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PSICO-ONCOLOGIA: DEFINIGOES E AREA DE ATUACAO Mania Teresa Ver; VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO AY psico-oncologia constitui-se em uma érea do co- nhecimento da psicologia da satide, aplicada aos cuidados com o paciente com cancer, sua familia € 0s profissioais envolvidos no seu tratamento. ‘A origem da psico-oncologia estd associada a fatos rela- ionados ao desenvolvimento da oncologia € da psicologia.. Do ponto de vista hist6rico vale lembrar que, desde a Antigiidade, 0 c&ncer tem sido associado a estados emocio- nais, embora apenas em nossos dias essa associagao tenha adquirido mais clareza, bem como a necessidade de combi- nar o tratamento do cancer com cuidados psicolégicos. ‘Ja Hipécrates (460-370 a.C), da Escola de Cés, afir ‘mava que satide era uma evidéncia de que o individuo ha- via aungido um estado de harmonia entre instincias inter- nas, assim como com o meio ambiente. Manter-se saudavel era uma questio de reconhecer esse equilibrio € respeité- lo, vivendo conforme as leis da natureza. Fle estabeleceu a teoria dos humores, segundo a qual 0 equilfbrio entre esses humores (sangue, bile amarela, bile negra e feuma) garantia a permanéncia da sadde, Alguns resquicios dessa teoria chegaram aos nossos dias, quer em nossa linguagem, quando se fala de um individuo sangtiineo, bilioso ou fleu- mitico, quer por sua concepgio dindmica que prefigura a abordagem psicossomtica. ‘Séculos mais tarde, Galeno (131-201 d.C,) estabe- eceu uma visio mais positivista ¢ mecanicista da medi: cana, gerando uma inflexio da linha de desenvolvimento do pensamento médico. Em certo momento observou que mulheres deprimidas tinham mais tendéncia ao cancer do que as mais animadas e bem-dispostas. No século XVII Descartes (1596-1650) estabelecen tum sistema dicotomico de pensamento. Em sua concepcio de individuo, observa-se a divisio em duas instancias: res cogitans € res extensa. Essa forma de ver o ser humano exerceu grande influéncia no pensamento ocidental, sendo responsivel pelo significative desenvolvimento das . “Missko e visio”. Dispontvel em: . Acesso em 23 out. 2007. SontaG, S, A doenga como metdfora. Rio de Janeiro: Graal, 1984. Temostiox, Ly Drener, H. The type C connection: the behavioral links to cancer and your health. Nova York: Random House, 1992. “Thomas, C. B; Duszrwsas, K. R; Suasten, J. W. “Family attitudes reported in youth as potential predictors of cancer”. Psychosomatic Medicine, v. 41, n. 4, 1979, p. 287-302. Vauianr, G. Adaptation of life. Boston: Little Brown, 1977.

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