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DEONTOLOGIA E

MEDICINA VETERINÁRIA
LEGAL
Profª Carolina Santos -
Medicina Veterinária
2021

Curso de Bacharelado
em Medicina
Veterinária
MANUAL DE PERÍCIA
MANUAL DE PERÍCIA
É de suma importância ressaltar que algumas atribuições aqui
relacionadas não são privativas da Medicina Veterinária.

São compartilhadas com profissões correlacionadas, em especial as


perícias trabalhistas, cuja competência é de médicos do trabalho e
engenheiros do trabalho, mas que permitem a atuação do médico-
veterinário na condição de Assistente Técnico das partes que
compõem o litígio.
MANUAL DE PERÍCIA

Entendendo a relevância social crescente dos temas em torno da


Medicina Veterinária Legal (MVL) no país, o CFMV criou a Comissão
Nacional de Medicina Veterinária Legal (CONMVL/CFMV), por meio
da Portaria nº 94, de 13 de agosto de 2018.
MANUAL DE PERÍCIA
São também atribuições do médico-veterinário outras perícias que, de qualquer
forma, exijam conhecimentos próprios da sua área de atuação e se façam
necessárias ao esclarecimento dos fatos de interesse jurídico.
Como exemplo, pode-se citar a vistoria de instalações e equipamentos de
ambientes de trabalho com vistas à indicação de exposição dos trabalhadores a
agravos da saúde que possam caracterizar o direito ao recebimento de adicional
de insalubridade.
MANUAL DE PERÍCIA
Deve-se ressaltar ainda que a conduta do Perito com relação aos colegas deve ser pautada
pelos princípios de consideração e apreço, tendo sempre em mente a sua missão na busca da
verdade dos fatos.
A Resolução nº 1138, de 16 de dezembro de 2016 (Código de Ética do Médico-Veterinário)
estatui, em seu Art. nº 21, que o médico veterinário na função de perito deve guardar
segredo profissional, sendo-lhe vedado:
MANUAL DE PERÍCIA
Na execução da perícia, o perito médico-veterinário deve ater-se ao
objeto e ao lapso temporal da perícia a ser realizada.
Mediante Termo de Diligência, o perito deverá solicitar por escrito
todos os documentos e informações relacionadas ao objeto da
perícia.

A eventual recusa no atendimento de diligências solicitadas ou


qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial devem ser
comunicadas ao juiz, com a devida comprovação ou justificativa, em
se tratando de perícia judicial; ou à parte contratante, no caso de
perícia extrajudicial.
MANUAL DE PERÍCIA

É o momento em que o perito examina o objeto da perícia e estabelece


os procedimentos gerais do exame a serem executados no âmbito
judicial ou extrajudicial, para o qual foi nomeado, indicado ou
contratado, devendo iniciar-se antes da elaboração da proposta de
honorários a ser apresentada ao juiz, árbitro ou às partes no caso de
perícia extrajudicial.

O planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente, o


qual se propõe a consolidar todas as etapas da perícia, enquanto o
cronograma de trabalho é uma especificação do tempo de realização
de cada etapa planejada, que deve ser elaborado com base nos
quesitos e/ou no objeto da perícia.
MANUAL DE PERÍCIA
TANATOLOGIA FORENSE
“A Tanatologia Forense cuida dos problemas relacionados com a morte naquilo
que possa interessar ao direito”.
ESTUDO CIENTÍFICO DA MORTE; DA TEORIDA MORTE, DE SEUS SINAIS DE
NATUREZA
A Tanatologia Forense é o ramo das ciências forenses que partindo do exame do
local, da informação acerca das circunstâncias da morte, e atendendo aos dados
do exame necrópsico, procura estabelecer:
 - A identificação do cadáver
 - O mecanismo da morte
 - A causa da morte
 - O diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, homicídio ou morte de
causa natural).
 A identificação do cadáver nem sempre pode ser realizada, pois algumas vezes
eles são encontrados em estado avançado de putrefação.
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TANATOLOGIA FORENSE

A odontologia veterinária desempenha um papel fundamental no


processo de identificação de um animal, cuja identidade é
desconhecida, já que os dentes são os órgãos mais duráveis do
corpo, atuando em momentos em que outros tipos de identificações
não são possíveis e, baseada nos conhecimentos e ferramentas da
tanatologia forense, trabalha a fim de determinar a realidade da
morte, as circunstâncias em que ocorreu, e dar um adequado
diagnóstico diferencial médico legal.

Além dos dentes, os pelos, penas, escamas e lã também são de


extrema importância na hora da identificação.
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TANATOLOGIA FORENSE

Quanto à maneira, a morte pode ser classificada em:

● Natural: é provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos


e sua
instalação são lentos e, de certa forma, endógena.
● Violenta: decorre de causas externas de instalação abrupta. Pode
ser acidental
ou criminosa.
● Suspeita: quando não há elementos para determinar se a morte foi
natural ou
violenta.
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TANATOLOGIA FORENSE

Quanto à rapidez, a morte pode ser classificada em:

● Súbita: imediata ou em curto intervalo de tempo


● Agônica: grande intervalo de tempo.

Quanto à causa jurídica a morte pode ser classificada em: homicídio


ou acidente.
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TANATOLOGIA FORENSE

Fenômenos Cadavéricos (Post-Mortem):

Logo após a morte começam a ocorrer fenômenos abióticos ou


cadavéricos. Esses fenômenos são classificados em abióticos
imediatos, abióticos consecutivos e transformativos:

● Fenômenos abióticos imediatos: Ocorre logo após a morte, por


exemplo: perda de consciência, insensibilidade geral, imobilidade,
palidez, midríase, cessação da respiração e da circulação e abolição
total do tônus muscular.
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Fenômenos Cadavéricos (Post-Mortem):

● Fenômenos abióticos consecutivos: Instalam-se a partir da morte


e determinam sua realidade, por exemplo: desidratação cadavérica,
turvação e opacificação da córnea.

Rigidez cadavérica (rigor mortis): causada por acúmulo de ácido


lático na musculatura. Acomete primeiramente os músculos
mandibulares, depois pescoço, tórax, membros superiores, abdome
e por último os membros inferiores.
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TANATOLOGIA FORENSE

Fenômenos Cadavéricos (Post-Mortem):


● Fenômenos transformativos: podem ser subdivididos em
DESTRUTIVOS E CONSERVADORES.

a) Destrutivos:

- Autólise: Morte das células - uma célula, ao morrer, libera potentes


enzimas armazenadas em seus lisossomos que darão início ao
processo de autólise, que desencadeia de forma gradativa a
autodigestão tissular.
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TANATOLOGIA FORENSE

Fenômenos Cadavéricos (Post-Mortem):


a) Destrutivos:

- Putrefação: Desencadeada por ação de bactérias. Temos a


formação de gás sulfídrico associado à hemoglobina. O cadáver
assume coloração esverdeada ou enegrecida. Fazem exceção a essa
regra os fetos e recém-nascidos cujo intestino é estéril e os animais
tratados por longos períodos com antibióticos por via oral; nestes
casos, os fenômenos de autólise, a putrefação inicia-se sempre pelo
exterior do animal. Os tecidos que oferecem maior resistência aos fenômenos
de autólise e putrefação são a pele, tecido fibrosos, cartilagens e ossos
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Livores: manchas esbranquiçadas


Hipóstase: sangue estagnado
Enfisematosa: presença de ar
Coliquação: descolamento da derme, presença larvas, decomposição

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