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Curso: Defensoria Pública de Minas Gerais
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Disciplina: Execução Penal
Professor: Marcos Paulo
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Monitor: Paula Pena
Bloco 02
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Erros/imprecisões materiais relacionados aos dados qualificativos do
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sentenciado
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Seria possível a retificação de erro material concernente aos dados qualificativos do
sentenciado?
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O art. 259 do CPP prevê que as imprecisões relativas aos dados qualificativos do
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imputado podem ser sanadas a qualquer tempo, tanto no processo de conhecimento quanto no
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processo de execução.
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No entanto, essa temática deve ser analisada com muita cautela. Situação tranquila
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seria o juiz retificar, por exemplo, o nome de Cristiano para Cristian ou Luciana para Luciane. Por
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outro lado, o caso não será tão simples quando diante de homonímia ou apresentação de
documento de identificação idôneo, mas relacionado a terceiro. Estas hipóteses não deixam de
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ser mero erro material e não invalidam o título condenatório, pois teria sido efetivamente
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processada e julgada a pessoa que praticou o ato. O problema, nestes casos, é que o título
condenatório foi formalizado em nome de sujeito distinto ao processado.
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criminal, art. 621, III do CPP. Isso para demonstrar que aquele que consta no título condenatório
não é o mesmo que foi efetivamente processado, julgado e condenado ou para constar que
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aquele com o nome no título condenatório nada tem com o caso, pois o condenado foi outro.
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Art. 621, A revisão dos processos findos será admitida:
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência
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do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição
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especial da pena.
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A retificação não pode ser buscada no juízo da execução, já que ele não possui
competência para tanto, o art.. 66 da LEP não teceu tal competência.
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Em prova discursiva temos autores, como Marcelus Polastri, defendendo que: sendo o
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erro material latente/evidente não poderíamos abrir mão da revisão criminal, mas nesses casos o
juízo da execução de ofício, evocando o poder geral de cautela, poderia sobrestar a execução
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penal até que a temática fosse equacionada em sede de revisão criminal. (Prova discursiva)
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Art. 2º, parágrafo único da LEP e sua aplicação ao preso provisório
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Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
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todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na
conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
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Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a
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estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
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réu que não pode ser evocada contra seus próprios interesses. Assim, quando o réu já estiver
preso não há dúvidas de que a aplicabilidade da LEP ao preso provisório permite que iniciemos a
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penal provisória a competência passa a ser toda da vara de execução penal (VEP).
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Como aplicaremos a LEP ao preso provisório, as decisões tomadas desafiam
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enquanto recurso o agravo em execução, art. 197 da LEP, não interessando se o processo crime
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esteja em grau de apelo.
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Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem
efeito suspensivo.
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Os incidentes da execução penal serão decididos pelo juízo da VEP e caberá agravo
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em execução.
O parâmetro da execução penal provisória será o quantum penal fixado na sentença,
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sendo irrelevante a existência ministerial para agravamento da pena. Exemplo: pena fixada na
sentença condenatória de 6 anos e o MP recorreu para buscar o agravamento da pena, isto não
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interessa. Logo, para fins de progressão de regime o referencial será a pena de 6 anos. Assim se
pensarmos na progressão de regime em 1/6, depois do cumprimento de 1 ano caberia a
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progressão do regime, pouco importando a apelação do MP.
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PROVA DISCURSIVA PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO
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A solução acima para uma prova do MP deve ser criticada, mas não esquecer que
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ela já está pacificada no STJ e STF.
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que se a quantidade de pena ainda não se mostra revestida de definitividade não haveria como
pensar em execução provisória. Ademais, estaríamos falando de recurso Ministerial e que,
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ser racionais, por mandamento constitucional, considerado o art. 129, VIII, 2ª parte, CRFB/88.
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se não for o regime que está sendo questionado, proporcionando trabalho e estudo. Entretanto,
em termos de concessão de benefícios vinculados à quantidade de pena o referencial seria o
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título condenatório pretendido pelo MP. Assim, para fins de execução provisória quando
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pendente recurso do MP seria necessário pensá-la não à luz do título condenatório já existe,
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mas daquele que está sendo buscado e será adotado caso provido o recurso ministerial. Isso
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traria algumas variantes:
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1º recurso ministerial pró-réu: ótimo! Sendo pró-réu a reformatio in pejus não
existiria, porque se viesse seria de ofício, hipótese vedada no ordenamento jurídico brasileiro
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(art. 617 do CPP). Assim sendo, no caso tratado já poderia executar o título condenatório tal
qual apresentado pelo MP.
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Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao
disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo,
porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da
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sentença.
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2º apelo ministerial objetiva a alteração do regime: diante da vedação à reformatio in
pejus de oficio, a quantidade de pena já estaria consolidada e serviria como referencial para
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concessão de benefícios. Porém, como eu teria que partir a execução provisória de acordo com
o título condenatório pretendido pelo MP e esse versasse apenas sobre o regime, poderíamos
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pensar na execução provisória pautada no apelo, enquanto para os benefícios observaríamos a
pena já sentenciada, pois esta não pode ser agravada. 65
3ª o MP busca o agravamento da pena: projetando o título condenatório pretendido
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pelo MP no recurso, a execução provisória não seria da pena fixada na sentença, mas sobre a
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poderíamos pensar na execução provisória, mas, nesse caso, à luz da pena máxima cominada
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à infração penal. Exemplo: estelionato com pena de 1 a 5 anos e o MP recorreu por entender
que pena de 2 anos cominada foi ínfima e pede uma exasperação expressiva da pena, sendo
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passível de fazer com que se chegue à pena máxima, nesse caso poderíamos pensar em
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