You are on page 1of 5

A ASSEMBLEIA Dos nnzos A GALIwA Dos ovos or oire.

o
Um Nato de nome Faro-Fin o den de fazer tal destro o ua rataria Joao luipa cieute descobriu no quintet uina p•alinlia que punha ovos
drum a ca sa velLa que os sobreviventes, sent amino de sair da s de oiu o. Mas rum por seinana npeua s. Louco de alegria, disse
tocas, estzvam a pnnto de mower de fome.
Toruaiido-se inuito sério o caso, resolverain reunir-se em assenibl
éia para o estudo la questa o Aguardarain per a isso certa noite em
que Faro-Fino andava aos nda dos pelo telliado, fazendo souetos a
_ Estainos ri cos! Esta galinlia traz um tesouro no ovario.
luz.
Mato-a e fico o uiandao das redondezas.
Aclio — Esse uin deles — que o iueio de nos defeiideiuios de Faro-
_ Por que mata-la, se conservando-s voce obtéin mm ovo de ouro de
Fino é lhe ataiiuos um s;uizo ao pesco9o. Asst in que ele se
sete em sete dias?
aproxiine, o giiizo o deniuicia, e pomo-nos ao fresco n tempo.
Nao fosse en Joao Lnpaci cute! Quer que me sati sfapa coin inc ovo
Palma s e bravos saudarain a liiininosa idéi a. O proj etc foi
por semasa qnando posso conseguir a ninliada inteira num
aprovndo coin del trio. Sd voltou contra uin rato casiniirro, ‹pie
iriomeiito*
pediu a pal avra e disse:
E inatou a g•alinha.
Esta tudo inuito direito. Mas quem vai ainarrar o s;uizo no pescopo
Dentro dela sé liavia liipas, conio uas galiuhas coiuiuis, e
de Faro-Fino?
Joao Lnpaci cute, logrado, contiiiuou a marcar passo a vidi iiiteira,
Silencio geral. Uni desculpou-se por nao ssber dar uñ. Ouho,
inorreado sern vintéin.
porque ua o era tolo. Todos, poique nan tmhaiu coragerH. E a a
sseinbl éia dissolveu-se no mci o de geral consterua Rao.

LOBATO, Monteiro, Fabul as. Sa o


Paulo,
Editors Brasiliense, 1994.

LOBATO, Monteiro, Fabsil as. Sno Paulo,


Editors Brasili ense, 1994.

O CARREIRO E O PAPA GUI O O LEAO, O LOBO E A RAPOSA


Viiñia um cwreiro a fi ente do.s bois, cant arolzndo pela Um 1eao insiito vellio e j a cadrico zndava inorre nno inorre.
estra da seui fun. Estra da de lain a. Mas, apega do i vida e seuipr e esp erando, deu ordein aos
Em certo poutn o carro ntnl ou. animais para que o visitasseiu e lhe ensinassein reinédi os.
O pobre liomein aguillioa os bois, da paucadns, grit a; nada Assun a coiiteceu. A bi charade inteira desfilou diaute dele,
cousegue e pñe-se a lanieiitar a sorte. cada qual coin inn reinédio on inn coiiselho.
_ D espra9atio que son! Que fazeL agora, sozinlio neste Mas a raposa* Por que nao viiiha*
deserto* Se a o in euos Sao Benedito tivesse dñ de iniin e me En sei — disse uin lobo iiitiigaiite, inimigo pessoal da
ajudasse... r«pos«. rim é ui ia finsii a, a cha que Vossa h4aj estade iuorre logo
inn papag•aio ercondido eutre as foI1ias coudoeu-se del e e, e é bobageni andar a perder tempo com cacos de vida.
iinitando a voz de santo. comeiou a fal ar: Eufiirecesi- se o 1eao e inaudou buscar a raposa debaix o de
_ 0s céu's te ouvirain, amino, e B enedito eni pessos aqui esta vai“a.
para o ajutñrio que pedes. _ Entno é assiin que rue trata, fi vil issiino uñinal* Esquete
O carreiro, uuin assoinbro, excl ama: que en sou o rei da floresta*
obrigado, meu santo! Mas onde estns que nan te vejo* Perdâo, Maj estade! Se n*o viiu até ag•ora é que andava
_ Ao ten lado Nao me ves porque son invisivel. Mas. em perei rna t*o pelos oraculos, coiisultaudo-os a respeito da do
vamos, faze o qrie niando. Tonia da enxada e cava aqui. Isso. end a que abate o aniuio do ineu heirdo rei. E nao perdi a vi sgeui,
Agora a inesuia coisa do outro lado. Isso. Agora vais cortar uus visto como trago a init ca receita capaz de produzir mellioras ria
ramos e estivar o sulco aberto. Isso. Agora vats agiñlhoar os bois. real saiide de Vossa Mzjestade.
O carr eiro fez tudo coino o papagaio innndou e com Grande _ Diga In o ryie é — ordenou o I eao, ja calino.
alegiia viu desatol ar-se o carro. E coiiibater a fit aldade que eutorpece os vossos inenibros
_ Obfis;ado, uieu saiito! _ excl anion ele de rna o post as. coin inn “capote de lobo.”
Nunca me hei de esqnecer do erande socorro prestado, pois que Que é isso*
semi cfc est ficarin aqui toda a vida. _ Capote de lobo é uma pele aiiidn queiite de lobo
O papagai o a thou inuita gra 9a ua ingenuida‹le do lioineui e escorclia‹lo ua lioriidin. E coino esta aqrii in esti’e lobo, sudito fie1
papagneou, conio despedi da, uin vellio iilâo popul ar de Vossa M aj estade, vai el e sentir uiu prazer iinenso em
einprestar a pele ao seu real senlior.
Ajuda-te , que o céu be aj udarâ. O leao gostou da receitn. escorcliou o lobo, einbrulhoii-se na
pele fumes;ante e ainda por ciina llie coiueu a cariie.
LOBATO, Monteiro, Fabul as. Sno Paulo,
Editors Brasili ense, 1994.
LOBATO. ld ont ei ro. Fabul as ño P ant o ,
Edito ra Bra st li en se, 19.94.
O SABI EOUH4JBU
O CAVALO E AS I'vIUTUCAS

até as 1aranj éras pareci am absort as a escutz.


Uni cavaleiro viidia chi coteando as iiiutucas pousa das mo pescopo da cavalgadura. Voltz e meia , plaf!
epugunnci a... Se ele cliega, tudo se alegra; se en me aproxiino, todoE recusm... El e, dizein, traz feli ci dade; eu, Mas
man oagonro...
h oineiuAsñnahu-eza
cliicoteava
foi as iiiiihicas
injusta pesadoiias,
e cruel ja
para coinig•o. Mas esta em mim corrigir natureza; iiiato
empanturra dos de sangue.
Eni certo pouto o caval o perdeu a paciéncia e disse:
_ Julias qie rue prestas inn servi o e no entanto..
_ Noextasiava
iao dou valor i obras-primes da arte? Vainos I a, cante! Caiite ao pé de iniiu aquela inel odia coin que lia pouco vocé entanto que, caval o! Pois livro-te das iiiutucns e Linda nao eras conteiite*
a ushireza
e. logo epic o pilliou ao al caiice, den-lLe taiuaiiha bicada qie o fez cair inoiibundo. _ B euefici o seiia se inatasse ss magras e ponpasse as gordar. Porque as gordas, fart as que estn o, nenhu
bi cliinlios.

nde crime!...
A lnvaja nâo admlta a mérlto .

Quantos benefi cios assim, benefJ ci os sd na apar final a ! . ..


LOBATO, Monteiro, Fabid as. Sno Paulo,
Editora Bra siliense, 1994.

O MACAC O E O G AI O A CORUJA E A AGUIA


Conij a e aqui a, depois de niuita briga, r esolveraiu fazer as

_ B a sta de guerra — disse a coiiij a. O iuundo é ta o Grande, e tolice niaior que o mundo é andarinos a corner os filhotes iiuia dis outras.
Perfeitauiente— responden a agiua.— Também eu nao quero outra coisa.
_ Nesse caso coinbiiieinos isso: de ora em di ante nao coineras iiunca os mess filhotes.
Muito bein. Mas coino posso ctistinguiu os tens filhote*
_ coi sa facil. Seinpre que eucoutrares uns boiraclios lindos, beni feitinh os de corpo, ale qres, cheios de unia p•ra a especial que nao existe ein filhote de nenhum a outra a
Esta feito! — concluiu a *uju a.
Dias depois, andaiido i capa, a ngui a eiicontrou inn iiinlio coin tres uionstrmigos dentro, que piavam de bi co rrniito zberto.
liori’iveis bi cLos—' disse el a. Vé-se I ogo que nao sao os filfios da corqj a.
E coiueu -os.
Mas eraill os filhos da coruj a Ao regressar a toca a triste rna e cliorou amsrg sinente o desastie e foi justar coiitas coin a rainha dos aves.
Qué?— disse est a, adniirada. Eram tens filhotes aquel es inonstrenpiiulios* Pois, ollia, n*o se pareci am nada coin o retrato que deles me fizeste...

zfdnzfo: q/ir1o a/e7o aziuz, bouéo hie jAzrece.

LOBATO, Monteiro, Fabulas. Sa o Paulo,


Editora Brasiliense, 1994.

O Tom-bocado lb épaa c/‹/ern faz, éa quem a cc›r e.

LOBATO. hont ei ro, Fabul as Sño Paulo,


Edi fora Bra si lien se . 19 9^
A CIGARRA E AS FORhIIGAS
— A FORMAT BOA
Houve uma jovem c igarra oue tinha a cosbJrne c!e chiar ao pE' dum forrnigueiro. So parava cjuando consadinha; e seu divertmento en@a era observer as Lormiges na etema Mina de abastece
Mrs a born temoo afinal passou e vieram as chuvas Os
mimois todos, arreoiados, oassavam Ja liouve, entietaiito,
a c!ia uinanos
cochiIanc!o fonniga
@cas.ma que uao soube compreender a cis;arra e coin Aireza a repeliu de sua porta.
com o seu cruel manto de gelo. A oobre cigaza, sem abrigo em seu galhinho seco e metic!a em
o invernn vei o encontra-la desproviGrandes
da de tudo, seni
apuros, casa onde
deliberou abrigar-.se,
socOrrer-se nem folliiulias que coinesse.
de alguém
' — nns itiiseraveis restos de coini da.Manouitolanc!o,
Pas;aii a com juros
comaltoumaa Isa
qtiela coinidaladeseeinpr
a arrasor, éstimo,
c!irigiu oars logo
a que o tempo o peiriitisse.
homo nño soiibesse cantar, tinlia ddio*orrnigueiro
d cigarra per vé-la
Bateu - the,querida
// , e. de todos os seres.
Apareceu uma *ormiga friorenB, embrulhada num xclinho de
paina
naiiz. _ Que query— perguntou, examinando a triste mendiga sum de
lamainais
avern o mun do apresentava inn aspecto e a tassir.
liiste E que faltavn na must ca do iuundo o sour estii dente dnquela ciqarrz iiiorta por causa da avar eza da fornuga. Ma s se a usurdria

A *ormiga a Ihou-a c!e allo e baixo.


E que fez c!urante a born temoo, cue nâo construiu sua casas
A Dobre cigarra, toc!o memento, respondeu depois dum acesso de tosse
E u cantava, bem sebe. .

_ Isso mesmo, era eu..


_ P ois entre, amiguinha' FJunca poderemos escuecer as boas horns cue sua cantor ia nos proporcionou. Aguele chiado nos c!istraia e eliviava a trabulho. D iz iamos sempre uue Ie licic!ac!e fer c
A cigarra entrou, sarou da Bsse e voltou a ser a alegre cantora dos c!ias de sol.

LOBATO, Monteiro, Fabid as. .Sno Paulo,


Editors Bra sili ense, 1994.

A Oh/ A DOEMTE
O GALO QUE LOGROU A RAPOSA
A onta caiu da arvore e par muitos dias esteve de cama seriamente enferma. e como nâo pudesse ca ar, padecia de fome.
Em tais apuros imaginou um piano.
Um velho galo matreiro, percebendo aproxima sao da raposa, empoleirou-se numa â rvare
Comadre irara disse ela corra a mundo e diga â bicharada que estou a morte e exijo que venham visitar-me.
curo!...” E em voz alia:
A irara partiu, deu a recado e as animais, um a um, principiaram
Amigo, venhoa conBr
visitar
umaa anda.
grande novidade: aca bou- se a guerra enbe os animais. Lobo e c
Vern a veado, vem a capivara, vem a cutia, vem a porco M do
uitomata.
bem! — exclamou o galo. Nâo imagina como BI notfcia me alegra ! Que beleza vai fica
Veio também o jabuti. Ao ouvir falar em cachorros, Dona Ra posa nâo quis sa ber de histérias, e tratou de por-se ao
Infelizmente, de
Nas a finéria jabuti, antes de penetrar na toca, teve a Iembran§a amigo Co-ri-cé-co,
olhar para o tenho
châo.pressa
Viu nae nâo passo
poeira soesperar
rastos pelas amigosnâo
entrantes, câes.
viuFica
n
E raspou-se.
Hum!... P arece que nesta casa quem enba nâo sai. a melhar, em vez de visitar a nassa querida onta daente, é ir rezar por ela...
E foi o unico que se salvou.

LOBATO, Monteiro, Fabul as. Sao Paulo,


Editors Brasili eiise, 1994.
A MOSCA E A FORMIGUINHA
Dias depois a fnriiiiga encontrou a uiosca a debates-se nuiiia vidra5a.
_ Entao, fidalpa, que é isso° — perguntou-lhe. A piisioiieira responden, iiiuito adita:
0s donos da casa paitirain de vi agein e me deixarain trancada aqui. Eston inorreudo de fome e j a exa
A forinis;a repetiu as einpafias dn inosca, imitnndo-ltte a voz:
_ Son fidalga ! — dizia a niosca a forinls;uiidia que passava carregaudo uina follia
“Son de roseira.
fidalgn! PouroN3o
em trabalho, pouso em
todos as uiesas... todar ar
Passeio inesas,
pelo colo lainbi sco de todos
dar donzelas...” ossegiiiu
e 1* mauj ares,
o seupasseio
caininls
A foriniguinha arriou a card a, euxuqou a testa e disse:
_ Apesar de Indo, uao iiivej o a sorte das moscas. Sao inal Vistas. Ning•uém as estiina. Toda geiite ar euxota coin asco. E o pior é que téni mm ber¥o degradante: nascem na s e
_ Ora, ora ! — exclaniou a iuosca. Viva en qtiente e ii a-se a

E al éui de imiiiidn s sa o cinica—s contiuuou a forum pa. Na o pa ssaiu dumas parasita—s e parasita é sindniino de 1adrao. Fn a iniin todos me respeitnni. Son ii ca pel
Quem desdenha qrier coiuprar —inurinsiron ironicainente a

LOBATO, Monteiro, Fabsil as. Sa o Paulo,


Editors Brasilieiise, 1994.

O Iet'ro e a raonlao O PERO MEDROS O

Gordo peru e liiido galo costuinavam einpoleirar-se ua


Ao sair do buraco viu-se um rafinho enbe as patas do mesina arvore. A raposa os avistou certo la e veio vindo coutente,
a lumber os bei$os coiuo quem diz: “Teiuos petisco hoj e!”
leao. Estacou, de pélos em pé, paralisado pelo terror. 0 Chegou. Ao avist*-la o peni leva tainanho snstn que por mn
leao, porém, nâo Ihe fez mal nenhum. tiiz ua o cai da arvore. Ja o galo o que lez foi iir-se; e conm szbia
que frepai i aixore a raposa nao trepava, fecliou os olhos e
Segue em paz, ratinho, nâo tenhas medo de teu rei.
ndormeceu.
Dias depois o leao caiu numa rede. Urtou O peru, coitado, inedroso conio era, treinia conio varas
verder e nno tirava do inimigo os olhos.
desespemdamente, debateu-se, mas quanta ma is se _ O galo nao apanlio, mas este peru cai-me no papo ja .. _
agitaYa mais preso no Iago ficava.
E come on a fazer caretas inedonlias, a dar piuotes, a roucar,
AtTa fdo pelos urros, apareceu o ratinho.
a tiiucar os deiites, dun do a iinpressao drnna raposa 1ouca. Pobre
Amor com amor se paga disse ele Iâ consigo e peiu! Cada vez insis apavorado, nao per‹iia de vi <a inn sñ
daqueles inoviineiitos. Por fiin tonteou, caiu do galho e veio ter aos
pos-se a roer as cordas. deutes da raposa fzminta.
N um instants conseguiu romper uma das malhas. E _ Estupido animal ! — excl anion o galo acor dando. Morreu
por excesso de cautelas. Tant a aten9ao preslou aos arreqanlior da
coma a rede era das lais que rompida a primeira malha raposa, tanto atendeu aos peiigos, que la se foi, catrapus. .
as
autras se afrouxam, péde o leâo deslindar-se e fugir.
ñ pruzféncia mania nao afenfar demais aos
perigoz.
LOBATO, Monteiro, Fabul as. Sa o Paulo,
Monteiro Lobato. Editora Brasiliense, 1994.
LEI O TEXTO
O LEAO E O RATIN HO

aco viu-se um ratinho entre as paBs do leao. EsBcou, de em pé, paralisado pelo terror. O leao, porém, nao Ihe fez mal nenhum.
, ratinho, nao tenhas medo de teu rei.
eao caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas quanta mais se agiBva mais preso noso ficava.
urros, apareceu o ratinho.
or se pagadisse ele lâ consigo e pés-se a roer as cordas.
onseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das Bis que rompida a primeira malha as oubas se afrouxam, péde o leao deslin

NORAL: Mais vale paciéncia pequenina do que arr

12'fTERPRETA$AO DE TEKTO

1. Quem siio os personagens do texto?


7 — Como é o nome do sinal de pontua9iio
R— que inicia o 2° paragrafo?
R—
2. O que aconteceu quando o ratinho saiu do
buraco?
8 — O que o sinal de poutua9ao do 5°
R— paragrafo represents?
R-
3. O que acoiitec‹ni dras depois com o leao?
R— 9 - Qual é a moral da f*bula?

4. Como foi que o rabnho salvou o l eao?


R—
10. Vocé concorda com a moral dessa
5. Qual é o titulo do texto? f*bula? Por qiié?

R—

6. Quantos par*grafos poseuem o texto?


R—

You might also like