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FACULDADE DE TECNOLOGIA DO NORDESTE

BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

ALUNAS:

ANGELENA DA SILVA PINHEIRO

JÚLIA MIKAELE FÉLIX FERNANDES

LAÍRE DE SOUSA LUCIO NUNES

SERVIO SOCIAL – DAMAS – 8º SEMESTRE

TEXTO: PRECISAM-SE TRABALHADORES – CRIANÇAS DE DOIS ANOS PODEM


CANDIDATAR-SE. (cap. X, p 119 – 128)

TRABALHO APRESENTADO A DISCIPLINA DE ECONOMIA.


PROFESSOR: FRANCISCO GOMES DE ANDRADE.

FORTALEZA – CEARÁ

2019
TEXTO: HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM.

O objetivo do autor é nos alertar sobre a EXPANSÃO do mercado. Momento


importante para a compreensão das forças que produziram a indústria capitalista, tal
como a conhecemos até os dias atuais.
O autor relata que quando se emprega um grande número de pessoas para
fazer certo produto, podemos dividir o trabalho entre elas. Cada trabalhador tem
uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em consequência se torna
perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção. Outras modificações se
impuseram, para atender às necessidades do mercado em expansão. Foi o que
pensou o intermediário.
É importante ressaltar as fases sucessivas da organização industrial:
Sistema familiar: os membros de uma família produzem artigos para seu
consumo, e não para a venda. O trabalho não se fazia com o objetivo de atender ao
mercado. Princípio da Idade Média.
Sistema de Corporações: produção realizada por mestres artesãos
independentes, com dois ou três empregados, para o mercado, pequeno e estável.
Os trabalhadores eram donos tanto da matéria-prima que utilizavam como das
ferramentas com que trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o produto do
trabalho. Durante toda a Idade Média.
Sistema doméstico: produção realizada cm casa para um mercado em
crescimento, pelo mestre artesão com ajudantes, tal como no sistema de
corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram
independentes; tinham ainda a propriedade dos instrumentos de trabalho, mas
dependiam, para a matéria-prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o
consumidor. Passaram a serem simplesmente tarefeiros assalariados. Do século
XVI ao XVIII.
Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e oscilante,
realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e sob rigorosa supervisão. Os
trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuem a
matéria-prima, como ocorria no sistema de corporações, nem os instrumentos, tal
como no sistema doméstico. A habilidade deixou de ser tão importante como antes,
devido ao maior uso da máquina. O capital tornou-se mais necessário do que nunca.
Do século XIX até hoje.
O Autor advertiu: Pare, Olhe e Escute.
... A família média trabalha, portanto, um total de 35 homens/hora por
semana, pelo que recebe $1,75...
Casas superlotadas, sujas e em mau estado, roupas esfarrapadas, e
reclamações frequentes sobre a comida insatisfatória, tanto na quantidade como na
qualidade, caracterizam os lares pesquisados. Crianças de menos de 16 anos
trabalhavam em 96 das 129 famílias estudadas. Metade delas tinha menos de 12
anos. Trinta e quatro tinham Oito anos e menos, e doze tinham menos de cinco
anos.
Torna-se chocante! Pensar em crianças de dois e três anos trabalhando.
Será isso um relatório sobre o sistema doméstico entre os séculos XVI e
XVIII? Na verdade, não.
Qual a época e o local das condições acima descritas? Época: Agosto de
1934. Local: Connecticut, Estados Unidos.

Considerações:
Esse texto aborda sobre dois assuntos importantes: uma percepção sobre o
que o sistema capitalista faz ao ser humano, uma moeda de troca como também
sobre o trabalho escravo existente no mundo inteiro.
O sistema capitalista tem uma grande propensão na origem de riquezas,
apesar de que este seja de forma desigual, pois somente uma restrita parcela da
população mundial detém a maioria das mesmas. Apesar das múltiplas
contribuições econômicas, tecnológicas, de bem-estar que o capitalismo apresentou
esse também determina diferentes facetas negativas nas sociedades.
A busca incessante por lucros faz com que exista uma grande opressão do
trabalho por parte dos donos dos meios de produção, isso acontece com mais
veemência por causa da falta de emprego, como há uma ampla oferta de
trabalhadores os salários, portanto são baixos, além da atualização da produção que
afasta um número muito alto de postos de trabalho. A exploração da força de
trabalho amplia cada vez mais a diversidade econômica vivente, pois agrupa as
riquezas nas mãos de poucas pessoas. 
O propósito maior do capitalismo é o consumo e para isso uma série de
armadilhas é empregada para que as sujeitos ampliem gradualmente o seu
consumo, muitas vezes sem precisão, isso é produto dos anúncios publicitários que
entusiasmam as pessoas e essas até de maneira irrefletida saem nessa ação
proferida pelo sistema. É exatamente nessa procura por contrair bens materiais que
os valores humanos são arruinados ou abandonados, pois o que as pessoas têm
torna-se mais importante do que o que elas verdadeiramente significam, além disso,
as relações humanas como amizade, solidariedade, companheirismo são ignoradas.
Quanto ao trabalho infantil, mesmo estando no ano de 2019, oitenta e cinco
anos após esse relato do texto, ainda encontramos casos semelhantes, crianças
trabalhando em regime de escravidão.
Ficam em nós alunas vários questionamentos: O que leva essas pessoas
investidoras, o dono do capital a explorar nossas crianças? Isso tudo em nome do
lucro?
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT (2019), sobre
fatos e números globais a cerca de crianças trabalhando:

Em 2016, 152 milhões de crianças entre 5 e 17 anos eram vítimas de


trabalho infantil no mundo - 88 milhões de meninos e 64 milhões de
meninas.
Quase metade dessas crianças (73 milhões) realizavam formas perigosas
de trabalho, sendo que 19 milhões delas tinham menos de 12 anos de
idade.
O maior número de crianças vítimas de trabalho infantil foi encontrado na
África (72,1 milhões), seguida da Ásia e do Pacífico (62 milhões), das
Américas (10,7 milhões), da Europa e da Ásia Central (5,5 milhões) e dos
Estados Árabes (1,2 milhões).
O trabalho infantil está concentrado principalmente na agricultura (71%),
seguida do setor de serviços (17%) e do setor industrial (12%).
O fato de que a maior parte (58%) das crianças vítimas de trabalho infantil
eram meninos pode refletir uma subnotificação do trabalho infantil entre as
meninas, principalmente com relação ao trabalho doméstico infantil.
(FONTE: ESTIMATIVAS GLOBAIS DE TRABALHO INFANTIL:
RESULTADOS E TENDÊNCIAS 2012-2016)

E fatos e números no Brasil:


Entre 1992 e 2015, 5,7 milhões crianças e adolescentes deixaram de
trabalhar no Brasil, o que significou uma redução de 68%.
Entretanto, ainda há 2,7 milhões de crianças e adolescentes em situação de
trabalho infantil no país.
59% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil são
meninos e 41% são meninas.
A maioria da população ocupada entre cinco e 17 anos está nas regiões
Nordeste (852 mil) e Sudeste (854 mil), seguidas das regiões Sul (432 mil),
Norte (311 mil) e Centro-Oeste (223 mil).
Todas as regiões apresentam maior incidência de trabalho infantil em
atividades que não são agrícolas, exceto a região Norte.
A maior concentração de trabalho infantil está na faixa etária de 14 a 17
anos (83,7%).
O trabalho infantil entre crianças de cinco a nove anos aumentou 12,3%
entre 2014 e 2015, passando de 70 mil para 79 mil.
Conheça os Diagnósticos Intersetoriais Municipais de Trabalho
Infantil preparados pela OIT, com informações e análises de cada município
do Brasil. (FONTE: PNAD, 2015)

É claro que o trabalho escravo contemporâneo não tem as mesmas


peculiaridades do passado, mesmo porque a Lei Áurea eliminou o direito de domínio
de um ser humano sobre o outro. Mas as semelhanças de trabalho forçado, com
novas particularidades, infelizmente ainda perseveram.
A isto se soma, a humildade e ausência de conhecimento das vítimas, em sua
maior parte proletários sem-terra e sem emprego, migrantes analfabetos, duros e
lesos, que se sujeitam por precisão e inocência à exploração inescrupulosa dos
mediadores de mão-de-obra. Mesmo quando resgatados pelo poder público, o
operário sem qualificação, nem escolaridade visa a se sujeitar à mesma
circunstância humilhante.

REFERÊNCIAS

HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores.


1981.

OIT. ESTIMATIVAS GLOBAIS DO TRABALHO INFANTIL: RESULTADOS E


TENDÊNCIAS, 2012-2016. Web PDF: 978-92-2-130153-0; Disponível em:
https://www.ilo.org/global/publications/books/WCMS_575499/lang--pt/index.htm
Acesso em: 06/03/2019.

OIT. TRABALHO INFANTIL. Disponível em:


https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-infantil/lang--pt/index.htm Acesso em:
06/03/2019.

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