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Dissertacao Mestrado SAMBO 17MAR23 CORRIGIDO
Dissertacao Mestrado SAMBO 17MAR23 CORRIGIDO
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
O Candidato O Supervisor
.......................................... .......................................
ii
iii
1
DECLARARAÇÃO DE HONRA
Declaro, por minha honra, que este Projecto aplicado nunca foi apresentado na sua essência,
para obtenção de qualquer grau, e que ele constitui o resultado da minha investigação, estando no
texto e na bibliografia as fontes usadas.
O autor
_____________________________________
(nome)
Maputo, de 2023
i
DEDICATÓRIA
Em memória do Prof. Doutor Francisco Manjate, o meu primeiro Orientador Científico, deste
trabalho, junto trabalhamos no Plano do Projecto Aplicado.
O sucesso deste trabalho não teria sido atingido se não tivesse pessoas capazes de nos ajudar a
construir este projecto.
Descanse em paz meu eterno Orientador Cientifico Prof. Doutor Francisco Manjate.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida, saúde, protecção e por ser a base das minhas
conquistas.
Aos meus pais, Orlando Uetela e Hortência Narciso, por cuidarem de mim desde a nascença até
me tornar o que sou hoje.
À Minha esposa, Madalena Paiva T. Sambo, por acreditar em minhas escolhas, apoiando-me
eesforçando junto a mim, para que junto pudessos vencerr todas as adversidades da vida.
Ao Prof Doutor Hachimo Chagane, pela dedicação em suas orientações prestadas na elaboração
deste trabalho, incentivando-me e colaborando no desenvolvimento das minhas ideias.
Enfim, agradeço a todas pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva da minha vida.
iii
ÍNDICES DE QUADROS
iv
ÍNDICES DE GRÁFICOS E TABELAS
v
ÍNDICES DE FIGURAS
vi
ABREVIATURAS E SIGLAS
AT- Autoridade Tributária de Moçambique
vii
RESUMO
O presente trabalho tem como título: Práticas de socialização e o seu impacto na integração
dos funcionários em mobilidade na Autoridade Tributária de Moçambique (AT) no ano
2022.
Com este estudo, pretendeu-se analisar as práticas de socialização e o seu impacto na integração
dos funcionários em mobilidade na Autoridade Tributária de Moçambique (AT). À medida que o
funcionário passa a ser inserido em uma nova realidade profissional, ele está sujeito a algumas
variáveis de adaptação que podem afetar diretamente o seu rendimento. Identificando isto, as
empresas passaram a se preocupar com a maneira de receber esses novos membros, já que a
forma como ele é conduzido tem relação direta como o sucesso do seu desempenho e
produtividade na organização. O enfoque central deste estudo consiste em identificar as
características de um programa das práticas de socialização e o seu impacto de integração
funcionários em mobilidade, bem como os fundamentos em que ele se baseia. A socialização
organizacional tem testemunhado ao longo dos anos desenvolvimentos muito interessantes, com
implicações práticas para gestores de Recursos Humanos, Gestores de Projetos e responsáveis de
processos de socialização. O processo de integração além de trazer benefícios para os novos
colaboradores, uma vez que eles passam a se sentir como parte da equipe, é vantajoso também
para a organização, pois o indivíduo que sabe o que a empresa espera dele tem mais
possibilidades de atender as suas necessidades.
viii
ABSTRACT
This work focuses on the analyse of socialization practices and its impact in integration of
workers or labor in mobility to Mozambique revenue Authority in 2022.
To achieve high level of economic efficiency, make full utilization of economic resources and
increase rate of economic development, grater mobility of labor is desirable.
Mobility of labor refers to the ability and capacity of labor to change over to new job, new
position or shift to a different place of work. Mobility of labor is of five kinds: Geographical
mobility, horizontal mobility, social mobility, occupational mobility and vertical mobility.
In this work we will be dealing with Occupacional mobilit, which is the capacity of labors to
change the area or career to find an employment with better salary ou wages.
Mozambique Revenue Authority has made a labor mobility of 500 workers from another area.
The objective is to analyse from the human resource, the impact of the process of socialization
and integration of the new workers from occupacional mobility.
ix
x
Índice
DECLARARAÇÃO DE HONRA....................................................................................................i
DEDICATÓRIA..............................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS...................................................................................................................iii
ÍNDICES DE QUADROS..............................................................................................................iv
ÍNDICES DE FIGURAS................................................................................................................vi
ABREVIATURAS E SIGLAS......................................................................................................vii
RESUMO.....................................................................................................................................viii
ABSTRACT...................................................................................................................................ix
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................1
CAPITULO I...................................................................................................................................2
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA....................................................................................2
1.1. Justificativa..................................................................................................................................3
1.4. Objectivos....................................................................................................................................5
CAPITULO II..................................................................................................................................6
CAPITULO III...............................................................................................................................42
METODOLOGIA DE PESQUISA...............................................................................................42
3.1.Tipo de Pesquisa..............................................................................................................................42
CAPÍTULO IV..............................................................................................................................45
CONCLUSÃO E SUGESTÕES....................................................................................................55
5.1. Conclusão.......................................................................................................................................55
5.2. Sugestões........................................................................................................................................56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................57
APÊNDICE....................................................................................................................................59
ANEXOS.......................................................................................................................................60
INTRODUÇÃO
O processo de integração e de socialização de novos funcionários nas instituições públicas é um
grande desafio para a área de gestão de recursos humanos nas organizações, na sociedade
moderna.
Capítulo 3- Apresenta a metodologia usada para o alcance dos objetivos, destacando o tipo de
pesquisa adotada, a metodologia usada, a população em estudo, a amostra e o instrumento de
recolha de dados.
1
que poderão contribuir para boas práticas de socialização na integração dos funcionários em
mobilidade nas organizações.
CAPITULO I
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA
Neste capítulo iremos fazer uma breve contextualização sobre as práticas de socialização nas
organizações e o seu impacto na integração dos funcionários em mobilidade, o levantamento do
problema a sua justificação e traremos ainda as questões de pesquisa bem como os objectivos
que nos irão guiar ao longo da dissertação.
Estudos sobre socialização nas organizações têm sido cada vez mais frequentes. Borges e
Alburquerque (2014), porém, chamam a atenção para háa necessidade de aprofundamento sobre
a socialização organizacional no ambiente das instituições públicas Olivera at al. (2008).
Vejamos que nas instituições públicas o que se almeja é a melhoria na prestação dos serviços à
sociedade, assim como aumento de indicadores de eficácia, eficiência e efectividade Andrade e
Ramos (2015). Para que a instituição alcance o aumento desses indicadores é necessário que haja
engajamento e dedicação de seus colaboradores ao executarem suas tarefas. Logo, os aspectos
comportamentais como intenção de permanecer na instituição, satisfação no trabalho, motivação,
bem-estar e comprometimento estão associadas à questão da socialização do individuo (Feldman,
1976; Chow, 2002; Ashforth, Sluss & Saks, 2007; Bauer, Erdogan, Bodner, Truxillo & Tucker,
2007).
Acrescenta-se que a socialização organizacional, como prática de gestão de pessoas, visa ajustar
o indivíduo à sua nova realidade laboral. Em outras palavras, ao ser considerada como um
processo de aprendizagem que se efetiva toda vez que um indivíduo vivencia alterações em seu
papel ou função dentro da organização, implica o desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades, atitudes, assimilação da missão, visão e valores da nova organização (Van Maanen,
2012).
2
socialização de seus novos funcionários, numa instituição pública e, especialmente, numa
instituição de ensino. O foco específico numa instituição pública advém não só da ligação
profissional do autor, mas, igualmente, por estudos nesta área não abundarem.
1.1. Justificativa
A presente pesquisa tem como propósito central as práticas de socialização e o seu impacto na
integração dos funcionários em mobilidade na Autoridade Tributaria de Moçambique (AT) no no
2022.
3
A fundamentação de suporte à decisão citada assenta, primeiro, na percepção de que a cobrança
de impostos depende da planificação e melhores estratégias de gestão de recursos humanos,
garantindo-se a esta, formação, capacitação, integração (com intencionalidade), bem como a
socialização dos funcionários, tendo em vista o bom desempenho.
Diante deste quadro, uma pesquisa exploratória realizada pelo autor, no período de 2021 até ao
primeiro trimestre de 2022, tomando como caso de estudo a AT, consistindo na observação
sistemática do fenómeno organizacional, bem como na aplicação de um inquérito (por entrevista)
aos gestores de recursos humanos, revelou que os funcionários poderão enfrentar dificuldades,
dado o regime do trabalho, tratando- se de uma instituição com uma das suas grandes direcções,
de carácter paramilitar, podendo influenciar negativamente o desempenho dos funcionários.
Outros sim, o carácter paramilitar dos funcionários afectos à Direcção Geral das Alfândegas (já
citado), as limitações físicas, emocionais ou comportamentais do dia-a-dia, a não-aceitação da
colaboração dos outros, os planos de acção, bem como a rejeição do coaching training, este
como mecanismo de transmissão de conhecimento e monitoria do desempenho, ampliam as
potenciais dificuldades de integração no processo produtivo.
O quadro situacional retro referido suscita a seguinte pergunta a investigar: até que ponto a
socialização dos funcionários em mobilidade facilita a sua integração no processo produtivo
na Autoridade Tributária?
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1.3. Questões de investigação
As questões orientadoras da investigação são as seguintes:
1.4. Objectivos
Os objectivos prosseguidos são:
1.4.1. Geral
Analisar as práticas de socialização e o seu impacto na integração dos funcionários em
mobilidade na Autoridade Tributária de Moçambique no ano de 2022.
1.4.2. Específicos
Caracterizar os participantes do estudo;
Descrever o processo de provimento de vagas na AT por via de mobilidade;
Identificar as práticas de socialização dos funcionários na AT integrados por mobilidade;
Avaliar o impacto das práticas de socialização na integração dos funcionários na AT.
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CAPITULO II
REVISÃO DA LITERATURA E O QUADRO TEÓRICO
As empresas, para se manterem ativas no mercado atual têm que ser profissionalizadas,
descentralizadas, modernas e humanas, fatores estes, essenciais para o sucesso de uma
organização. É necessário, ainda, que o capital humano dessas organizações seja motivado e
treinado a desenvolver suas capacidades criativa e intelectual. Assim, a organização estará
potencializando o máximo de seu capital humano no seu desenvolvimento contínuo e eficaz, com
o objetivo principal de uma maior produtividade e rapidez no cumprimento de suas metas.
Conforme Chiavenato (1999), com a globalização da economia e o mundo cada vez mais
competitivo, a tendência que se nota nas organizações bem sucedidas não é mais de administrar
recursos humanos, nem mais administrar as pessoas, mas, sobretudo administrar com as pessoas,
sendo esse processo chamado “Gestão de Pessoas”.
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organizacionais, com o nome “Relações Industriais”, objetivando mediar as organizações e as
pessoas e diminuir conflitos entre os objetivos industriais e pessoais. Por volta de 1950, foi se
ampliando, e foi denominada como “Administração de Pessoal”, somando aos objetivos
administrar as pessoas com base na legislação trabalhista vigente.
Em um período posterior, Gil (2008) afirma que se verificou um notável aumento de poder dos
sindicatos de trabalhadores, o que determina mais uma vez mudanças significativas na
administração de pessoal. Em função desta nova força, as empresas passam a se preocupar mais
com as condições de trabalho e benefícios aos empregados, bem como se torna necessária a
negociação com as entidades que representavam os trabalhadores. Surge, então, o departamento
de “Relações Industriais”, a partir deste fortalecimento das organizações sindicais. Em um
próximo momento se começa a utilizar o termo “Administração de
Por fim, surge o termo “Gestão de Pessoas”, a partir de novas concepções sobre o papel dos
indivíduos nas organizações e sérias críticas em relação à forma que se desenvolvia a
“Administração de Recursos Humanos”, bem como a sua nomenclatura.
De acordo com Gil (2008), a crítica era chamar as pessoas de “recursos”, uma vez que os críticos
na época propunham que as pessoas deveriam ser consideradas parceiras, fornecedoras de
conhecimentos, habilidades, capacidades, inteligência, e não patrimônios da organização. Gil
(2008) afirma que algumas organizações já traziam a tendência em reconhecer o empregado
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como parceiro, assim como os fornecedores, acionistas, clientes. Chiavenato (1999) chama
atenção para o fato de que a área de Gestão de Pessoas é que permeia a participação e inclusão
dos funcionários no alcance dos objetivos organizacionais, uma vez que eles são capazes de
ampliar ou limitar as fraquezas e as forças de uma organização, e por isso não são meros
“recursos”.
Segundo Chiavenato (1999), as pessoas passam a maior parte do seu tempo dentro das
organizações, e delas dependem para atingir seus objetivos individuais e pessoais, crescer na
vida e ser bem sucedidas. E as organizações dependem diretamente das pessoas para
funcionarem, produzirem e competirem, para assim atingir seus objetivos estratégicos. Existem
interdependência e benefícios para ambas as partes. “Se as organizações querem atingir seus
objetivos da melhor maneira possível, elas precisam saber canalizar os esforços das pessoas para
que também atinjam os seus objetivos individuais, e que ambas as partes saiam ganhando.”
(Chiavenato, 1999, p.5)
Mas o que faz, efetivamente, a área de Gestão de Pessoas? Chiavenato (1999) e Gil (2008)
propõem a seguinte configuração: análise e descrição de cargos, desenho de cargos, recrutamento
e seleção de pessoal, admissão de candidatos selecionados, orientação e integração de novos
funcionários, administração de cargos e salários, incentivos salariais e benefícios sociais,
avaliação do desempenho dos funcionários, comunicação aos funcionários, treinamento e
desenvolvimento de pessoal.
Porém, além de todas as atividades e papeis dos profissionais da área de Gestão de Pessoas, um
dos principais seria, analisando o cenário da “economia do conhecimento”, reconhecer e reter
talentos. Segundo Blecher (2001 apud Gil, 2008, p.28), sem o talento, nada mais se consegue em
uma organização (capital, estratégia, produtos inovadores). O autor aponta uma pesquisa
realizada pela McKinsey, maior consultoria mundial em gestão, chamada de Guerra do Talento:
atrair e segurar talentos são, desde já, os principais desafios das empresas nos próximos dez anos,
e a maior vantagem competitiva com que uma organização poderá contar no próximo milênio. A
valorização de pessoas acontece a partir da evolução na complexidade da economia, o que está
gerando demanda por mão de obra diferenciada. Além disso, hoje, o tempo de uma pessoa em
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uma empresa é muito menor do que já foi, de forma que um executivo não mais planeja a sua
carreira em uma só empresa.
Hoje, enfatiza Gil (2008), uma nova forma de gestão de recursos humanos vem evoluindo com
diversas nomenclaturas diferentes: Recursos Humanos, Gestão de Pessoas, Gestão de Talentos,
Gestão de Parceiros, Gestão do Capital Humano, Gestão do Capital Intelectual. O autor, ao falar
no futuro da área, expõe que esta previsão não é fácil, e que alguns profissionais indagam se não
está próximo do fim da administração de recursos humanos. Gil (2008) entende que isso é pouco
provável, e só poderia ocorrer caso todas as outras áreas da administração acabassem, uma vez
que todos os outros recursos existentes em uma empresa são administrados pelas pessoas, pelos
recursos humanos.
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A partir da visão dos autores, percebe-se a enorme evolução que a área de Gestão de Pessoas
veio e vem sofrendo com o passar do tempo, o que pode ser diretamente relacionado ao fato de
as pessoas, hoje, serem consideradas os principais ativos de uma organização - fato que lança
novos desafios para a área e a torna estratégica na contribuição para o conhecimento e
aprendizagem organizacional, mapeamento de talentos, desenvolvimento de pessoas etc.
Porém, Chiavenato (2002) chama atenção para o fato de que a atuação da área de Gestão de
Pessoas, em todos os sentidos, sempre vai depender da cultura existente na organização, se for
uma área que se posiciona estrategicamente. Logo: A Administração de Recursos Humanos é
uma área extremamente sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Por isso, ela é
contingencial e situacional. Depende da cultura que existe em cada organização. Depende
também da estrutura organizacional adotada. Mais ainda, depende também das características do
contexto ambiental, do negócio da organização, das características internas, das suas funções e
processos de um sem-número de outras variáveis importantes. (Chiavenato, 2002, p.15) Selma
Paschini (2006) ratifica a visão de Chiavenato (2002) e acrescenta que “o objeto da ação de RH é
o gerenciamento da cultura organizacional” (Paschini, 2006, p.68), uma vez que sua clara
compreensão, sua formação, seu diagnóstico, seu processo de mudança, sua relação com a
estratégia do negócio, segundo a autora, possibilitam que o RH alinhe suas políticas e ações à
organização, desenvolvendo programas consistentes, evitando a perda de tempo e recurso com
projetos não adaptáveis e assimiláveis à cultura organizacional. A autora diz, ainda, que “o setor
de recursos humanos é um grande gestor de artefatos culturais” (Paschini, 2006, p.70), uma vez
que é a área que tem responsabilidade em pensar no conjunto de artefatos culturais que vão
legitimar os valores organizacionais, o que confere à área um caráter estratégico.
Nesse sentido, sendo a cultura organizacional de extrema importância para atuação efetiva de
Recursos Humanos e Comunicação, a seguir será discorrido sobre o tema, que não pode deixar
de ser considerado quando se fala em pessoas e organizações.
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organização. Daí a expressão: “sistema compartilhado de valores”. Para o autor, são diversas as
funções da cultura: criar distinções entre uma organização e outras; proporcionar senso de
identidade aos membros da organização; facilitar o comprometimento com algo maior do que os
interesses individuais; estimular a estabilidade do sistema social organizacional; e, finalmente,
servir como sinalizador de sentido e mecanismo de controle que orienta e dá forma às atitudes e
comportamentos dos funcionários.
Para Freitas (2000), uma das funções que a cultura numa organização procura exercer é
conseguir a adesão, o consentimento, ou seja, a co-participação de indivíduos e grupos. “Neste
sentido, a organização oferece um sistema de crenças e valores, um ideal de vida, a possibilidade
concreta de realizar alguns desejos, uma maneira de viver relativamente coerente, e tudo isso
responde às necessidades profundas que todo ser humano traz em si”. A autora afirma que a
cultura organizacional propõe a reconciliação ilusória do sujeito frágil e carente de amor com a
organização forte e todo-poderosa, que pode satisfazê-lo. Chiavenato (1999) apresenta a cultura
organizacional ou cultura corporativa como o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos
através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da
organização. O que constitui, em sua opinião, o modo institucionalizado de pensar e agir que
existe na organização. O autor, explica que as pessoas aprendem a cultura organizacional de
várias formas, dentre elas é possível citar:
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no fundo, é a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos
objetivos da organização.
Para ela, é essencial para o pesquisador interessado em investigar o universo cultural de uma
organização, analisar, dentre outros itens, o teor e o processo de socialização dos novos
membros.
Cabe, portanto, à socialização organizacional propagar essa ideologia, esse ideal de vida, esses
valores organizacionais, ao buscar a adesão a tais valores da empresa. Daí se afirmar que o
processo de socialização, processo de integração ou qualquer outro nome que se dê à
socialização organizacional, é um elemento simbólico da cultura organizacional e é usado para
definir se o entrante tem ou não o perfil da organização, se ele se insere ou não em seus
parâmetros e se, finalmente, ele passará a ser divulgador e propagador da cultura organizacional,
ao identificar-se totalmente com ela.
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Mobilidade Ocupacional do trabalho: refere se à capacidade dos trabalhadores de mudar de
área a fim de encontrar um emprego remunerado e ou atender as necessidades de trabalho
(Toledo e Millione, 1986)
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ao negócio, por isso à integração não deve ser restrita somente no sector em que a pessoa irá
actuar, é importante conhecer os outros departamentos da organização para que o recém-
admitido não se sinta desconfortável e até mesmo bloqueado em algumas situações.
O treinamento de integração tem por objectivo sanar as carências e a falta de informações sobre
os serviços realizados na organização facilitando a socialização do novo colaborador na empresa.
Oliveira e Eccel (2011) afirmam que a integração organizacional reduz os anseios do novo
empregado frente à empresa a qual desenvolverá as suas actividades.
Em suas visões, é necessário que seja apresentado ao novo colaborador o histórico, ramo de
actividade da empresa, como está estruturada as políticas que orientam o funcionamento da
organização, entre outras informações. O processo informal de integração do novo colaborador
acontece no quotidiano do trabalho, ou seja, após a sua alocação em seu sector, por conseguinte
o novato tende a escolher um colega para ajudá-lo em sua socialização na empresa.
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Sendo assim, se não houver um acompanhamento por parte da organização sobre este processo, a
pessoa escolhida pode ser tanto um exemplo do que a instituição espera como também alguém
que passe as suas impressões equivocadas sobre as actividades e a empresa (Oliveira & Eccel,
2011).
Os autores também alertam que por descuido, indiferença, competitividade ou inveja os novatos
podem acabar “atirados à arena”. Deficiências na integração podem fazer com que acabem
ignorados, hostilizados ou até descartados, o que conduz a demissões e rotatividade. Segundo
Fleury (2007) é através das estratégias de integração do indivíduo à organização que os valores e
comportamento vão sendo repassados e incorporados ou não pelos novos membros. Através da
integração a empresa busca a adaptação do comportamento do indivíduo às suas necessidades e
objectivos, buscando melhor relacionamento entre o novo colaborador e a empresa.
Torna-se necessário preparar os profissionais contratados para que possam, no menor período de
tempo possível, começar a dar o retorno que deles se espera. Uma vez integrado à estrutura, é
preciso avaliá-los, de forma a identificar suas potencialidades e definir como elas podem ser
aplicadas em benefício da empresa e dos indivíduos.
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empresas utilizam esta prática através de vídeos, apresentação on-line, reuniões com
representantes e várias áreas para dinamizar o processo.
O processo de integração para funcionários mais antigos é feito de forma que venha motivar o
funcionário através de cafés da manhã, festas de fim de ano, Premiações, reuniões para trocas de
informações, seminários, ginásticas laborais, Palestras e dinâmicas. Segundo Chiavenato (2004),
dentre as vantagens deste processo, podemos citar:
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Toda organização precisa de uma metodologia e de estratégias para a integração de novos
colaboradores. A assimilação adequada de um colaborador facilita o seu relacionamento com as
várias áreas da organização, o entendimento dos produtos e serviços oferecidos o motiva para o
desempenho e o sucesso pessoal, da equipe e da empresa.
A maioria das empresas adopta programas de Orientação de Novos Funcionários, para o repasse
de informações, que podem abranger desde orientações sobre instalações, localização de
equipamentos, locais de livre acesso ou acesso restrito, áreas comuns, até políticas de
administração de pessoal, contrato de trabalho e outras regulamentações. Esse formato visa
informar, mais do que integrar. Um Programa de Integração envolve muito mais do que o mero
repasse de informações.
Cabe ressaltar, que esse é o momento ideal para repassar direitos (benefícios e possibilidades de
crescimento profissional) e informar sobre deveres, principalmente pelo fato do novo funcionário
estar entusiasmado com essa nova etapa de sua vida profissional, o que propicia um campo fértil
ao incentivo pela busca do conhecimento, pelo engajamento nas novas funções e pela oferta de
novas ideias e Sugestões.
Com vistas a propiciar qualidade no repasse das informações, torna-se interessante fornecer
material de acompanhamento e estudo a todos os colaboradores, seja através de apostila, seja
através de manual do funcionário. Em um segundo momento, no treinamento Introdutório são
repassadas as informações técnicas necessárias ao desempenho da nova função. Vale lembrar
que em alguns ramos de actividade, principalmente naqueles onde o trabalhador possui algum
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risco à sua saúde (actividades consideradas insalubres ou de periculosidade), se torna essa etapa
do treinamento obrigatória.
A organização procura fazer com que as pessoas se adaptem às regras e regulamentos internos,
fazendo com que o recém-chegado se sensibilize e incorpore os valores, normas e padrões de
compromisso com a empresa que considera imprescindíveis para o seu bom desempenho. Que
quase sempre envolve os seguintes factores: direitos e deveres, objectivos da organização, as
regras ou princípios que asseguram a manutenção da identidade e da integridade da organização,
produtos e serviços produzidos pela organização.
Para Chiavenato (1999), os programas de orientação às pessoas atendem a vários propósitos, tais
como: enviar mensagens claras e proporcionar informação a respeito da cultura da organização,
do cargo a ser ocupado e das expectativas em relação ao trabalho.
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Dá-se o nome de socialização organizacional à maneira como a organização recebe os novos
funcionários e os integra à sua cultura, ao seu contexto e ao seu sistema para que eles possam
comportar-se de maneira adequada às expectativas da organização. O novo participante deve
renunciar a um certo grau de sua liberdade de acção para poder ingressar na organização e seguir
os seus preceitos internos. A organização procura induzir a adaptação do comportamento do
indivíduo às suas expectativas e necessidades. Enquanto isso, o novo participante procura
influenciar a organização e o seu gerente superior para criar uma situação de trabalho que lhe
proporcione satisfação e o alcance de seus objectivos pessoais.
Trata-se de um processo de quatro mãos em que cada uma das partes tenta influenciar e adaptar a
outra aos seus propósitos e conveniências: de um lado a socialização e, de outro, a
personalização (Chiavenato, 1999:151) Chiavenato afirma que a socialização organizacional
constitui o esquema de recepção e de boas vindas aos novos participantes. E acredita que a
socialização representa uma etapa de iniciação particularmente importante para moldar um bom
relacionamento a longo prazo entre o indivíduo e a organização. Mas, além disso, ela funciona
como elemento de fixação e manutenção da cultura organizacional.
Robbins (ANO???), baseado em Schein, Van Maanen e Feldman (ANO???), afirma que a
socialização pode ser conceituada como um processo formado de três estágios: pré-chegada,
encontro e metamorfose. O primeiro estágio se refere a todo o aprendizado ocorrido antes que o
novo membro se junte à organização. No segundo estágio, o novo funcionário vê o que a
empresa é de verdade, e confronta a possibilidade de que as expectativas e a realidade possam
divergir. No terceiro estágio, as mudanças relativamente duradouras acontecem.
O novo funcionário domina as habilidades necessárias para seu trabalho, desempenha com
sucesso seus papéis e faz os ajustes devidos para se adaptar aos valores e às normas de seu
grupo. Esse processo de três estágios tem um impacto sobre a produtividade do funcionário, sem
comprometimento com a organização e sua decisão final em permanecer no emprego (Robbins,
2002:511)
Ele continua afirmando que o processo de socialização está completo quando o novo membro se
sente totalmente confortável com seu trabalho e com a organização. Ele terá introjetado as
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normas da organização e de seu grupo de trabalho, compreendendo-as e aceitando-as. Ele se
sentirá aceito por seus companheiros como valioso e confiável, sentir-se-á seguro de poder
realizar seu trabalho com sucesso e compreenderá o sistema não apenas no que diz respeito a
suas tarefas, mas também a todas as regras, procedimentos e práticas aceitos informalmente.
E, finalmente, ele já saberá como será avaliado, quais os critérios que serão utilizados para medir
e julgar seu trabalho. Para o autor, a maneira como os funcionários serão socializados dependerá
tanto do sucesso obtido no processo de selecção, em relação à adequação entre os valores dos
recém-chegados com os da organização, como da preferência dos dirigentes quanto aos métodos
de socialização. Bowditch e Buono (1992) caracterizam a socialização organizacional como um
processo de três fases, que correspondem em grande parte aos estágios apresentados por
Robbins:
Primeira fase é a socialização antecipada, na qual a pessoa deve receber uma visão
realista das metas e expectativas organizacionais. Eles afirmam que, durante essa fase, os
recém-admitidos podem avaliar, mesmo que por alto, a extensão da congruência entre os
seus próprios valores e necessidades da organização.
Segunda fase, o encontro organizacional ou grupal, o indivíduo é confrontado com a
necessidade de equilibrar diversas exigências pessoais e relacionadas ao trabalho, que
podem conflituar entre si enquanto, simultaneamente, ele está aprendendo novas tarefas,
esclarecendo expectativas do seu papel e travando conhecimento com seus colegas. Nessa
fase as pessoas deverão aprender a importância relativa e a alocação de tempo apropriada
para as tarefas que lhes foram designadas. É nesse momento que as expectativas de como
seria o trabalho são comparadas com a realidade da situação.
Por último, a terceira fase de aquisição das normas e valores do grupo, que é quando a
socialização organizacional se completa. Nessa fase os recém chegados já serão capazes
de conciliar as exigências conflitantes de seus papéis, de dominar suficientemente suas
tarefas e de se ajustar às normas e valores do grupo. Bowditch e Buono concluem
dizendo que se tem constatado que a socialização bem feita, ou seja, aquela que obtém
seu objectivo principal, que é fazer com que o indivíduo se sinta parte integrante da
organização, também contribui para sua produtividade, assim como para o seu
compromisso para com o grupo ou a organização.
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Concorda-se com o autor ao considerar que a socialização organizacional deve, realmente,
começar com a selecção criteriosa e ir bem além de simplesmente apresentar o indivíduo à
organização. Ela deve acompanhá-lo até que ele se integre totalmente à organização e, como
Robbins (2002) afirma, a organização continuará socializando seus funcionários durante toda a
sua carreira na empresa, embora de maneira menos explícita. Essa manutenção, acredita ele,
contribui para a sustentação da cultura organizacional.
Para o departamento responsável, este processo cria uma maior uniformidade comportamental
entre os seus membros, desenvolvendo uma base para o entendimento, colaboração e a redução
de conflito. Trata-se de uma estratégia essencial no processo de constituição do sujeito
organizacional (Gontijo, 2008). O processo de socialização é também a ferramenta chave para
inserir a cultura da organização no trabalho dos funcionários. ~
Deve ser ajustada a cada mudança organizacional, preservando o pensamento cultural dos seus
criadores. Este processo de socialização é aplicado aos novos funcionários através de algumas
estratégias que foram sistematizadas por Van Maanen (1996), e complementadas por Pascale
(1985) através de etapas conceituadas.
Este é um processo que ocorre durante toda a interação do indivíduo com a organização,
implicando também renúncia a certas atitudes, valores e comportamentos. Uma vez que é
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necessária a integração do indivíduo com os princípios e ambiente organizacional para que este
possa contribuir com suas habilidades e competências para o seu sucesso profissional e,
consequentemente, para o sucesso da organização, justifica-se a importância de identificar as
estratégias que podem resultar na adequação mútua entre colaboradores e organização,
ampliando as probabilidades de desenvolvimento, crescimento e sucesso, tanto da empresa
quanto dos funcionários.
Chiavenato (1999) define a socialização organizacional como a maneira pela qual a organização
procura marcar no novo membro o modo como este deve pensar e agir, de acordo com os
princípios e crenças da organização. A definição de Chiavenato é extremamente abrangente em
termos de diversidade organizacional mas, por outro lado, limita o conceito aos que olham para
as organizações como um espectro global e vasto, onde os colaboradores são unidades que
integram o seu mosaico cultural, assimilando o desígnio de «socialização» como instrumento
facilitador da apreensão das orientações e objetivos organizacionais. Também segundo Mosquera
(2000) o processo de socialização é frequentemente identificado como um processo de
aprendizagem, no qual cabe à organização o papel pedagógico.
Enquanto seres humanos estamos em constante processo de aprendizagem desde que nascemos e
quando nos iniciamos numa nova organização este processo não é uma excepção. O novo
colaborador, além de aprender, é portador de um potencial que lhe é característico e único,
podendo mesmo em alguns casos, na continuação dos seus objectivos organizacionais,
acrescentar mais à organização do que desta receber no seu processo de socialização. Como tal,
crê-se existir uma aprendizagem mútua, especialmente em ambientes instáveis ou de constante
mudança, onde as verdades de hoje podem não sê-lo amanhã.
Para que um indivíduo recém-chegado a uma organização tenha capacidade para desempenhar as
suas funções futuras da forma como os superiores hierárquicos da sua organização pretendem, é
necessária uma preparação por parte da empresa. Por norma, os membros mais experientes
servem como exemplo no ambiente de trabalho e fonte de aprendizagem para os mais jovens
recentemente chegados à organização.
22
Quando um novo funcionário chega a uma empresa, é exposto às rotinas que normalmente
acontecem na organização, aprende as bases, conhece os funcionários mais antigos e aprende
sobre a empresa e sobre as tarefas que irá desempenhar. Esta sucessão de acontecimentos faz
parte do processo de socialização (Fogarty, (2001)1. Socialização organizacional é definida por
Van Maanen (1978) como a maneira pela qual membros de uma organização estruturam as
experiências iniciais da aprendizagem destinada ao indivíduo que irá assumir uma nova posição
organizacional, status ou papel, dentro da organização. Tal conhecimento, segundo Menguc et al.
(2007), não é relacionado nem se destina apenas às tarefas que aquele indivíduo irá
desempenhar, mas também a comportamentos e atitudes do papel que ele irá assumir na empresa.
Mesmo sendo a socialização uma forma de ensinar comportamentos e atitudes desejadas,
Feldman (1981) acredita que não é seu papel produzir conformidade. O processo pretende evitar
que o comportamento do sujeito seja extremo e muito fora daquilo que é comum acontecer nas
organizações. Não se pretende, necessariamente, criar um exemplo de comportamento e atitudes,
e sim evitar um desvio muito grande em relação ao que se pratica regularmente. Em 1976,
Feldman afirmava que o processo de socialização era marcado por três acontecimentos: Em
primeiro lugar, a assimilação da cultura e dos valores organizacionais; de seguida, o ajuste ao
grupo de trabalho e às normas do grupo, isto é, ao ambiente organizacional; e, por fim, o
desenvolvimento de habilidades necessárias para o trabalho (Feldman, 1976). Num outro artigo
publicado pelo mesmo autor foram incluídos outros dois acontecimentos no processo de
socialização: a aquisição de um conjunto de comportamentos sociais; e a preparação para futuros
papéis dentro da organização ou ao longo da carreira (Feldman, 1981). Os indivíduos podem
aprender o que deve ser feito na sua nova função através do estudo das futuras tarefas, mas
também, principalmente, através das interações sociais. Do ponto de vista de Van Maanen
(1978), tal aprendizagem não ocorre num vácuo social, pois as pessoas dentro da organização,
como colegas, superiores, subordinados, por exemplo, podem dar suporte, guiar ou mesmo
confundir um indivíduo que está a aprender uma nova função. Eles ajudam-no a interpretar os
eventos que vivencia e a compreender as respostas que a organização dele espera. Feldman
1
Timothy J. Fogarty - Publicou mais de duas centenas de artigos sobre uma ampla variedade de tópicos, em revistas
académicas e jornais. Os seus interesses de pesquisa incluem contabilidade, sociologia das organizações
empresariais, e a regulamentação dos profissionais. Faz parte do conselho editorial de mais de vinte revistas,
incluindo várias fora dos EUA. Exerceu vários cargos a nível nacional para a Associação Americana de
Contabilidade, incluindo o presidente da Seção de Interesse do Público, Presidente da Secção Contabilidade,
Comportamento e Organizações e Presidente da Secção de Ensino e Currículos.
23
(1981) considera o grupo de trabalho como um importante mediador do processo de socialização.
Processo esse que envolve indivíduos e a organização, cada um com suas expectativas sobre o
outro. O contacto entre os dois promove uma mudança de tais expectativas e dos
comportamentos, através da observação do comportamento do outro. Para Van Maanen (1978), a
partir do momento em que um indivíduo entre numa organização irá ocorrer um processo de
socialização. No entanto, a organização pode fazer dessa situação um processo planeado e
desenhado pela mesma, ou pode deixar que o processo se estruture no dia-a-dia do novo
empregado, através da sua interação com os membros mais antigos. A empresa utiliza estratégias
de socialização, sejam elas previamente planeadas ou não. Sendo assim, para que ocorra a
socialização não é determinante que os membros mais antigos da organização ou os integrantes
da área de recursos humanos tenham pensado anteriormente em como integrar o funcionário na
sua nova função. Contudo, Garavan e Morley (1997) afirmam que há vantagens para a empresa
que conduz programas de orientação formal com os recém-chegados, pois, eles promovem um
sentimento de pertença e de valor próprio do novo funcionário dentro da organização. Cabe
lembrar que o processo de socialização não é restrito aos recém-chegados à organização. Pode
ocorrer noutras circunstâncias que não a entrada de um novo indivíduo na empresa. Algumas
técnicas de socialização podem ser utilizadas quando um funcionário muda o seu local físico de
trabalho, ou cargo. Além disso, Van Maanen (1978) alerta para o facto de que o processo de
socialização pode trazer resultados diferentes para cada indivíduo, pois, os recém-chegados
adquirem os conhecimentos e habilidades necessários para assumir um trabalho dentro de uma
organização através de formas diferentes. Isso pode ser uma consequência da utilização de
diferentes técnicas e estratégias de socialização, mas também pode ser resultado das diferenças
existentes na forma de cada pessoa interpretar as suas experiências iniciais no trabalho. Van
Maanen (1978) afirma que cada recém-chegado constrói uma lente baseada em crenças,
princípios e entendimentos, através da qual interpreta as ações observadas na organização,
dando-lhe uma visão ordenada da empresa. Menguc et al. (2007) explica que a socialização pode
dividir-se em três linhas de pensamento. A primeira abordagem acredita que a organização tem o
papel de iniciar, estruturar e implementar programas de treino e desenvolvimento para que o
recémchegado aprenda os conhecimentos e habilidades necessários, relacionados com a tarefa
que terá de desempenhar. A segunda abordagem acrescenta importância de se relacionar o treino
estruturado pela empresa com a realidade do ambiente externo. Sendo assim, além dos
24
conhecimentos relacionados com o trabalho, o indivíduo também aprenderia habilidades de
adaptação, resolução de problemas e orientação para promover uma aprendizagem contínua. A
terceira abordagem explica o processo cognitivo através do qual o recém-chegado compreende a
formação recebida e responde ao ambiente em que se encontra. Segundo o autor, as três
abordagens definem que a organização tem um papel essencial na socialização do recém-
chegado, uma vez que ela tem o controlo sobre os programas de formação. No entanto, Menguc
et al. (2007) acredita que nenhuma das três linhas de pensamento tem em consideração a
possibilidade do recém-chegado assumir um papel mais ativo no processo de socialização. As
três abordagens partem do pressuposto de que o recém-chegado assume um papel passivo e
acabam por ignorar a importância do desenvolvimento próprio do novo empregado. Porém, a
socialização também é afetada pelas iniciativas do recém-chegado e não somente por aquelas
iniciadas pela organização. Segundo Taris et al. (2006), os recém-chegados a uma organização
reinterpretam o trabalho em si e o seu papel na empresa durante o processo de socialização.
Nesse mesmo período, esses indivíduos também podem tentar moldar o ambiente de trabalho de
modo a atender às suas expectativas iniciais. Feldman (1981) aponta para um aumento da
perceção de controlo pessoal por parte do recém-chegado com o avanço do processo de
socialização. Quanto mais progresso a socialização tiver, mais o indivíduo considera a sua
responsabilidade e não a do agente de socialização; atividades como aprender o trabalho, receber
feedback da sua performance e adquirir informações sobre possíveis tarefas futuras são alguns
exemplos. A socialização organizacional procura obter mudança por parte dos recémchegados,
pois a empresa pode acolher a separação de certas atitudes, valores e comportamentos, e
incentivar a aquisição de uma nova autoimagem, novos envolvimentos e novos valores. Além
disso, há a aprendizagem dos objetivos básicos da organização e dos padrões de comportamento
necessários para alcançar o desempenho desejado pela organização (Feldman, 1981). Van
Maanen (1978) vê a necessidade de mudança como uma fonte de ansiedade para o indivíduo e,
segundo ele, a importância de uma socialização bem realizada está na redução da ansiedade que
ela pode causar no novo empregado. Essa redução ocorre na medida em que as pessoas
aprendem os requerimentos funcionais e sociais do novo papel que irão desempenhar. Um
processo de socialização que esclareça rapidamente o papel que a pessoa irá desempenhar ajuda
a diminuir o conflito interno pelo qual o novato está passando. Para Reichers (1987), é benéfico
para a organização que o recém-chegado seja rapidamente socializado. Quanto mais rápida a
25
socialização e o ajuste do empregado à empresa, mais rapidamente reduzirá a ansiedade e, desta
forma, o indivíduo começará a desempenhar as suas tarefas o mais rapidamente possível. O autor
afirma que a empresa pode reduzir o tempo necessário para a socialização aumentando a
interação entre os recém-chegados e as pessoas que já estão na organização há mais tempo. Essa
interação pode ocorrer em programas formais de orientação e treino e até mesmo em atividades
sociais informais. Reichers (1987) criou um modelo para avaliar a velocidade da socialização.
Segundo o autor, a socialização é acelerada quando os recém-chegados e os já empregados são
pró-ativos na procura da interação. O indivíduo assume uma posição pró-ativa quando faz
perguntas, procura outras pessoas nas suas secções ou departamentos, pede feedback e interage
socialmente com os empregados, como por exemplo, um almoço com a equipa. A socialização
pode ser lenta, ou rápida, dependendo da pró-atividade dos recém-chegados e dos empregados.
Além da redução da ansiedade, Van Maanen (1978) apresenta outro motivo para explicar a
importância para a empresa de uma socialização eficiente. A estabilidade e produtividade de uma
organização dependem, de certa forma, do modo como os recém-chegados dão continuidade às
tarefas em várias posições organizacionais. Quando uma função deixa de ser desempenhada por
um empregado mais experiente, passando para um mais novo, a continuidade é importante para
que a empresa possa sobreviver. Feldman (1981) alerta para o facto de que o processo de
socialização é contínuo. Ele não trata apenas de um período de tempo específico contado a partir
da entrada do indivíduo na organização. O processo começa antes mesmo de a pessoa entrar
realmente na organização. As informações procuradas pelo empregado antes de entrar na
empresa e os processos de recrutamento e seleção já fazem parte da socialização do
recémcontratado. Em 1976 este mesmo autor analisou a progressão do processo de socialização.
Feldman afirmou que o processo normalmente começa com uma visão mais global e caminha
para uma visão local. Uma pessoa que acaba de entrar numa organização preocupa-se em saber
sobre o estilo de gestão da mesma, como são os seus membros, quais são as atitudes e valores
comuns a eles mesmos. Com o progresso do processo de socialização há uma transição do
interesse do recém-chegado. Ele começa a sentir a necessidade de conhecer o estilo de gestão do
seu superior direto, quer saber como são os seus colegas de trabalho, e quais são as suas atitudes
e valores. Feldman, (1976).
26
2.2. Procedimentos da organização na socialização
Os procedimentos na socialização acima mencionados correspondem à forma como as
experiências dos indivíduos são estruturadas pelos membros da organização. Segue um modelo
formado por seis procedimentos que segundos Van Maanen e Schein, (1979) descrevem as
diferentes formas de socialização para que o indivíduo contorne a barreira hierárquica, inclusiva,
ou funcional. Segundo Van Maanen (1996), há seis estratégias de socialização que são aplicadas
pelas empresas, que não são mutuamente exclusivas, e que na prática estão combinadas de
diversas formas. As seguintes descrições têm como base estudos e conhecimentos adquiridos
através de ferramentas deste autor. A existência de cada vez mais variadas estratégias e técnicas
de socialização reflete, cada vez mais, a relevância atribuída pelas organizações a este processo.
(Gomes et al, 2008). Taormina (2009) sugere que as organizações deveriam considerar as
necessidades dos recém-chegados, nomeadamente de autonomia, afiliação, poder e realização, na
escolha das táticas de socialização que planeiam utilizar.
27
integração, não sendo considerados os comportamentos de retraimento e/ou de rebelião”(Lacaze,
2001).
28
estratégias de socialização coletivas, formais, sequenciais, fixas e em série (socialização
institucionalizada) se relacionam positivamente com organizações de grandes dimensões, com
uma estrutura complexa e com grande capacidade de motivar os empregados para o papel a
desempenhar. Neste contexto, o objetivo das organizações passa por controlar o comportamento
e atitudes do recém-chegado, mantendo desta forma os valores por que se regem. Não deixam,
ainda assim, de ressalvar que os recémchegados são agentes ativos da sua própria socialização
Ashforth, Saks & Lee, (1998).
29
assim exigida alguma diversidade no que se refere aos empregados. Assim, o processo de
socialização não tem que ser necessariamente idêntico para todos os empregados, podendo haver
interesse da organização em manter alguns elementos ajustados e outros mais rebeldes (Gomes et
al, 2008). Ainda assim, Taormina (2009) realça a importância da cultura da organização ser
divulgada e interiorizada por todos os recém-chegados, independentemente dos princípios e
objetivos da organização tenderem mais para uma faceta burocrática ou inovadora. Ardts e
colegas (2001) referem que é usual e legítimo o uso de técnicas mistas (institucionalizadas e
individualizadas) pelas organizações, nomeadamente quando pretendem ser inovadoras, mas ao
mesmo tempo manter o compromisso do empregado com a organização. Exemplificando,
deixam que o empregado se responsabilize pela sua carreira, mas atribuem-lhe um mentor
durante o seu processo de socialização. Bauer e colegas (2007) efetuaram um estudo no qual
tentaram medir as táticas de socialização organizacional e a procura de informação pelo recém-
chegado, através do seu ajustamento organizacional. Neste sentido, identificaram o ajustamento
organizacional com as seguintes características: a clareza do papel, a autoeficácia e a aceitação
social e relacionaram-nos com o que consideram ser os resultados do processo de socialização,
nomeadamente a satisfação no trabalho, o compromisso organizacional, a performance e as
intenções do empregado de permanecer na organização. Os resultados obtidos sugerem que a
procura de informação pelo recém-chegado contribui para a clarificação do seu papel e para a
sua aceitação social na organização, não se refletindo, no entanto, na autoeficácia demonstrada.
A clareza do papel contribui largamente para os resultados do processo de socialização. As
táticas de socialização apresentam um papel predominante em todos os condutores utilizados
para avaliar o ajustamento organizacional do recém-chegado. Bauer (2007) apontou como
determinante de todos os resultados de socialização descritos a aceitação social do recém-
chegado. O mesmo se repetiu com a autoeficácia, excluindo que esta última não se relaciona com
o compromisso organizacional. Independentemente da estratégia de socialização selecionada
pela organização para um determinado funcionário, este acaba sempre por sofrer influências
resultantes da interação com os supervisores e colegas, sendo esta mais significativa quanto mais
próactivo se monstrar o indivíduo. Assim, Kammeyer-Mueller e Wanberg (2003) sugerem que a
influência dos supervisores coincide com uma maior adaptação do recém-chegado, contribuindo
também em grande parte para o desenvolvimento dos seus conhecimentos políticos na
organização. Por outro lado, apontam a interação do recém-chegado com os colegas de trabalho
30
como preponderante para a sua integração no grupo, não existindo, no entanto, no estudo em
causa, evidências da sua função na clarificação do seu papel, assim como no estabelecimento de
conhecimentos a nível da política organizacional. Bauer e Green (1998) realçam ainda que a pró-
atividade do recém-chegado assim como a do seu supervisor, ao tentar orientá-lo, influenciam o
processo de socialização, referindo no entanto que é uma área que necessita de estudos mais
aprofundados.
31
o recém-chegado a alcançar patamares mais elevados a nível dos conhecimentos. Major,
Kozlowski e Chao (1995) referem que as expectativas não satisfeitas dos novos indivíduos da
organização influenciam os resultados da socialização. No entanto, sugerem que o
desenvolvimento de processos de socialização envolvendo supervisores e colegas de trabalho
pode diminuir as expectativas do novo empregado e, consequentemente, obter resultados de
socialização mais satisfatórios, nomeadamente no que se refere à satisfação no trabalho e ao
compromisso organizacional.
Ao dissecarmos os quadros temos presente uma apresentação dos procedimentos e efeitos que
estes têm nos novos indivíduos. Desta forma, os procedimentos coletivos equivalem a construir
grupos de assalariados recentemente contratados, o que cria entre eles uma homogeneidade
32
(todos juntos pela mesma causa). O grupo coletivo pode partilhar problemas e nas
argumentações do grupo tentarem encontrar soluções, de forma a alcançar uma definição mais
consensual da situação em que se encontram. O caráter consensual da solução encontrada pelo
grupo permite que os intervenientes se desviem mais do padrão imposto pelos agentes de
socialização. Assim, os processos coletivos dão uma base potencial para resistência do recém-
chegado. Quando os procedimentos são individuais, é a pessoa singular que ao integrar-se
sozinho, irá procurar um modelo a seguir ou papel a desempenhar, e os recursos financeiros e
tempo que a empresa disponibiliza também são mais avultados. Este tipo de tática socializadora
é inviável em grandes organizações, que recrutam uma grande quantidade de pessoas ao longo de
todo ano. Nos procedimentos formais o novo funcionário fica separado dos outros membros da
organização até estar apto a desempenhar funções. Prepara-se o novo membro para assumir um
cargo específico dentro da organização. Quanto mais formal for a estratégia utilizada, tanto mais
o papel do principiante é separado e especificado, e maior é a tensão sofrida pelo novo membro,
o que vai influenciar as atitudes e valores do mesmo. A estratégia formal de socialização é
apenas a primeira etapa da socialização. Já no procedimento informal o recém-chegado é
misturado com outros indivíduos a partir do momento em que chega, tendo iniciativa no que
aprende. Graças a uma atmosfera informal, grande parte do conhecimento recentemente
adquirido pelo novo membro decorre das tarefas que envolvem a sua posição. Para Van Maanen
(1978), o processo formal prepara a pessoa para ocupar um determinado lugar na organização,
enquanto o informal prepara para assumir uma função. O procedimento informal aumenta a
influência do grupo de trabalho sobre o empregado, podendo isso agir a favor ou contra a
organização, uma vez que, além de aprender a desempenhar as tarefas que lhe são destinadas, os
novos empregados também aprendem informalmente com os mais experientes as suas táticas. A
socialização é sequencial quando o novo membro passa por várias etapas identificáveis e
distintas. A socialização sequencial caracteriza-se por processos transitórios marcados por uma
série de etapas identificáveis, através das quais um indivíduo passa a ocupar uma posição e a
exercer determinado papel dentro da organização. Para Fogarty (2001), a estratégia sequencial
refere-se ao grau de previsibilidade da progressão nas funções que o indivíduo assume. Esta
tática dá ao recém-chegado um caminho bem definido para a sua progressão dentro da
organização. Van Maanen (1978) explica que, nas táticas sequenciais, o indivíduo deve passar
por uma série de fases para alcançar um papel definido e um estatuto dentro da organização. Por
33
outro lado, a socialização não sequencial surge quando não existe sentido nas etapas a aprender.
As técnicas não sequenciais são realizadas provisoriamente e acabam por ser vantajosas para
determinadas organizações em que haja um programa sequencial que facilite a aprendizagem,
pois, podem não ficar totalmente claros e trazer dificuldade ao processo de socialização. A
posição organizacional deve ser analisada para averiguar se existe necessidade de preparação em
estágios anteriores para os funcionários que vão assumir tal posição. As estratégias de
socialização fixas proporcionam ao novo membro um conhecimento necessário para completar
determinado estágio e, deste modo, o tempo de mudança é semelhante para todos, possuindo um
início e fim pré-determinados. Os processos de socialização podem variar de acordo com a
possibilidade de quantificar o tempo que leva para ocorrer uma transição, tal como o tempo que a
pessoa considera necessário estar num determinado cargo para mudar de função. Esta tática dá
ao indivíduo um conhecimento preciso do tempo que levará para completar um determinado
estágio. Um exemplo que pode ser utilizado é o de um estudante recémchegado a uma
Universidade, que sabe exatamente o tempo que levará para se formar. Fogarty (2001) afirma
que a estratégia fixa indica que há pouca divergência sobre o tempo que a organização determina
para uma transição específica. Nas estratégias de socialização variáveis, a duração não é
antecipada porque esta estratégia não tem início nem fim previamente determinados, pois
depende do desenvolvimento apresentado pelo novo membro no processo de integração. Desta
forma, os efeitos destas táticas sobre as orientações dos recém-chegados devem ser determinados
empiricamente e os indivíduos não conhecem a duração do período de mudanças (Van Maanen,
1989). As empresas estão menos preocupadas com o tempo que o indivíduo está na empresa e
mais interessadas no seu mérito ou nas suas competências. Por isso, o tempo necessário para que
um indivíduo cresça na organização é variável. Os procedimentos em série permitem que o
recém-chegado seja guiado pela pessoa que ocupava o posto antes de ele ter chegado. É nesta
estratégia de socialização que os funcionários já integrados na organização preparam os novos
membros para assumir funções parecidas com as que aqueles desempenham atualmente dentro
da organização. Nas estratégias disjuntas de socialização o indivíduo é socializado ao longo das
suas ações e não por uma regra ou ordem determinada pela organização. É uma estratégia
arriscada, pois, por um lado, pode confundir o novo membro durante o processo de socialização
e, por outro lado, pode vir a estimular a criatividade e a iniciativa dos seus colegas, na medida
em que ao seu redor existem poucas pessoas com experiência semelhante que sirvam como
34
modelos. Os procedimentos são disjuntos quando a pessoa não tem ninguém antes de si para o
cargo a desempenhar.
As práticas de Investimento são responsáveis pela valorização da personalidade da pessoa que irá
fazer parte da organização, utilizando os recursos e capacidades desta, enquanto as práticas de
desinvestimento são realizadas para favorecer conformidade entre os membros da organização.
Visam apenas incutir valores e comportamentos específicos sem se interessarem pela
personalidade do indivíduo. Estas estratégias têm como objectivo adaptar a identidade do recém-
chegado na organização. Na estratégia por meio de investimento, a organização procura
confirmar o perfil do novo membro quando este é viável para os seus interesses. Já na estratégia
de desinvestimento, procura adaptar o perfil do novo membro aos interesses da organização,
fazendo com que os novos membros passem por vários testes rigorosos para obter acesso às
posições na estrutura da organização. Van Maanen (1996: 59) salienta que “as estratégias de
desinvestimento, no lugar das estratégias de investimento, provavelmente produzem resultados
similares entre os novatos”. É importante destacar que o autor entende que existe um leque de
possibilidades de controlo sobre o comportamento do indivíduo nas organizações, e que estas
dependem diretamente da forma como a organização socializa a pessoa. Por esta razão, é muito
importante que a organização escolha e adote corretamente as suas estratégias de socialização.
Ao serem aplicadas de forma consciente e planeadas pelos responsáveis, estas estratégias tendem
a estruturar as experiências de aprendizagem dos indivíduos, aumentando as hipóteses de
obtenção das respostas esperadas. Van Maanen acrescenta, ainda, que certas estratégias tendem a
encorajar nos indivíduos comportamentos mais conformistas, tais como, o indivíduo ajustar-se
ao novo papel sem o questionar, ou sem que isso provoque nele mudanças significativas,
enquanto outras tendem a favorecer comportamentos inovadores, como, por exemplo, o
indivíduo alterar o modo como o papel é tradicionalmente desempenhado na organização. Isto
significa que uma organização, antes de iniciar o processo de socialização, deve definir com
clareza o resultado esperado, para que possa combinar corretamente as estratégias disponíveis.
A escala de Jones (1986: 262-279)2, como foi possível verificar na tabela acima, permitiu
estabelecer que os procedimentos individualizados favorecem a inovação no papel, enquanto os
2
Gareth R. Jones é professor de Gestão no Lowry Mays College e na Graduate School of Business da Texas A & M
University. É especialista em gestão estratégica e teoria organizacional e conhecido pela sua pesquisa aplicada à
análise de custos de transação para explicar as muitas formas de comportamento estratégico e organizacional.
35
procedimentos institucionalizados incitam os indivíduos a desempenhar um papel predefinido,
limitando a iniciativa pessoal. Assim, no primeiro caso analisado, os novos empregados, com
pouca orientação por parte de superiores da organização, procuram soluções pelos seus próprios
meios e, avaliam como foi a sua prestação. Esta forma de socialização transmite muita incerteza
aos novos funcionários que resulta, em consequência, na sua desmotivação e desencorajamento.
No segundo caso analisado, o acompanhamento dos recém-chegados por parte de superiores
hierárquicos da organização previne o stress, aumenta a satisfação no trabalho e a identificação
com a organização, e reduz as dúvidas e incertezas. Segundo Baubion-Broye e Hajjar (1998),
“Embora os dados transversais pareçam reforçar a ideia segundo a qual a socialização
institucionalizada tem tendência para facilitar a integração dos sujeitos, ao reduzir a incerteza e
a ansiedade próprias das primeiras experiências profissionais, em contrapartida os estudos
longitudinais mostram resultados contraditórios. Por exemplo: a tática coletiva surge
positivamente ligada quer à conformidade, quer à inovação; e, ao contrário dos resultados
esperados, as táticas institucionalizadas não estão necessariamente associadas a uma fraca
performance”.
36
Tabela 2:Quadro esquematizado e resumido das táticas socializadoras (Mosquera, 2000)
37
No entanto, estes autores não se ficaram pela caracterização das diferentes tipologias nas duas
táticas previamente apresentadas, enquadrando-as ainda quanto ao contexto, ao conteúdo, aos
aspetos sociais e, por último, aos seus efeitos. Relativamente ao contexto acima mencionado, as
estratégias coletivas oferecem, face às individuais, a vantagem de serem mais económicas,
possibilitarem a partilha de experiências, facilitarem as aprendizagens e criarem, assim, um
suporte afetivo para o recém-admitido, o que reduz a subordinação face ao agente de
socialização. As estratégias coletivas são, de certo modo, facilitadoras de uma perceção da
cultura organizacional através da interação social que ocorre entre os recém-admitidos,
contribuindo para o entendimento dos papéis e funções que os esperam. Menguc et al. (2007)
realizou um estudo integrado entre as duas perspetivas: as táticas organizacionais adotadas pela
empresa para socializar o novo funcionário e as táticas que o próprio empregado usa para se
socializar ao entrar na organização. É proposto um modelo que mostra a interatividade entre
algumas táticas iniciadas pela organização e algumas táticas pró-ativas dos recém-chegados, bem
como os seus efeitos no ajuste dos recém-chegados.
38
Figura 1:Modelo processual da socialização de recém-chegados (MENGUC et al., 2007)
40
2.5. Estratégias de socialização por competência ou por concurso
As estratégias de socialização por competência caracterizam-se pela distribuição dos novos
membros por grupos ou diferentes programas de socialização, de acordo com as habilidades e
ambições que cada um possui. Em contrapartida, as estratégias por concurso permitem uma
maior participação e cooperação entre os indivíduos que pertencem ao mesmo grupo de
avaliação. Em situações de competência, cada pessoa age por conta própria e raramente vai
querer juntar-se a um grupo para agir contra ou a favor da organização, pois esta estratégia é
aplicada para que o indivíduo passe para um nível mais alto na organização e aqueles que não
terminam são descartados do processo da empresa. Permitem uma melhor distribuição dos
recursos da organização, no entanto, correm o risco de limitar definitivamente as possibilidades
de progressão na carreira após um único insucesso, e são mais decisivas, o que pode conduzir à
marginalização de alguns membros. As estratégias de concurso, em contrapartida, produzem um
espírito cooperativo e participativo entre as pessoas da organização, para além de oferecerem
maiores probabilidades de mobilidade profissional.
41
Programas de integração: são programas intensivos que visam a aquisição pelo
empregado dos valores, normas, e padrões de comportamento defendidos na organização,
com a finalidade de otimizar o desempenho do seu papel.
Papel do responsável: o responsável representa para o empregado a imagem da empresa.
Ele indica um orientador que guia o empregado durante um período inicial. Se o tutor
efetuar um bom trabalho (definição do papel do empregado, as informações técnicas da
tarefa tratar e feedback do desempenho deste) o empregado passa a ver a empresa de uma
forma positiva. Da mesma forma, o contrário também acontece, caso o supervisor falhe
na sua tarefa.
42
expectativas de comportamento e atitudes que a organização possui, além de informações
técnicas sobre o trabalho, dados sobre a estrutura da empresa, sobre processos, sobre produtos,
sobre desempenho e distribuição interna de poder (Griffin, Collela e Goparaju, 2000). Morrison
(1993) acredita que o recém-chegado busca diferentes tipos de informações para dominar as suas
atividades e se integrar na organização: técnicas normativas, feedback de desempenho e
feedback social. Através do estudo realizado com recém-chegados, Morrison concluiu que cada
informação é ambicionada de forma diferente. As Informações técnicas são obtidas inicialmente
através de perguntas dos recém-chegados aos mais antigos na organização. Simultaneamente,
outros tipos de informação são obtidos através de observação. Após algum tempo na organização
(de três a seis meses), as informações técnicas sobre o papel a realizar, desempenho e feedback
foram analisados com os supervisores diretos, enquanto as fontes das informações normativas e
sociais eram, geralmente, os colegas de trabalho.
43
CAPITULO III
METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste capítulo pretende-se clarificar os diferentes métodos e técnicas usadas para a elaboração
do presennte trabalho. Nele constam os seguintes elementos: Tipos de pesquisa, métodos de
abordagem e procedimento, técnicas de recolha de dados, população e amostra.
3.1.Tipo de Pesquisa
O tipo de pesquisa levado a cabo neste trabalho classifica-se quanto a sua natureza e abordagem
do problema (Prodanov & Freitas, 2013), . como Porquanto, subponto de vista da sua natureza o
estudo é uma pesquisa aplicada, que é aquela que objectiva gerar conhecimentos para aplicação
pratica dirigidos a solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.
Neste sentido, o proveito deste estudo é a sua aplicação prática, na tentativa de dar algum
contributo no que concerne a práticas de socialização e o seu impacto na integração dos
funcionários em mobilidade na Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
Quanto à abordagem do problema: o estudo é uma pesquisa qualitativa (NÃO SERÁ MISTO,
QUALI-QUANTITATIVO??? TENDO EM CONTA O INSTRUMENTO QUE USOU PARA A
RECOLHA DE DADOS QUE É SEMI-ABERTO), por ser uma pesquisa em que a maior
preocupação é a interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados (Prodanov & Freitas,
2013). Então, servindo-se das técnicas qualitativas, será possível interpretar e comentar nos
processos de práticas de socialização e o seu impacto na integração dos funcionários em
mobilidade na Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
44
3.3. Método de Procedimento
Os métodos de procedimento adoptados para o desenvolvimento do estudo é método
monográfico ou estudo de caso, este que “parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos
semelhantes, que podem ser indivíduos, instituições, grupos, comunidades, etc.” (Gil, 2008: 18),
por meio deste método, a Autoridade Tributária de Moçambique (AT) foi o nosso caso de
estudo.
Para esta pesquisa, foram utilizadas quatro técnicas para a recolha de dados conforme se
descreve a seguir: A documentação indirecta refere -– se à a pesquisa bibliográfica e documental,
e na documentação indirecta refere – se ás usamos a entrevistas e o inquérito, através de um
instrumento com perguntas abertas (para dados qualitativos) e fechadas (para dados
quantitativos).
45
A pesquisa documental privilegiou a consulta de documentos publicados pelo Governo
moçambicano, como leis, regulamentos e procedimentos, relatórios, sobre os processos de
Recrutamento e seleção dos funcionários.
Esta técnica foi combinada com a observação directa extensiva (Marconi e Lakatos, 2009), por
meio de inquérito por questionário, que foi dirigido ao grupo alvo, com vista a colher o maior
número de opiniões possíveis sobre os processos de integração para o bom desempenho de
funcionários recém-admitidos na Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
46
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados obtidos na fase de coleta de dados de acordo com os
objetivos específicos e com o objetivo geral da pesquisa. Foram analisadas as entrevistas
realizadas com gestores da RH e com os novos funcionarios em mobilidade. Após esta fase,
apresenta-se a interpretação dos resultados obtidos com a aplicação do questionário. A
interpretação da análise dos resultados terá como base o referencial teórico que serviu de
enquadramento a esta investigação.
PROPOSTA 1:
PROPOSTA 2:
47
Estruturar o capítulo dos resultados apresentado-os seguindo a sequência das perguntas
colocadas no seu instrumento
11. Acha que a entrevista é fundamental para o recrutamento e selecção na Função Pública?
13. Durante o percurso profissional foi incentivado como forma de melhorar o seu desempenho?
48
A AT foi criada pela Lei 1/2006, publicada no BR - I Série Número 12, de 22 de Março de 2006.
O que é a AT?
A Nossa Missão
A Nossa Visão
Os Nossos Valores
Orgãos da AT
49
QUAL É O SECTOR QUE OPERACIONALIZA A INTEGRAÇÃO DE NOVOS MEMBOR S
NA AT E VERIFIQUE SE CONSTA DAS SUAS OBRIGAÇÕES FUNCIONAIS.
O gráfico 1 apresenta três aspectos fundamentais para que o funcionário se sinta à vontade no
ambiente de trabalho. Pode-se observar que as informações passadas sobre a instituição aos
funcionários foram satisfatórias para a maioria, ou seja, é possível afirmar que nesse ponto, na
visão dos funcionários recém-admitidos, o processo de integração foi eficaz, o que pode ser
50
comprovado com a fala de alguns funcionários, quando solicitado a descrever o impacto do
processo na sua actuação: “Muito importante, pois temos como base todo o processo da
instituição” (Funcionário1); “Acho importante, pois torna mais agradável o ambiente de
trabalho” (Funcionário 2); “É a partir do treinamento de integração que o colaborador começa
a adaptar-se à instituição” (Funcionário 3). Questionado sobre o contributo do processo de
integração para o bom desempenho dos funcionários recém-admitidos, um dos chefes considerou
importante, pois “novos funcionários ainda não passaram pelo processo de aculturamento, e ter
uma visão mais ampla da instituição ajuda a compreender as metas da organiza-ção e das suas
próprias metas de desempenho” (funcionário 4). Se a empresa falha no repasse a essas
informações isso pode, portanto, afetar na qualidade do serviço. Sabe-se que o programa de
integração é apenas o primeiro passo na trajetória de um funcionário, mas as vantagens desse
processo são inúmeras, pois a adaptação deste ao aos primeiros trabalhos e a integração com a
equipe proporcionam um ganho significativo no seu desempenho. Os depoimentos acima
coadunam com Dalacosta (2011), ao afirmar que a integração garante à organização a
transmissão e a manutenção de sua cultura por parte de seus novos membros, bem como ajuda a
sanar eventuais carências de informação. A autora complementa que a ausência de um processo
de integração pode gerar consequências danosas a uma organização, pois corre-se o risco de
passar uma má impressão, que será levada por todo o período em que o colaborador nela
permanecer. Tal efeito negativo também é apontado por Machado (2013), quando afirma que a
ausência de processos estruturados de integração, capazes de receber, orientar e acolher os novos
colaboradores, desencadeia críticas e descontentamento. Machado (2013) chama a atenção para a
relevância da integração em organizações públicas. Segundo a autora, a seleção por meio de
concurso público foi uma conquista importante, que democratizou a oportunidade de se
concorrer a um cargo público.
51
Questionados os nossos inqueridos se passaram pelo processo de integração, os resultados
revelam que dos 100% dos funcionários pelo menos 80% responderam que foram abrangidos
pelo processo de integração, enquanto 20% não foram abrangidos pelo processo, conforme como
ilustra o gráfico a seguir.
Sim Não
20%
80%
O programa de integração ocorre sempre antes de sua entrada no setor. O profissional cumpre
a sua jornada de trabalho em sala de aula, onde recebe todo o conteúdo teórico prático do
programa admissional. É como se ele estivesse trabalhando normalmente, porém neste período
de 07 a 10 dias no máximo, ele permanece no treinamento3.
Quando questionado aos nossos entrevistados como deve ser o conteúdo pragmático e quais são
os facilitadores e as áreas envolvidas no programa de integração do colaborador recém-admitido,
revelaram-nos que “para a elaboração de um plano de integração do colaborador recém-admitido
3
Entrevista com o chefe do Departamento dos Recursos Humanos. Data: 10 de Dezembro de 2022.
52
é necessário levar em consideração alguns fatores importantes:” Desses factores podemos dividir
em 3 fases como descrevemos abaixo:
Nesta primeira fase, os colaboradores deverão ser orientados sobre assuntos como4:
4
Entrevista com funcionário do Departamento de RH. Data: 14 de Dezembro de 2022.
53
Responsabilidades básicas confiadas ao novo funcionário;
Visão detalhada sobre o cargo e as funções que deverá exercer;
Metas e resultados a alcançar;
Escolha de um tutor a quem o novo integrante irá recorrer em caso de dúvidas no trabalho
e dificuldades para integrar-se.
É conveniente que esta segunda fase seja encaminhada pelo supervisor ou coordenador do sector
que o novo funcionário fará parte. Toda organização precisa trabalhar com um objectivo comum,
mas todas as áreas possuem seus objectivos específicos que não podem ser tomados de forma
generalizada. Ao trabalhar em equipe, entretanto precisa captar essas especificidades e
incorporálas ao seu estilo Pessoal de trabalho.
Outro ponto a se destacar, é sobre a escolha do tutor. O funcionário escolhido deve ser de
confiança, apresentar princípios éticos e estar disposto a ajudar, sem comprometer a organização
ou o novo colaborador.
Fase 3 – Acompanhamento
O processo de socialização encerra após o colaborador ter sido integrado à organização, ele é
contínuo e esta última fase deve ser acompanhada durante toda a trajectória profissional do
indivíduo na empresa. A fase de Acompanhamento irá envolver:
54
Ao final desta exposição cabe salientar que a implementação de um programa de integração não
é suficiente para garantir a socialização do indivíduo. Estamos tratando de seres humanos,
complexos em sua essência e que não podem ser facilmente controlados. Schein (2009) apresenta
as reacções individuais dos indivíduos quando expostos às práticas de integração como:
Rebeldia, Individualismo Criativo ou Conformismo. Cabe à organização saber trabalhar da
melhor forma cada uma das práticas.
Sobre os benefícios que o programa de integração pode trazer ao Colégio Interactivo podemos
listar:
55
trabalho público uma maneira de se realizar e ao mesmo tempo realizar os usuários, fazendo da
qualidade um processo, pelo qual todos sairão satisfeitos é a motivação aqui idealizada e
exteriorizada.
Coaching é outra espécie de estratégias, que vem sendo hoje bem difundida no ramo empresarial,
em relação ao desenvolvimento humano, que aplicada adequadamente poderá trazer enormes
contribuições para a administração pública, são os programas de coaching, termo que significa
treinamento, ou seja, uma espécie de orientação no preparo e gestão de pessoas, que treina
pessoas ou equipes a atingirem suas metas explorando suas habilidades e competências, sua
principal característica é revolucionar o ser humano, motivando-o, potencializando suas acções,
ensinando-o a forma de melhor aprender e lidar com as situações que se processam no seu
íntimo, seja, identificando suas forças e fraquezas para o seu devido entendimento e
aprimoramento e consequente relação positiva do sujeito consigo e com os demais, como
podemos perceber, estudo muito útil ao ambiente da administração pública, certamente traria
inúmeros benefícios na forma de prestação dos serviços.
“Facilita-se o aprendizado dos novatos a partir de pessoas que têm passado por experiências
similares. Além disto, os recém-empregados podem obter um "sentido do futuro" observando os
mais antigos como suas próprias imagens no futuro”.
56
O envolvimento dos funcionários já integrados à organização é ressaltado pelo gestor financeiro,
que aponta a necessidade de todos, desde o diretor geral até o pessoal de serviços gerais
participarem do esclarecimento da missão organizacional e dos processos que levam ao
conhecimento dos novos parceiros e ao entendimento dos fluxos de trabalho e de seus objetivos.
Há um constante processo que leva os indivíduos à interação com funcionários mais antigos
dentro do programa de integração, envolvendo reuniões, palestras e visitas a outros setores da
empresa (Entrevista com chefe dos RH. Data: 14/12/2022).
57
para haver uma boa prestação de serviço numa determinada instituição é indispensável ao bom
entendimento entre as pessoas que compõem a mesma. Caso contrário, os recém-admitidos
poderão sentir-se receosos e, consequentemente, o papel destes novos escolhidos pode ser nulo
recorrendo assim aos antigos funcionários.
CAPÍTULO V
CONCLUSÃO E SUGESTÕES
5.1. Conclusão
A realização deste estudo proporcionou a possibilidade de conhecer mais profundamente o
processo de socialização de colaboradores e todos os aspectos que a envolvem. Para melhor
entendimento do tema, foi necessário expandir a pesquisa para alguns assuntos relacionados,
iniciamos pelo processo de gestão de pessoas, passamos pela importância da cultura
organizacional até chegar à socialização. Em seguida, vimos que a comunicação organizacional
tem papel fundamental para que os colaboradores sejam efetivamente socializados. A
comunicação interna contempla a busca pelo envolvimento dos colaboradores com a
organização, utilizando-se, para isso, de programas e instrumentos de comunicação que
possibilitem o diálogo entre organização e indivíduo. A comunicação é a base para integrar e o
instrumento principal para medir os resultados da integração.
Buscou-se, neste trabalho, ressaltar a importância da socialização nas organizações, pois sua
finalidade é a de fornecer ao funcionário contratado informações importantíssimas, sobre a
organização que facilitará o seu ajuste mais rapidamente. É por meio da socialização
organizacional que o novo integrante irá apreender os valores, as normas e os comportamentos
comuns da empresa, já que quando ele entra na empresa, traz consigo os valores que ele acredita
ser bons para ele e muitas vezes se depara com valores totalmente diferentes dos dele e precisa se
adaptar a eles.
58
quanto melhor o indivíduo for integrado à empresa, maiores chances ele terá de ter um bom
desempenho e alcançar o sucesso em sua atuação.
Para finalizar, os objetivos propostos foram relatados pela autora, através das vivências na
instituição de ensino Colégio Interativo, e interligadas ao conteúdo deste estudo. A experiência
como Relações Públicas permitiu a realização desta tarefa abordando através da área da
comunicação este assunto que é, geralmente, responsabilidade do setor de recursos humanos nas
organizações.
Ao final podemos concluir que o sucesso ou o fracasso das organizações dependem em grande
parte dos funcionários que a compõem, de sua produtividade e é nteressante que os integrantes
tenham valores, objetivos e metas semelhantes, pois esta homogeneidade colabora com o
aumento do desempenho e da produtividade do grupo e sua satisfação. Diante dessas
informações, é fato que a integração de pessoas é um processo que mobiliza o comportamento
organizacional e exerce fortes influências sobre ele.
5.2. Sugestões
Definição clara, tanto para o servidor, quanto para a organização, o que a instituição
espera dos recem-admitidos;
Uma comunicação efectiva, coesa e comprometida, para o sucesso da instituição;
A instituição deve destacar, ou escolher um tutor para fazer o acompanhamento do novo
funcionário. O funcionário escolhido deve ser de confiança e estar disposto a ajudar, sem
comprometer a organização ou o novo colaborador;
Enquadrar os recem-admitidos de acordo com suas habilidades e ou formação;
Adopção de programas específicos de integração que sejam formais ou informais;
59
Privilegiar a socialização organizacional colectiva ou individualmente como um processo
pelo qual os novos membros aprendem o comportamento e as atitudes necessárias para
assumirem seus papéis nas organizações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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lotação setorial/departamental de uma IFES sob a ótica da socialização organizacional.
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https://pdxscholar.library.pdx.edu/: https://pdxscholar.library.pdx.edu/
Chiavenato ,Idalberto (1999). Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro : Elsevier.
_________ (2004). Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
60
Fleury, Maria Tereza Leme Estórias, mitos, heróis – cultura organizacional e relações do
trabalho. Revista de Administração de Empresas. Rio de Janeiro: FGV, Outubro/Dezembro
1997. Volume 27. Número 4.
Fleury, Maria Tereza Leme; FISCHER, Rosa Maria (2007). Cultura e poder nas organizações. 2.
ed. São Paulo: Atlas.
Freitas, Maria Ester de (2000). Cultura organizacional: identidade, sedução e carisma?. 2ª edição.
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Gil, Antonio Carlos (2008). Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo:
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Oliveira, S. D., Lino, M. A., Borges, L. d., Carvalho, V. D., Melo, S. L., Silva, A. K. Steven, G.
(janeiro-junho de 2008). A socialização organizacional dos servidores da UFRN, segundo grupo
ocupacional e tempo de serviço. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 8(1), 118-141.
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v8n1/v8n1a08.pdf.
Lakato, Eva, Marconi M. de Andrade (2009). Metodologia do trabalho científico. 7ᵃ Edição São
Paulo.
61
APÊNDICE
1.Qual é o nível académico e as áreas de formação dos funcionários enquadrados na
mobilidade na AT?
SIM •
NÃO
7. Como novo colaborador da função pública passou pelo processo de integração?
SIM •
NÃO
62
8. Acha que a socialização organizacional é a condição fundamental para o sucesso na
Função Pública?
SIM •
NÃO
9. O seu caso, o ingresso na Função Pública obedeceu os critérios de recrutamento e
selecção?
SIM•
NÃO
SIM •
NÃO
13. Durante o percurso profissional foi incentivado como forma de melhorar o seu
desempenho?
SIM •
NÃO
63
14. Recebeu a indução a partir de um funcionário experiente?
SIM •
NÃO
ANEXOS
64