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Digestao e Absorã Ã o
Digestao e Absorã Ã o
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Digestão e Absorção
Introdução
Os processos digestório e absortivo são de fundamental importância para o cres-
cimento, desenvolvimento e manutenção da saúde. Frequentemente relegadas a
segundo plano, essas funções do trato digestório fazem parte da interface entre
os meios interno e externo do corpo. É por meio da digestão que os nutrientes
são extraídos dos alimentos; e é por meio da absorção que esses nutrientes, agora
disponíveis, serão encaminhados para a metabolização nas diferentes regiões do or-
ganismo. Para essa finalidade, o trato gastrintestinal é uma sequência de órgãos es-
pecializados na produção de muco, enzimas e hormônios, e deve estar em sintonia
com os sistemas nervoso, endócrino e imunológico. Esse sistema é incrivelmente
plástico, adaptando-se às demandas externas, dentre as quais o próprio alimento
apresenta papel modulador da digestão e absorção.
O pâncreas e o fígado são as duas principais glândulas do trato digestivo e
secretam substâncias que fluem através de ductos para dentro do duodeno. O pân-
creas, em sua porção exócrina, secreta enzimas digestivas e um líquido rico em
íons bicarbonato, como veremos mais adiante neste capítulo. Esse último tem papel
importante na inativação da acidez do quimo, garantindo a atividade das enzimas
pancreáticas no intestino delgado.
O fígado, como função digestiva, secreta a bile, que contém íons bicarbonato,
colesterol, fosfolipídios, pigmentos biliares, inúmeros dejetos orgânicos e os sais
biliares. Os íons bicarbonato também ajudam a neutralizar a acidez do quimo, ao
passo que os sais biliares solubilizam os lipídios da dieta, facilitando sua digestão
e absorção. Uma vez secretada pelo fígado, a bile segue em pequenos ductos, que
confluem para formar o ducto hepático comum. É armazenada e concentrada entre
as refeições na vesícula biliar, pequena bolsa localizada abaixo do fígado. Durante
as refeições, a musculatura da parede da vesícula se contrai, expelindo a bile para
dentro do duodeno através do ducto biliar.
O ácido clorídrico secretado no estômago tem como principal função tornar o
Wylla Tatiana Ferreira e Silva meio estomacal adequado, ou seja, ácido suficiente para a atuação de enzimas pro-
Sueli Moreno Senna teolíticas, como a pepsina. Afim de promover uma uma digestão parcial das proteínas
João Henrique da Costa Silva ingeridas na dieta. Além de representar uma importante barreira contra a maior parte
Sebastião Rogério de Freitas Silva das bactérias presentes nos alimentos. Ainda assim, algumas bactérias conseguem
sobreviver, colonizar e se multiplicar nas vias gastrintes- delgado, caracterizada por ser a maior área absortiva
tinais, sobretudo no intestino grosso. do trato gastrintestinal.
O produto da ação digestiva no estômago é o qui-
mo, que contém fragmentos de proteínas, polissaca- Digestão e Absorção
rídeos, gotículas de lipídio, sal, água e várias outras
pequenas moléculas ingeridas dos alimentos. O quimo Carboidratos
segue para o intestino, onde ocorre praticamente toda a A maior parte do carboidrato ingerido pelo brasileiro
absorção de nutrientes por meio das células epiteliais, está em forma de polissacarídeo (amido presente em
as quais transferem os nutrientes para a corrente san- cereais, grãos, raízes e tubérculos), dissacarídeos (açú-
guínea e/ou linfática. Vitaminas, sais minerais e água car de cozinha) e lactose (açúcar do leite).
não exigem digestão enzimática e também são absorvi- A digestão do amido começa na boca, por meio
dos no intestino delgado. da ação da α-amilase salivar sobre os polissacarídeos
(açúcares complexos), presentes no alimento. Esse
Características Morfológicas do Trato processo é facilitado pela mastigação, que promove a
Gastrintestinal formação de partículas alimentares menores, as quais
serão deglutidas. No estômago a amilase é inativa-
Ao longo de sua extensão luminal interna, o trato gas- da pelo ácido clorídrico, mas no intestino delgado a
trintestinal apresenta várias convoluções, responsáveis α-amilase pancreática completa a digestão de carboi-
pelo aumento da superfície de absorção. A partir do dratos em oligossacarídeos. O resultado da ação das
estômago, o trato gastrintestinal é revestido por uma amilases sobre o amido é a liberação do dissacarídeo
camada de células epiteliais com a presença de células maltose e uma mistura de moléculas curtas, de cadeia
exócrinas e endócrinas, que secretam muco e hormô- ramificada de moléculas de glicose. Esses, juntamen-
nios. Glândulas exócrinas também estão presentes e se- te com a sacarose e a lactose ingeridas, sofrem a ação
cretam ácido, enzimas, água e íons, bem como muco. das oligossacaridases localizadas nas membranas lumi-
Abaixo do epitélio existe uma camada de tecido con- nais das células epiteliais do intestino delgado. Essas
juntivo, a lâmina própria, onde passam pequenos vasos oligossacaridases liberam glicose, galactose e frutose.
sanguíneos, fibras nervosas e ductos linfáticos. A lâmi- Na Tabela 7.1 são apresentadas as principais vias de
na própria é separada dos tecidos subjacentes por uma digestão e absorção de carboidratos ao longo do trato
fina camada de músculo liso, chamado de muscular da gastrintestinal.
mucosa. Esse conjunto, formado por epitélio, lâmina
própria e muscular da mucosa, é chamado de mucosa. Proteínas
Em seguida está a submucosa, camada de tecido O sítio principal de digestão de proteínas é o estôma-
conjuntivo frouxo com fibrilas de colágeno e elasti- go, onde o alimento é armazenado, dissolvido, sofre
na, onde estão localizados os troncos nervosos (plexo digestão parcial das macromoléculas e tem regulado o
submucoso) e os vasos sanguíneos mais calibrosos da seu ritmo de passagem para o intestino. As glândulas
parede intestinal. A próxima camada é a muscular ex- que revestem a parede do estômago secretam o ácido
terna, composta por músculos lisos circulares e longi- clorídrico e o pepsinogênio, que é convertido na luz
tudinais. As contrações da muscular externa misturam do estômago em pepsina. No estômago, as proteínas
e movimentam o conteúdo do lúmen e o impulsionam são degradadas em fragmentos peptídicos pela pep-
ao logo do trato gastrintestinal. Entre essas duas ca- sina, e no intestino delgado pela tripsina e quimo-
madas existe uma segunda rede de células nervosas, tripsina, as proteases secretadas pelo pâncreas. Esses
conhecida como plexo mioentérico. Finalmente, cir- peptídeos ainda são convertidos em aminoácidos li-
cundando a superfície externa do trato, está uma fina vres pela ação da carboxipeptidase do pâncreas e pela
camada de tecido conjuntivo, denominada serosa. aminopeptidase, localizada nas células da borda em
Ao longo da superfície luminal do intestino del- escova do intestino delgado. Uma vez livres, os ami-
gado, encontram-se projeções digitiformes e delga- noácidos entram nas células epiteliais por transporte
das, conhecidas como vilosidades. A superfície de ativo secundário associado ao sódio. Existem vários
cada vilosidade está coberta por microvilosidades, que transportadores com diferentes especificidades para os
são projeções da membrana da superfície das célu- aminoácidos. Diferente do que ocorre com a absorção
las epiteliais, as quais recobrem as vilosidades. Essa de carboidratos, em que moléculas maiores que os mo-
combinação da mucosa pregueada, vilosidade e micro- nossacarídeos não são absorvidas, o enterócito absorve
vilosidade, aumenta a área de superfície do intestino pequenos peptídios por transporte ativo. Assim, tanto
Intestino
Carboidratos Boca Estômago Intestino Delgado Grosso
Substrato Amido Amido Oligossacarídeos, Di ou trissa-
carídeos
Maltase
Sacarase
Lactase
Trelase
Produtos Oligossacarídeos Oligossacarídeos Glicose –
Galactose
Frutose
Intestino
Proteínas Boca Estômago Intestino Delgado Grosso
substratos Proteínas Polipeptídios Pequenos peptídios e aminoá-
cidos livres
Enzimas Pepsinogênio + Enzimas proteolíticas Enzimas da borda em escova:
HCL → Pepsinas pancreáticas: Aminopeptidases
(hidrolisam ligações Endopeptidases: Carboxipeptidases
de aminoácidos Tripsina Endopeptidases
aromáticos, como
Digestão
Quimiotripsina Dipeptidases
fenilalanina ou
tirosina) Elastase
Exopeptidases: Peptidases intracelulares
(enterócito)
Carboxipeptidases do
pâncreas
Produtos Polipeptídios Pequenos peptídios e Aminoácidos livres
Proteoses aminoácidos livres
Peptonas
Membrana Luminal
Cotransportador Na+/Aminoácidos
Cotransportador Na+/Cl-/Aminoácidos
Absorção
Cotransportador H+ /Di/Tripeptídios
Membrana Basolateral
Transporte de aminoácidos por difusão facilitada, indepen-
dente de Na+
Intestino
Lipídios Boca Estômago Intestino Delgado Grosso
Substratos Lipídios Lipídios triglicérides Ésteres de colesterol, ésteres
de vitaminas lipossolúveis,
fosfolipídios e triglicérides
Enzimas Lipase lingual Lipase gástrica Lipase pancreática Lipase ativada por sais
Digestão
basolatera; gradiente
osmótico →
Absorção de Cl– impulsionada pela absorção de Na+ (con- absorção de
transportadores Na+/Cl–) água
Contratransportador de HCO–3 e Cl–
Intestino
Vitaminas e sais minerais Estômago Intestino Delgado Grosso
Produção de fator Vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K acompanham a absorção
intrínseco de lipídios
Absorção
proteínas como carboidratos demandam energia da cé- lipídicas na porção superior do estômago. A principal
lula para sua absorção. Dentro da célula, os dipeptídios enzima digestiva para lipídios, a lipase pancreática, é
e os tripeptídios são hidrolisados em aminoácidos, que solúvel em água, portanto sua ação fica limitada ape-
também deixam a célula por difusão facilitada através nas à superfície destas gotas lipídicas. O processo de
das membranas basolaterais. Na Tabela 7.1 são apre- emulsificação estimula a formação de numerosas go-
sentadas as principais vias de digestão e absorção de tículas de lipídio, facilitando assim a ação da lipase. A
proteínas ao longo do trato gastrintestinal. emulsificação depende das contrações do estômago e
da camada superior do intestino delgado para quebrar
Lipídios as grandes gotas de lipídios, além da presença dos sais
Os lipídios estão presentes na dieta sobretudo na for- biliares e fosfolipídios presentes na bile, que funcio-
ma de triglicérides. Os lipídios são insolúveis em água nam como agentes emulsificantes e impedem o reagru-
e tendem a se agrupar para formar grandes gotas de pamento dessas gotículas lipídicas.
ACh Gastrina
M3 CCKB Histamina
Histam
Somatostatina
tina
HH2 2
+ +
– +++
++
Mediadores
intracelulares
+ Célula parietal
k+
H+/K+
ATPase
H+
Figura 7.1 Visão esquemática da atuação da somatostatina, acetilcolina (Ach), gastrina e histamina sobre a célula parietal ou oxíntica, secretora
de íons H+, que compõe a secreção gástrica.
Lipase pancreática
Padrões de motilidade
intestinal
Motilidade do esôfago
Atividade lipase sublingual
Sacarase-isomaltase
Absorção de ácidos graxos
Enteroquinase
Atividade proteolítica intestinal
Maturação gástrica
Transporte de glicose estabelecido
Atividade proteolítica gástrica
Amilase salivar
Secreção ácida estomacal
Transporte de AA
Absorção de lipídios
Atividade lipase gástrica
LPH, SGLT1, GLUT2, GLUT5
Mudança de epitélio intestinal plano para colunar
Papilas gustativas
Estômago primitivo
Figura 7.2 Ontogênese do trato gastrintestinal humano durante o período gestacional ao longo das 40 semanas. As referências estão distribuídas
no do texto.
Tabela 7.2 Efeitos de diferentes tipos de desnutrição nas fases do desenvolvimento (gestação e infância) sobre processos digestórios e absortivos
imediatos ou tardios.
Desnutrição
↓ Peso intestinal
↓ Atividase aminopeptidase A e
Deficiência Porco Final da gestação A termo absorção de glicose (38)
↑ Atividade dipeptidilpeptidase IV,
lactase e sacarase
Desnutrição proteica
↓ comprimento intestinal
Deficiência Rato Gestação e lactação 21 dias e 42 dias ↓ atividade Maltase e Sacarase (40)
↑ atividade Lactase
Desnutrição lipídica
(Continua)
Desnutrição lipídica
Manipulação de Rato Gestação e lactação 15 dias ou 3 meses de A redução de ácido araquidônico (46)
ácidos graxos da vida na dieta leva à redução das criptas
dieta intestinais e reduz a barreira mucoide
intestinal
Deficiência de ferro
Deficiência Humano ? 8 meses, 4 anos e 9 Acloridria gástrica (47)
anos
Outro aspecto afetado pela desnutrição perinatal transporte de nutrientes é irreversível. Além disso, a res-
é o espectro de enzimas digestivas do intestino delga- ponsividade aos desafios dietéticos do intestino depen-
do, que pode sofrer modificações induzidas por com- de de experiências prévias nos estágios iniciais da vida,
ponentes exógenos (envolvendo o tipo de nutrição), e enfatizando, mais uma vez, a importância da exposição
endógenos (características genéticas e hormonais). Es- nutricional precoce no desenvolvimento e adaptabilida-
tudos com ratos indicaram que uma dieta hipoproteica de tardia do transporte intestinal de nutrientes.
após o desmame altera a atividade de enzimas digesti- Em ratos, a desnutrição materna durante a gestação
vas na mucosa intestinal ainda na infância, efeito que causa redução no tamanho celular e no conteúdo de no-
permanece até a idade adulta. A atividade da maltase e radrenalina em neurônios do gânglio celíaco superior
da fosfatase alcalina é diminuída, ao passo que a das da prole, bem como a redução da inervação adrenérgi-
peptidases (aminopeptidase M e glicil-L leucina dipep- ca do plexo de Auerbach. Ambos os efeitos persistem
tidase) torna-se elevada no animal adulto.23 na vida adulta.26,27 O plexo mioentérico está presente
A exposição precoce a uma dieta desequilibrada em todo o trato gastrintestinal e atua de modo predo-
pode refletir em alterações na absorção de outros nu- minantemente excitatório, controlando o peristaltismo,
trientes, como por exemplo, uma dieta baixa em coles- a contração tônica da parede muscular, a frequência e
terol. Em animais, a falta de colesterol reduz a captação intensidade da contração e aumentando a velocidade
de glicose pelo intestino, efeito que persiste mesmo após de transmissão das ondas excitatórias. O efeito deleté-
o retorno à dieta normal, juntamente com alterações no rio da desnutrição nos períodos críticos do desenvolvi-
transporte ativo de glicose, galactose, leucina é ácidos mento sobre a rede neuronal atinge também a função
biliares. Um estudo com ratos desnutridos no período do pâncreas. A atividade parassimpática de ratos adul-
perinatal e submetidos a uma dieta hiperlipídica na vida tos previamente desnutridos durante a lactação induziu
adulta demonstrou que esses animais apresentaram dife- prejuízo na secreção de insulina, evidenciado por hi-
renças na resposta à dieta, como a dificuldade em elevar poinsulinemia, intolerância à glicose e redução da taxa
os níveis de fosfatase alcalina jejunal e cecal, além de de disparo do nervo vago.28
baixos níveis de TNF-α, havendo alteração nas respos- Outro prejuízo provocado pela redução da inerva-
tas dos animais com restrição do crescimento fetal.24 Em ção das vísceras abdominais é a perda da proteção anti-
outro estudo, fêmeas que receberam dieta hipoproteica -inflamatória nervosa. O nervo vago regula as funções
geraram proles com hipermetilação em aproximada- motoras e digestivas por meio da liberação de acetil-
mente 204 regiões promotoras de genes, dentre os quais colina. O nervo vago aferente, trabalhando através do
genes envolvidos no metabolismo de colesterol e ácidos eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, atua na liberação de
graxos no fígado e intestino.25 acetilcolina, inibindo a ativação de NF-κB. Assim, a
A dieta materna, portanto, é fundamental para a on- ação de macrófagos é reduzida pela diminuição da se-
togenia do intestino, pois a maior parte das alterações no creção de citocinas pró-inflamatórias, bem como da fa-
considerações finais
Uma alimentação saudável é fundamental para a formação e manutenção dos tecidos e de suas respectivas funções em todas as etapas
da vida. Contudo, somente a ingestão não garante a disponibilidade dos nutrientes. Os processos digestório e absortivo desempenham
um papel elementar e indispensável na cadeia de aproveitamento e disponibilidade de substratos e demais fatores para o metabolismo.
Como pudemos observar, cada nutriente possui um papel e uma via de utilização particulares desde as fases mais precoces da vida.
Sendo assim, a relação do organismo com o alimento é parte importante do estudo da origem da saúde e da doença, e qualquer dese-
quilíbrio, seja ele próprio do consumo alimentar ou intrínseco ao indivíduo, é capaz de provocar repercussões imediatas ou tardias, as
quais envolvem desde sutis alterações moleculares até a evolução para a morte do indivíduo.
apêndice
Principais Formas de Transporte através da mótica, é chamada de solução hipertônica, ao passo que a de menor
Membrana Plasmática concentração de soluto e menor pressão osmótica é denominada
hipotônica. Caso essas duas soluções estejam separadas por uma
A movimentação de íons e moléculas através da membrana ce- membrana, haverá maior fluxo de água da solução hipotônica para
lular é um fenômeno fundamental para a manutenção da ho- a hipertônica, até que as duas soluções se tornem isotônicas.
meostase nos seres vivos. Essa movimentação, conhecida como
transporte, pode ocorrer de forma passiva, sem gasto de energia, Difusão simples
ou ativa, com gasto energético. Iremos introduzir de uma forma Consiste na passagem de substâncias do soluto de um comparti-
sucinta os principais mecanismos de transporte através da mem- mento para o outro, movidas por:
brana, os quais são fundamentais para a absorção de macro e 1. gradiente de concentração, do local de maior concentração
micronutrientes ao longo do trato gastrintestinal. para aquele de menor concentração do soluto;
Transporte passivo 2. gradiente elétrico e, no caso de uma substância positiva, ocor-
rerá do local “mais positivo” para o local “mais negativo”.
Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração ou elétrico,
com o intuito de igualar as concentrações e/ou potencial elétrico Ambos os gradientes visam a estabelecer o equilíbrio da substân-
nas duas faces da membrana, ou seja, nos meios intra e extrace- cia entre os dois compartimentos.
lular. Não envolve gasto de energia.
Difusão facilitada
Osmose
Certos nutrientes, como monossacarídeos, aminoácidos, vitami-
A osmose representa a difusão de moléculas de água de um nas e nucleotídeos, são constituídos de moléculas hidrofílicas e,
compartimento para outro, sempre do local de menor concen- por isso, têm dificuldade em atravessar a membrana celular por
tração de soluto para aquele de maior concentração. A pressão difusão simples. Dessa forma, há nas membranas celulares tipos
exercida para o deslocamento da água através da membrana é de transportadores e canais que possibilitam a passagem desses
conhecida como pressão osmótica. componentes de um lado para o outro da membrana, a favor do
Quando se comparam soluções de concentrações diferentes, seu gradiente de concentração e/ou elétrico. Um exemplo clássi-
aquela que possui mais soluto e, portanto, exerce maior pressão os- co desse tipo de transporte é aquele exercido pelo transportador
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