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Ray F. Evert PLANTAS DE ESAU Meristemas, ¢élulas etecidos do ma corpo da planta: sua estrutura, funcao be awe |= a Vel Niall nice, Tradug¢Go da Terceira Edigado Americana Blucher SG: ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO DO CORPO VEGETAL — UMA VISAO GERAL Patricia Soffiatti e Marcelo Rodrigo Pace 0 corpo multicelular e complexo de uma planta vas cular é 0 resultado de uma especializagao evolutiva de longo prazo ~ especializagaio essa que acompa- nhow a transigao de organismos multicelulares que oeupavam um habitat aquatica para um habitat terrestre (Niklas, 1997). As dermandas de ambien tes novos ¢ mais hostis levaram ao estabelecimento de diferencas morfoldgicas ¢ Asiolégicas entre as partes da planta que se tornaram mais ou menos especializadas com respeito a certas fungoes. O reconhecimento dessas especializacies se Lornow definido pelos botnicos por meio do conceito de Orgios vegetais (Troll, 1937, Arber, 1950). Era um primeiro momento, 03 botanicos vislumbraram a existéncia de varios Grgios, mas posteriormente, A medida que o entendimento das inter-rclagdes entre as partes da planta se tornou mais evidente, o mimero de érgaos vegetativos foi reduzido a trés: raiz, caule ¢ folha (Pames, 1936). Dentro deste conceito, caule ¢ follia sao geralmente Lratados em, conjunto, como uma unidade morfoldgica e funcio- nal, 0 ramo. Em estudos evolutivos, pesquisadores postu- Jam que a organizagao da planta vascular ancestral era extremamente simples, talver muito parecida aquela da Devoniana Rhynia, que eran plantas Afilas ¢ sem ratzes (Gifford e Foster, 1989; Kenrick ¢ Crane, 1997). Se as plantas com sementes evo- lufram a partir de plantas ancestrais semelhantes as “rhynias”, que consistiam de eixos ramificadas dicotomicamente, sem apéndices, a raiz, o caule a folha poderiam ser considerados como intima- mente inter-relacionados a partir da mesma ori- emt filogenstica (Stewart e Rothwell, 1993; Taylor e Taylor, 1993; Raven, J. A. e Edwards, 2001). A origem comum desses trés Orgiios & ainda mais dbvia na sua ontogenia (desenvolvimento de uma entidade individual), pois estes so iniciados ac mesmo tempo no cmbrido, & medida que este se desenvolve, a partir de um zigoto, em um organis- mo multicelular. No pice do ramo, a folha e 0 eaule sto formados como uma unidade. Na maturidade, tambéma folha e o caule, imperceptivelmente, con- tinuam um no outro, externa e internamente, Pa ralelamente, a raiz e 0 caule também formar wu continuum — uma estruvura continua —e possuem muitas caracteristieas em comum com respeito forma, anatomia, fungao ¢ modo de creseimento, A medida que o embriao cresce e se torna uma plantula, o caule e a raiz cada vez mais diverge uum do outro em sua organiaacao (Fig. 1.1). A raiz cresce mais ou menos camo um érgao cilindrico ramificado; o caule é composto por nés ¢ entrends, com folhas e ramos conectados aos nés. Finalmen- te a planta entra no estgio reprodutivo, quando os ramos formam as intflorescéncias e flores (Fig. 1.2). A flor pode ser considerada um 6rgio, mas 0 con- ceito classico trata a flor como um conjunto de Or ios homélogos aos ramos, Esse conceito também implica que as partes florais — algumas das quais 30 _|[] Anetomis dos Pantas de Esau cotilédones, opicotilo, o FIGURA 1.1 pélalas FIGURA 1.2 Alguns estigios do desenvolvimento da plantula da Unhaca Cinum usitatissémum). A, semente germi- nando. A raiz principal pivolante (abaixo da linha pon- tilhada) @ a primeira estrutura a romper a testa da se- mente. B, ¢ hipocotilo em alongamento (acima da linka pontilhada) formou um gancho, que subsequentemente vai se endireitar, puxando os cotilédones ¢ 0 pice cau- linar acima do solo. C, apés a emergéncia acima do solo, 65 cotilédones, que na linhaga persistem por cerea de 80 dias, aumentam e engrossam. O epicstilo em desen- volvimento ~ 0 eixo caulinar ou ramo localizado acima dos cotilédones — est agora evidente entre os cotilédo- hes, D, 0 epicétilo em desenvolvimento originou varias folhas © a raiz principal originou varias ramificagoes. (Obtido de Esau, 1977; desenho feito por Alva D. Grant.) Inllorescéncia © flor da linhaga (Linum usitatisei- mum). A, inflorescéncia, do tipo panicula, com flores completas mostrando as sépalas e pétalas. B, flor, a par tir da qual as sépalas © pétalas foram removidlas, para mostrar os estames € 0 ginsceu. As flores da linkaga geralmente possuem cinco estames fértsis, O gineceu consiste de cinco earpelos unides, com einco estiletes © estiginas distintos. C, fruto maduro (eapsula) © sépalas persistentes, (Desenho feito por Alva D. Grant.) Estrutura e desenvolvimento do corpo vegetal - uma visso ceral |] 31 =20 férteis (estames e carpelos) € outras estéreis palas ¢ pétalas) ~ so homélogas as folhas. Am- 5, as folhas e as partes florais, sto consideradas mo originadas a partir de um tipo de sistema de ales que earacterizaram as primeiras plantas seulares, Afilas & sem raizes (Gifford Foster, 89). Apesar da sobreposicao e da continnidade entre aracteristicas das partes da planta, a divisao corpo vegetal em categorias morfolégicas coro 2, caule, folha e flor quando presente) é geral- Tente utilizada porque mantém em foco as espe- lizaches estruturais e funcionais das partes, 0 le para o suporte e a condugdo, a folha para a “ossintese, ¢ a raiz como ancoragem e absorcao. 1 subdivistio nao deve ser enfatizada a ponto vbscurecer a unidade essencial do corpo vege- Dssa unidade é claramente perceptivel se uma ta é estudada sob © ponto de vista do seu de- olvimento, uma abordagem que revela a gra- emergéncia dos érgaos ¢ tecidos a partir do Vindiferenciado do embriao jovert ORGANIZACAO INTERNA DO CORPO VEGETAL ) corpo da planta 6 formado por muitos tipos renies de células cada uma delas delimitada pared celular, ¢ unida as outras eélulas por substancia intercelular unificadora. Dentro ss massa unida, cerlos grupos de células sao tos, estrutural efou funcionalmente de ou- Esses grupos sao tratados como teeidos. As os estruturais dos tecidos sdo baseadas nas rencas das eéhilas que os cormpoer e nos Lipos vexao entre elas. Alguns tecidos sio relativa simples estruturalmente, pelo fato de se- nstituides por apenas um tinico tipo de ¢é- stros, que contém mais de um tipo de eélula, complexos. rranjo das tecidos na planta como um todo, e s principais drgaos, revela uma organizagao ural ¢ funcional definida, Os tecidos relacio- s com a-condugao de alimento e agua ~ 0s te-

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