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Taxiomia e Sistema Tica II
Taxiomia e Sistema Tica II
com/ProfessorFerretto
CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA
EM REINOS
CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA viviam nas condições da Terra primitiva, onde não havia
EM 4 REINOS oxigênio livre para realizar a respiração. A partir deles, uma
linhagem teria se diversificado e adquirido a capacidade
Em 1938 e depois em 1956, Herbert Copeland, reconhecen- de captar a energia solar utilizando um pigmento chamado
do as falhas da classificação de Lineu em 2 Reinos, resolveu clorofila, e fazer fotossíntese. Essa linhagem teria dado ori-
criar dois novos reinos, baseado nas diferenças de organização gem às cianobactérias e também introduzido o oxigênio na
celular dos seres vivos. Assim, além dos Reinos Animal e atmosfera. Mais tarde, outra linhagem teria derivado, degra-
Vegetal, surgem os Reinos Monera e Protista ou Protoc- dando o alimento através de uma via metabólica mais com-
tista. plexa, que utiliza o oxigênio para queimar o alimento e liberar
O Reino Monera abriga até hoje os organismos procari- maior quantidade de energia: o processo de respiração.
ontes, enquanto o Reino Protista passou a abrigar os or- Na linhagem dos eucariontes, além da diferenciação da
ganismos de classificação duvidosa. Antes que você pense carioteca individualizando um núcleo, teriam se diferencia-
alguma besteira, organismos de classificação duvidosa são do organelas membranosas relacionadas com diferentes
aqueles que não se encaixam claramente nos demais reinos. funções. Além disso, acredita-se que logo no início da di-
Assim, quando não se sabia bem onde classificar um organis- versificação dos eucariontes teria ocorrido uma simbiose
mo, ele era colocado no Reino Protista. Nele foram incluídos mutualística entre eucariontes e bactérias que realizavam a
unicelulares eucariontes heterótrofos (protozoários), unicelu- respiração. Essa relação se mostrou vantajosa para ambas as
lares e pluricelulares eucariontes autótrofos sem organização formas vivas e se perpetuou. Acredita-se que as atuais mi-
tecidual (algas) e os fungos. Percebe-se que o Reino Protista tocôndrias das células eucarióticas tenham surgido assim:
é completamente artificial, uma vez que agrupa seres de ori- elas teriam sido bactérias que passaram a viver associadas
gens evolutivas bem distintas. com células eucarióticas. Praticamente todos os eucariontes
atuais possuem mitocôndrias.
CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA Acredita-se que, mais tarde, na evolução dos seres eu-
EM 5 REINOS cariontes, teria ocorrido outra simbiose mutualística: desta
Embora ainda não completamente satisfatória, uma das vez entre o eucarionte com mitocôndria e as cianobactérias
classificações mais aceitas dos seres vivos foi a estabelecida que realizavam a fotossíntese. Essas cianobactérias teriam
por Robert Whittaker em 1969. Várias evidências nos levam dado origem aos plastos atuais.
a aceitar a classificação de Whittaker, como por exemplo, o Foi com base nessa interpretação da evolução das célu-
que se acredita hoje sobre a origem e a evolução da própria las e dos seres vivos que se construiu o seguinte esquema,
célula. Afinal, os primeiros seres vivos que surgiram na face da mostrado na figura 5, que se adapta ao sistema de Whittaker
Terra eram unicelulares e deles derivaram os demais. Assim, de classificação dos seres vivos em cinco reinos:
a evolução dos seres vivos está ligada à evolução da célula.
Vamos, então, resumidamente, apresentar essa evolução
para podermos entender a classificação dos seres vivos.
Os primeiros seres vivos que surgiram na Terra eram
unicelulares formados por células estruturalmente mui-
to simples: os procariontes. Desses organismos, derivaram
duas linhagens principais: uma que deu origem aos atuais
procariontes, representados pelas bactérias e algas azuis
(atualmente chamadas de cianobactérias), e outra que deu
origem aos organismos eucariontes, inicialmente unicelu- Evolução dos organismos atuais a partir da primeira célula.
lares e depois multicelulares.
Acredita-se que os primeiros organismos procariontes Os procariontes, que são todos unicelulares, autótro-
que surgiram na Terra primitiva obtinham seus alimentos por fos ou heterótrofos (bactérias e cianobactérias), são re-
absorção de nutrientes do meio e degradavam esses nutrien- unidos no Reino Monera.
tes para liberar a energia necessária ao metabolismo através Dentre os eucariontes existem duas linhagens: a que
de um processo simples, a fermentação. Esses organismos deriva de ancestrais em que ocorreu simbiose mutualística
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apenas com bactérias aeróbicas (que deram origem às mitocôndrias) e a que deriva de ancestrais que passaram a apresentar
mutualismo também com cianobactérias (que deram origem aos cloroplastos). No primeiro caso, heterótrofos, temos os fungos
e os animais; no segundo caso, autótrofos, temos as plantas.
- O Reino Fungi reúne organismos eucariontes uni ou multicelulares, dotados de parede celular quitinosa, heterótro-
fos, que se alimentam por absorção de nutrientes a partir do meio e realizam uma digestão extracorpórea.
- O Reino Animalia ou Metazoa reúne organismos eucariontes multicelulares, sem parede celular, heterótrofos e que
se alimentam por ingestão de nutrientes a partir do meio.
- O Reino Plantae ou Metaphyta reúne organismos eucariontes multicelulares, com parede celular celulósica,
autótrofos fotossintetizantes.
O grande problema para a classificação dos organismos é o critério utilizado para definição do Reino Protista, que acaba por
causar problemas também na classificação do Reino Plantae.
Observando o esquema da figura anterior, verifica-se que neste reino incluem-se organismos de origens distintas. É, assim,
um reino artificial, que não é monofilético (ou seja, que não tem uma única origem evolutiva), e por isso tem gerado controvérsias.
Muitos consideram dentro do Reino Protista apenas os organismos unicelulares eucariontes, fotossintetizantes (algas
unicelulares) ou heterótrofos (protozoários e mixomicetos, sendo estes últimos organismos semelhantes a fungos mas sem a
parede celular quitinosa). Esta é a classificação original de Robert Whittaker, de 1969. Em 1988, Lynn Margulis e Karlene Schwartz
passaram a considerar no Reino Protista (ou Protoctista, como sugerido por Herbert Copeland, em 1938) além dos unicelulares
eucariontes, multicelulares eucariontes autótrofos sem organização tecidual verdadeira (ou seja, algas multicelu-
lares, as talófitas: clorofíceas, feofíceas e rodofíceas).
Além destes organismos que têm estrutura celular, existem ainda os vírus, formas particulares de organismos que não es-
tão bem definidos como sendo vivos ou não. Como não são celulares e como o caráter “vivo” ainda é questionado para eles,
prefere-se excluí-los da classificação de organismos claramente caracterizados como vivos.
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Tome nota:
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