You are on page 1of 7
Capitulo 237 Pra aprender — Eu posso te ajudar, com o maior prazer — O homem falou, sorrindo de lado. Ele tinha os cabelos escuros, curtos, mas brilhosos. A pele era bronzeada e ele se vestia casualmente, mas com roupas de marca cara. Clara fechou o semblante. — Por favor, uma vendedora! — Fla gritou, tentando se acalmar. O homem olhou para tras, para onde supostamente as vendedoras deveriam estar e olhou de novo para Clara, as maos nos bolsos da calga. — Hmm, eu acho que elas nao ouviram. — Q senhor nao deveria estar aqui. Nem acompanhantes podem entrar aqui. Eu vou fazer uma reclamag4o! — Ela falou e entrou totalmente no provador, colocando a roupa dela o mais rapido possivel, mas o homem abriu a cortina de sopetdo — Ficou louco?! — No precisa se cobrir assim. O que é bonito, é pra olhar — Ele falou, olhando-a de cima a baixo. Clara estava bufando. Fora! — Ela pegou a bolsa dela e atirou nele Fora, fora! Meu marido vai arrancar 0 seu couro! — O seu marido? — 0 homem ainda sorriu mais — Eu quero ver. Afinal, ele deve arrancar o seu também, por estar traindo ele. Os olhos de Clara se arregalaram. Aquele homem nao estava ali a toa. Ele foi enviado por alguém. “Margarida”, foi a primeira pessoa que apareceu na mente dela. “Desgracada! Se for ela mesma...” Nesse momento de distragao, o homem, que ja tinha fechado a cortina, empurrou Clara para o fundo do provador e enfiou uma perna dele no meio das dela. Nao! Ele enfiou os dedos nos cabelos dela, na parte de tras da cabega, e forgou os labios dele contra os dela. Ela tentou afastar o peito dele, mas Clara nao tira forga. Entao, ent&o tentou chutd-lo. A cortina se abriu e Tonny estava com os olhos negros de odio. Ele puxou o homem para longe de Clara e acertou um soco no queixo do mesmo, que caiu. — O que é isso? — O homem perguntou, fingindo nao entender — Eu esto aqui com a minha garota, qual é a sua? — Ela é€ a minha mulher! — Tonny rosnou e quando o homem tentou se desvencilhar dele para lhe acertar, Tonny acertou outro e outro soco — Senhor! Pare com isso! — Gritou a vendedora, mas Tonny nao parou e apos o outro homem estar no chao, ele se virou para a funcionaria. — Onde diabos vocé estava quando esse homem estava atacando a minha esposa? Isso aqui nao é um provador feminino? — Efla me pediu para s-sair e deixar os d-dois juntos! — A vendedora falou, indicando Clara, que finalmente saiu do torpor dela e acertou um belo tapa no rosto da mulher. — Isso sé pode ser brincadeira! Eu quero as cameras, agora! — Clara bateu o pé no chao, fumegando. Virou-se para Tonny — Eu nunca... — Eu sei que nao — Tonny falou e sorriu de leve, puxando Clara para ele — Eu sei que vocé nao é esse tipo de mulher — Olhando para a vendedora — Quero falar com a gerente. Eu quero as cameras de seguranga. Clara alhou para o homem que tentava se levantar e ela Ihe deu um chute nas pernas. — Cretino! Como se atreveu? — Ela ia dar outro chute, mas Tonny a afastou, balangando a cabega. — Nao se suje, amor. Eu vou cuidar dele. — Eu fui a ofendida — Ela falou e Tonny viu o lampejo de algo perigoso nos olhos de Clara — Minha ferinha — Ele sorriu e olhou de novo para a vendedora — Gerente. Cameras! — S-senhor, isso nao é possivel. A gerente ndo esta e... E as cameras s6 podem ser acionadas com a autorizagdo dela! Clara sabia que a vendedora estava junto de Margarida ou de quem quer que tenha armado para ela. — Pois entao eu acho bom voeé ligar pra ela. Ou eu vou chamar a policia — Tonny falou, calmamente, mas por dentro, ele estava louco de ddio. A vendedora engoliu em seco e pegou o celular, andando para longe deles para falar, mas Clara foi atras, — Vocé vai falar na nossa frente. TA indo se esconder por qué? A mulher tremia. Ela sabia que nao teria escolha a nao ser chamar a gerente. Na verdade, a gerente era amiga de Margarida e, com uma ligagao desta, a gerente resolveu ajudar a filha de Amadeu Vieira. Ela nao sabia, claro, sobre a situagao toda que houve no Resort. Avendedora concordou com a cabega e, assim que a gerente, Paula Coelho, atendeu, a funcionaria relatou sobre o ocorrido como se ela nao houvesse recebido ordens da propria superior. Paula compreendeu. — Diga que nao posso ir ai. Estou ocupada! Clara ouviu, j4 que a mulher gritou do outro lado da linha — Pois diga a ela que Antonio Herrera é 0 marido da mulher que sofreu o assédio. Vamos, diga! — Clara falou, mas Paula ouviu e se empertigou na cadeira onde estava sentada — Eu ja vou pra ai! — Ela respondeu e desligou. “Merda! Onde foi que a Margarida me enfiou!”, ela perguntou a si mesma, se amaldigoando por nao ter perguntado nada antes de fazer o favor a amiga. Quando Paula chegou & loja, o homem, que eles descobriram se chamar Sérgio Almeida, estava imobilizado pelo seguran¢a do shopping. — Ah, minha nossa — Ela falou e viu o casal. Paula sabia quem era aquele e engoliu em seco — Senhor Herrera! — Quero as cameras — Tonny nao perdeu tempo com amenidades — E ninguém sai daqui até que a situagdo tenha sido esclarecida. Paula foi até as cameras e pegou as filmagens. A vendedora falou com o homem, indicando o provador. Depois, ele foi até onde Clara estava e, por mais que nao fosse possivel ver dentro da cabine do provador, era obvio que nao houve consentimento da parte de Clara. Tonny se virou para a vendedora. — Vocé vai pra cadeira — Ele se virou parao homem — E vocé... Vocé e eu vamos conversar, antes disso. — N&o! — A vendedora colocou a mao na cabega e olhou para a gerente — Eu apenas segui ordens! — De quem? — Tonny perguntou e a gerente fez sinal com os olhos para que a vendedora se calasse — Se mentir, juro que ir pra cadeia sera o menor dos seus problemas. A mulher entao respirou fundo e falou tudo. Tonny chamou a policia. — Isso 6 um grande mal entendido! E como vao provar que eu mandei ela fazer algo? — A gerente perguntou. — Eu gravei a ligagdo. Eu sempre gravo — A funcionaria disse e a gerente ficou vermelha de raiva. Enquanto as mulheres eram levadas para a delegacia, Tonny deu um beijo em Clara. — Perdao, meu amor. Eu achei que aqui dentro vacé estaria mais segura, por ser uma loja de mulheres. — Eu estou segura do seu lado, Tonny. So do seu lado — Ela falou e ele acariciou o rosto dela. — Pois entao, a partir de hoje nado vamos nos separar com facilidade. Mas... Eu tenho que cuidar daquele problema, ali — Ele indicou Sérgio. — E eu vou junto! — Clara falou, convicta — Vocé vai me treinar, eu vou ser durona Tonny n&o queria isso para Clara, mas ela nao parecia amedrontada. “Talvez... Ela mude de ideia ao ver o que farei com esse homem...” Tonny pensou. Nao que ele nao fosse treinar o basico com Clara, mas ele nao a queria se envolvendo demais nesses assuntos. — Entdo, vamos! Dentro da delegacia, havia uma sala que nao tinha cameras. Era uma sala que nao aparecia na planta do prédio, usada justamente para lidar com os casos mais “dificeis” — Escuta aqui, cara, eu nao ia estuprar a sua mulher nem nada! — Sérgio tentou se defender — Ok, eu a beijei, mas... Era sé isso! Era pra dar um susto! — Um susto? — Tonny perguntou — Eu imagino o seu susto quando eu comegar a brincar com vocé. Sérgio olhou para Clara. — Linda, olha s6. Foi s6 uma brincadeirinha! — Ele falou, tentando sorrir, mas nervoso. — Eu vou comegar com os seus olhos. Para aprender a nunca mais olhar para a mulher de outro homem. Depois, vamos com os seus dedos, pois nao se deve tocar numa mulher que nado te deu autorizagao para tal! — Nao, por favor! Ao final, o homem teria que ir para o hospital, antes de ficar preso. Ao saberem que o mandante e executor era Tonny, ninguém da familia do rapaz ousou questionar. — Agora, a senhorita Vieira — Clara falou para Tonny — Dela, cuido eu.

You might also like