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Introdução

Moçambique é um país da África Austral, situado na costa do Oceano Índico, com cerca de 20 milhões
de habitantes (2004). Foi uma colónia portuguesa, que se tornou independente em 25 de Junho de
1975. A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um
estudioso viajante árabe, Almaçudi descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da
região do Golfo Pérsico e os "Zanjes" (os negros) da "Bilade as Sofala", que incluía grande parte da costa
norte e centro do actual Moçambique.

A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 - com a partilha
de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim - se transformou numa ocupação
militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX a uma
verdadeira administração colonial.

Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Moçambique, em 1497, já existiam entrepostos
comerciais árabes e uma grande parte da população tinha aderido ao Islão.

Objetivos

Geral

Compreender como era a administração colonial implantado em Moçambique.

Específicos

Identificar as causas de fracasso da primeira resistência Moçambicana;

Descrever as formas comerciais na era colonial em Moçambique.

Metodologia

O método científico para a elaboração deste artigo seguiu os passos da revisão de


literatura e incluiu: identificação do tema, levantamento bibliográfico, seleção de textos,
preliminar e estruturação lógica do estudo sua avaliação, interpretação dos resultados e síntese do
conhecimento obtido.
A CONQUISTA MILITAR PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE

De acordo com ( Brito, 2019 ) por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Moçambique colonos,
muitos de origem indiana, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes casavam
com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o comércio e a agricultura, podiam
tornar-se poderosas.

Em meados do século XVII, o governo português decide que as terras ocupadas por portugueses em
Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de arrendá-las a prazos que eram
definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina. Esta tentativa de assegurar a soberania na
colónia recente, não foi muito exitosa porque, de facto, os "muzungos" e as "donas" já tinham bastante
poder, mesmo militar, com os seus exércitos de "xicundas", e muitas vezes se opunham à administração
colonial, que era obrigada a responder igualmente pela força das armas. ( Garcia, 2010)

Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao Estado português, como organizaram um sistema
de cobrar o "mussoco" (um imposto individual em espécie, devido por todos os homens válidos, maiores
de 16 anos) aos camponeses que cultivavam nas suas terras. Além disso, mineravam ouro, marfim e
escravos, que comerciavam em troca de panos e missangas que recebiam da Índia e de Lisboa. Até 1850,
Cuba foi o principal destino dos escravos provenientes da Zambézia. (Cabaço, 2007 )

A Administração Colonial Portuguesa

Até finais do século XIX, a presença oficial portuguesa em Moçambique limitava-se a umas poucas
capitanias ao longo da costa. Portugal, bem estabelecido em Goa, de onde vinham directamente as
ordens relativas a Moçambique, contava que os comerciantes que se iam estabelecendo no interior do
território formassem o substrato para uma administração efectiva. Naquela época, o fundamental era o
controlo do comércio, primeiro do ouro, nos séculos XVI e XVII, depois do marfim e dos escravos. No
entanto, a administração colonial náo conseguia sequer cobrar os impostos relativos a esse comércio.
( Correia, 2018)

Entretanto, em 1686, o Vice-Rei português baptizava, em Diu, a "Companhia dos Mazanes", formada por
ricos comerciantes indianos, à qual eram dados privilégios no comércio entre aquele território e
Moçambique. Ao abrigo desta companhia, começaram a fixar-se em Moçambique dezenas de
comerciantes indianos, suas famílias e empregados. Apesar das boas relações entre os indianos e os
governantes coloniais, a situação financeira da colónia não melhorou.( Brito, 2019 )

De acordo com Cabaço(2007 ) em 1752, em face da decadência da Ilha de Moçambique, o governo do


Marquês de Pombal decidiu retirar a colónia africana da dependência do Vice-Rei do Estado da Índia e
nomear um governador-geral, que passou a habitar o Palácio dos Capitães-Generais, confiscado aos
jesuítas

Resistência Moçambicana contra o colonialismo

IMPÉRIO DE GAZA
Por volta de 1850 no sudeste do território do Império da Faixa de Gaza. No seu auge, o reino do seu avô
Manukuse ocupava um vasto território, que se estendia do rio Incomati, no sul, e do Oceano Índico, no
leste, até aos rios Zambeze e Save, no norte, ocupando grande parte do que é hoje o território
moçambicano e parte dos países vizinhos. Ngungunhane, cujo nome de nascimento é Mudungazi,
tornar-se-ia no último rei de Gaza antes do império ser derrotado pelos portugueses. Morreu a 23 de
dezembro de 1906, no exílio na ilha Terceira, nos Açores.

Como chegou ao poder.

A morte de Manukuse, avô de Ngungunhane, em 1858, deu origem a uma guerra pela sucessão entre
dois herdeiros do fundador do império. Com o apoio das autoridades portuguesas, Muzila conquistou o
poder. Porém, também a sua sucessão foi problemática. O seu filho Mudungazi, com o apoio da sua
esposa favorita, Yosio, ordenou a morte de um dos seus irmãos e tornou-se imperador de Gaza em
1884. Mudou o seu nome para Ngungunhane, "o terrível" ou "o invencível". Durante 11 anos, governou
com poder absoluto, fazendo uso excessivo de violência no tratamento dos seus povos vassalos

Como se relacionou com os europeus.

Ngungunhane tomou o poder alguns meses antes da Conferência de Berlim (1884-85), onde as nações
europeias dividiram literalmente África entre si, marcando o clímax do apetite europeu por este
continente. Face ao crescente interesse da Grã-Bretanha e da Alemanha pelos territórios
moçambicanos, Portugal sentiu uma pressão crescente para impor definitivamente o seu poder e
suprimir o Império de Gaza. Percebendo as rivalidades entre os países europeus, Ngungunhane tirar
vantagem e durante anos jogou diplomaticamente com diferentes potências, nomeadamente a Grã-
Bretanha e Portugal.

Como foi Ngungunhane derrotado.

No início de 1895, António Eanes, Alto Comissário para Moçambique, ordenou uma ofensiva militar
contra Ngungunhane, que naquela época já havia perdido a lealdade de muitos dos seus súbditos. O seu
império era, assim, invadido por confrontos sangrentos. Depois das batalhas em Coolela e Mandlakasi,
Ngungunhane fugiu para Chaimite, província de Gaza, a aldeia sagrada do império onde o seu avô estava
enterrado. A 28 de dezembro de 1895, o "Leão de Gaza" foi preso por Mouzinho de Albuquerque, o
governador português do distrito militar de Gaza. Deportado para a capital portuguesa, Ngungunhane e
a sua comitiva foram expostos à curiosidade popular. Cruzaram Lisboa numa jaula antes de serem
exibidos no Jardim Botânico de Belém.

CAUSAS DO DECLINIO (FRACAÇO) DO ESTADO DE GAZAVASTIDÃO

O Estado era vasto, ocupando as regiões desde o Rio Zambeze até norte da antiga LourençoMarques, do
oceano índico a oeste ultrapassando o teritório Moçambicano, o estado ocupava pouco mais da metade
de Moçambique, facto de difilcutava, o control total do mesmo.
CONTRADIÇÕES INTERNAS E TRAIÇÕES

Traições dos chefes locais pela ambição e atração portuguesa,A Politica diplomatica e a supremacia
militar portuguesa,

Considerações finais

Moçambique teve sempre questionamentos, manifestações contra e resistência à dominação. O


Massacre de Mueda face às reivindicações do povo, por estes não concordarem certas coisas, incluindo
o baixo preço de venda de algodão, trabalho forçado a que estavam sujeitos, foi considerado o auge da
paciência.
Depois seguiram-se todos os processos que ditaram a unificação das três organizações nacionalistas
(UDENAMO, MANU e UNAMI) e criação da FRELIMO, movimento libertador liderado por Eduardo
Mondlane, no qual vincou a compressão comum do que estava a acontecer no teatro operacional,
incluindo a compreensão sobre o inimigo e da tropa da FRELIMO, criando-se garantias da consolidação
de unidade de esforço durante as operações em Cabo Delgado, que foram se intensificando com o
decorrer do tempo e ao mesmo tempo abriram-se novas frentes de combate em Niassa, Zambézia e
Tete.
Pode-se referir que não foi apenas o nível de preparação militar, político e ideológico que as operações
correram com sucesso, a disciplina, a iniciativa, a determinação e o respeito pela cadeia de comando são
aspectos considerados cruciais o decurso da luta armada que durou dez anos, cujo fim foi com a
assinatura dos Acordos de Lusaka a 7 de Setembro de 1974, seguido da proclamação da Independência,
sendo Presidente Samora Machel, que esteve na presidência da FRELIMO e na direcção da luta armada
depois do assassinato de Eduardo Mondlane em Fevereiro de 1969.
Referências bibliográficas

Brito, Luís de (2019) – A FRELIMO, o Marxismo e a Construção do Estado Nacional 1962-1983. Maputo:
Instituto de Estudos Económicos e Sociais.
Cabaço, José Luís de Oliveira (2007) – Moçambique: Identidade, Colonialismo e Libertação. Tese de
Doutoramento em Antropologia. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências humanas da
Universidade de São Paulo.
Correia, Pedro de Pezarat (2018) – Manual de Geopolítica e Geostratégica. Lisboa.

Garcia, Francisco Proença (2010) – A Guerra em Moçambique 1964-1974. Matosinhos: QUIDNOVI, 1ª


Edição.
ABÉLÈS, Marc. Anthropologie de l’État. Paris: Éditions Armand Colin, 1990.
ABRAHAMSSON, Hans e NILSSON, Anders. Moçambique em Transição: um estudo da história do
desenvolvimento durante o período 1974-1992. Maputo: Padrigu-CEEI-ISRI, 1994.
ABRANCHES, Henrique. Reflexões sobre a Cultura Nacional. Luanda: União dos Escritores Angolanos,
1980.
ABRANCHES, Henrique. Identidade e património cultural: Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1989.
AFONSO, Aniceto e GOMES, Carlos de Matos. Guerra Colonial. Lisboa: Ed. Notícias, 2000.
ALBUQUERQUE, Mousinho. Moçambique, 1896-1898. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1934.

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