendida ou comprimida. A elastina
confere ao tecido em que se encontra uma qualidade elástica.
2. Substância Fundamental
Dois tipos de macromoléculas não proteicas denominadas ácidos hialurónico e proteoglicanos fazem parte
da matriz extracelular. Estas moléculas constituem a maior parte da substância fundamental da matriz, o
plano de fundo sem forma sobre o qual se vêem as fibras de colagénio ao microscópio. O ácido hialurónico
confere uma qualidade muito oleosa (escorregadia) aos líquidos que o contêm; por essa razão constitui um
bom lubrificante para cavidades de articulações.
Um proteoglicano (formado a partir de proteínas e polissacáridos,). Os proteoglicanos podem armazenar
grandes quantidade de água, o que lhes dá a capacidade de voltar à sua forma original quando
comprimidos ou deformados.

Classificação do tecido conjuntivo


Existem três categorias principais de tecido conjuntivo

Laxo
Propriamente dito
Regular
Matriz- Principalmente Denso
fibras proteicas Irregular
Adiposo
Especial
Reticular

Medula Óssea

Hialina
Cartilagem
Fibrosa
Matriz – Fibras proteicas
e substância
Elástica
fundamental
Compacto
Osso
Esponjoso

Matriz- Principalmente Sangue


liquida

No tecido conjuntivo propriamente dito predominam as fibras proteicas na matriz extracelular, mas os
tipos de tecido conjuntivo propriamente dito podem ser divididos em dois subtipos, dependendo da
quantidade de fibras proteicas presentes.

Tecido conjuntivo Laxo


No tecido conjuntivo laxo, as fibras proteicas formam uma rede rendilhada com numerosos espaços
preenchidos com líquido. O tecido conjuntivo laxo é o material de "revestimento solto" da maior parte
dos órgãos e tecidos e liga a pele aos tecidos subjacentes. Contém colagénio, fibras de reticulina e elastina e

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uma variedade de células. Por exemplo, os fibroblastos produzem a matriz fibrosa, os macrófagos
deslocam-se através do tecido digerindo bactérias e detritos

Tecido conjuntivo Denso


No tecido conjuntivo denso, as fibras proteicas preenchem praticamente todo o espaço extracelular.
As fibras de colagénio do tecido conjuntivo denso resistem à distensão e conferem ao tecido uma força
considerável na direção da orientação das fibras. O tecido conjuntivo denso pode ser subdividido em dois
grupos principais, Regular e Irregular. As células no tecido conjuntivo denso são principalmente
fibroblastos. No tecido conjuntivo Denso Regular (Figura A), as fibras proteicas encontram-se orientadas
predominantemente numa direção. O tecido conjuntivo denso regular forma estruturas tais como tendões,
pelos quais os músculos se inserem nos ossos e ligamentos, que fixam ossos a ossos.

O tecido conjuntivo denso Irregular (Figura B) contém as fibras proteicas dispostas como uma teia de
fibras orientadas aleatoriamente. O tecido conjuntivo denso irregular forma a derme, que é a porção mais
resistente e mais interior da pele a partir da qual se pode fazer o couro.

FIGURA A FIGURA B
Tecido Adiposo
O tecido adiposo (gordura) é constituído por adipócitos ou células de gordura, que contêm grandes
quantidades de lípidos. Os lípidos empurram os restantes conteúdos celulares para a periferia, de forma que
cada célula parece ter uma grande gotícula lipídica, localizada no centro, com uma fina camada de
citoplasma em redor. Ao contrário de outros tipos de tecido conjuntivo, o tecido adiposo é composto por
grandes células e uma pequena quantidade de matriz reticular. O tecido adiposo funciona como um isolador,

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um tecido protetor e é um local de


armazenamento de energia. Os lípidos
ocupam menos espaço por caloria do que os
glícidos ou as proteínas e por isso encontram-
se bem adaptados para armazenamento de
energia.

O tecido adiposo existe quer na forma


amarela (branco) quer na forma castanha. O
tecido adiposo amarelo é sem dúvida o mais abundante. Quando nasce num ser humano, o tecido adiposo é
branco mas torna-se amarelo com a idade, devido à acumulação de pigmentos como o caroteno, um
pigmento vegetal que o ser humano pode metabolizar como fonte de vitamina A. O tecido adiposo castanho
é encontrado apenas em áreas específicas do corpo, tais como as axilas (sovacos), pescoço e perto do rim. A
gordura castanha é especializada em gerar calor e pode desempenhar um papel importante na regulação de
temperatura nos bebés recém-nascidos.

Cartilagem
A cartilagem é composta por células da cartilagem ou condrócitos, colocados em espaços denominados
lacunas numa matriz extensa e relativamente rígida. A matriz contém fibras proteicas de colagénio ou, em
alguns casos, colagénio e elastina, substância fundamental constituída por proteoglicanos e outras moléculas
orgânicas, e líquido. Na matriz da cartilagem os agregados de proteoglicanos funcionam como esponjas
minúsculas capazes de armazenar grandes quantidades de água. Esta água armazenada permite à cartilagem
voltar à forma original depois de ser comprimida. As fibras de colagénio conferem à cartilagem uma força
considerável.

Os vasos sanguíneos não penetram na cartilagem. Deste modo, depois de um ferimento, a cartilagem cura-se
muito lentamente, uma vez que as células e os nutrientes, necessários à reparação do tecido, não
conseguem chegar facilmente à área danificada.

Existem três tipos de cartilagem: (1) cartilagem hialina, com grandes quantidades de fibras de colagénio e
proteoglicanos; (2) cartilagem fibrosa, com mais fibras de colagénio do que proteoglicanos; e (3) cartilagem
elástica, com fibras de elastina para além das fibras de colagénio e proteoglicanos.

A cartilagem hialina consiste em finas fibras de


colagénio uniformemente distribuídas pela
substância fundamental. Encontra-se em áreas
onde é necessário um apoio forte e alguma
flexibilidade, tais como a caixa torácica e os anéis
da traqueia e dos brônquios. A cartilagem hialina
cobre também a superfície dos ossos que se
deslocam suavemente, uma contra a outra, nas
articulações e forma a maior parte do esqueleto no
embrião, antes de ser substituída por tecido ósseo,
e encontra-se envolvida no crescimento ósseo em
comprimento.

A cartilagem fibrosa difere da cartilagem hialina já que nesta se encontram feixes muito mais espessos de
fibras de colagénio dispersos pela matriz. A cartilagem fibrosa é ligeiramente compressível e muito forte.

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Encontra-se em áreas do corpo tais como o joelho, a


articulação têmporomandibular e entre as vértebras onde é
aplicada muita força nas articulações.

A cartilagem elástica possui numerosas fibras elásticas


dispersas pela matriz. Encontra-se em áreas como o ouvido
externo, que possui propriedades rígidas, mas elásticas.

Terminologia e Planos do Corpo Humano


Quando se estuda pela primeira vez anatomia e fisiologia, a quantidade de novas palavras pode parecer
esmagadora. De qualquer forma, o leitor vai sentir necessidade de utilizar este vocabulário novo. A
aprendizagem destas novas palavras pode ser mais fácil e mais interessante se prestar atenção à origem das
palavras, ou seja, à sua etimologia. A maior parte dos termos derivam do latim ou do grego e são descritivos
na língua original.

As palavras são frequentemente alteradas pela adição de um prefixo ou de um sufixo. O sufixo "ite" significa
inflamação, ou seja, apendicite é uma inflamação do apêndice. À medida que novos termos vão sendo
introduzidos no texto os seus significados serão exaustivamente explicados.

Termos e Descritivos ou de Referência


Quando descrevemos as partes do corpo humano é normalmente importante referir as suas posições
relativas. Os termos descritivos têm sido desenvolvidos de forma a facilitar tais descrições. É importante
contactar com estes termos o mais depressa possível uma vez que os encontrará repetidamente ao longo do
texto.

Os termos descritivos referem-se sempre ao corpo na sua posição anatómica independentemente da


posição em que se encontrem. A Posição anatómica refere-se a uma pessoa em pé, com os pés orientados
para a frente, os braços suspensos ao lado do corpo e as palmas das mãos orientadas para a frente com os
polegares virados para fora. A direita e a esquerda mantêm-se como termos descritivos na terminologia
anatómica.

Em cima é substituído por superior, em baixo por inferior, em frente por anterior, e atrás por posterior. A
palavra anterior significa "aquele que vem antes de ...". E ventral significa abdómen. Desta forma a superfície
anterior do corpo humano é a superfície ventral, ou abdominal, porque o abdómen é a região mais
proeminente do corpo quando estamos na posição anatómica. A palavra posterior significa "aquele que se
segue a..." E dorsal significa costas. A superfície posterior do corpo é a superfície dorsal, ou costas, a região
que se observa quando um humano se afasta naturalmente.

Proximal significa próximo enquanto distal significa distante. Estes termos são usados para referir estruturas
lineares, como os membros, nos quais uma extremidade se encontra perto de outra estrutura e a outra
extremidade se encontra distante da mesma. Cada membro encontra-se inserido no corpo pela sua
extremidade proximal, e a extremidade distal, como a mão por exemplo, encontra-se mais afastada. Devem
ainda ser referidos dois termos posicionais usados em anatomia: prono significa estar deitado com a
superfície anterior orientada para baixo e supino significa estar deitado com a superfície anterior orientada
para cima.

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Planos
Muitas vezes é conceptualmente útil descrever o corpo humano como tendo superfícies planas imaginárias
que o atravessam denominadas de Planos. Um plano secciona o corpo tornando possível observar o seu
interior e a sua estrutura. Um Plano Sagital atravessa verticalmente o corpo e separa-o em duas partes, a
direita e a esquerda. A palavra sagital significa literalmente “o voo de uma flecha” e refere-se à forma como
o corpo seria dividido por uma flecha que o atravessa-se da parte anterior para a parte posterior.

Um Plano Transversal ou Horizontal atravessa paralelo ao chão e divide o corpo em duas partes, superior e
inferior. Um Plano Frontal ou Coronal atravessa verticalmente e divide o corpo em duas partes: anterior e
posterior.

Posição Anatómica Plano Sagital Plano Coronal Plano Transversal

ou Frontal ou Horizontal

Regiões do Corpo
Vários termos são usados quando nos referimos às diferentes partes do corpo. O membro superior encontra-
se dividido em braço, antebraço, punho e mão. O Braço estende-se desde o ombro até ao cotovelo e o
Antebraço estende-se desde o cotovelo ao punho. O membro inferior encontra-se dividido em coxa, perna,
tornozelo e pé. A Coxa estende-se desde a anca até ao joelho e a Perna estende-se desde o joelho até ao
tornozelo.

As regiões axiais do corpo consistem na cabeça, pescoço e tronco. O Tronco pode ser dividido em tórax,
abdómen (região entre o tórax e a pélvis) e a pelve (a extremidade inferior do tronco que se encontra
articulada com as ancas).

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Sistemas Osteo-articular e muscular

Corresponde ao Sistema de locomoção do homem que compreende os ossos e os músculos, que se articulam
de tal maneira que permitem todos os movimentos do corpo. Além da locomoção os ossos e os músculos
dão sustentação ao nosso corpo. Pode ser dividido em sistema ósteo-articular e sistema muscular.

A função mais importante do esqueleto é sustentar, na totalidade, o corpo dando-lhe forma, tornando
possível a locomoção ao fornecer ao organismo material duro e consistente capaz de sustentar os tecidos
moles contra a força da gravidade. A união de dois esqueletos, o esqueleto ósseo e o esqueleto muscular,
permite ao corpo humano erguer-se do chão e mover-se sobre diferentes superfícies através de um conjunto
de movimentos executados por ossos e músculos.

O esqueleto ósseo possui funções de proteção, sustentação e locomoção apresentando entre seus órgãos as
vértebras que formam, em seu conjunto, a coluna vertebral, atribuindo proteção a importante segmento do
sistema nervoso central.

O Sistema muscular tem como funções:

Participação na realização de movimentos pelo corpo.


Manutenção da postura corporal.
Produção de calor.

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Sistemas Esquelético

Classificação dos ossos


Cada osso pode ser classificado de acordo com a sua forma como longo, curto, achatado ou chato, ou ainda
irregular. Os ossos longos são aqueles cujo o comprimento predomina sobre as outras duas 4 dimensões. A
maior parte dos ossos dos membros superiores e inferiores são ossos longos. Os ossos curtos são
aproximadamente tão largos e espessos quanto compridos. São quase cúbicos ou redondos e, exemplificam-
se pelos ossos dos punhos (ossos do carpo) e tornozelos (ossos do tarso). Os ossos achatados possuem uma
forma relativamente fina e achatada e são geralmente encurvados. Exemplos de ossos achatados são certos
ossos do crânio, o esterno e as, omoplatas. Os ossos irregulares são os que, como as, vértebras e os ossos da
face, possuem formas que não se enquadram em nenhuma das outras três categorias.

Anatomia do osso
Cada osso comprido em crescimento possui três componentes principais: a diáfise, as epífises e uma placa
epifisária. A diáfise ou corpo é composta por osso compacto, na sua maior parte constituído por matriz óssea
rodeando pequenos espaços. As epífises, ou extremidades do osso, são compostas por osso esponjoso, que
possui muitas cavidades rodeadas por matriz óssea. A superfície externa da epífise é composta por uma
camada de osso compacto e, nas articulações, as epífises são cobertas por cartilagem articular. A placa
epifisária ou de crescimento é constituída por cartilagem hialina localizada entre a epífise e a diáfise. O
crescimento ósseo em comprimento ocorre na placa epifisária.

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Além dos pequenos espaços no interior do osso


esponjoso e do osso compacto, alguns ossos
possuem grandes cavidades. As diáfises dos ossos
longos possuem uma grande cavidade medular,
estas cavidades e as cavidades dos ossos esponjosos
encontram-se repletos com medula óssea. As
cavidades medulares das diáfises adultas encontram-
se normalmente repletas com medula amarela, na
sua maioria tecido adiposo. As cavidades das epífises
proximais dos maiores ossos longos adultos contêm
medula vermelha, que é o local de formação dos
elementos sanguíneos. Em geral, a medula amarela
encontra-se associada aos ossos longos dos
membros, e a medula vermelha ao resto do
esqueleto.

A superfície exterior do osso consiste no periósteo, que é composto por duas camadas. Os osteoblastos são
células produtoras de tecido ósseo e os osteoclastos são células responsáveis pela sua degradação e
reabsorção. O endósteo é uma membrana que reveste as superfícies internas do osso, como a cavidade
medular da diáfise e as cavidades mais pequenas do osso esponjoso e do osso compacto.

Histologia do Tecido ósseo


Em peso, a matriz óssea é constituída normalmente por cerca de 35% de material orgânico e 65%
inorgânico. O principal componente orgânico é o colagénio e os principais componentes inorgânicos são os
minerais de cálcio e de fosfato. A maior parte dos minerais existentes no tecido ósseo encontram-se na
forma de cristais de fosfato de cálcio denominados hidroxiapatite.

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O colagénio e os componentes minerais são responsáveis pelas principais características funcionais do tecido
ósseo. Se todo o mineral for retirado a um osso longo, o colagénio torna-se o seu principal constituinte e o
osso torna-se muito flexível. Por outro lado, se o colagénio é removido do osso, o componente mineral
torna-se o seu principal constituinte e o osso torna-se frágil
e fácil de quebrar.

A matriz óssea é produzida por osteoblastos. A partir do


momento em que um osteoblasto fica rodeado por matriz é
um osteócito. A matriz óssea é degradada pelos
osteoclastos.

A matriz óssea encontra-se organizada em finas bainhas ou


camadas com cerca de 3 a 7 milímetros (mm) de espessura
denominadas lamelas. Os osteócitos encontram-se
dispostos em camadas ladeados por lamelas adjacentes e
ocupam espaços na matriz denominados lacunas. Os
osteócitos possuem prolongamentos citoplasmáticos longos
e finos que atingem prolongamentos semelhantes de
osteócitos vizinhos. Os espaços ocupados por estes
prolongamentos citoplasmáticas e que se estendem entre
lacunas denominam-se canalículos.

Com base na sua estrutura histológica, os dois principais tipos de ossos são os ossos esponjosos e os ossos
compactos. O osso esponjoso é composto por uma rede entrelaçada de trabéculas, enquanto o osso
compacto é na sua maior parte constituído por matriz sólida e células com poucos espaços.

Osso Esponjoso
O osso esponjoso é constituído por bastonetes ou placas ósseas
interligadas denominadas trabéculas (do latim trave). As trabéculas
são constituídas por várias lamelas com osteócitos que se
encontram entre as camadas

Osso Compacto
O osso compacto é mais denso e possui menos espaços do que o osso esponjoso. Os vasos sanguíneos
penetram na própria substância óssea e os osteócitos e as lamelas do osso compacto são, em primeiro lugar,
orientados em torno desses vasos sanguíneos. Os vasos que correm paralelos ao eixo do osso encontram-se
dentro dos canais de Havers ou centrais. As lamelas concêntricas são camadas circulares de matriz em torno
de um centro comum, o canal de Havers. Um sistema haversiano consiste num único canal de Havers, seus
conteúdos e lamelas concêntricas associadas e osteócitos.

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Os osteócitos recebem nutrientes e


eliminam produtos de excreção através
do sistema de canais no interior do osso
compacto. Os vasos sanguíneos do
periósteo ou do endósteo entram no osso
através dos canais perfurantes ou de
Volkmann, que correm
perpendicularmente ao eixo maior do
osso. Os canais de Volkmann não se
encontram rodeados por lamelas
concêntricas, mas atravessam as lamelas
concêntricas dos sistemas de Havers.

As superfícies externas do osso compacto


são cobertas por lamelas
circunferenciais, que constituem placas
achatadas que se dispõem perifericamente, constituindo os limites do osso.

Anatomia do Sistema Esquelético


No adulto o esqueleto é constituído por 206 ossos (Quadro 1 Anexo A) mas o número efetivo varia de pessoa
para pessoa e diminui com a idade à medida que vários ossos vão ficando fundidos.

Os ossos dividem-se em duas categorias: (1) esqueleto axial e (2) esqueleto apendicular. O esqueleto axial é
constituído pela cabeça óssea, osso hióide, coluna vertebral e caixa torácica. O esqueleto apendicular
consiste nos membros e suas cinturas.

Esqueleto Axial
O esqueleto axial divide-se em cabeça óssea, osso hióide, coluna vertebral e caixa torácica. O esqueleto axial
forma o eixo vertical do corpo. Protege também o encéfalo, medula espinhal e os órgãos vitais alojados no
tórax.

Cabeça
A cabeça compõe-se de 28 ossos distintos organizados nos seguintes grupos: a caixa craniana, os ossos da
face e os ossículos auditivos.

Exercício: legendar as figuras seguintes:

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Coluna Vertebral
A coluna vertebral é habitualmente constituída por 26 ossos (vértebras), que se podem dividir em cinco
regiões. Há sete vértebras cervicais, 12 torácicas, cinco lombares, um osso do sacro e um osso coccígeo.
Originariamente, durante o desenvolvimento, formam-se cerca de 34 vértebras, mas as sagradas fundem-se
formando um osso único e as quatro ou cinco coccígeas também se fundem habitualmente num único osso.
A coluna vertebral possui quatro curvaturas principais a Curva Cervical, a Curva Torácica, a Curva Lombar e a
Curva Sagrada.

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A coluna vertebral desempenha cinco funções principais:


1) Suporta o peso da cabeça e do tronco;
2) Protege a medula espinhal;
3) Permite que os nervos raquidianos saíam na medula espinhal;
4) Proporciona um local de inserção muscular;
5) Permite o movimento da cabeça e do tronco.

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Caixa Torácica
A caixa torácica protege os órgãos vitais alojados no tórax e evita o colapso dos pulmões durante a respiração.
Consiste nas vértebras torácicas, costelas com as suas cartilagens costais associadas e esterno.

Costelas e cartilagens costais

Os 12 pares de costelas podem dividir-se em verdadeiras e falsas costelas. Os sete pares


superiores, designados por costelas verdadeiras articulam com as vértebras
torácicas e articulam-se diretamente no esterno pelas suas cartilagens costais. Os cinco
pares inferiores, ou falsas costelas articulam com as vértebras torácicas mas não se
articulam diretamente no esterno. Duas das falsas costelas, a décima primeira e a
décima segunda são também designadas por costelas flutuantes ou vertebrais, porque
não têm ligação ao esterno. As cartilagens costais são flexíveis e permitem a expansão
da caixa torácica na respiração.

O esterno tem sido descrito com uma forma de espada e divide-se em três partes: o
manúbrio, (manípulo) o corpo e o apêndice xifoideu (significa espada e representa a
ponta da espada). A margem superior do manúbrio tem na linha média uma
chanfradura facilmente palpável na base do pescoço.

Esqueleto Apendicular
O esqueleto apendicular consiste nos ossos dos membros superiores e inferiores e nas cinturas pelas quais se
ligam ao corpo. Cintura significa cinto ou zona e refere-se às duas zonas escapular e pélvica, onde os
membros superiores e inferiores, respetivamente, se ligam ao tronco.

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Membro Superior
O membro superior e a sua cintura ligam-se por músculos ao resto do corpo.
 Cintura Escapular
A cintura escapular ou espádua é constituída por dois ossos que ligam o membro superior ao corpo:
a Omoplata e a Clavícula.
 Braço
O braço é a parte do membro superior que vai desde o ombro ao cotovelo e contem apenas um
osso, o Úmero.
 Antebraço
O antebraço possui dois ossos, o Cúbito no lado interno e o Rádio no lado externo.

 Punho e Mão
O punho constitui uma zona relativamente curta entre o antebraço e a mão e compõem-se de oito
ossos constituindo o Carpo.

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Na mão os cinco Metacárpicos articulam-se com os ossos do carpo. Os cinco dedos da mão designam-se pela
sua ordem, contando-se do exterior para o anterior: 1º (ou polegar), 2º, 3º 4º e 5º dedos. Cada dedo é
constituído por pequenos ossos longos chamados Falanges. Enquanto o polegar possui duas falanges, os
outros dedos possuem três.

Membro Inferior
O padrão geral do membro inferior é muito semelhante ao membro superior, exceto em que a cintura
pélvica se liga ao corpo de forma mais firme que a cintura escapular e os ossos são de uma maneira geral
mais grossos, pesados e compridos do que os dos membros superiores.

 Cintura Pélvica
A anca ou cintura pélvica é um anel ósseo formado pelo Sacro e por um par de ossos chamados
Ilíacos.
 Coxa
A coxa contém um único osso, o Fémur. A Rótula é um osso localizado no tendão do quadricípite
femoral. A rótula mantém o tendão afastado da extremidade do fémur, provocando uma mudança
no ângulo entre quadricípite femoral e a tíbia. Esta mudança de ângulo amplia a força que pode ser
aplicada pelo músculo na tíbia
 Perna
A perna a parte do membro inferior entre o joelho e o tornozelo, e consiste em dois ossos: a Tíbia e
o Perónio.
 Tornozelo
O tornozelo é formado por sete ossos társicos. O Astrágalo (osso do tornozelo) articula-se coma tíbia
e o perónio. O Calcâneo (calcanhar ou tacão) localiza-se abaixo do astrálago e suporta-o. O tornozelo
é muito maior que o punho, e numa perspetiva funcional, inclui o calcanhar e o terço proximal do pé.
 Pé
Os metatársicos e as falanges do pé estão dispostos de forma semelhante à mão. O pé no seu
conjunto é convexo dorsalmente e côncavo ventralmente formando as arcadas do pé.

Tecido Muscular
O tecido muscular é responsável pelos movimentos corporais. Tem como propriedade fundamental a
contractibilidade. É constituído por células alongadas caracterizadas pela presença de grande quantidade de
filamentos citoplasmáticos responsáveis pela contração.

Do ponto de vista morfológico pode-se classificar o tecido muscular em:


- Músculo estriado – as fibras regulares apresentam uma série regular de estrias longitudinais e
transversais que se cruzam, formando ângulos rectos entre si.
- Músculo liso – as fibras musculares não apresentam estriações transversais, mas apenas
longitudinais.
Do ponto de vista funcional pode-se classificar o tecido muscular em:
- voluntário – contrai-se por ação da vontade.
- involuntário – a contração é independente da vontade.

Os músculos lisos são involuntários e os músculos estriados são voluntários na sua maior parte. Constitui
exceção o músculo cardíaco que, sendo estriado, tem uma contração independente da vontade.

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O músculo estriado voluntário, como se encontra quase sempre ligado a um ou mais pontos do esqueleto,
recebe também o nome de músculo-esquelético.

Assim, de acordo com as suas características morfológicas e funcionais podem-se distinguir três tipos de
tecido muscular: músculo liso, músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco.

 Tecido muscular estriado esquelético (voluntário) – é formado por feixes de células cilíndricas muito
longas e multinucleadas, que apresentam estriações transversais. Têm contração rápida, vigorosa e
sujeita ao controle voluntário.
 Tecido muscular estriado cardíaco (involuntário) – também apresenta estrias transversais, e é

formado por células alongadas e ramificadas, que se unem às células vizinhas através de discos
intercalares, formando uma rede. Apresentam contração involuntária, vigorosa e rítmica.
 Tecido muscular liso (involuntário) – é formado por um aglomerado de células fusiformes que não

possuem estrias transversais. O processo de contração é lento e não está sujeito ao controlo voluntário.

As células musculares são tão diferenciadas e têm características tão peculiares que os seus componentes
recebem nomes especiais. O prefixo sarco- refere-se ao músculo e é usado para nomear certas estruturas
que se encontram nas células musculares.

- sarcolema, membrana citoplasmática


- sarcoplasma, citoplasma (com exceção dos miobibrilhas)
- retículo sarcoplasmático, retículo endoplasmático
- sarcosomas, mitocôndrias

Músculo Estriado (esquelético)


Os músculos esqueléticos compõem-se de Fibras musculares esqueléticas associadas a pequenas
quantidades de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e nervos. As fibras musculares esqueléticas são células
musculares esqueléticas. Cada fibra muscular esquelética é uma célula cilíndrica única, muito longa (até 30
cm), com um diâmetro que varia de 10 a 100 um, contendo diversos núcleos localizados à periferia da fibra,
junto da membrana celular. As fibras musculares desenvolvem-se a partir de células multinucleadas menos
maduras chamadas mioblastos. (Os seus múltiplos núcleos resultam da fusão das células precursoras
mioblásticas e não da divisão dos núcleos dos mioblastos).

O número de fibras musculares esqueléticas mantém-se relativamente constante após o nascimento. Por
isso o alargamento, ou hipertrofia dos músculos após o nascimento não resulta de um aumento significativo
do número de fibras, mas sim de um aumento no seu tamanho. De forma similar, a hipertrofia muscular em

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resposta ao exercício é mais devida a um aumento do tamanho da fibra muscular do que ao aumento do seu
número. As fibras musculares têm comprimentos que vão de 1 a 40 mm. Os grandes músculos contêm fibras
de grande diâmetro, enquanto os músculos pequenos e delicados têm fibras de pequeno diâmetro. Todas as
fibras musculares de um mesmo músculo têm dimensões similares.

Tecido conjuntivo
Envolvendo cada fibra muscular existe uma de-
licada lâmina. Esta Lâmina externa é produzida
pela fibra muscular e, quando observada ao
microscópio ótico, não se consegue distinguir do
Sarcolema (membrana celular da fibra muscular).

O Endomísio, rede delicada de tecido conjuntivo,


envolve cada fibra muscular por fora da lâmina
externa.

Cada conjunto de fibras musculares com seu


endomísio é envolvido por outra camada de
tecido conjuntivo mais pesado, o Perimísio. Cada
conjunto de fibras envolvido no perimísio é um
Feixe muscular. Um músculo é constituído por
muitos feixes agrupados e rodeados por uma terceira camada, mais espessa, o Epimísio, formado por tecido
conjuntivo denso, que cobre toda a superfície muscular.

A Fascia, camada de tecido conjuntivo fibroso por fora do epimísio, separa cada músculo e em alguns casos
envolve grupos musculares. O tecido conjuntivo do músculo mantém juntas as células musculares e liga os
músculos aos tendões ou insere-os nos ossos.

As funções do tecido conjuntivo são:


 manter as fibras musculares unidas, permitindo assim que a força de contração gerada por cada fibra
muscular individualmente actue sobre o músculo inteiro, contribuindo para a contração deste.
 permite também que a força de contração se transmita a outras estruturas como tendões,
ligamentos, aponevroses e ossos.
 permite que os vasos sanguíneos penetrem no músculo através dos septos formando uma rede de
capilares que correm entre as fibras musculares.

Fibras musculares
Os múltiplos núcleos de cada fibra muscular encontram-se imediatamente sob o sarcolema, enquanto que a
maior parte interior da fibra está preenchida por Miofibrilhas. Entre as miofibrilhas encontram-se outros
organelos, p.ex. sarcosomas (mitocôndrias).

Cada miofibrilha é uma estrutura filamentosa que se estende de uma extremidade do músculo para a outra,
é formada por unidades morfofuncionais – os sarcómeros. As miofibrilhas compõem-se de duas espécies de
filamentos proteicas chamados Miofilamentos: os miofilamentos de Actina (ou miofilamentos finos) e os
miofilamentos de Miosina (ou miofilamentos grossos).

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A disposição das bandas escuras (banda A, actina e miosina) e as bandas claras (banda I, actina)
alternadamente ao longo da fibra muscular dá-lhe o aspecto estriado.

Mecanismo de contracção
Em repouso há uma diferença de potencial na membrana, pois esta tem maior concentração de iões Sódio
(Na+) e Cloro (Cl-) no seu exterior, e iões potássio (k+) no seu exterior. Quando um impulso nervoso chega à
terminação do axónio ocorre libertação de acetilcolina que causa alteração da permeabilidade do sarcolema
levando à libertação de iões Cálcio (Ca+) que irão impulsionar o processo contráctil.

As moléculas de ATP (que se encontram unidas aos filamentos de actina) decompõem-se e libertam a
energia necessária à contração. Os filamentos de actina deslizam para dentro, as faixas Z deslocam-se para a
banda A com desaparecimento da banda I. O sarcometro encurta-se e há um encurtamento das miobifrilhas
e das fibras musculares – contração por deslizamento.

Músculo Liso
O músculo liso distribui-se largamente pelo corpo e tem um funcionamento mais variado do que outros tipos
de músculo. As células musculares lisas são mais pequenas do que as células musculares esqueléticas. Têm a
forma de fusos, com um único núcleo localizado no meio da célula. Em comparação com o músculo esque-
lético, há menos miofilamentos de actina e miosina. Embora os miofilamentos na célula muscular lisa se
aproximem de uma orientação longitudinal, eles não se organizam em sarcómeros. Por isso os músculos lisos
não têm um aspecto estriado.

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Os potenciais de ação gerados espontaneamente que levam às contrações são característicos do músculo liso
visceral no útero, ureter e tubo digestivo. Algumas células musculares lisas nestes órgãos funcionam como
células marca-passo (correntemente designadas por células "pacemaker”.

Músculo Cardíaco
O músculo cardíaco encontra-se no coração, é estriado como o músculo esquelético, mas cada célula contém
habitualmente um único núcleo localizado perto do centro. Células adjacentes juntam-se umas às outras
para formar fibras ramificadas através de ligações especializadas célula-a-célula que se designam por Discos
intercalares e que têm fendas sinápticas que permitem aos potenciais de ação passar de célula para célula.
As células musculares cardíacas são auto rítmicas, e uma parte do coração atua normalmente como marca-
passo.

SISTEMA MUSCULAR
A maior parte dos músculos esqueléticos estende-se de um osso para outro e cruza pelo menos uma
articulação.

Os músculos inserem-se nos ossos e noutros tecidos conjuntivos pelos tendões. Um tendão muito largo
chama-se aponevrose.

O músculo esquelético é composto por duas partes:


 ventre ou corpo carnoso (porção média) – espessa mole e vermelha, é a porção contráctil e
ocupa a parte mediana do músculo;
 parte tendinosa (extremidade) – estreita, muito densa, resistente branca, não dotada de
contratibilidade e forma as extremidades dos músculos (forma de fita=tendões;
laminares=aponeuroses).

As aponeuroses são constituídas por tecido conjuntivo denso e ricos em fibras colagéneas. Prendem o
músculo ao esqueleto. Existem dois tipos:
 aponeuroses inserção – são lâminas fibrosas constituídas por tecido conjuntivo denso
distribuído irregularmente. São a forma de inserção dos músculos largos e esplanados (p.ex.
aponeurose glútea e aponeurose do músculo transverso do abdómen)

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 aponeurose de revestimento ou fáscias – são lâminas fibrosas de tecido conjuntivo denso


distribuído irregularmente. Embainham os músculos, separam-se dos órgãos vizinhos, também
prendem o músculo ao esqueleto e permitem o fácil deslizamento dos músculos entre si.
Os músculos podem classificar-se quanto a:
 Forma – embora todos os músculos sejam formados pelos mesmos componentes e actuem de
modo semelhante, a forma pode ser diferente, adaptada à sua função concreta: Longos, Largos,
Curtos, Orbiculares entre outras.

 Número de corpos carnosos


Simples – apenas um corpo carnoso
Composto – têm mais de um corpo carnoso, podem ter várias formas como:
Digástricos, 2 ou mais corpos carnosos, separados por um tendão intermediário
Poligástricos, 3 ou mais corpos carnosos separados por dois ou mais tendões intermediários.
 Origem – quando os músculos se originam por mais de um tendão (diz-se que apresentam mais de
uma cabeça de origem) mas reunindo-se pela extremidade distal num tendão comum de inserção.
Bícipite – 2 corpos carnosos, p.ex. bícipes do braço
Trícipite – 3 corpos carnosos, p.ex. trícipes do braço
Quadrícipite – 4 corpos carnosos, p.ex. quadrícipes da coxa
 Localização
p.ex. o temporal denomina-se assim devido à sua proximidade ao osso temporal
 Tamanho

p.ex. os glúteos são chamados glúteo máximo, médio e mínimo.


 Acção
Flexor – diminui o ângulo de uma articulação
Extensor – aumenta o ângulo de uma articulação
Adutor – move um osso para linha média, ou seja, faz o movimento articular de aproximação de um
membro no plano médio do corpo
Abdutor – afasta o osso da linha média, ou seja, faz o movimento de afastamento do plano médio do
corpo
Elevador – produz movimento para cima
Depressor – produz movimento para baixo
Pronador – produz movimento, da viragem do antebraço, na posição anatómica, em direcção ao
corpo
Supinador – é o inverso da pronação, refere-se á viragem do antebraço par fora da posição pronada
Ver anexo C

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A rotação da coluna vertebral e compressão do abdómen. Numa pessoa relativamente musculosa pouca
gordura é visível uma linha vertical que se estende da área do apêndice xifoideu do esterno passando pelo
umbigo, até à púbis. Esta zona tendinosa da parede abdominal desprovida de músculo, a linha branca,
chama-se assim porque consiste mais em tecido conjuntivo branco do que em músculo. As Interseccões
tendinosas atravessam os rectos do abdómen em três ou, por vezes, mais localizações, levando a que a
parede abdominal de uma pessoa bem musculada surja como que segmentada. Lateralmente ao recto do
abdómen está a Linha semilunar, linha em forma de meia-lua ou de crescente

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Músculos do Membro Superior


Os músculos do membro superior são os que fixam o ombro e cintura escapular ao tronco, e os que se
localizam no braço, antebraço e mão.

Cintura Escapular
A principal fixação do membro superior ao tronco é efetuada pelos músculos Trapézio, os Rombóides, grande e
pequeno, o Grande dentado e o Pequeno peitoral. O Trapézio levanta, deprime, retrai e roda a omoplata. O Grande
dentado roda a omoplata e eleva as costelas. Os Rombóides, grande e pequeno, retraem, rodam e fixam a omoplata e
o Pequeno peitoral deprime a omoplata.

Movimentos do Braço
O braço está fixado ao tronco pelo Grande peitoral e pelo Grande dorsal. O Grande dorsal faz a abdução,
rotação e extensão do braço. O Grande peitoral faz a abdução (movimento que afasta da linha média), flexão e
rotação do braço. O Grande redondo faz a rotação, adução e extensão do braço e o Deltóide faz a abdução,
flexão, extensão e rotação do braço.

Movimentos do Antebraço
A anatomia da superfície dos músculos do braço é bastante visível. O Trícipite constitui a principal massa
visível na face posterior do braço e tem a função de fazer a extensão do antebraço e abdução do braço. O
Bicípite Branquial vê-se bem na face anterior e tem a função de fazer a flexão e supinação do antebraço e
flexão do braço.

O Longo Supinador forma uma protuberância na


face anterolateral do antebraço, logo a seguir ao
cotovelo e tem a função de fletir o antebraço.

Movimentos do Punho, Mão e Dedos


Os músculos do antebraço podem dividir-se nos
grupos anteriores e posteriores. A maior parte
dos músculos anteriores do antebraço são
responsáveis pela flexão do punho e dos dedos
da mão. Enquanto a maior parte dos
músculos posteriores do antebraço fazem a
extensão dos dedos.

Músculos Extrínsecos da Mão


Os músculos extrínsecos da mão têm origem
no antebraço, mas têm tendões que se
inserem na mão.

Músculos Intrínsecos da Mão


Os músculos intrínsecos da mão estão inteiramente na mão. A abdução dos dedos é efectuada pelos
Interósseos Dorsais enquanto a adução é uma função dos Interósseos Palmares. O Curto flexor do polegar, o Curto
abdutor do polegar e o Oponente do polegar formam uma proeminência carnuda na base do polegar chamada
Eminência thenar. 0 Abdutor do dedo mínimo, curto flexor do dedo mínimo e Oponente do dedo mínimo constituem a
Eminência hipothenar no lado cubital da mão. Os músculos thenares e hipothenares estão implicados no
controle dos movimentos do polegar e dedo mínimo.

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Músculos do Membro Inferior


Movimentos da Coxa
Diversos músculos da coxa têm a sua origem na anca e inserem-
se no fémur. Estes músculos podem dividir-se em três
grupos: anterior, posterolateral e profundo.

Os músculos anteriores, Ilíaco e Grande psoas, fazem a flexão da


coxa. Como estes músculos partilham uma inserção comum e
produzem o mesmo movimento, são muitas vezes designados por
Psoas ilíaco. Quando a coxa está fixada, o psoas ilíaco faz a flexão do
tronco sobre a coxa.

Os músculos posterolaterais que movimentam a coxa são os


glúteos e o Tensor da fascia lata. 0 Grande glúteo contribui com a
maior parte da massa muscular que aos nossos olhos constitui as
nádegas; o pequeno e o médio glúteo, lugar habitual de injeções,
criam uma massa mais pequena logo acima e ao lado do grande . O Tensor da fascia lata faz flexão, abdução
e rotação interna da coxa.

Alguns dos músculos que movimentam a


coxa têm origem na anca. Há três grupos de
músculos, com base na sua localização na coxa:
o anterior, que faz a flexão; o posterior, que
faz a extensão; e o interno, que faz a adução
da coxa. Os músculos anteriores da coxa são o
Quadricípite e o Costureiro. 0 quadricípite
consiste de facto em quatro músculos: o Recto
anterior, o vasto externo, o vasto interno e o
Bicípite crural. O Costureiro é o músculo
mais comprido do corpo humano,
cruzando do lado externo da anca para o
interno do joelho. Quando se contrai, faz a
flexão da coxa e da perna e a rotação
externa da coxa. O grupo interno dos

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músculos está envolvido principalmente na adução da coxa.

Os músculos posteriores da coxa designam-se coletivamente por isquiotibiais e são o Bicípite crural, o
Semimembranoso e o Semitendinoso. Tanto o Semimembranoso como o Semitendinoso fazem a
flexão e rotação interna da perna e extensão da coxa enquanto Bicípe crural apesar de ter as mesmas
funções a rotação da perna é externa em vez de interna.

Movimentos do Pé e dos dedos do Pé

Músculos Extrínsecos do Pé
Os músculos extrínsecos do pé podem dividir-se em três grupos, cada um deles localizado em
compartimentos separados na perna: compartimento anterior, exterior e externo. Os músculos anteriores
estão implicados na flexão do pé e na extensão dos seus dedos. O Extensor comum dos dedos faz a extensão
dos últimos quatro dedos e eversão do pé (movimento do tornozelo que permite que a superfície plantar
olhe externamente). O Extensor próprio do dedo grande faz a extensão do dedo grande e flexão e inversão
do pé, movimento do tornozelo que permite que a superfície plantar fique virada para o pé oposto.

Os músculos superficiais do compartimento posterior, os Gémeos e o Solhar, formam a “barriga” da perna.


Estes músculos estão implicados na extensão do pé.

Os músculos externos são principalmente inversores do pé, mas também ajudam na sua extensão e são eles
o Longo peronial e o Curto peronial.

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Músculos Intrínsecos do Pé
Os músculos intrínsecos do pé, localizados no próprio pé e fazem a flexão, extensão, abdução e adução dos
dedos e dispõem-se de maneira semelhante aos músculos da mão.

Articulações
Nós movemo-nos porque os músculos puxam os ossos, mas o movimento exigido ao esqueleto não se pode
dar se não houver, entre os ossos, articulações que permitam o movimento de um osso em relação a outro.

Uma articulação é um local onde dois ossos se juntam. São habitualmente consideradas móveis, mas nem
sempre é o caso. Muitas articulações apenas permitem movimentos limitados e outras parecem imóveis.

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Designação das Articulações


As articulações são habitualmente designadas de acordo com os ossos ou suas porções que nela se
relacionam, por exemplo a articulação temporomandibular entre o osso temporal e a mandíbula. Outras
ainda recebem simplesmente nomes derivados do grego ou do latim, equivalentes ao nome comum (como a
do cotovelo).

Classificação das articulações


As articulações classificam-se estruturalmente em móveis sinoviais cartilagíneas e imóveis ou assinoviais.

Articulações Assinoviais
Estas articulações consistem em dois ossos, que aderem por meio de tecido conjuntivo, não têm cavidade
articular e têm pouco ou nenhum movimento

Articulações Sinoviais
Nas articulações sinoviais (sinóvia: líquido articular), as que contêm líquido sinovial, permitem um
movimento considerável entre os ossos que aí se articulam. Estas articulações são anatomicamente mais
complexas do que as assinovias.

A maior parte das articulações que juntam os ossos do esqueleto dos membros são sinoviais, refletindo a
muito maior mobilidade deste esqueleto apendicular em comparação com o esqueleto axial. As superfícies
articulares dos ossos nas articulações sinoviais estão cobertas por uma fina camada de cartilagem hialina que
se chama cartilagem articular e que constitui uma superfície macia onde os ossos contactam. Diversas
articulações sinoviais, como as dos joelhos e a temporomaxilar, têm ainda meniscos (estruturas
fibrocartilagíneas que proporcionam força e resistência adicionais à articulação e aumentam a espessura da
cavidade articular).

A articulação sinovial está encerrada numa cápsula articular que ajuda a manter juntos os ossos, ao mesmo
tempo que permite o movimento. A cápsula articular consta de duas camadas: uma cápsula fibrosa exterior e
uma membrana sinovial interior.

A membrana sinovial forra a cavidade articular, exceto sobre a cartilagem articular. Esta produz líquido
sinovial que consiste num filtrado do soro sanguíneo e secreções das células sinoviais

Em certas articulações sinoviais a membrana sinovial pode estender-se como uma bolsa ou saco chamada
bolsa sinovial (em latim bursa) afastando-se alguma distância do resto da cavidade articular. As bolsas
contêm líquido sinovial e constituem almofadas cheias de líquido entre estruturas que, de outro modo, ao
movimentarem-se umas nas outras como tendões em ossos ou em outros tendões provocariam atrito.
Algumas bolsas não se associam a articulações, como as que se localizam entre a pele e proeminências
ósseas subjacentes, onde a fricção poderia lesar os tecidos. Outras bolsas estendem-se por exemplo ao longo
dos tendões, formando bainhas tendinosas. A bursite é a inflamação de uma bolsa e pode causar uma dor
considerável em torno da articulação e restringir o movimento.

Tipos de Articulações Sinoviais


As articulações sinoviais classificam-se de acordo com a forma das suas superfícies articulares. Os seis tipos
de articulações sinoviais são: planas, em sela, em roldana, cilíndricas, esféricas e elípticas.

O movimento das articulações sinoviais pode ser descrito como monoaxial (que se dá numa direção ou
plano), biaxial (que se dá em duas direções ou planos), ou multiaxial se ocorre em diversas direções ou
planos.

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ARTICULAÇÕES PLANAS
As articulações planas, consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanhos mais ou menos iguais .
Estas articulações são monoaxiais porque o seu movimento se confina a um plano. São exemplos as apófises
articulares entre as vértebras.

ARTICULAÇÕES EM SELA
As articulações em sela consistem em duas superfícies articulares em forma de sela orientadas em ângulo
recto uma para a outra de modo a que as superfícies complementares se articulem. As articulações em sela
são biaxiais. Um exemplo é a articulação carpometacárpica do polegar.

ARTICULAÇÕES EM ROLDANA
As articulações em roldana são monoaxiais. Consistem num duplo cone truncado na extremidade de um osso
que se aplica numa concavidade correspondente de outro osso. São exemplos as articulações do cotovelo e
do joelho. Outro exemplo é a articulação da cabeça do rádio com a extremidade proximal do cúbito.

ARTICULAÇÕES CILÍNDRICAS
As articulações esféricas consistem numa cabeça na extremidade de um osso e num encaixe no osso
adjacente em que entra uma porção dessa cabeça. Este tipo de articulações é multiaxial, permitindo um
amplo leque de movimentos em quase todas as direções. São exemplos as articulações do ombro e da anca.

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Alterações ósteo-articulares e musculares


Osteoporose

É uma síndrome degenerativa dos ossos: o tecido ósseo descalcifica-se e atrofia-se, tornando-se cada vez
mais frágil.

A osteoporose afeta todo o esqueleto, mas as zonas que sofrem mais alterações são as que mais suportam o
peso do corpo: a coluna vertebral, o sistema pélvis-perna- o fémur em particular. Produzem-se fraturas
espontâneas e depressão dos corpos vertebrais e do joelho, com dores intensas.

Diagnóstico – Densitometria Óssea – é uma técnica que permite medir a quantidade de osso nas diferentes
partes do esqueleto e predizer assim o risco de fraturas. É ainda possível monitorizar as modificações na
densidade mineral óssea devido a doenças que interferem no metabolismo ósseo ou na resposta a
terapêuticas, com o intuito de minimizar os efeitos da osteoporose.

Fatores que favorecem a osteoporose:

- Dieta pobre em sais minerais

- Tabaco

- Excesso de bebidas alcoólicas

- Peso excessivo e fraca atividade física

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Fraturas

Corresponde à quebra ou interrupção da continuidade de um osso, quer parcial quer completa, como
consequência de uma queda ou de um traumatismo que provoca um impacto violento. Pode produzir fratura
qualquer traumatismo ou até um movimento brusco que exerça sobre um osso uma força superior à que ele
possa suportar.

Uma fratura pode ser:

1. Espontânea: quando é produzido por um enfraquecimento fisiológico da estrutura óssea;

2. Traumática: quando é produzido por um agente externo que atua sobre o organismo de maneira violenta
e rápida. Neste caso é possível distinguir entre:

- Fraturas diretas

- Fraturas indiretas

Segundo o tipo de rutura do osso, as fraturas podem ser divididas em:

- Fraturas incompletas

- Fraturas transversais

- Fraturas em espiral

- Fraturas oblíquas ou diagonais

- Fraturas longitudinais

- Fraturas cominutivas

As fraturas ainda podem ser classificadas de simples ou fechadas, se o osso se tiver partido sem produzir
lesões nas partes moles que o rodeiam. Isto é, se não tiver perfurado a pele.

As fraturas complicadas ou expostas, se o osso tiver dilacerado as partes moles, produzindo uma ferida que o
expõe. Este tipo de fratura envolve um maior risco de infeção e dificulta a cura completa.

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS – ESQUEMA DA PÁG. 46

Complicações possíveis de ocorrer em caso de fraturas ósseas:

- A imobilização de um membro fraturado motiva uma perda mineral do osso e, se for nos membros
inferiores, há uma tendência à formação de trombos.

- Uma das sequelas mais frequentes das fraturas é a consolidação viciosa, em que o osso cicatriza numa
posição anatómica incorreta.

- Fraturas expostas podem levar a uma infeção óssea especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea
e escassez de células vivas nos ossos.

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- Algum tempo depois de uma fratura pode ocorrer necrose (morte de parte do osso), se ocorrer interrupção
dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso.

Fratura do colo do Fémur

É um dos problemas mais frequentes nos idosos,


sobretudo nas mulheres. O osso pode tronar-se tão
enfraquecido que um simples movimento de torção
provoca uma fratura patológica. Uma pessoa idosa pode
cair e fraturar o quadril, mas em muitos pacientes a queda
deve-se a uma fratura precedente.

O tratamento da fratura do colo do fêmur é cirúrgico, precedido de uma tração que visa recolocar no lugar as
partes ósseas afetadas, as quais devem, em seguida, serem fixadas por meio de pinos ou parafusos. Desde o
primeiro dia, o paciente pode assentar-se na cama ou numa poltrona e deve começar a andar o mais cedo
possível, mesmo que de início usando muletas, as quais podem ser completamente abandonadas ao final da
segunda semana. Pessoas idosas devem ser especialmente cuidadas quanto à possibilidade de ocorrerem
trombose venosa na “barriga” das pernas, embolismo pulmonar, pneumonia ou úlceras de decúbito. Se
houver outros fatores de risco para essas ocorrências, os anticoagulantes podem ser usados, mas no geral
elas podem ser evitadas por outros cuidados, tais como:

 Deambulação precoce (andar o mais cedo possível).


 Movimentação adequada das pernas e dos pés.
 Mudanças frequentes de posição.

Entorses

Corresponde a uma dilaceração, uma rutura ou uma desinserção dos ligamentos articulares em
consequência de uma distenção exagerada. A sua origem pode estar num movimento muito brusco, num
traumatismo, numa torcedura ou num simples torpeço: a única condição básica é que a articulação está
sujeita a um movimento para o qual não está preparada- Podem ocorrer entorses em qualquer articulação,
mas a localização mais frequente é o tornozelo, que suporta em boa medida o peso do corpo. Também se
dão entorses nos joelhos e nos dedos, geralmente relacionados com acidentes desportivos

O primeiro sintoma é a dor, que aparece de imediato e costuma ser intensa, a ponto de impedir a
mobilização da articulação afetada. A articulação inflama-se progressivamente, incha e fica tumefacta, ao
mesmo tempo que a pele que a cobre se apresenta avermelhada e quente, além disso, é frequente
produzirem-se hematomas na zona, reflexo das lesões vasculares e consequentes hemorragias que
acompanham as lesões ligamentosas.

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Entorse Ligeira Entorse moderada Entorse Grave

Luxação

Consiste na deslocação das peças ósseas que formam uma articulação, geralmente acompanhada de lesões
de ligamentos e da cápsula articular. A causa mais comum é um traumatismo violento que implica uma falha
dos elementos de contenção da articulação e da deslocação de um osso, que perde a sua relação normal
com o outro osso da articulação. Pode tratar-se de um traumatismo direto sobre um osso ou uma
articulação, mas também de um traumatismo indireto.

O sintoma mais precoce é a dor, que surge imediatamente após o acidente e dificulta ou impede por
completo qualquer tentativa de movimentação da articulação afetada. Por outro lado, consoante o tipo de
luxação, o grau de deslocação da peça óssea e a sua posição, pode tornar-se impossível realizar normalmente
algum ou todos os movimentos da articulação lesionada: além disso, esta pode apresentar-se deformada.

Geralmente, as luxações manifestam-se por uma deformação da articulação afetada, associada a tumefação
e dor na zona.

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As articulações do tipo dobradiça dos cotovelos e dedos das mãos e dos pés permitem apenas os
movimentos de flexão e extensão. Outros componentes das articulações proporcionam estabilidade e
reduzem o risco de lesões resultantes do uso constante. As extremidades de uma articulação são recobertas
por cartilagem – um tecido liso, resistente e protetor que atua como amortecedor de choques e redutor do
atrito. As articulações também possuem um revestimento (membrana sinovial) que as envolve, formando
uma cápsula articular. As células do tecido sinovial produzem um líquido transparente (líquido sinovial) que
preenche a cápsula, reduzindo ainda mais o atrito e facilitando o movimento.

Exemplo da articulação do Joelho

A estrutura do joelho garante sua proteção. Ele encontra-se totalmente envolvido por uma
cápsula articular flexível, o suficiente para permitir os movimentos, mas também forte o suficiente
para manter a articulação unida. A cápsula é revestida pelo tecido sinovial, o qual segrega o líquido
sinovial que lubrifica a articulação. A cartilagem ajuda a reduzir o atrito durante os movimentos.

Os meniscos atuam como amortecedores entre os dois ossos e ajudam a distribuir o peso do corpo
na articulação. As bursas (bolsas repletas de líquido) fornecem proteção quando a pele ou os
tendões se movem sobre os ossos. Os ligamentos laterais e posteriores do joelho reforçam a cápsula
articular, aumentando a estabilidade. A patela (rótula) protege a parte frontal da articulação.

A inflamação é uma resposta natural à irritação ou à lesão dos tecidos. Ela produz aumento de
volume, rubor, calor e limitação funcional. A inflamação de uma articulação é denominada artrite e
a de um tendão é denominada tendinite. A inflamação pode ser limitada a uma pequena área do
corpo (localizada), como apenas em uma articulação ou em um tendão lesado, ou pode ser
disseminada, como ocorre em determinadas doenças inflamatórias (p.ex., artrite reumatoide).

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Artrite

A artrite afeta milhões de pessoas no mundo. A osteoartrite – forma mais comum – é encontrada em adultos
com mais de 50 anos. Conforme o tempo vai passando, a artrite pode aparecer simplesmente por causa do
envelhecimento das articulações.

Outros fatores que podem apressar o desenvolvimento da osteoartrite são: excesso de peso, má postura
ou até mesmo uma lesão. A proteção da cartilagem que cobre as extremidades dos ossos pode ter irritação
crónica. A cartilagem torna-se mais fraca e fina. Em algumas circunstâncias ela pode desaparecer, expondo o
osso por completo. As extremidades ósseas também podem engrossar.

Artrose

É um transtorno crónico devido à progressiva degeneração da cartilagem articular, que em condições


normais evita a fricção direta das extremidades ósseas das articulações móveis, protegendo-as do desgaste.
À medida que esta cartilagem perde elasticidade e se adelgaça, as extremidades ósseas ficam em contato
direto e, por conseguinte, sofrem uma deterioração progressiva que compromete o funcionamento da
articulação afetada. Como a evolução desta patologia é lenta e progressiva, as lesões articulares
desenvolvem-se normalmente de forma silenciosa sem provocar quaisquer sintomas durante muito tempo.
Quando, porém, a cartilagem articular está muito deteriorada, já quase destruída, a sua ausência
compromete a integridade das restantes estruturas articulares, o que tem várias consequências: dor e rigidez
articular, bem como a limitação de movimentos.

Artrite reumatoide é uma doença crónica que afeta simetricamente diversas articulações, em especial as
dos membros. Desconhece-se a sua origem, embora se saiba tratar-se de um distúrbio autoimune: o sistema
de defesa reage de modo anormal e fabrica anticorpos contra os tecidos do próprio organismo, neste caso
contra os componentes das articulações, que se inflamam, com o passar do tempo, se deformam e perdem a
sua funcionalidade. A doença tem uma evolução caracterizada por períodos alternados de agudizações e
remissões, embora possa conduzir, nos casos mais graves, a uma total incapacidade.

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Gota

A gota é uma doença reumatológica, inflamatória e metabólica que atinge uma ou mais articulações. Trata-
se de um tipo de artrite. É importante observar que a gota inicia quase sempre atingindo extremidades
articulares, como dedos dos pés, joelhos, cotovelos ou tornozelo.

A gota é provocada por um depósito de ácido úrico na região articular, que formam cristais, ocasionando
muita dor. Isto devido à presença de níveis mais altos do que o normal de ácido úrico na corrente sanguínea
ou se houver dificuldade de eliminar o ácido úrico produzido.

Quando esta substância se acumula no líquido ao redor das articulações (líquido sinovial), são formados
cristais de ácido úrico. Esses cristais causam inchaço e inflamação nas articulações. A causa exata da gota, no
entanto, é desconhecida.

Existem 2 tipos de gota:

. Gota aguda: é uma doença dolorosa que normalmente afeta uma articulação

. Gota crónica: consiste em episódios repetidos de dor e inflamação que podem envolver mais de uma
articulação.

Fatores de risco: idade avançada, sexo masculino, obesidade, histórico familiar, ingestão de alimentos ricos
em purinas (marisco e carne), excesso de bebidas alcoólicas (em especial a cerveja), transplante de órgãos,
problemas de tiroide, doenças graves (tumores sanguíneos), entre outros.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma doença reumática caracterizada por dor generalizada por todo o corpo, principalmente
nos músculos, tendões e ligamentos. A etimologia da palavra é bem consciente da sua magnitude:

– “Fibro” vem da fibrose.

– “Mio” vem do grego e significa muscular.

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– Enquanto a “algia” também vem do grego e significa “dor”.

A doença é também conhecida como “o reumatismo dos tecidos moles”. Outros sintomas podem coexistir,
como extrema fadiga e distúrbios do sono. A dor pode ser tão intensa que impede atividades diárias e
profissionais.

Causas

Uma das razões para que a fibromialgia seja desconhecida e, principalmente mal compreendida, é que nós
não sabemos as suas causas. Além disso, a dor sentida pelo paciente não tem nenhuma explicação aparente
quanto à sua origem. Na verdade, os médicos não são capazes de atribuir uma inflamação dolorosa ao
músculo. Eles não veem nenhum prejuízo para a área dolorosa. Entretanto, algumas hipóteses são apontadas
como causas da fibromialgia. Também é possível que seja a combinação de vários fatores que, em última
análise, provoca a doença. As suposições mais estudadas são as seguintes:

. Fatores genéticos.

. Um limiar de dor diminuído.

. Deficiência de neurotransmissores.

. Falta de sono.

. Impacto físico e emocional.

. Presença de agentes antibacterianos.

O principal sintoma da fibromialgia é a dor. Esta dor é sentida em particular, como o próprio nome sugere,
nos músculos, mas também os ligamentos e tendões. Pescoço, pontos de dor no ombro estão em primeiro
lugar, seguido pelas costas, peito, sem esquecer os braços e pernas. Esta dor é difusa e simétrica.

De um modo geral, 18 pontos no corpo são mais sensíveis. Uma pessoa com fibromialgia vai sentir a dor em
pelo menos 11 destes pontos. Este é um fator difícil de avaliar e identificar, uma vez que a dor da
fibromialgia é diferente de uma pessoa para outra e também depende das circunstâncias

Embora a fibromialgia seja uma doença reumática crónica, não há complicações sérias, porque ela não afeta
as funções dos órgãos vitais. Entretanto, a presença de dor, às vezes muito forte, pode ser incapacitante para
os pacientes nas suas atividades diárias.

O tratamento da fibromialgia é baseado na atenuação de dor por analgésicos e anti-inflamatórios, relaxantes


musculares, e melhoria do humor dos pacientes com antidepressivos. Parece que algumas drogas
antiepiléticas têm efeitos benéficos sobre as pessoas com fibromialgia.

Também é necessário tratamento não medicamentosos, como a atividade física, a psicoterapia, além de um
estilo de vida saudável.

Formadora: Ana Correia Página 52 de 74


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Tumores ósseos

O tumor ósseo é um nódulo ou uma massa que se forma num osso quando células se dividem de forma
incontrolável. Alguns tumores ósseos nascem no osso e são ditos primários; outros têm originem noutras
partes do organismo e se espalham para o osso, o que se denomina de metástases ósseas.
Progressivamente, os tumores substituem o tecido ósseo normal pelas células malignas, enfraquecendo os
ossos e levando a fraturas patológicas. A maioria dos tumores ósseos é benigna e localizada.

Os tumores ósseos primários malignos podem levar a metástases à distância, noutros ossos ou noutros
órgãos, através do sangue ou do sistema linfático.

Exemplos de tumor ósseo benigno incluem o:

 osteoma,
 osteoma osteoide,
 osteocondroma,
 osteoblastoma,
 encondroma,
 tumor ósseo de células gigantes,
 cisto ósseo aneurismático
 displasia fibrosa óssea.

Um pouco sobre os tipos mais comuns de tumor ósseo benigno:

1. Osteocondroma é o tumor ósseo benigno mais comum. É mais frequente em pessoas com menos de
20 anos

2. Tumor de células gigantes é um tumor benigno, que afeta tipicamente a perna (os tipos malignos
deste tumor são incomuns).
3. Osteoma osteoide é um tumor ósseo, que frequentemente ocorre em ossos longos, e
mais comumente por volta dos 20 anos.
4. Osteoblastoma é um tumor que ocorre na coluna vertebral e ossos longos, principalmente em
adultos jovens.
5. Encondroma aparece geralmente nos ossos da mão e dos pés. Muitas vezes não tem sintomas. É o
tipo mais comum de tumor nas mãos.

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Cancro ósseo primário

Exemplos de cancro ósseo primário incluem:

 osteosarcoma,
 condrossarcoma,
 sarcoma de Ewing,
 histiocitoma fibroso maligno,
 fibrossarcoma
 e outros sarcomas.

O mieloma múltiplo é um cancro do sangue que pode incluir um ou mais tumores ósseos. Determinados
tipos de cancro nos ossos são encontrados em ossos específicos, por exemplo, teratomas e tumores de
células germinativas são frequentemente localizados no cóccix.

Osteossarcoma

O osteossarcoma é o tipo mais comum de cancro ósseo. Geralmente desenvolve-se em crianças e adultos
jovens. Depois da leucemia e dos tumores cerebrais, o osteosarcoma é o terceiro cancro mais comum
em adolescentes.

O osteossarcoma começa nas células formadoras de ossos. Caracteriza-se pelo


crescimento da massa óssea e geralmente ocorre nos ossos longos dos braços e
pernas, mas pode ocorrer em qualquer osso.

O Sarcoma de Ewing geralmente desenvolve-se na pélvis, osso da canela ou osso da coxa. Ele afeta mais
frequentemente adolescentes e adultos jovens.

Condrossarcoma

O Condrosarcoma é um tipo de cancro nos ossos que geralmente se desenvolve em adultos. Ele começa nas
células da cartilagem e move-se para os ossos.

A perspetiva para um paciente com cancro ósseo maligno depende principalmente se ele tem metástases
(quando se espalha para outras partes do corpo). Se o cancro está localizado o prognóstico é geralmente
bom.

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Cancro ósseo Secundário (metastático)

Em inúmeros casos, o cancro dos ossos provem de qualquer outra parte do corpo, não tendo sido iniciado no
sistema músculo esquelético. A isso chamamos de cancro metastático. Mesmo que esse tipo de cancro se
espalhe para o osso, ele não é considerado um “cancro ósseo” porque as células tumorais são do cancro
primário.

Por exemplo, uma pessoa com cancro de pulmão, que expandiu para o osso assume-se como tendo cancro
de pulmão com metástase no osso – não cancro de pulmão e cancro ósseo.

Fatores de risco

Algumas situações podem aumentar a probabilidade da doença:

 Síndromes genéticas, que se transmitem através das famílias como a síndrome de LiFraumeni e o
retinoblastoma hereditário
 Doença óssea pré-existente, como a Doença de Paget, que afeta principalmente adultos e idosos
 Ter sido exposto a altos níveis de irradiação, como os usados para tratar cancros anteriores.

Pessoas com cancros de rim, mama, próstata, pulmão, trato gastrointestinal e nas glândulas da tireoide estão
mais propensas a ter tumor ósseo secundário – metástase óssea.

Os sintomas de tumor ósseo podem incluir:

 Dor nos ossos


 Inchaço e sensibilidade perto da área afetada
 Ossos quebradiços
 Fadiga
 Perda de peso não intencional
 Febre / calafrios e suores noturnos

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Principais alterações morfológicas e fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento no tecido


ósseo.

. Perda de massa mineral óssea;


. Desequilíbrio do processo de reabsorção de cálcio;
. Desmineralização constante da massa e da densidade óssea o que se traduz numa maior
. Fragilidade óssea.

Principais alterações morfológicas e fisiológicas no tecido cartilaginoso, tendinoso e ligamentos


decorrentes do processo de envelhecimento normal.

. Desidratação do disco intervertebral;


. Redução do volume e da qualidade do líquido sinovial;
. Calcificação e ossificação dos ligamentos;
. Redução da amplitude de movimento articular;

Principais alterações do sistema musculoesquelético presentes no tecido muscular decorrentes do


processo de envelhecimento normal e as suas consequências para o organismo do idoso.

Alterações do sistema musculoesquelético Consequências

. Diminuição das proteínas contrateis; . Fraqueza muscular;


. Substituição de tecido muscular por tecido conjuntivo e . Lentidão dos movimentos;
adiposo; . Fadiga precoce;
. Diminuição da área transversal relativa das fibras . Limitações funcionais;
. Diminuição do aporte sanguíneo, da densidade . Diminuição da amplitude de movimento
mitocondrial e da atividade das enzimas oxidativas; articular;
. Atrofia lenta e constante dos músculos do tronco e das . Encurtamentos musculares.
extremidades;
. Perda de potência, força e agilidade;
. Aumento da taxa de gordura no interior dos músculos;
. Diminuição no peso dos músculos entre os 30 e 70 anos;
. Diminuição das reservas de glicogénio muscular.

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Imunidade
A imunidade é a capacidade de resistir às agressões de substâncias estranhas, como microrganismos e
substâncias químicas nocivas, por exemplo: as toxinas libertadas por aqueles. A imunidade divide-se em:
A. Imunidade inata, também chamada resistência não-específica. O organismo nasce com a
capacidade de reconhecer e destruir algumas substâncias estranhas, mas a capacidade para as
destruir não aumenta com o número de exposições.
B. Imunidade adaptativa, também chamada imunidade específica. A capacidade de o organismo
reconhecer e destruir as substâncias estranhas, aumenta cada vez que se dá uma exposição
ao agente agressor.

A distinção entre imunidade inata e adaptativa, implica os conceitos de especificidade e de memória.

A Especificidade é a capacidade que o sistema imunitário tem de reconhecer uma determinada substância. Por
exemplo, enquanto que a imunidade inata pode atuar contra a generalidade das bactérias, a imunidade
adaptativa distingue diferentes tipos de bactérias.

A Memória é a capacidade que o sistema imunitário tem de recordar contactos prévios com determinada
substância e, assim, de reagir mais rapidamente.

Na imunidade inata, de cada vez que o organismo é exposto a uma substância a resposta é a mesma, uma
vez que não existe memória relativamente a exposições anteriores. Por exemplo, sempre que uma bactéria
entra no corpo, ela é fagocitada com a mesma velocidade e eficácia. Na imunidade adaptativa, a resposta
durante a segunda exposição é mais rápida e mais forte do que durante a primeira, pois o sistema imunitário
relembra a exposição à bactéria. Por exemplo, a seguir à primeira exposição à bactéria, o organismo pode
levar vários dias a destrui-la. Durante este período a bactéria lesa os tecidos, com o consequente aparecer
dos sintomas de doença. Contudo, após a segunda exposição à mesma bactéria, a resposta é mais rápida e
eficaz. As bactérias são destruídas antes do aparecimento dos sintomas e diz-se que a pessoa está Imune ou
Imunizada. A imunidade adaptativa existe porque o sistema imunitário tem a capacidade de reconhecer e de
relembrar uma determinada substância.

A. Imunidade inata B. Imunidade adaptativa


1. Mecanismos mecânicos 1. Imunidade humoral
2. Mediadores químicos a. Anticorpos
3. Células 2. Imunidade celular
a. Neutrófilos a. Células T citotóxicas
b. Macrófagos 3. Imunidade adquirida
c. Basófilos a. natural
d. Mastócitos i. activa / passiva
e. Eosinófilos b. artificial
f. Células natural killer i. activa /passiva
4. Inflamação

A. Imunidade Inata
Os principais componentes da imunidade inata são:

1. Mecanismos mecânicos que evitam a entrada de micróbios no organismo, ou que os removem da


superfície corporal por exclusão mecânica;
2. Mediadores químicos que acuam diretamente contra os microrganismos, ou que ativam outros
mecanismos que conduzem à destruição daqueles;
3. Células envolvidas na fagocitose e a produção de substâncias químicas que participam na
resposta imunitária;

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4.
5. Inflamação, que mobiliza o sistema imunitário e isola os microrganismos até que eles possam ser
destruídos.

1. Mecanismos mecânicos – os mecanismos mecânicos, como a pele e as mucosas, formam barreiras


protetora que evitam a entrada de microrganismos e de substâncias químicas nos tecidos do organismo e
removem-nos da sua superfície de diversas formas. As substâncias estranhas são expulsas dos olhos, pelas
lágrimas; da boca, pela saliva; e das vias urinárias, pela urina. No tubo respiratório, as membranas mucosas
ciliadas "varrem" os micróbios captados pelo muco para a faringe, para serem deglutidos. A tosse e o espirro
também removem microrganismos do tubo respiratório. Se os microrganismos não penetrarem no organismo
não podem ser agentes de doença.

2. Mediadores químicos – os mediadores químicos são moléculas que estão envolvidas no desenvolvimento
da imunidade. Alguns dos mediadores químicos que se encontram na superfície das células, matam ou
evitam a entrada de microrganismos nas células; são exemplos: a lisozima, o sebo (ou sebum) e o muco.
Outros, como a histamina favorecem o estabelecimento da inflamação, induzindo vasodilatação,
aumentando a permeabilidade vascular, atraindo leucócitos e estimulando a fagocitose.

3. Células – os leucócitos constituem o componente celular mais importante do sistema imunitário. Os


leucócitos são produzidos na medula óssea vermelha e no tecido linfático, depois são libertados no sangue e
transportados a todo o organismo. Para serem eficazes, os leucócitos têm de ser conduzidos até aos tecidos
onde são necessários. Os fatores quimiotácticos são partes de micróbios ou produtos químicos (por exemplo
a histamina), libertados pelas células dos tecidos, que atuam como sinais químicos para atrair leucócitos. Os
leucócitos podem detetar pequenas diferenças na concentração dos fatores quimiotácticos, deslocando-se
daqueles onde a sua concentração é menor, para aqueles onde ela é maior. Assim, deslocam-se para a fonte
dos mediadores, uma capacidade chamada Quimiótaxia. Os leucócitos podem-se deslocar, por movimento
amebóide, pela superfície das células, ou podem passar entre as células (diapedese).

A fagocitose é a endocitose provocando a destruição de partículas. Essas partículas podem ser


microrganismos, partes destas, substâncias estranhas ou células mortas do organismo. As células fagocitárias
mais importantes são os neutrófilos e os macrófagos.

Neutrófilos
Os neutrófilos, glóbulos brancos, são pequenas células fagocitárias que a medula óssea vermelha produz e
liberta para o sangue, em grande quantidade, onde circulam durante poucas horas. Normalmente, são as
primeiras células a entrar nos tecidos infetados e, muitas vezes, morrem após um único episódio de
fagocitose. Os neutrófilos também libertam enzimas, que matam microrganismos. O pús é uma acumulação
de neutrófilos, microrganismos mortos, resíduos dos tecidos necrosados e líquido.

Macrófagos
Os macrófagos são monócitos que deixam o sangue e entram nos tecidos onde aumentam cerca de cinco
vezes o seu tamanho, assim como o número de lisosomas e de mitocôndrias. São grandes células fagocitárias
que têm uma vida mais longa que os neutrófilos e podem fagocitar partículas maiores e em maior
quantidade do que aqueles. Normalmente, os macrófagos chegam aos tecidos a seguir aos neutrófilos e são
responsáveis pela maioria da fagocitose nos estádios mais avançados de infeção e pela a remoção de
neutrófilos mortos e de outros resíduos celulares.

Basófilos, Mastócitos e Eosinófilos

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Os basófilos têm origem na medula óssea vermelha e são glóbulos brancos móveis que podem deixar o
sangue e penetrar nos tecidos infetados. Os mastócitos, que têm a mesma proveniência, são células não
móveis que se encontram no tecido conjuntivo, principalmente perto dos capilares. Tal como os macrófagos,
os mastócitos localizam-se nos locais de potencial entrada de microrganismos no corpo: a pele, os pulmões,
o tubo digestivo e nas vias genito-urinárias.

Os basófilos e os mastócitos podem ser ativados pela imunidade inata, ou pela imunidade adaptativa.
Quando ativados libertam substâncias químicas, como a histamina, que induzem uma reação inflamatória,
ou que ativam outros mecanismos, como por exemplo, contração do músculo liso nos pulmões.

Os eosinófilos são produzidos na medula óssea vermelha, entram no sangue e, em poucos minutos,
penetram nos tecidos. As enzimas que eles libertam desdobram as substâncias químicas libertadas pelos
basófilos e pelos mastócitos. Então, em simultâneo com o início da inflamação, são ativados mecanismos que
reduzem a reação inflamatória. Nos doentes com infeções parasitárias, ou com reações alérgicas com um
grande componente inflamatório, o número de eosinófilos está muito elevado. Os eosinófilos também
segregam enzimas que matam alguns parasitas.

Células natural killer


As células natural killer (NK), um tipo de linfócitos produzido na medula óssea vermelha, correspondem a
15% dos linfócitos. As células NK reconhecem tipos de células, como células neoplásicas ou células infetadas
por vírus em geral, em vez de reconhecerem células neoplásicas específicas ou células infetadas por um
determinado vírus. Por este motivo, e porque não têm memória, as células NK são classificadas como
fazendo parte da imunidade inata. As células NK matam as células alvo de diversas formas, incluindo a
libertação de substâncias que danificam a membrana celular, provocando a lise da célula.

4. Inflamação – A resposta inflamatória é uma sequência complexa de acontecimentos que envolve muitas
das substâncias químicas e células. As bactérias, ou a lesão dos tecidos, provocam a libertação ou a ativação
de mediadores químicos como a histamina, prostaglandinas, quininas e outros. Os mediadores químicos
provocam diversas reações: (1) vasodilatação, que aumenta o fluxo sanguíneo e que contribui para a chegada de
fagócitos e outros leucócitos à área afetada; (2) atracão quimiotáctica de fagócitos, que deixam o sangue
e penetram nos tecidos; e (3) aumento da permeabilidade vascular, o que permite a entrada de
fibrinogénio, do sangue para os tecidos. O fibrinogénio é convertido em fibrina, o que evita a disseminação da
infeção, através do isolamento da área infetada. O processo de libertação de mediadores químicos, de
chamada de fagócitos e de outros leucócitos continua, até que as bactérias sejam destruídas. Os fagócitos
(principalmente os macrófagos) removem os tecidos necrosados e assim, os tecidos lesados são reparados.

A inflamação pode ser local ou sistémica. A inflamação local é uma resposta inflamatória confinada a uma área
específica do organismo. Os sinais e sintomas são calor, edema, rubor, dor e perda de função. O rubor, o calor e o
edema, são consequência do aumento, do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular. A dor é causada pelo
edema e pela ação dos mediadores químicos nos recetores nervosos. A perda de função, resulta da destruição
dos tecidos, do edema e da dor.

A inflamação sistémica é uma resposta inflamatória que tem lugar em diversos locais do organismo. Para além
dos sinais e sintomas locais, podem ocorrer mais três reações. Primeiro, a medula óssea

produz e liberta uma grande quantidade de neutrófilos que promovem a fagocitose. Segundo, os pirogénios,
substâncias químicas libertadas pelos microrganismos, macrófagos, neutrófilos e outras células, estimulam a
produção da febre. Os pirogénios interferem no mecanismo de regulação da temperatura do corpo, no
hipotálamo, o calor é conservado e a temperatura corporal aumenta. A febre estimula a fagocitose,

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comandada pelo sistema imunitário, e inibe o crescimento de alguns microrganismos. Terceiro, nos casos de
infeção sistémica grave, a permeabilidade vascular pode aumentar tanto que extravasa uma grande quantidade de
líquido, do espaço vascular para o interstício dos tecidos, e a diminuição do volume intravascular (volémia) pode
conduzir ao choque e à morte.

B. Imunidade Adaptativa
A imunidade adaptativa diz respeito à capacidade de reconhecer e responder a uma determinada substância.
As substâncias que a estimulam são os antigénios, grandes moléculas de elevado peso molecular.

Os antigénios podem-se dividir em dois grupos: antigénios estranhos e auto-antigénios. Os antigénios


estranhos não são produzidos pelo organismo, mas são nele introduzidos. São exemplo de antigénios es-
tranhos: componentes de bactérias, vírus e outros microrganismos capazes de provocar doença. O pólen, as

faneras dos animais (pele seca e escamosa), excrementos dos ácaros domésticos, comidas e me-
dicamentos, também são antigénios estranhos e podem desencadear uma grande reação do sistema
imunitário e produzir alergias. Os tecidos e os órgãos transplantados que tenham antigénios estra-
nhos, determinam a rejeição do transplante. Os auto-antigénios (ou antigénios próprios) são moléculas
produzidas pelo organismo que estimulam uma resposta imunitária adaptativa. A resposta aos auto-antigénios
pode ser benéfica ou perniciosa. Por exemplo, o reconhecimento de antigénios tumorais pode conduzir à
destruição do tumor, mas pode ocorrer uma doença auto-imune quando os auto-antigénios estimulam uma

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destruição de tecidos que não deveriam ser eliminados. Historicamente, a imunidade adaptativa foi dividida
em duas partes: Imunidade humoral, mediada por anticorpos, e a Imunidade celular mediada por células.

1. Imunidade humoral
A exposição do organismo a um antigénio, pode conduzir à ativação das células B e à produção de
anticorpos responsáveis pela destruição dos antigénios. A imunidade mediada por anticorpos é eficaz
contra os antigénios extracelulares, como bactérias e vírus (quando não estão dentro das células), toxinas e parasitas,
porque os anticorpos estão nos fluidos orgânicos.

Anticorpos
Os anticorpos, são proteínas produzidas como reação a um antigénio. No plasma existem grandes
quantidades de anticorpos, embora ele também contenha outras proteínas. Todos os grupos de anticorpos têm
uma estrutura semelhante, com quatro cadeias polipeptídicas: duas cadeias pesadas idênticas entre si e duas
cadeias leves, igualmente idênticas entre si. Cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada e as extremidades
desta combinação formam a região variável do anticorpo, que é o local que se combina com o determinante
antigénico do antigénio. Como diferentes anticorpos, têm regiões variáveis diferentes, eles são específicos de cada
antigénio. Embora os anticorpos possam afetar os antigénios, de forma direta, a maior parte da sua
eficácia é devida a outros mecanismos, como a opsonização, e a estimulação da reação inflamatória. As
opsoninas são substâncias que tornam o antigénio mais suscetível à fagocitose.

Produção de anticorpos - A produção de anticorpos, após a primeira exposição a um antigénio, é diferente


daquela que ocorre durante a segunda ou as subsequentes. A resposta primária decorre da primeira
exposição de uma célula B a um antigénio, para o qual é específica, e inclui séries de divisões celulares,
diferenciação celular e produção de anticorpos. Antes da estimulação por um antigénio, as células B são pe-
quenos linfócitos. Após a ativação, as células B sofrem muitas divisões para dar origem a grandes
linfócitos. Algumas destas grandes células tornam-se Células plasmáticas que produzem anticorpos e, outras
voltam a transformar-se em pequenos linfócitos e tornam-se Células B de memória.

Normalmente, a resposta primária demora entre 3 a 14 dias para produzir anticorpos suficientes para serem
eficazes contra o antigénio. Entretanto, habitualmente, o indivíduo desenvolve os sintomas da doença,
dado que o antigénio teve tempo para lesar os tecidos.

A resposta de memória ou secundária, ocorre quando o sistema imunitário é exposto a um antigénio contra o
qual ele já tinha produzido uma resposta primária. A resposta secundária resulta da ação das células B de
memória que, quando expostas ao antigénio, rapidamente se dividem, para produzir células
plasmáticas e uma grande quantidade de anticorpos. A resposta secundária dá melhor proteção do que a
resposta primária, por duas razões. Primeiro, o tempo necessário para começar a produzir anticorpos é menor
(de horas a poucos dias); e, segundo, a quantidade de anticorpos produzida é muito maior. Assim, o
antigénio é destruído mais rapidamente, não se desenvolvem sintomas da doença e a pessoa está imune.

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A resposta de memória também inclui a formação de novas células B de memória que protegem contra outras
exposições ao antigénio. As células B de memória são a base do sistema de imunidade adaptativa. Após a
destruição do antigénio, as células plasmáticas morrem, os anticorpos que elas libertaram são degradados e, os
níveis de anticorpos diminuem até um ponto a partir do qual já não podem proteger de forma adequada. As
células B de memória podem
perdurar durante muitos anos
e, provavelmente, toda a
vida, em alguns casos. Contudo,
se a produção das células de
memória não é estimulada, ou
se as produzidas vivem
durante pouco tempo, podem

ocorrer episódios de repetição da mesma doença. Por exemplo, o mesmo vírus da gripe pode provocar a
constipação vulgar, mais do que uma vez, no mesmo indivíduo.

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2. Imunidade celular
A imunidade mediada por células constitui uma das funções das células T e é a mais eficaz contra os
microrganismos intracelulares, como vírus, fungos, bactérias intracelulares e parasitas. Este tipo de
imunidade também está implicado nas reações de hipersensibilidade retardada e no controlo de tumores.

A ativação das células T contra os antigénios, é regulada pelas células T helper. Uma vez ativadas, as células T
dividem-se diversas vezes, dando origem a células T efectoras e células T de memória. Existem vários tipos de
células efectoras, as CélulasT helper reconhecem o antigénio e segregam mensageiros específicos, estes
mensageiros ativam células fagocitárias, linfócitos B e outros linfócitos T. As Células T citotóxicas,
reconhecem e destroem as células que possuem o antigénio. As Células T supressoras através de substâncias
químicas ajudam a moderar ou suprimir a resposta imunitária. As Células T de memória podem fornecer
uma resposta secundária e imunidade de longa duração.

Células T citotóxicas

As células T citotóxicas têm duas ações principais: lisam


as células e produzem citoquinas. Podem entrar em
contacto com outras células e determinar a sua
destruição. As células infetadas por vírus têm
antigénios virais, as células tumorais têm
antigénios tumorais e os tecidos transplantados têm, à
superfície, antigénios estranhos que podem estimular a
atividade das células T citotóxicas. A célula T citotóxica liga-
se à célula alvo e liberta mediadores químicos que
conduzem à destruição desta. Numa das formas de
lise, os mediadores fazem um poro na membrana da
célula alvo, e a célula T abandona aquela, para ir destruir
outras células alvo.

Para além da lise das células, as células T citotóxicas


também libertam citoquinas que ativam outros componentes do sistema imunitário. Por exemplo, uma das funções
importantes das citoquinas é o recrutamento de macrófagos que depois ficam responsáveis pela fagocitose
e pela inflamação.

Imunidade Adquirida
Existem quatro formas de adquirir imunidade adaptativa: Natural ativa, Artificial ativa, Natural passiva e
Artificial passiva. Os termos "natural' e "artificial' dizem respeito ao modo de exposição. A exposição natural
implica que o contacto com um antigénio ou anticorpo ocorre como parte do dia a dia, não é
deliberada. A exposição artificial, também chamada imunização, é uma introdução deliberada de um
antigénio ou de um anticorpo no organismo.

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Os termos "ativa" e "passiva", indicam se o sistema imunitário do indivíduo está, ou não, a responder
diretamente ao antigénio. Quando um indivíduo está natural ou artificialmente exposto a um
antigénio, pode ocorrer uma resposta do sistema imunitário adaptativo que produz anticorpos; é a
imunidade ativa porque o sistema imunitário do próprio indivíduo é a causa da imunidade. A imunidade
passiva, ocorre quando uma outra pessoa ou animal forma anticorpos que são transferidos para um
indivíduo não imunizado; é a imunidade passiva, dado que o indivíduo não-imunizado não produziu
anticorpos.

A imunidade ativa pode perdurar desde poucas semanas (constipação vulgar) até uma vida inteira (tosse
convulsa e varicela). A imunidade pode ser de longa duração se forem produzidas células de memória B ou
T e elas persistirem para reagirem a exposições posteriores ao antigénio. A imunidade passiva não é
duradoura, pois os indivíduos não produzem as suas próprias células de memória. Como a imunidade ativa
pode ser mais duradoura do que a passiva, é o método mais utilizado. Contudo, em situações em que é necessá-
ria uma proteção imediata, é preferida a imunidade passiva.

Imunidade natural ativa


A exposição natural a um antigénio, como um microrganismo patogénico, pode levar o sistema
imunitário de um determinado indivíduo a montar uma resposta do sistema imunitário adaptativo contra o
antigénio. Como o indivíduo não está imunizado, durante a primeira exposição, normalmente
desenvolve os sintomas da doença. É interessante notar que a exposição a um antigénio nem sempre
produz sintomas. Muitas pessoas, se forem expostas ao vírus da poliomielite durante a infância, desencadeiam
uma resposta imunitária e produzem anticorpos da poliomielite, embora não desenvolvam nenhuns
sintomas de doença.

Imunidade artificial ativa


Na imunidade artificial ativa, é introduzido, deliberadamente, um antigénio no indivíduo, para estimular
o seu sistema imunitário. Este processo constitui a vacinação e o antigénio introduzido, a vacina. A vacinação
pode ser feita por injeção, como por exemplo a vacinação da do tétano, difteria e tosse convulsa; embora a via
oral também seja por vezes utilizada (vacina da poliomielite). Normalmente, a vacina é constituída por parte do
micróbio, um micróbio morto, ou vivo modificado. O antigénio foi modificado de forma a só estimular o sistema
imunitário e a não determinar o desenvolvimento dos sintomas da doença. A imunidade artificial ativa é o
método preferido para a aquisição de imunidade adaptativa, porque produz um estado de imunidade
prolongado, sem sintomas da doença.

A resposta de memória é a base de muitos esquemas de imunização. A primeira administração do antigénio


estimula uma resposta primária e o reforço provoca uma resposta de memória que produz níveis elevados de
anticorpos, muitas células de memória e proteção duradoura.

Imunidade natural passiva


A imunidade natural passiva ocorre quando há transferência de anticorpos da mãe para o filho. Ao longo da
sua vida, a mãe foi sendo exposta a diversos antigénios, natural ou artificialmente, tendo adquirido
anticorpos contra muitos deles. Estes anticorpos protegem a mãe e o feto em desenvolvimento, contra a
doença. Após o nascimento, os anticorpos protegem a criança durante os primeiros meses de vida.
Eventualmente, os anticorpos perdem-se e a criança tem de contar com o seu próprio sistema imunitário. Se a
mãe amamenta a criança, as imunoglobulinas do leite materno podem dar alguma proteção à criança.

Imunidade artificial passiva


A obtenção da imunidade artificial passiva, normalmente começa com a vacinação num animal, por exemplo o
cavalo. Depois do sistema imunitário do animal responder ao antigénio, os seus anticorpos (por vezes células T)

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são removidos e administrados ao indivíduo que necessita de ser imunizado. Em certos casos, o ser humano
também pode ser utilizado como fonte dadora. A imunidade artificial passiva fornece proteção imediata ao
indivíduo que recebe os anticorpos e é utilizada quando se corre o risco de não haver tempo suficiente para
aquele desenvolver a sua própria imunidade. Contudo, esta técnica só fornece imunidade temporária, dado
que os anticorpos ou são utilizados, ou são inutilizados pelo recetor. São exemplo de imunidade artificial
passiva os anticorpos que protegem contra a hepatite, raiva e tétano.

Anexos
Anexo A

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Manual de Anatomia e Fisiologia

QUADRO 1 NÚMERO E NOME DOS OSSOS LISTADOS POR REGIÕES


Ossos Número Ossos Número
Esqueleto axial Esqueleto apendicular

Cabeça Cintura escapular 2


Pares Parietal 2 Clavícula 2
Temporal 2 Membro superior
Ímpares Frontal 1 Úmero 2
Occipital 1 Cúbito 2
Esfenóide 1 Rádio 2
Etmóide 1 Ossos do carpo 16
Face Metacárpicos 10
Pares Maxilar 2 Falanges 28
Zigomático 2 TOTAL DA CINTURA ESCAPULAR
Palatino 2 E MEMBRO SUPERIOR 64
Nasal 2
Lacrimal 2 Cintura pélvica
Corneto 2 Coxal 2
Ímpares Mandíbula 1 Membro inferior
Vómer 1 Fémur 2
Ossículos auditivos Tíbia 2
Martelo 2 Perónio 2
Bigorna 2 Rótula 2
Estribo 2 Ossos do tarso 14
TOTAL DA CABEÇA 28 Metatársicos 10
Falanges 28
Hióide 1 TOTAL DA CINTURA PÉLVICA
62
Coluna vertebral E MEMBRO INFERIOR
Vértebras cervicais 7 TOTAL DO ESQUELETO APENDICULAR 126
Vértebras torácicas 12
Vértebras lombares 5
Sacro 1 TOTAL DO ESQUELETO AXIAL 80
Cóccix 1 TOTAL DE OSSOS 206
TOTAL COLUNA VERTEBRAL 26
Caixa torácica
24
Costelas
Esterno 1
TOTAL DA CAIXA TORÁCICA 25
TOTAL DO ESQUELETO AXIAL 80

Anexo B
Quadro 1

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Manual de Anatomia e Fisiologia

MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL


Músculo Função
Auricular
Anterior Puxa a orelha superior e anteriormente
Posterior Puxa a orelha para trás
Superior Puxa a orelha superior e anteriormente
Retrai o ângulo da boca e achata as
Bucinador bochechas
Puxa as sobrancelhas uma para a outra,
Supraciliar como no franzir da testa.
Triangular dos lábios Deprime o ângulo da boca
Quadrado do mento Deprime o lábio inferior
Canino Eleva o ângulo da boca
Levantador do lábio superior Eleva o lábio superior

Levantador da pálpebra superior Eleva a pálpebra superior


Eleva e enruga a pele do queixo; eleva o
Músculo da borla do mento lábio inferior
Nasal Dilata a narina
Move o coro cabeludo e eleva as
Occipitofrontal pálpebras
Orbicular das pálpebras Encerra o olho
Deprime o lábio inferior, enruga a pele do
Subcutâneo do pescoço pescoço e a parte superior do tórax

Cria rugas verticais entre os olhos, como


Piramidal do nariz ao franzir a testa.

Risorius de Santorini Abdução do ângulo da boca

Grande Zigomático Elevação e abdução do lábio superior

Quadro 2

Músculos que movem Cabeça


Músculo Função
Posteriores
Semi-espinhoso da nuca Rotação e extenção da cabeça
Esplénio da cabeça Rotação e extenção da cabeça
Trapézio Abdução e extenção
Contracção unilateral: rotação e
Esternocleidomastoideu extenção da cabeça; Contracção
bilateral: flexão do pescoço

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Manual de Anatomia e Fisiologia

Quadro 3

MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
Músculo Função
Eleva e retrai a mandíbula; envolvido
Temporal
na deglutição

Masséter Elevação e projecção da mandíbula


Pterigoideus
Externo Projecção e depressão da mandíbula
Interno Projecção e elevação da mandibula

Quadro 4

MÚSCULOS DA LÍNGUA
Músculo Função
Músculos intrínsecos Mudam a forma da língua
(Longitudinal,transverso e vertical)

Músculos extrínsecos
Genoglosso Abaixamento da língua
Hioglosso Retracção e abaixamento do bordo lateral da língua
Estiloglosso Retracção da língua
Palatoglosso Eleva a parte posterior da língua

Quadro 5

MÚSCULOS DO DORSO
Músculo Função
Massa comum Extensão da coluna vertebral

Iliocostais
Cervical Extensão, flexão lateral e rotação da coluna
Dorsal Extensão, flexão lateral e rotação da coluna
Lombar Extensão, flexão lateral e rotação da coluna
Pequeno complexo Extensão da cabeça
Longo dorsal do tórax Extensão da coluna vertebral
Intertransversários Flexão lateral da coluna vertebral
Complicado da Espinha Extensão e rotação da coluna vertebral
Semi-espinhosos
Cervical Extensão do pescoço
Torácico Extensão da coluna vertebral

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Manual de Anatomia e Fisiologia

Quadro 6

MÚSCULOS DO TÓRAX
Músculo Função
Diafragma Inspiração; deprime o pavimento do tórax
Intercostais
Externo Inspiração; eleva as costelas
Interno Expiração; deprime as costelas
Escalenos
Eleva a primeira costela
Anterior
Eleva a primeira costela
Mediano
Eleva a segunda costela
Posterior

Quadro 7

MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL


Músculo Função
Flexão da coluna vertebral; compressão do
Grandes rectos do abdómen
abdómen
Flexão e rotação da coluna vertebral;
Grande oblíquo do abdómen
compressão do abdómen; deprime o toráx
Flexão e rotação da coluna vertebral;
Pequeno oblíquo do abdómen
compressão do abdómen; deprime o toráx
Trnsverso do abdómen Comprime o abdómen

Quadro 8

MÚSCULOS DA ESCÁPULA
Músculos Função
Pequeno peitoral Eleva, retrai e roda as omoplatas

Rombóides
Retrai, roda e fixa as omoplatas
Grande
Pequeno Retrai, eleva ligeiramente,roda e fixa as omoplatas

Grande Dentado ou
Dentado anterior
Roda a omoplata e eleva as costelas
Subclávio Fixa a clavícula ou eleva a primeira vertebra
Levanta, deprime, retrai, roda e fixa a omoplata; faz a extensão
Trapézio
do pescoço

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Manual de Anatomia e Fisiologia

Quadro 9

MÚSCULOS QUE ACTUAM SOBRE O BRAÇO


Músculo Função
Coracobranquial Adução e flexão do braço
Grande Dorsal Adução,rotação interna e extensão do braço
Adução,flexão e rotação mediana do braço;
Grande peitoral
estende o braço a partir da posição flectida.
Grande redondo Adução,extensão e rotação interna do braço

Pequeno redondo Adução,extensão e rotação externa do braço


Abdução, fexão, extensão e rotação interna e
Deltoide
externa do braço.

Quadro 10

MÚSCULOS DO BRAÇO E ANTEBRAÇO


Músculo Função
Braço
Bicípite branquial Flexão (dobrar) e supinação (rodar
para trás) do braço
Branquial anterior
Flexão do antebraço
Trícipite branquial
Extensão (estender) do antebraço;
extensão e abdução (movimento para
fora relativamente à linha média) do
braço
Antebraço
Acrónio Extensão do antebraço
Longo supinador Flexão do antebraço
Redondo pronador Pronação do antebraço
Supinador Supinação do antebrço

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Manual de Anatomia e Fisiologia

Quadro 11

MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA MÃO


Músculo Função

Músculos palmares médios


Dorsais Abdução do 2º,3º e 4º dedos
Palmares Abdução 2º, 4º e 5º dedos
Lumbricóides
Flexão das falanges e extensão das falanginhas e
falangetas.

Músculos thenares
Curto abdutor do polegar Abdução do polegar
Adutor do polegar Adução do polegar
Curto flexor do polegar
Flexão do polegar
Oponente do polegar
Oponência do polegar

Músculos hipothenares
Abdutor do dedo mínimo Abdução e flexão do dedo mínimo
Curto flexor do dedo mínimo Flexão do dedo mínimo
Oponente do dedo mínimo
Oponência do dedo mínimo
Quadro 12

MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA MÃO


Músculo Função
Antebraço Anterior
Grande palmar Flexão e abdução do punho
Cubital anterior Flexão e abdução do punho
Flexor comum profundo
Flexão dos dedos e punho
Flexor comum superficial
Longo flexor do polegar Flexão dos dedos e punho
Pequeno palmar Flexão do polegar e punho
Tensão da palma da mão

Antebraço posterior
Longo abdutor do polegar Abdução e extensão do polegar
Segundo radial externo Extensão e abdução do punho
Primeiro radial externo
Extensão e abdução do punho
Cubital posterior
Extensor próprio do dedo mínimo Extensão e abdução do punho
Extensor comum dos dedos Extensão do dedo mínimo
Extensor próprio do indicador Extensão dos dedos
Curto extensor do polegar Extensão do indicador
Longo extensor do polegar Extensão e abdução do polegar
Extensão do polegar

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Quadro 13

MÚSCULOS DA CINTURA PÉLVICA (MOVIMENTAM A COXA)


Músculo Função

Anteriores
Psoas Ilíaco Flexão e rotação interna da coxa
Grande psoas Flexão da coxa

Posteriores e laterais
Grande glúteo Extensão, abdução e rotação externa da coxa
Médio glúteo Abdução e rotação interna da coxa
Pequeno glúteo Abdução e rotação interna da coxa
Tensor da fascia lata Tensão da fascia lata

Quadro 14

MÚSCULOS DA COXA
Músculo Função

Compartimento anterior
Quadricípite crural (Recto ante-
Extensão da perna; o recto anterior também flecte a
rior, o vasto externo, o vasto coxa
interno e o Bicípite crural)
Costureiro
Flexão da coxa e da perna; rotação interna da perna e
externa da coxa

Compartimento posterior
Bicípite crural Flexão e rotação externa da perna; extensão da coxa
Semimembranoso
Flexão e rotação externa da perna; extensão da coxa e
tensão da cápsula articular do joelho
Semitendinoso
Flexão e rotação interna da perna; extensão da coxa

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Quadro 15

MÚSCULOS QUE ACTUAM SOBRE A PERNA E PÉ


Músculo Função

Compartimento anterior
Extensor comum dos dedos Extensão dos quatro últimos dedos; eversão do
Extensor próprio do grande dedo pé
Tibial anterior
Extensão do dedo grande; flexão e inversão do

Flexão e inversão do pé

Compartimento posterior
Gémeos Extensão do pé; flexão da perna
Solhar Extensão do pé

Compartimento externo
Curto peronial lateral Eversão e extensão do pé
Longo peronial lateral Eversão e extensão do pé

Quadro 16

MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ
Músculo Função
Abdutor do 5º dedo
Abdução e flexão do dedo mínimo
Abdutor do grande dedo
Abdução do dedo grande
Curto flexor do 5º dedo
Flexão do 5º dedo
Curto flexor comum
Flexão do 2º,3º, 4º e 5º dedos
Curto flexor do grande dedo
Flexão do dedo grande
Lumbricóides
Flexão das falanges proximais e
extensão das médias e distais

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Anexo C

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