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Complexo Escolar Privado A Luz Do Amanhã

Vida, Obra e Filosofia de Sócrates

Nome: Vemba J. A.
Nvemba

Classe: 11ª

Curso: Ciências
Económicas e Jurídicas

Disciplina: Filosofia

Luanda, Janeiro de 2022


AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a todos aqueles que directamente ou indirectamente contribuiram para a


realização deste projecto.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 3
2. VIDA ------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
3. OBRAS ---------------------------------------------------------------------------------------------- 5
4. FILOSOFIA --------------------------------------------------------------------------------------- 6
4.1. MÉTODO SOCRÁTICO ------------------------------------------------------------------ 6
4.1.1. Paradoxo socrático ------------------------------------------------------------------ 6
4.2. O APRENDIZADO É INFINITO -------------------------------------------------------- 6
4.3. IRONIA SOCRÁTICA --------------------------------------------------------------------- 7
5. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 8
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------- 9
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho irá abordar a vida, as obras e a Filosofia de Sócrates. Tem como
objectivo geral constatar a relevância histórica, social e filosófica de Sócrates e os seus
ensinamentos e garante fazê-lo através de uma metódica análise da sua biografia, obras e a
ideologia socrática.

‘A vida não examinada não vale a pena ser vivida para o ser humano.’ Essas palavras, ditas
por um dos homens mais influentes que já Existiram, ressoaram ao longo de milênios como a
base de todo pensamento filosófico. A vida de Sócrates desempenhou um papel importante na
história humana, pois influenciou a todos, de Platão a Aristóteles e até Alexandre, o Grande,
mostrando sua importância para nós como seres humanos que vivem em um mundo em
constante mudança.

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2. VIDA

Tendo nascido por volta de 470 a.C. em Atenas, Grécia, a vida de Sócrates é narrada através
de apenas algumas fontes: os diálogos de Platão e Xenofonte e as peças de Aristófanes.

Como esses escritos tinham outros propósitos além de relatar sua vida, é provável que
nenhum deles apresente uma imagem completamente precisa. No entanto, coletivamente, eles
fornecem um retrato único e vívido da filosofia e personalidade de Sócrates.

Sócrates era filho de Sofronisco, um pedreiro e escultor ateniense, e Fenarete, uma parteira.
Por não ser de família nobre, provavelmente recebeu uma educação básica grega e aprendeu
o ofício de seu pai ainda jovem. Acredita-se que Sócrates trabalhou como pedreiro por muitos
anos antes de dedicar sua vida à filosofia.

Contemporâneos diferem em seu relato de como Sócrates se sustentou como filósofo. Tanto
Xenofonte quanto Aristófanes afirmam que Sócrates recebeu pagamento pelo ensino,
enquanto Platão escreve que Sócrates negou explicitamente aceitar o pagamento, citando sua
pobreza como prova.

Sócrates casou-se com Xantipa, uma mulher mais jovem, que lhe deu três filhos: Lamprocles,
Sophroniscus e Menexenus.

Sócrates era indiferente aos prazeres materiais, incluindo sua própria aparência e conforto
pessoal. Ele negligenciava a higiene pessoal, tomava banho raramente, andava descalço e
possuía apenas um casaco esfarrapado.

Politicamente, ele não tomou partido na rivalidade entre os democratas e os oligarcas em


Atenas; ele criticou ambos. O caráter de Sócrates como exibido em Apologia, Críton, Fédon e
Banquete concorda com outras fontes de tal forma que dá confiança na descrição de Sócrates
de Platão nessas obras como sendo representativa do Sócrates real.

Sócrates morreu em Atenas em 399 aC após um julgamento por impiedade e corrupção dos
jovens que durou apenas um dia. Ele passou seu último dia na prisão entre amigos e
seguidores que lhe ofereceram uma rota de fuga, o que ele recusou. Ele morreu na manhã
seguinte, de acordo com sua sentença, depois de beber cicuta venenosa. Ele nunca deixou
Atenas, exceto durante as campanhas militares das quais participou..

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3. OBRAS

Não há nenhuma obra escrita assinada por Sócrates. O que se sabe hoje foi relatado por
Platão e Xenofonte. No entanto, é importante destacar que ambos são mais novos que
Sócrates, cerca de 40 anos. Logo, não acompanharam todo o desenvolvimento de seus
estudos, testemunhando apenas os últimos anos do filósofo.

Sócrates construiu a base da filosofia ocidental, juntamente com Platão e Aristóteles. De


acordo com Cícero, um filósofo romano, Sócrates “fez com que a filosofia descesse dos céus
para a terra”. Criou apontamentos e levantou questões interessantes a respeito da existência
humana.

Ele acreditava nas verdades universais. Isso significa que há assuntos que são válidos para
toda a humanidade, independe do espaço que se vive e do tempo. Ao ler as frases do filósofo,
nota-se que muitas são aplicadas também aos dias de hoje.

As principais obras sobre Sócrates são:

 ‘’Apologia’’ e ‘’Teeteto’’ por Platão;

 ‘’As nuvens’’ por Aristófanes;

 ‘’Sócrates: Ironista e filósofo moral’’ por Gregório Vlastos;

 ‘’A arte de viver’’ por Alexandre Nehamas;

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4.FILOSOFIA

4.1. MÉTODO SOCRÁTICO

A contribuição mais importante de Sócrates para a filosofia ocidental foi sua técnica para
argumentar um ponto, conhecida como método socrático, que ele aplicou a muitas coisas,
como verdade e justiça. Isso é descrito nos “diálogos socráticos” de Platão. Uma questão
seria dividida em uma série de perguntas, cujas respostas levavam progressivamente ao
resultado desejado.

O método socrático é uma estratégia para refutar gradualmente teorias indesejadas, deixando
você com a resposta mais lógica. Ela elimina um raciocínio circular e lógica contraditória.
Tem como objetivo fazer com que o indivíduo examine suas próprias crenças e conteste a
legitimidade de tais convicções.

A importância dessa estratégia não pode ser subestimada e levou Sócrates a ganhar o título de
“pai da filosofia política, da moralidade e da boa lógica”. A técnica socrática é
frequentemente considerada como parte essencial do sistema jurídico de muitos países por
todo mundo

4.1.1. Paradoxos socráticos

A forma de aplicação do método socrático fez com que um número significativo das crenças
geralmente creditadas a Sócrates se tornassem deliberadamente confusas porque apresentam
ideias que, a princípio, parecem contraditórias. São os chamados paradoxos. O paradoxo mais
famoso é: “Sei que nada sei”.

Nesse paradoxo, Sócrates afirma que não sabe nada, mas se isso for verdade, então como ele
poderia saber que não sabe nada.

A todos os paradoxos de Sócrates, podemos nos referir como problemas que não podem ser
facilmente resolvidos por não terem uma resposta óbvia.

4.2. O APRENDIZADO É INFINITO

O paradoxo “sei que nada sei” é introduzido na Apologia de Platão e é uma indicação da
autoconsciência de Sócrates, ao declarar sua própria falta de conhecimento. Sócrates
acreditava que, para chegar a uma conclusão, uma pessoa precisava abordá-la com
“pensamento, senso, julgamento, conhecimento viável e prudência”. Ele também acreditava
que o mau comportamento era resultado da ignorância, e aqueles que cometiam erros o
faziam porque não conheciam melhor.

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A única coisa que Sócrates professava conhecer era “a especialidade da afeição”. Isso está
relacionado à palavra erôtan, que significa fazer perguntas, mostrando que Sócrates vinculou
as ideias de amor e fez perguntas sobre ele.

Ele professa ser perspicaz durante Apologia, no qual ele diz que é astuto “no sentimento
restrito de ter sabedoria humana”. Sócrates geralmente duvidava que as pessoas, ao contrário
dos deuses, pudessem alcançar o verdadeiro conhecimento. Por um lado, ele disse que havia
uma linha entre a ignorância humana e o aprendizado perfeito; por outro, mostra uma
estratégia de obtenção do conhecimento por meio do discurso de Diotima no Banquete de
Platão e na Alegoria da Caverna na República.

A ideia de conhecimento humano é um tema crucial na Apologia, embora possa não ter sido
totalmente resolvido. A sabedoria humana de Sócrates diante do profeta de Apolo é posta em
dúvida por sua afirmação de que ele não era conhecedor de forma alguma, alegando que o
entendimento humano só pode ir até a “filosofia”. Sócrates demonstrou compreensão humana
diante do profeta porque ele sintetizava o conhecimento, embora não percebesse que o fazia.
Essa afirmação é confirmada pelos desafios colocados na Apologia, especificamente a
pergunta: Por que Sócrates continuou buscando conhecimentos que julgava difíceis de
adquirir?

4.3. IRONIA SOCRÁTICA

A ironia socrática é um processo usado no método de ensino socrático. Envolve uma pessoa
assumindo uma posição de ignorância para encorajar outros a fazer declarações que podem
ser contestadas. Dessa forma, Sócrates poderia alegar que seus oponentes eram conhecedores
e minimizar sua própria percepção, fingindo que não sabia a resposta para a questão
levantada.

Os estudiosos estão divididos sobre por que Sócrates usa a ironia. De acordo com uma
opinião avançada desde o período helenístico, a ironia socrática é uma forma lúdica de
chamar a atenção do público. Outra linha de pensamento sustenta que Sócrates oculta sua
mensagem filosófica com ironia, tornando-a acessível apenas àqueles que podem separar as
partes de suas afirmações que são irônicas daquelas que não são. Gregory Vlastos identificou
um padrão mais complexo de ironia em Sócrates. Na visão de Vlastos, as palavras de
Sócrates têm um duplo sentido, tanto irônico quanto não. Um exemplo é quando ele nega ter
conhecimento. Vlastos sugere que Sócrates está sendo irônico quando diz que não tem
conhecimento (onde "conhecimento" significa uma forma inferior de cognição); enquanto, de
acordo com outro sentido de "conhecimento", Sócrates é sério quando diz que não tem
conhecimento de questões éticas. Esta opinião não é compartilhada por muitos outros
estudiosos.

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5. CONCLUSÃO

O filósofo Sócrates permanece, como foi em sua vida (469-399 a.C.), ] um enigma, um
indivíduo inescrutável que, apesar de não ter escrito nada, é considerado um dos poucos
filósofos que mudaram para sempre a forma como a filosofia ser concebido. Todas as nossas
informações sobre ele são de segunda mão e muitas delas vigorosamente contestadas, mas
seu julgamento e morte nas mãos da democracia ateniense é, no entanto, o mito fundador da
disciplina acadêmica da filosofia, e sua influência foi sentida muito além da própria filosofia..
Porque sua vida é amplamente considerada paradigmática não apenas para a vida filosófica,
mas, mais geralmente, para como alguém deve viver, Sócrates foi sobrecarregado com a
adulação e emulação normalmente reservadas para figuras religiosas - irónico para alguém
que se esforçou tanto para fazer os outros fazer seu próprio pensamento e para alguém
condenado e executado sob a acusação de irreverência para com os deuses. Certamente ele
era impressionante, tão impressionante que muitos outros foram levados a escrever sobre ele,
todos os quais o acharam estranho pelas convenções da Atenas do século V: em sua
aparência, personalidade e comportamento, bem como em seus pontos de vista e métodos.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Encyclopædia Britannica (11.ª edição)


 West, Thomas G., 1945-. (1979). Plato's "Apology of Socrates" : an interpretation,
with a new translation. Ithaca, N.Y. :Cornell University Press,.
 PLATO, & JOWETT, B. (1990). Theaetetus. New York, C. Scribner's Sons
 Kraut, Richard. "Socrates". Encyclopedia Britannica, 23 Dec. 2020,
https://www.britannica.com/biography/Socrates. Accessed 13 January 2022. .

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