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DENS, ») NS ITQ - INSTITUTO TEQLOGICO GQUADRANGULAR DISCIPULADO PROF. JOSADAK LIMA Secretaria Geral de Educacao e Cultura - SGEC 2021 Quadrangular SGEG SECRETARIA GERAL DE EDUCACAO E CULTURA AV. GENERAL OLIMPIO DA SILVEIRA, 190 - BARRA FUNDA -SP_ PRESIDENTE DA IEQ.NO BRASIL Rev. Mario de Oliveira DIRETOR EXECUTIVO Pr. Erivelton Tavares ELABORAGAO. Prof. Josadak Lima PREPARACAO DE ORIGINAIS Prof. Pr. M. Lapa REVISAO Prof. Roberto Carlos de Carvalho Gomes & Coordenacao Pedagégica da SGEC PROJETO GRAFICO Euripedes Mendes DIAGRAMACAO Antonio Dias PRODUCAO Secretaria Geral de Educagio e Cultura da Igreja do Evangelho Quadrangular Gestdo: Pr. EriveltonTavares 1 EDIGAO: 2011 EDIGAO MARCO 2021 - 2.000 EXEMPLARES TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - E proibida a reprodugéo total ou parcial desta obra sem a permissao escrita dos autores, por quaisquer meios, salvo em citacdes breves, com indicagao da fonte. A violacdo dos direitos dos autores (Lei 1.9.610/88) & crime estabelecido pelo artigo 184 do Cédigo Penal DISCIPULADO APRESENTACAO Ao iniciar os estudos de Discipulado cada docente e cada estudante precisa ter em mente que, quando falamos de discipulado, nao estamos pensando em um curso de semanas ou meses para novos convertidos, e, sim, em uma profunda formagdo da lideranca da igreja para que se reproduzam. nas vidas de outros, assim como Jesus fez no discipulado com os doze. (0 que nao ¢ discipulado? Discipulado ndo é um programa. Nao é uma série de médulos. Nao é um livro. Nao é um encontro semanal. Nao é um. novo sistema de cultos nos lares. Discipulado é uma relacao de ajuda que se reproduz. Discipulado pode, sim, incluir um programa, médulos, livros, encontros semanais nos lares, mas, no fundo, se perder o sentido de ser uma relagao de ajuda que se reproduz, que visa a formac3o do carater cristdo, deixa de ser discipulado segundo 0 modelo de Jesus. Com este entendimento pretendemos, através desta disciplina, leva-lo & compreensao do modelo do discipulado segundo Jesus, das razdes porque © discipulado ¢ indispensavel, e vamos estudar sobre como praticar um discipulado transformador, e vamos colocar tudo em pratica. Esperamos que através desta disciplina vocé ganhe uma ferramenta poderosa para formagao espiritual da lideranca principal de sua igreja local, lhe ajudando a multiplicar sua rede de lideranca espiritual. Que vocé multiplique seu ministério, tornando-se um discipulador de lideres, Como vocé j4 percebeu, nosso objetivo é conduzi-lo mais ainda 20 conhecimento da visdo biblica do discipulado, para que seu estilo de vida e 0 modo de pensar passe por uma mudanga significativa Bom estudo! Prof. Josadak Lima APS il! Eu sou 0 THEO. Estaremos juntos ‘na Disciplina de Discipulado. 0 Discipulado é 0 Fundamento da Vida Espiritual. Desejo a vocé um étimo curso! Vamos ganhar uma visdio mais ampla, ser renovados e treinados para realizar 0 que o ‘Mestre requer de nds. Deus te abencoe nesta nova disciplina do curso! QUADR DISCIPUL fm SUMARIO PLANO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA. EMENTA . OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECIFICOS .. PROGRAMA DA DISCIPLINA. CAPITULO 1 - VISAO DO DISCIPULADO NO ANTIGO TESTAMENTO TOPICO 1- A FORMAGAO ESPIRITUAL TRANSFORMAFORA 1. INTRODUCAO 2. APRENDENDO COM A HISTORIA... 2.1 A ESTRUTURA DO SALMO. 2.2.0 MAIS IMPORTANTE LEGADO ESPIRITUAL.. 2.3. AMBIENTE DA FORMACAO ESPIRITUAL DE UM DISCIPULO. TOPICO 2- O CONTEUDO DA FORMACAO ESPIRITUAL CRISTA L.INTRODUGAO nnn 2, DISCIPULADO INCLU! ENSINO BIBLICO. 3, A IMPORTANCIA DA OBEDIENCIA AOS PRINCIPIOS DA PALAVRA. TOPICO 3 - PROCESSO DO DISCIPULADO BIBLICO. L.INTRODUGAO 1.1 TREINANDO A PROXIMA GERACAO.... 1.2 PASSANDO A TOCHA DE GERACAO A GERACAO. 2. A NECESSIDADE DA FORMACAO ESPIRITUAL CONTINUADA 3. 0 SUCESSO DE AMANHA COMECA HOLE... TOPICO 4 - UMA GERAGAO QUE NAO FOI DISCIPULADA LLINTRODUGAO vn 2. TAL PAL, TAL FILHO. 3. DEIKANDO SUAS MARCAS NA HISTORIA. RESUMO DO CAPITULO 1 AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 1 CAPITULO 2 - 0 DISCIPULADO SEGUNDO JESUS CRISTO. TOPICO 1 - QUAL FO! O TRABALHO DE JESUS AQUI NA TERRA? emeenreereeres a 1. INTRODUGAO cee eens nore 77 2. AOBRA VOCACIONAL DE JESUS ae meee aaa 2:1 JESUS TINHA DUAS OBRAS PARA CONSUMAR. ree eee Omee 7 3. JESUS ESCOLHE E DA INSTRUGOES PARA SEUS DISCIPULOS. g v2 TOPICO 2 RAZOES PORQUE 0 DISCIPULADO E INDISPENSAVEL. 7 23 LL INTRODUGAO ee 2. 0 AMOR DE DEUS E SEUS PROPOSITOS PARA CONOSCO SO PODEM SER COMUNICADOS POR MEIO DE UMA RELACAO COMPROMETIDA E PESSOAL 2B 3. 0 DISCIPULADO E 0 MANDAMENTO DE CRISTO : 23 3.1. O QUE SIGNIFICA FAZER DISCIPULOS?.... 24 3.2. ENSINAR € O MESMO QUE DISCIPULAR? coe ee ne 4, PELA QUANTIDADE DE RESULTADOS (REPRODUCAO GEOMETRICA\.... : 2 5, PELA QUALIDADE DOS RESULTADOS o 24 TOPICO 3-0 QUE SIGNIFICA QUANDO JESUS DISSE: “SIGA-ME? 25 L.INTRODUGAO 25 2, ATRILHA DO DISCIPULADO DE JESUS, 26 2.1 "NEGUE-SE A SI MESMO”, ———— sone 28 2.2 "TOME A SUA CRUZ” ssnnnnnnnnsnennnnnn so 26 2.3 "SIGA-ME” é met 26 TOPICO 4 A NECESSIDADE DE UM REFERENCIAL.. a) LINTRODUCAO sen a 2 2. JESUS, NOSSO REFERENCIAL MORAL E ETICO.. 27 3. QUE TIPO DE PESSOAS JESUS DISCIPULOU?. DT 4. JESUS CRISTO E 0 MAIOR DE TODOS. VALE A PENA SEGUF-LO. 28 RESUMO DO CAPITULO 2... son . : _ os a 2B AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 2 os son 29 CAPITULO 3-0 DISCIPULADO QUE A IGREJA PRECISA wan ‘TOPICO 1 - RECONHECENDO O SENHORIO DE CRISTO 4. INTRODUGKO 2. NOSSA CRISE DE IDENTIDADE 3. 0 EVANGELHO DE JESUS NAO E NEGOCIAVEL. 4... UM SO SENHOR'. TOPICO 2 - RELACIONAMENTO COMO ASSUNTO CENTRAL. L.INTRODUGAO 2. CHAMADOS PARA SER “UM SO CORPO” 3. 0 CORACAO DO DISCIPULADO ESTA VINCULADO AOS RELACIONAMENTOS... TOPICO 3-0 PAPEL DO DISCIPULADOR 1. INTRODUGAO 2.0 QUE € UM DISCIPULADOR? 3, CADA DISCIPULADOR DEVE SER DISCIPULADO ... ‘TOPICO 4 - COMO FORMAR UM DISCIPULO?. 1. INTRODUGAO 2.0 DISCIPULO PRECISA DE UM EXEMPLO A SER SEGUIDO.... 3. “IMITACKO” ~ UM DESAFIO PARA A IGREJA HOJE RESUMO DO CAPITULO 3 [AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 3 CAPITULO 4 - ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA UM DISCIPULADO ESPIRITUAL E DINAMICO. TOPICO 1 - PROMOVENDO ENCONTROS TRANSFORMADORSS.. 1. INTRODUCAO 2. 0 QUE SAO ENCONTROS TRANSFORMADORES?. 2. ESPIRITUALIDADE: UMA REVISAO DE CONCEITO ‘TOPICO 2- FIRMANDO PADRAO DIVINO wn L.INTRODUGAO...... 2.0 QUE € UM PADRAO DIVINO? 3. A IMPOTANCIA DO PADRAO DIVINO. ‘TOPICO 3 - ESTABELECENDO ALTAS EXIGENCIAS LL INTRODUGAO 2. JESUS MANTINHA AS ALTAS EXIGENCIAS... 3,0 QUE SIGNIFICA MANTER AS ALTAS EXIGENCIAS NO DISCIPULADO NA IGREIA?. ‘TOPICO 4 - DISCERNIMENTO QUANTO A QUEM ATENDE A SUA VOZ LINTRODUGAO ... 2. JESUS E 0 DISCERNIMENTO QUANTO A QUEM ATENDIA A SUA VOz 3. ORACAO PARA SABER EM QUEM INVESTIR A VIDA. RESUMO DO CAPITULO 4... AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 4 CAPITULO 5 - APRENDENDO COM 0 MAIOR DISCIPULADOR DEPOIS DE JESUS CRISTO .. ‘TOPICO 1 - 0 CAMINHO PARA DEIXAR UM LEGADO ESPIRITUAL, L.INTRODUGAO 2. ANECESSIDADE DE “BARNABES 3. A ARTE DE CUIDAR D0 OUTRO... TOPICO 2- SENDO UM INFLUENCIADOR MOTIVACIONAL LLINTRODUGAO : 2. INVESTINDO NO REJEITADO TOPICO 3 - DEIKANDO ALGUEM COMO UM LEGADO LLINTRODUGAO : 2. FAZENDO A TRANSIGAO DE SUA LIDERANGA SEM TRAUMAS. TOPICO 4 - INFLUENCIANDO PESSOAS PARA TODA VIDA. L.INTRODUGAO.... 2.0 PODER DA INFLUENCIA DE UM DISCIPULADOR AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 5 CAPITULO 6 - FORMANDO UMA IGREJA DISCIPULADORA. TOPICO 1 - FUNDAMENTOS PARA UMA IGREJA DISCIPULADORA 1. INTRODUGKO 2. MARCAS DE UMA IGREJA DISCIPULADORA: OPEROSIDADE... ABNEGACAO... FIRMEZA. 2.1 OPEROSIDADE RESULTANTE DA FE 2.2 ABNEGAGAO (OU ESFORCO, TRABALHO) MOTIVADA PELO AMOR 2.3 FIRMEZA PROVENIENTE DA ESPERANCA 3. 0S ALICERCES DO DISCIPULADO NA IGREIA.. 3.1 “EM PODER’ 3.2 “NO ESPIRITO SANTO". 3.3. “EM PLENA CONVICCAO” ‘TOPICO 2 - DESENVOLVENDO UMA IGREJA DISCIPULADORA 1. INTRODUGAO 2. EM BUSCA DA MULTIPLICAGAO ATRAVES DO DISCIPULADO. i” 2.1 0S TESSALONICENSES TORNARAM-SE IMITADORES DE JESUS, NAO APENAS FREQUENTADORES DE REUNIOES. 2.2 OS TESSALONICENSES TORNARAM-SE MODELOS PARA OUTROS 2.3 05 TESSALONICENSES TORNARAM-—SE UMA IGREJA-MODELO TOPICO 3-0 PERFIL DO DISCIPULADOR QUE A IGREJA PRECISA, 1. INTRODUGKO 2.0 DISCIPULADOR COMO “LIDER PASTORAL"... 3. AS PRIORIDADES CHAVE DE UM DISCIPULADOR 3.1 LIDERAR OU PRESIDIR(DISPOSICAO DE SE RESPONSABILIZAR POR OUTRAS PESSOAS), 3.2 ACONSELHAR OU ADMOESTAR (GR. NOUTHETEO) TOPICO 4 A ARTE DE DISCIPULAR "PESSOAS-DIFICEIS” L.INTRODUGAO.... 2. COMO LIDAR COM OS “INSUBMISSOS>".. 3. COMO LIDAR COM OS “DESANIMADOS" 4, COMO LIDAR COM 0S “FRACOS”? RESUMO 00 CAPITULO 6 [AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 6 CAPITULO 7 - COLOCANDO TUDO EM PRATICA.. ‘TOPICO 1 - 0 PROCESSO DE IMPLANTAGAO DO DISCIPULADO NA IGREIA LL INTRODUGAO ... sev 2, FAZENDO UMA SELEGAO CRITERIOSA 2.1 BOM SELECIONAR CASAIS (HOMENS E MULHERES) .. 2.2. € SAUDAVEL FIXAR UM GRUPO DE APROXIMADAMENTE DEZ PESSOAS, 2.3 € RECOMENDAVEL FAZER UM PROCESSO DE DOIS A QUATRO MESES DE PRE-DISCIPULADO 2.4 NO PRIMEIRO GRUPO, O GRUPO BASE DA IGREJA, E BOM TER PESSOAS QUE REPRESENTAM A IGREJA. 2.5.0 GRUPO BASE NAO DEVE INCLUIR CRENTE NOVO 3, FAZENDO UM PRE-DISCIPULADO, COM ALTAS EXIGENCIAS. TOPICO 2 - FORMANDO DISCIPULADORES QUE SEIAM FACILITADORES. 1. INTRODUGAO_ 2. DISCIPULADORES QUE CONFIEM NO ESPIRITO SANTO 3. DISCIPULADORES QUE OBEDECAM DIRETRIZES. 4, DISCIPULADORES QUE BUSCAM A REPRODUCAO DO DISCIPULADO. 4.1 DISCIPULANDO EM UM AMBIENTE INFORMAL, PRATICO E QUE ENFOQUE MAIS 0 CORAGAO... 4.2. SENDO MODELO DE VIDA CRISTA AUTENTICA 4.3, PROMOVENDO ACOMPANHAMENTO E AVALIACAO CONSTANTE. ‘TOPICO 3 - UTILIZANDO MATERIAL DIDATICO ADEQUADO L.INTRODUGAO. 2. ANECESSIDADE DE MATERIAL DIDATICO FACILITADOR, 3. UMA PROPOSTA DE MATERIAL DIDATICO E UM CRONOGRAMA, 3.1 PRIMEIRO ANO. 3.2 SEGUNDO ANO. 3.3 TERCEIRO ANO. 3.4 QUARTO ANO. 66 67 67 67 68 68 68 69 69 68 70 n n 3 75 N ® ff 10 QUADR: 3,5 QUINTO AN... et 81 TOPICO 4 - UMA ESTRUTURA BASICA FUNCIONAL 82 1. INTRODUCAO, 82 2.0 FUNCIONAMENTO DO DISCIPULADO NA IGREJA LOCAL. 2.10 GRUPO _ 2.2.0 COORDENADOR vn 2:3 A REPRODUGAO DE NOVOS GRUPOS. 2.4 05 RETIROS. 3. MANTENDO O PADRAO DAS REUNIOES RESUMO DO CAPITULO 7 AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 7. 82 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA a) SIPULADO PLANO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA EMENTA Esta disciplina visa ensinar o principio biblico do discipulado para que o mesmo seja incorporado a vida do aluno como estilo de vida, bem como, treind-lo para que possa desenvolver modelos e praticas de discipulado na igreja. OBJETIVO GERAL Que o aluno entends o discipulado como ferramenta, método e principio dinamico dado pelo Senhor Jesus para o crescimento espiritual do povo de Deus, bem como da Igreja, e que passe a adoté-lo como principio norteador de vida espiritual e de reproducdo do carter de Jesus. OBJETIVOS ESPECIFICOS * Conhecer e abracar a visao do discipulado biblico. ‘+ Entender o sistema de discipulado adotado por Jesus Cristo. ‘+ Conscientizar-se de que a igreja precisa do discipulado e da maneira como ela precisa ‘+ Aprender os elementos fundamentais do discipulado espiritual e dindmico. + Aprender como ser um discipulador no modelo neotestamentério. + Colocar em pratica o discipulado. PROGRAMA DA DISCIPLINA CAPITULO 1 - VISAO DO DISCIPULADO NO ANTIGO TESTAMENTO CAPITULO 2 ~ 0 DISCIPULADO SEGUNDO JESUS CRISTO CAPITULO 3 — DISCIPULADO QUE A IGREJA PRECISA CAPITULO 4 ~ ELEMENTOS ESSENCIAIS DO DISCIPULADO ESPIRITUAL E DINAMICO CAPITULO 5 ~ APRENDENDO COM O MAIOR DISCIPULADOR DEPOIS DE CRISTO CAPITULO 6 — FORMANDO UMA IGREJA DISCIPULADORA CAPITULO 7 — COLOCANDO TUDO EM PRATICA, DISCIPULADO CAPITULO 1 VISAO DO DISCIPULADO NO ANTIGO : TESTAMENTO on TOPICO 1 - A FORMACAO ESPIRITUAL TRANSFORMAFORA 4. INTRODUCAO No Antigo Testamento, o disci- pulado estava estrito praticamente 20 ministério profético. Haja vista as afamadas escolas de profetas dirigi- das por Elias e Eliseu. Assim como nem todos 0s discipulos de Elias tornaram-se profetas, nem todos os discipulos de Cristo fizeram-se apés- tolos. De igual modo, nem todos os profetas foram discipulos, o mesmo acontecendo com Paulo. Este, embo- ra no tenha sido discipulo avultou- se como 0 maior apéstolo do Novo Testamento. As excegdes, porém, ndodevem anular a forma do discipulado. Na época de Elias e Eliseu, as escolas de profetas erguiam-se como bastides contra a corrupcéo que ameacava destruir a Casa de Israel. Naqueles semindrios, a Lei era estudada; a esperanga messidnica, acalentada; © amor a Jeovs, elevado ao patamar mais alto da alma humana.1 Quando lemos 2 Reis 2.35, 7, 15; 4.1; 6.1, vemos algumas referéncias biblicas MOISES; Dsponivel em: avozdedeus org.br, em O1.mai.2010 Para entender melhor a visio de uma formacao espiritual transformadora, estude 0s capitulos 1 e 2, do livro Discipulado: Ministério da Multiplicacao, de Milton Jones, paginas 11 a 31, Editora Vida Cristé, 1986. O autor reflete sobre a importéncia de compreendermos bem a visdo do discipulado e a definigao do termo “discipulo”. 1 ANDRADE, Claudionor Corréa, Diciondrio Teolégico. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. p. 124 sobre os discfpulos dos profetas, os quais se constituiam na grande maioria dos mensageiros anénimos do Senhor que, ocasionalmente, profetizavam. Eles no tiveram um ministério intenso e notério como seus mestres. Eram homens que se dedicavam a uma missao nobre e altruista: servir de suporte moral e espiritual para que determinados profetas, como Elias e Eliseu, pudessem desempenhar suas fungGes. 2. APRENDENDO COM A HISTORIA Osalmo 78 é uma espécie de sintese da visao do discipulado no Antigo Testamento. Ele fala do contetido (a Lei), do discipulador (os pais), dos discipulos (os filhos), do processo multiplicador (a geracao seguinte), etc. Este salmo tem muito a nos ensinar sobre a forma como 0 discipulado era feito no Antigo Testamento. Este salmo foi escrito com a finalidade de mostrar aos israelitas a maneira de como deveriam aprender com as falhas de seus antepassados, e ao mesmo tempo, se esforcarem para no se tornarem infigis como aqueles. 2.1 AESTRUTURA DO SALMO 0 salmo 78 possui trés partes gerais, mas didaticamente, ele tem uma ordem mais légica do que cronolégica: + Aintrodugao (w. 1-8): Na introducao, percebe-se duas énfases gerais: O passado, como contexto onde se encontram importantes ligdes para o presente e futuro (wv. 1-4). A Lei de Deus como contetido a ser ensinada continuamente (vv. 5-8) ‘+ Ahistéria de Israel no Egito e no deserto (vv. 9-41). + Ahistéria de Israel no Egito, no deserto e na Terra de Canad (wv. 42-72). Ademais, também, que este salmo € histérico, cujos registros das atividades de Deus, vo desde a escravidao no Egito até o reinado do rei Davi. S40 1.800 anos de histéria, onde se aprende como Deus opera através da histéria em beneficio de Seu povo. Entdo, com este salmo didético, Asafe tem como propésito 0 aperfeigoamento espiritual e moral do povo de Deus, tendo como base a lei do Senhor. “O salmista tem em mente a ligagao moral da histéria”? Vamos comesar nossa andlise do salmo 78, com os primeiros sete versiculos: Povo meu, escute @ meu ens; incline as ouvidos para o que eu tenho a dizer. Em pardbola ‘abrireia minha boca, proferireienigmas do passado; 70 que ouvimos e aprendemos, o que nossos pois nos contaram. ‘Nao os escondemos dos nossos filbos; contaremos & préxima geracdo os Touvévels feltos do Senhor, seu poder e as maravilas que fez Ele ecretou estotutos para Jacd, @ ‘em Isroelestabeleceu a ei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, ‘de ‘mode que a geragdo sequinte a conhecesse, e também os fihos que ainda nasceriam e els, por sua vez, contassem aos seus prépriosflhos. “Ent eles pordo a confianca em Deus; ndo esquecerdo os seus fetos e obedecerdo aos seus mandamentos. (SI 78.1-7) 2.2 O MAIS IMPORTANTE LEGADO ESPIRITUAL A principal ligo que aprendemos com a histéria das proezas de Deus consiste no mais importante legado espiritual, a fé num dnico Deus vivo e verdadeiro presente na histéria. Nesta perspectiva, todo cristo precisa ter uma visdo da hist6ria; tendo seu olhar no pasado, para aprender a vivenciar o futuro. A histéria produzida por Deus ¢ com frequéncia uma histéria jé predita por Ele, pois tudo esta estabelecido no plano de Deus e no Seu propésito. “O propésito é um projeto de libertacao e béncos para Seu povo... O plano de Deus ¢ isto - béncdos para Seu povo, béngdos para aqueles que Lhe pertencem, que creem nele, que se regozijam em Seu nome, seja 0 que for que o mundo hes esteja fazendo”? Por que Deus nos orienta, através deste salmo, sobre contar a histéria da salvagtio? + Primeiro, para que a nossa gera¢ao confie em Deus e mantenha a meméria viva do projeto divino na historia, 2- PURKISER, WT. BEACON — Comentario Biblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, 3 - LLOYD-IONES, Martyn, Cristianismo Auténtico. S30 Paulo: PES , 2006. + Segundo, para que a futura geraco nao repita os erros de infidelidade do pasado. Para isso, 05 filhos precisam ouvir dos pais os ensinos sadios que Ihes contaram. 2.3 O AMBIENTE DA FORMACAO ESPIRITUAL DE UM DISCIPULO O ambiente para a transmissao do conhecimento era de relacionamento familiar. Quando o salmista diz: “em parabola abrirei minha boca” (v. 2), significa que ele passaria a contar os eventos do passado de uma ‘maneira poética e vivencial (contexto de familia), com aplicacdes praticas importantes, com ointuito de mostrar, ‘40s seus contemporaneos, como educar, na lei do Senhor, as geragGes futuras, com base no conhecimento adquirido das obras maravilhosas de Deus. O salmista ensina que o método da disseminacdo das maravilhas do Senhor as geracdes seguintes, deve achar-se alicergado naquilo que os pais haviam aprendido. A questo pratica é: que contetido vocé est recebendo? A superficialidade espiritual dos pais, normalmente, deve-se ‘a um ensino deficiente recebido. TOPICO 2 -O CONTEUDO DA FORMAGAO ESPIRITUAL CRISTA 41. INTRODUGAO ‘A primeira grande exigéncia do Salmo 78 & para que 0 povo preste atengdo & instrugao do Senhor: “Povo ‘meu, escute o meu ensino; incline os ouvidos para o que eu tenho a dizer” (v. 1). Isto indica que o ensino no Antigo Testamento era transmitido de forma oral. 4 luz do Salmo 78, 0 conteuido a ser transmitido ¢ duplo: os feitos do Senhor (v. 4) e a Palavra do Senhor (v. 5). 0 objetivo é que as geracées vindouras mantenham a confianga no Senhor e guardem na meméria seus feitos e mandamentos. akin vote AanRaR EN a Gare corte guled neat ee tee 2 pé da (v. 7). No Antigo Testamento, “as pessoas comuns no possuiam um cépia da lei; logo, ela devia ser ensinada oralmente, ¢ partes importantes anotadas onde estivessem bem visiveis. Toda a lei deveria, também, ser escrita em pedras caiadas que seriam colocadas em lugares pubicos (Deuteronémio 27.8; Josué 8.32)".* 2. DISCIPULADO INCLU! ENSINO BIBLICO ensino biblico é fundamental no discipulado cristo. Nao me refiro ao ato de ensinar para transmitir conhecimentos apenas , mas o ensinar como 0 ato de “criar habitos”. Ou seja, “Ensinar é dirigir ou orientar tecnicamente a aprendizagem.”® Dai, no discipulado, o processo de ensinar tem como consequéncia 0 proceso de aprender para edificagao espiritual, por meio da pratica, para que os discipulos se tornem pessoas perfeitas “em Cristo” e totalmente amadurecidas na fé. “Nés 0 proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. (Cl 1.28) Que conteuidos os leitores do Salmo 78 deveriam “escutar” ou praticar? O contetido geral das Escrituras Sagradas e 0s atos poderosos da historia da salvacio! E, portanto, das Escrituras que provém nossa confisso de fé, Temos que ter uma clara confissdo de fé para disseminar, sem que ela se torne apenas litirgica. Pois uma confisso de fé no é algo apenas tedrico, mas também vivencial. Este Salmo indica que a confissdo de fé a ser transmitida dos pais aos filhos, tem duas partes: a primeira esta no versiculo 4, que implica em: 4 Manual Biblico S88, SZ0 Paulo: Sociedade Biblica do Brasil, 2008, p. 212 5 -TULER, Marcos. Abordagens e Praticas da Pedagogia Crist, Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 84 * “os louvaveis feitos do Senhor”. + “oseu poder”; * “as maravilhas que fez”. A segunda parte consiste nos “estatutos” (ou a “ei” de Deus, ensino, v. 5). Diante da lei de Deus nao hé espaco para atitude neutra da parte dos pais. “No Novo Testamento enfatiza-se o fato de que a salvaco ndo vem pela lei, mas somente em Deus que salva por sua graca soberana, Contudo, o cristo ndo pode ser um antinomiano, isto é, uma pessoa oposta & observancia da le... A observancia dos dez mandamentos deveria ser um efeito natural da nova vida em Cristo, o resultado de termos a lei escrita nas tébuas de carne, do coracao”.® 3. A IMPORTANCIA DA OBEDIENCIA AOS PRINCIPIOS DA PALAVRA. No Antigo Testamento Deus dew as leis (resumidas nos dez mandamentos), que sao de cardter permanente, sob a qual o Seu povo deveria viver e demonstrar fidelidade ao Senhor. Como esté escrito em Deuteronémio 28, alei deve estar acompanhada de duas consequéncias basicas: Béngo para os obedientes, e Maldigdo para os desobedientes. 0 escritor Ronald Habermas falando das contribuigSes do Decélogo para o discipulado, afirmou que 0 Dez Mandamentos servem como suplemento para a imagem do Criador em nés. S40 como pegas no imenso quebra-cabeca do discipulado biblico, uma vez que conectam “bordas” adjacentes da figura do imago Dei. Portanto, ensinar as verdades de Deus nao é opcional. E uma questo de sobrevivencia da presenca de Deus no contexto da familia e da igreja, “Alel de Deus fol dada com um encargo em particular; 0s pais deveriam ensiné-io com muita diigéncia 00s seus fihos, pora que a greja permanecesse para sempre. Também paro que as providéncias de Deus, em misericdrdis ejuzo Ines dessem énimo para estarem de acordo com {2 vontade de Deus. As obras de Deus fortolecem muito @ nossa resolugto de quordar os seus ‘mandamentos. A hipocrisa é0 verdadeiro camino para a apostasa; 0s que néo corrgirem 0 seu coragéo, ndo sero fiéis a Deus”? Concorde com Robert Wiener quando diz que “no é a quantidade de informago emitida que é importante para a aco, mas antes a qualidade e medida de informacao capaz de estabelecer o bastante num dispositivo de armazenamento e comunicago, de modo a servir de gatilho para a aco". Veja que, segundo o Salmo 78. © objetivo divino com a transmissao do conteuido da Palavra e da historia é triplice: = “Pordio a confianca em Deus”; + “Nao esquecerdo os seus feitos”; © “Obedecerdo aos seus mandamentos”, TOPICO 3 - PROCESSO DO DISCIPULADO BIBLICO 1, INTRODUGAG Vejamos 0 que diz o versiculo 3, do Salmo 78: “O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram”. As expresses: “ouvimos”, “aprendemos” e “ndo os escondemos dos nossos filhos” (v. 4), indicam que o salmista fazia parte da historia. Ele era um elo na cadela de transmissdo “dos feitos do Senhor” para a sua geracdo. Ele estava consciente que o segredo da vida esté na confianca e obediéncia estimuladas pela meméria, 1.1 TREINANDO A PROXIMA GERAGAO, Assim como 0 salmista, nés terios que treinar a geraco futura, de tal maneira que venhamos manter seus coracdes firmes em Deus para no se esquecerem das Suas obras. “E uma boa pratica levar o jover a guardar em sua memeéria as palavras da Escritura, visto que, no futuro, eles poderdo recordé-las muitas vezes, ‘em momento de tentacao e tristeza”" Os “ensinos” e “feitos” do Senhor devem ser expressos normalmente {6- THOMPSON, J. A. Deuteronémio— Introducao e Comentario. Sdo Paulo: Mundo Cristo, 1985, 7 - HENRY, Matthew. Comentério Bblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. 8 MEYER, FB. Comentario Biblico. Belo Horizonte: Betania, 2002. IPULADO. do explicando 0 que aconteceu no passado, para que ele se torne uma licdo para o presente e 0 futuro. Observe no Salmo 78 tem duas recapitulagdes (12-39 e 43-72), cada uma delas introduzida por um prefécio (9-11 e 40-42). Estes preféicios sao a esséncia da mensagem do Salmo: + Oprimeiro afirma que 0 povo do Senhor foi derrotado por esquecerem-se do Senhor (v. 11). © O segundo associa a frequente rebeligo ao fato de que eles ndo se lembraram (v. 42) “As recapitulagées historicas especificam as verdades de que a meméria deve se alimentar e, assim, ajudar- nos a ter poder para uma vida vitoriosa e obediente”* O Salmo 78 mostra que o processo da transmissio dos “feitos do Senhor’, esta concentrado em quatro geracdes: + Nossos pais: “O que nossos pais nos contaram’. + Nés: “0 que ouvimos e aprendemos", + Nossos filhos: “Nao os esconderemos dos nossos filhos”, * Seus sucessores: “contaremos 4 préxima geracao”. “A filosofia humanisto, que considera o homem o centro do universo e deriva de toda a sua tematica do pensamento humano, tornou-se base dos diversos mavimentos educacionais que vem ganhando limpeto neste século. Entretanto, para os pais que tém suos vidas governadas pelos principios das Eserituras, a flosofia educacional a ser sequida & clara: “Pais do irtem seus fihos; antes eriem-nos segundo a instrugao o conselho do Senhor" (Ef 6.4)" 1,2 PASSANDO A TOCHA DE GERAGAQ A GERAGAO Como seré 0 amanhé da préxima geracio? Tudo depende do que estamos transmitindo hoje. O processo descrito acima tem similaridade com o discipulado de Paulo com Timéteo (1 Timéteo 2.2), onde o processo de multiplicag3o continua de geraco em geraco. O que se observa nisto tudo & uma linha de transmissao ininterrupta, onde ninguém pode dar o que no tem, nem colher onde nao plantou! “Vocé reproduziré alguém igual a voce, querendo ou nao. Esta é uma das sétrias verdades na Biblio, ‘Muites podem néo se identifcar com 0 apéstolo Paulo quando ele diz: “sejam meus imitadores" Pledosamente dizemos para nés mesmos e para nossos dlscipulos: “Paulo estava capacitado a dizer Isto, mas eu certamente nunca poderia dlzé-lo. Néo me sigam, sigam a Jesus Cristo” O problema é seu discipulo segui-lo enquanto vocé deseja que néo 0 siga. Quanto vocé comeca a ajudar pessoa a vido cristd, ela 0 seguiré naturalmente como a jovem crianca segue seus pois. O mois provavel & {que ea se transformard no que vocé é endo no que diz’ 2. A NECESSIDADE DA FORMACAO ESPIRITUAL CONTINUADA A transmissdo de contetido acontece eficazmente tanto em ambiente formal como informal, onde discipuladores, mentores e pais assumem a missdo de instruir aos discipulos no caminho da espiritualidade, tendo em vista a formagao espiritual continuada: \Vejamos o que diz Deuteronémio 6.6-9. “Que todas estas palavras que hoje Ihe ordeno estejam em seu coragdo. Ensine-as com persisténcia a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos bragos e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portées.” Na pratica do discipulado, isto implica: ‘+ APalavra de Deus precisa estar primeiro, encarnada no estilo de vida do discipulador: “Que todas estas palavras que hoje Ihe ordeno estejam em seu coracdo” \v. 6). ‘9 CARSON . DA. Comentario Biblico Vida Nova. So Paulo: Vida Nova, 2009. p. 810. 10-OLIVEIRA, Paulo César Moraes de e outros. Educacio dos meus Filhos. In: Revista Fé para Hoje. NUmero 8. SI dos Campos: FIEL, 2000. p10, 111 HENRICHSEN , Walter. Disciulos sf0Feitos, nao Nascem Prontos. Slo Paulo: Atos, 2002. p. 70. '* Odiscipulador deve ser perseverante na orientacSo dos discipulos. “Ensine-as com persisténcia seus filhos..." v. 7). ‘© Atransmissdo da Palavra de Deus pode ser tanto formal como informal. “.. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (v. 7). No Antigo Testamento, Deus deixou ao encargo dos pais, e nao dos professores, a responsabilidade de educer os filhos. No salmo 78, as repetig&es de expressdes, como: “pais’, “filhos’, “geracéo”, indicam 0 conceito de continuidade na comunicagao do conhecimento de Deus, através da leitura da Biblia e explicago dos assuntos de acordo com a sua idade. A instrucdo tem que ser continua nao temporéria. 3. O SUCESSO DE AMANHA COMECA HOE. Na historia de Israel, todas as vezes que houve falhas na transmisso dos principios, sobrevieram graves, consequéncias: 0 povo entrava num processo de decadéncia moral e espiritual sem precedentes, como foi o caso de Jules 2.6-12, onde o povo falhou na responsabilidade de repassar a tocha da fé de uma geracdo a outra. * Depois que Josué despediu os Israelites, eles salrom para ocupar 0 terra, cada um a sua heranco.” (0 povo prestou cuto ao SENHOR durante toda a vida de Josué e dos lderes que sobreviveram a Josué ‘que tinham visto todos os grandes feitos do SENHOR em favor de Israel. * Josué, ho de Num, servo {do SENHOR, morreu com a idade de cento e dez anos. ° Fo! sepultado na terra de sua heranco, em Timnate-Heres, nos montes de Efraim, ao norte do monte Gads. ®* Depots que toda aquela geracdo {foi reunida a seus antepassodos, surgiu uma nova geraco que ndo conhecia o SENHOR e o que ele havi feito por Israel. Ent os israeitas fizeram o que 0 SENHOR reprova e prestaram culto aos ‘baal. ® Abondonaram 0 SENHOR, 0 Deus dos seus antepassados, que os hava trado do Egito, € seguiram e adoraram vérios deuses dos pavos a0 seu redor, provocando a ira do SENHOR, (2.612) Observe, que o problema nao est apenas no que estou recebendo, mas também como estou repassando co que ja recebi. Temos que buscar sempre novas formas criativas de transmisso, pois o desenvolvimento dos discipulos depende de varios fatores, e se constitui num processo continuo. Exige cuidado e habilidade dos discipuladores. Pois, ndo ha fim no processo da instrucao dos discipulos, em busca da exceléncia na maturidade: “A posteridade o servird; geragées futuras ouvirdo falar do Senor, e a um povo que ainda ndo nasceu proclamardo seus feitos de justica, pois ele agiu poderosamente” (SI 22.30) TOPICO 4 - UMA GERACAO QUE NAO FO! DISCIPULADA 41. INTRODUCAO Durante muito tempo Efraim foi a mais poderosa das 12 tribos de Israel. Josué, sucessor de Moisés, era efraimita e a tribo teve grande prestigio no tempo dos juizes. Mas com o rei Davi, a ideranca passou a ser da tribo de Juda, O salmista, no Salmo 78, reflete sobre os motivos para a rejeigo de Efraim e as encontra na historia. “*Eles ndo serd0 como seus antepassados, obstinados e rebeldes, povo de coraedo desea para com Deus, gente de espritoinfel.°Os homens de Efraim, flecheiras armadas, viaram as costas no dia de batalha; ® ndo guardoram a alianca de Deus e se recusaram a viver de acordo com o sua ll fesqueceram o que ele hes havia mostrado” (SI 788-11) Cada geraco tem a responsabilidade de transmitir sua tradico sagrada a geraco seguinte, conforme a vontade de Deus. No Antigo Testamento a orientacao de Deus é que os pais repassassem aos seus filhos, com. diligéncia, 0s principios divinos, pois os filhos aprendem através daquilo que vivenciam! 12 Sociedade Biblica do Brasil, Manual Bblico, S40 Paulo: SBB 2008. p. 378. (oi 20 eB)6) .. 2. TAL PAI, TAL FILHO ‘Onome “Efraim” (v. 9) ndo é empregado aqui como uma metafora, mas como fato histérico, como um mau ‘exemplo, comportamento relapso e negligente. Pois, apesar de seus soldados serem bem armados, retrocederam ‘no dia da batalha, foram covardes, desobedecendo a Palavra de Deus. Aqui, 0 salmista pode estar se referindo a derrota de Saul e Israel no monte Gilboa (1 Samuel 31.1). "éfraim” representa, neste contexto, a geracdo que nao guardou a lei do Senhor nem a Sua alianca. O salmista diz que um dos problemas daquela geracao foi a apostasia: “Esqueceram 0 que ele tinha feito” (v. 11). A maneira como 0 discipulador se comporta diante dos discipulos, contribui substancialmente para que seus 0s discipulos descambem ou nao para a apostasia, © salmista sabia que “a transmissao das tradicées historicas, de geracdo em geracdo, visava deter a rebeldia, ajudando as geragdes mais jovens a no imitarem o mau exemplo do deserto, ou outro mau exemplo qualquer que os pais tivessem perpetrado”.” Portanto, a geracdo que se “esquecer” de Deus e violar Sua alianca, como fez “Efraim”, pagara um alto prego. € por isto que o salmista quer que todos saibam que a histéria é um testemunho vivo dos beneficios de Deus e, paralelamente, revela as consequéncias da infidelidade daqueles que se esquecem dos grandes feitos de Deus na histéria. Esta confrontacdo dos fatos é somente para aqueles que so inconstantes: “povo de coraco desleal para com Deus, gente de espirito infiel”\v. 8). Vejamos um exemplo pratico da histéria de Israel. O que aconteceu quando o grande lider Josué foi tirado de cena! O povo apostatou-se da fé. Quem errou? A geracdo de Josué nao foi eficaz na transmissio dos feitos mmilagrosos de Deus. Eles no discipularam seus filhos no caminho do Senhor. Enquanto Josué vivia, as coisas iam bem, depois de sua morte e da sua gera¢do 0 povo abandonou a fé, negligenciou as Historias Sagradas, como realidades vivas e, consequentemente, ndo discipularam a préxima geraco nos principios da Palavra de Deus. Portanto, a geracao apés Josué no conhecia o Senhor. As tribos se mostraram independentes e cada uma fazia © que the convinha (Josué 2.10-13). Juizes 2.10, fala da terceira geracdo, a qual nao conheceu 0 Senhor nem suas obras. Este versiculo nos dé uma informacao adicional em relacdo a Josué 24.31. Aqui foi o comeso da apostasia da geracdo depois de Josué. Na verdade, Juizes 2.6-10 liga olivro & conclusdo do livro de Josué (Josué 24.28-31) e explica a mudanca de padrao predominante da conquista para o padrao delineado em Juizes 2.11-23."* Josué teve uma parcela de culpa por essa terceira geracdo chegar a este ponto? Sim! O ponto crucial é que ele no deixou um sucessor como Moisés fez com ele. “E exatamente no tiltimo capitulo da sua historia que Josué revela um descuido de lideranca. Ele fora 0 sucessor de Moisés e foi preparado pelo grande lider para dar continuidade ao plano divino de conduzir o povo de Israel & conquista da terra de Canad, Infelizmente Josué néo soube preparar um sucessor para atuar na lideranca de Israel apés a sua morte. Os lideres do povo tiveram que estabelecer um sistema de governo que nao teve muita confianca e estabilidade e que submeteu Israel a tornar-se tributério de outras nagdes. Alico que aprendemos aqui é que nao basta apenas trabalhar, na préxima geracdo, a consciéncia historica, manter a meméria viva dos fatos, cada pessoa ou geracdo precisa ter a sua propria experiéncia espiritual com 0 Senhor. Observe que no versiculo 10 diz que “Surgiu uma nova gera¢éo que ndo conhecia o Senhor”. Isto significa que eles nao tinham tido nenhuma experiéncia direta dos atos do Senhor, pois “nenhuma geracao do povo de Deus pode sustentar por muito ‘tempo a sua vitalidade somente na forca de antigas tradicées”."* CO contexto de Juizes 2, destaca quatro coisas que provocam a ira de Deus: * fazer o que & mau aos olhos do Senhor (v. 11). + Abandonar ao Senhor (w. 12,13). + Ir apés outros deuses (w. 11-13). ‘+ Prostrar-se perante outros deuses (v. 12). Em consequéncia disto, ojuizo de Deus veio frequentemente sobre o povo de Deus. Como diz John Maxwell: “Se voce nao faz as pazes com seus relacionamentos do passado, em particular com seus pais, provavelmente se vera repetindo aqueles padrdes”.” 13 - CHAMPLIN, RN. O Antigo Testamento Interpretado, So Paulo: Candela, 2000. 14 BRUCE FF. Comentario Biblco NVI. S¥o Paula: Vida, 2009, p. 431, 15 CABRAL, Elienal, Josue, um lider que fez a diferenca. Rio de janeiro: CPAD, 2008. p.132. 16 - BRUCE FF. Comentério Biblco NVI. S4o Paulo: Vida, 2009. p. 431. 117 - MAXWELL, John C. 0 Sucesso de Amanh Come¢a Hoje. $30 Paulo: Mundo Cristo, 2005 TUTO TEOLOGICO GU; 3. DEIXANDO SUAS MARCAS NA HISTORIA Oaspecto crucial no discipulado a ser preservado ¢ seu significado espiritual-vivencial, Em 1 Pedro 2.21, diz que Jesus € nosso exemplo sublime de fidelidade. Ele suportou com paciéncia a injustica. O cristo deve seguir seus passos. “O termo traduzido aqui como exemplo da a ideia de uma cartilha que traz modelos de caligrafia perfeita. O objetivo do aluno é reproduzir 0 modelo com todo preciso possivel. Quanto maior é 0 cuidado do aluno em copiar modelo, melhor seré sua caligrafia. Quanto menos se parecer com 0 modelo, mais fela seré a cOpia. Encontramos seguranca quando permanecemos fiéis a0 original”."* O contexto de 1 Pedro 2.21 mostra sete aspectos do exemplo deixado por Jesus Cristo, para que sigamos suas pisadas: * — Sofrimento (v. 21) + N30 cometeu pecado (v. 22) ‘+ N30 cometeu engano (v. 22) * Quando zombado, amava (v. 23) + Paciéncia nas ameacas (v. 23) + ResignagSo a Deus (v.23) + Justica (v. 24) RESUMO DO CAPITULO 1 Na historia de Israel, muitas memérias se desvaneceram com muita rapidez. (Dt 6.12). A maior demonstragio deste desvanecimento € 0 que se vé na época dos juizes. A geracdo apés a morte de Josué e seus contemporaneos nao foi discipulada, esqueceram-se do Senhor e, entdo, se envolveram com idolatria € apostasia, praticando as mais hediondas imoralidades. Que legado espiritual nossa geracio est deixando para a proxima? A historia de Israel é 0 palco da desobediéncia, a comecar no préprio Exodo. A desobediéncia continuou nna terra da promessa. 0 livro dos juizes € 0 relato fiel de um povo que estava frequentemente em pecado contra Deus e se esquecendo de suas responsabilidades espirituais e morais. O povo de Deus foi negligente! A negligéncia é algo mortal. £ necessario vigiar! Vigiar é muito mais do que viver em expectativa, vigiar € viver a vida crist’, cumprindo o dever cristao e exercendo os dons e talentos. Vigiar é ter uma esperanca firme, sem recuos, Assim, 0 legado que deixaremos a posteridade torna-se algo simples, claro, légico, tal como os dez mandamentos, e facil de ser assimilado; um legado que revele principios, a0 invés de restricdes insignificantes. DISCIPULADO IM INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR NOTA DISCIPULADO AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 1 Nome: ‘Série: Data: QUESTOES: 1. Explique por que Deus orienta seu povo a “contar” suas atividades na historia? 2. Oque uma igreja local “perde” quando o contetido da palavra e da histéria da salvagtio no é adequadamente compartilhado? 3. O que cada geracdo necessita ter para transmitir com relevancia & geracdo seguinte a Palavra e os “feitos do Senhor’? 4, 0 que vocé tem “recebido” em sua jornada espiritual é um conteuido relevante para ser transmitido para a préxima geracdo? Por qué? 5, A forma como vocé tem comunicado a Palavra e os feitos do Senhor tem sido eficaz? Como vocé poderia melhorar nesta érea? E pensando em seu contexto familiar, o que vocé sente que tem negligenciado quanto a compartilhar a palavra e os feitos do Senhor? ee] “i ANOTAGOES DISCIPULADO PS CAPITULO 2 O DISCIPULADO SEGUNDO JESUS CRISTO TOPICO 1 - QUAL FOI O TRABALHO DE JESUS AQUI NA TERRA? io} J =) Ee o < (o] JESUS COM SEUS DISCIPULOS Disponivel em: coletaneadocaminho.... em O1.mal.2010 41. INTRODUCAO, Oescritor Tony Evans" traz importantes abordagens sobre o conceito de discipulado. Vejamos um resumo do que Evans escreveu: * 0 discipulado nao era uma ideia nova no period do Novo Testamento. Fora um conceito bem estabelecido no mundo rego, varios séculos antes de Cristo. A prépria palavra discipulo significa “aluno, estudante”, e 0s gregos tinham discipulos no campo da filosofia, * Platéo, frequentemente chamado o "Pai da Filosofia”, desenvolveu um sistema de pensamento que lidava com as questées da epistemologia, isto é, como obter 0 conhecimento, e com as questées relacionadas ao significado da vida. Plato discipulou seu aluno Aristételes, e este usou o que havia aprendido criando “gindsios” ou “academias”. + Esse processo de discipulado teve tanto sucesso que permitiu aos gregos influenciar todo 0 mundo greco-romano. Tal processo foi chamado “helenizacdo", no qual as pessoas ndo gregas comecaram a adotar as ideias, a linguagem e a cultura gregas. Tudo isso fazia parte desse conceito de discipulado, So Paulo: Vida, 2000 0 mn * QO Novo Testamento tomou esse conceito e 0 aplicou em contexto espiritual para que pudéssemos conhecer o que significa ser discfpulo de Jesus Cristo. 0 discipulado implica em um processo de ensino em que o aprendiz ou aluno é conduzido a determinado alvo. Considerando que o discipulo basicamente um aluno, um dos aspectos do discipulado é a informagao, Para se tornar discipulo, vocé deve adquirir e dominar um conjunto de conhecimentos. Portanto, o ensino sempre faz parte do discipulado. 2. AOBRA VOCACIONAL DE JESUS Jesus orou ao Pai antes de ir para 0 Getsémani: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer" (Joao 17.4). Observe que isto foi antes da cruz, mas Jesus fala que Ele jé completou “a obra que me deste para fazer”. Que obra é essa? Sem diivida que foi o discipulado dos doze! 2.1 JESUS TINHA DUAS OBRAS PARA CONSUMAR Uma por meio de Sua morte e outra por meio de Sua vida. Quando declarou “Esté consumado!” e rendeu Seu espirito (Jo30 19.30), consumou Sua obra redentora. Mas existiu outra obra. Ele teve uma obra vocacional. propésito de andar conosco aqui na terra, era ministrar nesses trés anos, para a formacao dos discipulos. Paramos muitas vezes para refletir sobre a obra consumada em sua morte, que 0 centro do evangelho e 0 coracdo tanto da Ceia como do Batismo. Mas, refletimos muito pouco sobre o trabalho principal de Sua vida, possivelmente porque nem sabemos que o fazer discipulos foi tal trabalho, Jesus é 0 Filho de Deus, mas também o filho de Maria. Portanto, toda esséncia da vida cristd depende da Pessoa histérica de Jesus Cristo. A vida que Ele viveu aqui na terra é o tipo de vida que seus seguidores devem viver. “Creio que grande niimero de cristo so ‘ateus praticantes’ - creem que a porgao divina de Jesus dominava seu lado humano. Para eles, Jesus foi como o incrivel Hulk. Quem se deixa levar por essa falsidade precisa relembrar alguns trechos bastante explicitos das Escrituras, como Hebreus 2.17; 4.15." 3. JESUS ESCOLHE E DA INSTRUCOES PARA SEUS DISCIPULOS O texto basico da formalizacdo dos Doze é Marcos 3.13-14. Jesus tinha uma visdo de longo alcance. Ele do se preocupava s6 com o imediato, mas olhava ld na frente, para os milhares que deveriam ser alcancados pelo evangelho, Entdo, para que isto acontecesse, ele preparou os discipulos para assumirem a tarefa de pregar © Reino de Deus e discipular as nacdes. A preparacao envolvia instrucdo a respeito de diversos aspectos da tarefa. Os discipulos jé estavam aprendendo pela experiéncia do cotidiano com Jesus, mas era necessério mais que isso, era preciso instruco especial para aclarar o entendimento quanto a missao. No capitulo 4 de Marcos Jesus conta diversas parébolas com a finalidade de instruir os discipulos sobre a natureza da tarefa de semear a Palavra, sobre a autenticidade da vida e sobre a natureza e funcionamento do Reino de Deus. Marcos 4 comeca afirmando que “novamente Jesus comecou a ensinar” (v. 1). Quando colhamos todo Evangelho de Marcos observamos que o ensino ocupou lugar importante no ministério de Jesus: + Jesus comegou seu ministério ensinando na sinagoga (1.21); + Ensinou dentro de uma casa (2.1,2); iia CSE ‘© Ensinou no barco (4.1); y senate ee - caracteristicas + Ensinou andando pelo caminho (10.17). inte na vida de O evangelho de Jodo, do capitulo 13 ao todo discipulador, é a 17, mostra de forma mais detalhada as uiltimas _ adoptabilidade ou a instrugées de Jesus aos discipulos. Jesus queria um -capacidade de ensinar srupo preparado,equipad paraatareta,eporiso iP etubtbrensantanises se pe a ensiné-los, aproveitando todas as oportunidades que . surgiam no dia a dia (Marcos 10.17-22; 12.17-27), e extraindo \_ aM@Mller mlimeratde pessoas; 20 - HENRICHSEN, Walter. Discipulos s80Feltos, no Nascem Prontos. S30 Paulo: Atos, 2002. p. 29 DISCIPULADO IS © contetido do ensino da vida didria, e 0 apresentando com argumentacao simples, linguagem direta e nao abstrata, método adequado para o exercicio do discipulado (Mateus 5.13; 6.28; Marcos 4.3). TOPICO 2 - RAZOES PORQUE O DISCIPULADO E INDISPENSAVEL 4, INTRODUGAO Desde 0 inicio do seu ministério Jesus atraiu muitos discipulos. Mas Jesus selecionou e treinou um grupo especial de discipulos. Foi esse grupo que chegou a conhecer melhor nosso Senhor e acompanhé-lo nas atividades ministeriais didrias. prOprio Jesus tomou a iniciativa da selecdo dos Doze. Primeiro, ele convocou quatro (Marcos 1.16-20), e, em seguida, convidou aos demais para o seguirem. Eram homens rudes, nao muito cultos, aparentemente com poucas possibilidades. Todavia, o Mestre sabia muito bem o que fazia. “O discipulado é a nossa oportunidade de utilizarmos os infinitos recursos de Deus. £ a chance de mudar nossa vida da mediocridade para uma vida que tenha significado. No discipulado ndo estamos fazendo favor a Deus. ele que esté nos fazendo um favor. € vital que o discipulo agarre-se a este importante conceito”. Hé pelo menos quatro razes, qualquer uma deve ser suficiente mesmo sem as outras, para que nds nos ‘comprometamos a ver 0 discipulado como o principal trabalho de nossa vida: © amor de Deus e seus propésitos para conosco sé podem ser comunicados por meio de uma relagao comprometida e pessoal; O discipulado ¢ um mandamento de Cristo; Pela quantidade de resultados (reproducao geométrica); Pela qualidade dos resultados. 2. 0 AMOR DE DEUS E SEUS PROPOSITOS PARA CONOSCO SO PODEM SER COMUNICADOS POR MEIO DE UMA RELACAO COMPROMETIDA E PESSOAL “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nés. Vimos a sua gléria como do Unigénito vindo do Pai’. (Jo 1.14) © Verbo divino tornou-se, em tudo, semelhante a nés, exceto quanto & natureza pecaminosa. Embora a palavra “encarna¢ao” nao apareca nas Escrituras, mas seus componentes sim (“em e “carne”). Assim, 0 “Verbo” tornou-se 0 contetido, o mestre, o ambiente, a verdade visivel de Deus. A luz de Filipenses 2.5-8 a encarnagdo de Jesus consistiu no autoesvaziamento do Verbo divino, O termo “esvaziamento” (gr. ekenosen) trata da autorreniincia de Jesus ao assumir a natureza humana, sendo Deus, sem deixar de ser Deus. Convém ressaltar que este “esvaziamento”, nao é de sua divindade, mas de sua gloria, visto que Jesus deixou 0 Céu, despojando-se de sua propria majestade. Seu autodespojamento aconteceu por vontade prépria, Foi uma limitacao de si mesmo para um propésito. Portanto, a teoria de que Jesus renunciou a sua divindade quando se encarnou, isto é: deixou de ser Deus, ¢ contréria ao ensino das Escrituras Sagradas. Pois, a0 se autoesvaziar, Jesus estaria renunciando sua natureza divina, e teriamos nele unicamente uma pessoa humana. Nao ¢ isto que a Biblia ensina 3. O DISCIPULADO E 0 MANDAMENTO DE CRISTO Indiretamente porque somos mandados a imité-o, e diretamente porque a Grande Comissao foram Suas, Liltimas palavras, segundo Mateus 28.18-20: "Ent, Jesus aproximou-se delese disse: “foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. * Portanto, vlo e facam discipulos de todas as na¢Ses, batizando-os em nome do Poi e do Filho do Espirito Santo, ®ensinando-os a obedecer a tudo 0 que eu hes ordenei.E eu estarel sempre com voces, até o fim dos tempos” 21 KIVITZ, Ed René. Koinonia, $do Paulo: Abba Press, 1994. p. 28 Fs] 3.1. O QUE SIGNIFICA FAZER DISCIPULOS? Fazer discipulos, segundo Jesus (v.19), € equipar pessoas enquanto caminha com elas, moldando o seu caréter. Significa investi em pessoas andnimas e transforma-las em gigantes {= saan da fe Te euabl oivineisiem eros otal G Shas 3.2. ENSINAR E 0 MESMO QUE DISCIPULAR? N&o}! (v. 20) “.. Para a primeira tarefa ("ensinar as coisas”), precisamos de boas salas, apostilas, bons métodos didaticos e mestres que conhecam profundamente o assunto. Mas, para a segunda (“ensinar a obedecer as coisas”), precisamos de modelos, exemplos, referenciais, e assim poderemos aprender nao apenas ‘que Jesus mandou que fizéssemos, mas também como podemos fazé-lo. Nao fazemos discipulado do pulpito, ou da classe de Escola biblica, mas sim na dinamica dos nossos relacionamentos”. 4. PELA QUANTIDADE DE RESULTADOS (REPRODUCAO GEOMETRICA). 0 discipulado é um proceso que dura toda vida. Se o discipulado no se reproduz, morre. Por meio do discipulado 0 processo da multiplica¢So continua de geragdo em geracdo, como est escrito em 2 Timéteo 2.2: “€.as palavros que me auviu dizer no presenca de muitas testemunhas, confia-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” A tarefa do discipulado na igreja é to fundamental que precisa ser ordenada intencionalmente. As pessoas selecionadas para a fungao de discipular precisam ter duas qualidades chaves: fidelidade e habilidade de ensinar. Note que o versiculo acima fala de quatro geragées de discipulos: = Paul + Timéteo; + Homens figis e idéneos; = Outros. E mais: este versiculo tem um contexto amplo, que pode ser observado sob trés aspectos do método de fazer discipulos: + Escolha cuidadosa em orago de homens fiéis; * Concessdo da visdo gloriosa a eles; ‘* Enviar esses homens para que facam discipulos (Mateus 28.19). “Este é um processo multiplicative. Enquanto os homens fis estBo ensinande outros, iméteo esté ‘no processo de levantar mais homens fis, ue estejam aptas@ ensina.Implantar esta visto de ‘multipicagao de discipulos constitu o tnico caminko que a Comissdo de Cristo pode ser cumprido, ro final das contas. Outros ministéros e outras formas podem ser tls, mas nunca iréo substitur 0

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