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Direito Administrativo, 21 de outubro

Quando se trata de abordar um sistema administrativo, é importante saber os seus traços


gerais, principalmente o principio da separação de poderes.

Questões:

1. Relacione a questão dos sistemas administrativos com o principio da separação de


poderes.

Fundamentalmente existem dois tipos de sistemas, o francês e o britânico. A separação de


poderes envolve quatro poderes, o executivo e o jurisdicional são os mais importantes.
Perceber a forma como cada um destes poderes se relaciona e qua a sua origem histórica.

Inicialmente os poderes eram essencialmente três, o legislativo, o judicial e o executivo ou


administrativo. A quarta função é a política e governamental que ocorre no século XX com a
função de identificar os vários tipos de poder e repartir cada um deles por diferentes órgãos de
soberania.

Explicar a teoria dos sistemas administrativos, no que respeita à europa, a função deste
principio e identificar os traços característicos de cada tipo de sistema com base na história de
cada administração. Na europa os sistemas foram divididos em sistema administrativo de tipo
executivo (sistema regra na europa, com origem francesa), e o sistema de administração
judiciaria (de tipo britânico) a distinção assenta em dois tipos de poder que cada um defende,
sendo estes o poder executivo e judicial.

Quando ao sistema português, temos um direito administrativo enquanto direito especial, um


ramo de direito publico e fundamentalmente imperativo, tem como função legitimar,
fundamentar e limitar o poder, assim como conferir uma esfera de proteção politica aos
cidadãos. Uma das grandes áreas em que a união europeia tem produzido normas é a área da
contratação publica e do ambiente, sendo a contratação publica a parcela mais importante de
direito administrativo europeu. O que interessa na união europeia é garantir certos tipos de
contratos que na sua importância económica possam ser atribuídos a agentes económicos de
acordo com a sua finalidade.

No que respeita à União Europeia, temos dois fenómenos, o direito da união europeia,
imitindo regulamentos através do parlamento da união europeia, que acaba por ter valor
legislativo. Numa situação normal, uma diretiva tem um prazo, e nesse prazos são necessários
atos normativos para garantir a transposição da diretiva; alem disto, existe outro fenómeno
que tem a ver com o facto de os estados se observarem uns aos outros, sendo assim um
fenómeno de harmonização de direito em decorrência das relações que cada estado possui
entre si. Assim, o direito administrativo europeu acaba por ser o resultado da convergência do
direito administrativo aplicado o âmbito da União Europeia.

2. Existe ou não uma hierarquia entre o direito administrativo europeu e os direitos


administrativos nacionais? Se sim, em que termos.

Sim, existe um direito administrativo europeu que é essencialmente resultado normativo de


órgãos da união europeia e é essencialmente de natureza jurisprudencial, sobrepondo-se, em
principio, ao direito nacional, portanto, na maior parte dos estados da união europeia, temos
direito administrativo nacional e europeu. Artigo 8º da Constituição da Republica Portuguesa:

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o direito da União Europeia está acima do direito nacional desde que garanta os princípios e
não viole o exposto da constituição do país. As normas (por exemplo, a declaração universal
dos direito do homem) de direito internacional, fazem parte integrante do direito português e
vinculam a comunidade portuguesa. O número 4º deste artigo seria o aplicável a esta questão.
O direito produzido pela União Europeia é também direito administrativo aplicado em
Portugal, ou seja, o nosso direito administrativo é fundamentalmente resultado o direito
administrativo nacional e daquele produzido pela União Europeia. Os tratados da União
Europeia têm um valor superior à nossa Constituição, sobrepondo-se assim às constituições
dos estados membros. Já o direito derivado, há quem afirma que este é supra constitucional,
ou seja, é superior à nossa constituição. O direito derivado da União Europeia sobrepõe-se ao
direto infraconstitucional de Portugal.

CASOS PRÁTICOS:

Suponha que existe um contrato administrativo (concessão, por exemplo) entre a


empresa A (privada) e o município do porto (autarquia local) o município alega que a
empresa A não cumpriu as suas obrigações e está a violar de forma grave as clausulas do
contrato, e perante este incumprimento, decide cessar unilateralmente esse mesmo
contrato. Nesta situação temos um contrato de direito administrativo com duas partes,
uma publica e um privado, acontece que o privado não cumpriu o contrato. Identifica qual
o tema aqui tratado.

 Há uma situação de facto, que é o incumprimento, e há um problema quanto ao


direito a definir, uma vez que existe uma parte privada e uma publica. O
incumprimento contratual deve ser sancionado, neste caso a sanção foi o fim do
contrato através de um ato administrativo (sancionatório de resolução unilateral
de um contrato). Artigos 268º da Constituição e 121º do CPA.

A PSP consta que um bar esta a funcionar fora de horas e por esse motivo manda encerrar
o estabelecimento tomando essa decisão sem a audiência prévia (art. 121 CPA) os
interessados.

 A PSP que é uma figura de autoridade, identifica o ato e classifica a situação de


facto, exercendo assim a sua autotutela declarativa.
 Principio da participação dos administrados: principio de direito constitucional
nos termos do qual os administrados tem o direito de intervir nos procedimentos
que lhes digam diretamente respeito. Posto isto, a PSP não poderia tomar tal
decisão sem ouvir os proprietários. Os atos administrativos desfavoráveis noa
podem então ser tomados sem que o destinatário dessas decisões sejam
previamente ouvidos. Uma vez tomada a decisão, essa decisão deve ser
fundamentada com base numa situação de facto e nas normas que são
respetivamente aplicáveis.

Uma autoridade de saúde, constatando um surto pandémico num determinado lar,


decidiu impor a instalação de uma aplicação em cada utente do lar numa situação em que
a lei não o permite e sem qualquer fundamentação.

 Aqui temos dois problemas: a ausência de base legal e a decisão tomada sem
fundamentação. No que respeita à primeira, segundo o principio da legalidade, a

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administração só pode fazer aquilo que a lei permite, logo a administração publica
não poderia cometer tal ato, assim, esta é uma decisão inválida; em segundo
lugar, uma decisão desta natureza, carece de fundamentação, tal como apresenta
o artigo 268º n.3 da Constituição. O regime da fundamentação do ato esta nos
artigos 151º até ao 154º do CPA, assim, a fundamentação serve para
complementar o ato. A conclusão é que a Administração Publica pode atuar com
autoridade desde que o faça de modo ao que a lei autoriza e justificadamente.

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