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NOTA TÉCNICA 11/2023

Cliente SINPOL/DF
Legitimidade Ativa dos policiais civis para
postularem o recebimento dos valores a título
Referência de auxílio alimentação, referente aos anos de
1996 a 1998, cuja ação de conhecimento foi
ajuizada pelo SINDIRETA.
Data Brasília, 5 de maio de 2023

1. Na origem, trata-se de ação proposta pelo Sindicato dos Servidores

Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de

Contas do Distrito Federal (SINDIRETA-DF), com o intuito de questionar a

legalidade do Decreto n° 16.990/95, que suspendeu o pagamento do

auxílio-alimentação previsto na Lei n° 786/94, instituído para os servidores civis

da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do DF.

2. Uma vez obtida a sentença procedente e transitada em julgado, todos os

servidores representados amplamente pelo SINDIRETA-DF, ou seja, os

Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e

Tribunal de Contas do Distrito Federal e, consequentemente, da Polícia Civil,

poderiam dar início ao processo de Cumprimento de Sentença individual,

visando o recebimento dos valores devidos e reconhecidos pela sentença do

processo originário.

3. No entanto, tendo em vista a livre distribuição a que os processos se

submetem, entre as diversas varas da fazenda pública do DF, alguns dos

processos foram distribuídos para a 6ª Vara da Fazenda Pública do DF, cuja juíza

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responsável possui um entendimento de que os policiais civis, vinculados ao

SINPOL/DF, não possuem legitimidade ativa para executar a sentença obtida

pelo SINDIRETA, sob o argumento de que o princípio da unicidade sindical,

prevista na Constituição Federal, afastaria a obrigação do Distrito Federal em

indenizar referidos servidores, impedindo-os de executar o referido título

executivo.

4. Sendo assim, nesses processos, os exequentes foram intimados a se

manifestarem acerca de sua legitimidade, oportunidade em que o presente

escritório peticionou demonstrando que o Tribunal de Justiça do Distrito

Federal e Territórios possui entendimento contrário ao da juíza da 6ª Vara.

5. Isso se dá devido ao fato de que o título executivo que está sendo

executado, qual seja, a sentença procedente obtida pelo SINDIRETA, é amplo, ou

seja, não possui qualquer tipo de limitação quanto aqueles que poderiam

executá-lo, bastante que, no caso dos policiais civis, o servidor demonstre que

faz parte da Administração Pública Direta do Distrito Federal.

6. Conforme exposto na petição inicial, é possível verificar que os

Exequentes, policiais civis, são servidores da Administração Pública Direta do

Distrito Federal, portanto, contemplados pela decisão exequenda, obtida pelo

Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias,

Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (SINDIRETA/DF) – que,

no processo originário, atuou na qualidade de substituto processual da citada

categoria, de forma ampla e irrestrita.

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7. Para demonstrar a possibilidade de os policiais civis se beneficiarem da

sentença coletiva obtida pelo SINDIRETA-DF, existem diversos precedentes - do

TJDFT, STJ e STF - que embasam o entendimento defendido pelo escritório.

8. Desse modo, existindo a possibilidade de que a Juíza responsável pelos

processos distribuídos à 6ª Vara extinga os processos, por entender não haver

legitimidade ativa dos filiados ao SINPOL, o escritório informa, desde já, que

recorrerá de tal decisão, haja vista a existência de precedentes favoráveis, que

admitem entendimento diverso daquele adotado pela referida Juíza.

9. Sendo estas considerações, a equipe jurídica permanece à disposição dos

filiados e do SINPOL/DF para prestar outros esclarecimentos que se façam

necessários.

É o parecer.

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