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DIREITO INTERNACIONAL

PONTO DE PARTIDA

Qual o direito (a lei) aplicável à relação jurídica que gera efeitos em dois ou mais países?

 Lei aplicável é diferente de juízo competente.

CONCEITO DIP E DIPRI DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DTO INTERN PÚBLICO DTO INTERN PRIVADO


É por excelência direito internacional Denominação Inadequada
Não se preocupa com as questões que Não é direito internacional, e sim uma
ocorrem dentro da jurisdição do Estado, mas matéria de direito interno.
sim as que transcendem as fronteiras do
Estado.

Conceito dividido em três aspectos fundamentais

 1º. o DIPri é o conjunto de casos jusprivatistas com elementos estrangeiros;

 2º. Os casos e soluções advêm de normas inspiradas nos métodos indiretos;

 3º. Baseadas as soluções e suas descrições no respeito ao elemento estrangeiro.

OBJETO DE ESTUDO

 Fatos jurídicos tradicionais: direito comum (direito civil);

 Fatos jurídicos mistos/multinacionais: direito especial (direito internacional privado).

Âmbito de atuação da disciplina

 Estudo de casos de direito privado que contenham elementos estrangeiros.

 Conflito de leis no espaço.

 Exemplos: o domicílio, a nacionalidade, o país-sede de empresas, condição jurídica do


estrangeiro, o local onde a obrigação se constituiu, o local onde o imóvel se encontra etc.

Normas do DIPri são indiretas e gerais ao contrário das demais normas jurídicas. (!)

 Exemplo: Artigo 8º CC – norma direta – casos jusprivatistas sem elementos estrangeiros.


Artigo 7º LINDB – norma indireta - casos jusprivatistas com elementos estrangeiros, não
preveem fatos e consequências jurídicas, mas indicam a lei a ser aplicada.

Respeito ao elemento estrangeiro

 Objetivo da disciplina

 Grau de maturidade e desenvolvimento jurídico de um país.


 Mais respeito significa mais certeza quanto a justiça e equidade das decisões judiciais.

Premissas ao DIPri

 Diversidade de ordenamentos jurídicos

 Extraterritorialidade das leis

 Intercâmbio internacional

 Cosmopolitismo humano

Fontes internas: códigos e leis de DIPri

- LICC – de 01/01/1916- entrada em vigor 1917: primeiro sistema legislativo de DIPr brasileiro.
- Reformada pelo Decreto-Lei 4657/42 – nome modificado pela lei 12367/2010 para Lei de
Introdução às Normas de Direito brasileiro.

Organização da LINDB

 Artigo 1-6: normas de direito intertemporal

 Artigo 7-18: normas de DIPr - Direito de família, direitos reais, obrigações, sucessões,
competência internacional do juiz brasileiro, provas obtidas no estrangeiro etc.

Outros exemplos de legislação aplicável:

 Lei 13.445/2017 – Lei da Migração

 Lei 9474/97 – Lei dos Refugiados

 Lei 9307/96 – Lei de Arbitragem

 CF/88 (ex: art. 4º, 12, 222, 5º XXXI , 5º §3º .)

 CC/02 (ex: art. 70 e ss , 1134 e ss)

 CPC (ex: art.21-41)

Art. 5º. CF XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";  § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)  Art. 70. O domicílio da
pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.  Art.
1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do
Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo,
todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
 Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:  I - o
réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;  II - no Brasil tiver de
ser cumprida a obrigação;  III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.  Art. 22. Compete, ainda, à
autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:  I - de alimentos, quando:  a) o
credor tiver domicílio ou residência no Brasil;  b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como
posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
 II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência
no Brasil;  III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição
nacional.

2. Fontes internacionais: tratados e convenções

 Relevância: interpretação e aplicação das normas, mesmo quando não ratificados pelos
Estados.

 Desenvolvimento após a 2ªGM: surgimento as OIs, abertura das fronteiras territoriais.

 Esforço da comunidade internacional na harmonização, uniformização e unificação da


disciplina.

Código de Direito Internacional Privado

 Código Bustamante, de 20 de Fevereiro de 1928, promulgado pelo Decreto nº 18.871, de 13


de Agosto de 1929 – início da tentativa de uniformização.

 Muito abrangente – 437 artigos

 Pouco utilizado

Categorias de tratados:

 1ª. Regras de conexão para lei aplicável em casos mistos: já existentes nas legislações
nacionais relativamente às fontes de DIPr. Ex: CIDIPs – Conferências Interamericanas de DIPr.

 2ª. Estabelecem normas orgânicas ou leis uniformes para determinados setores da vida
privada. Ex: Lei Uniforme do Cheque (decreto 57.595/1966).

 3ª. Distinção entre Fontes convencionais de caráter regional: ex: emanadas pela OEA,
Mercosul etc. X Fontes convencionais de caráter multilateral: ex: conferências de Haia e
UNIDROIT.

3. COSTUME

 a) Elementos do Costume

 i. Material: repetição ao longo do tempo de determinado comportamento. Pode ser uma


repetição positiva ou negativa (omissão)

 ii. Subjetivo: convicção de que assim se procede não sem motivo, mas por ser necessário,
justo e jurídico.
 Art. 4º LINDB – Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito

4. Jurisprudência

 Relação imediata com os diversos mecanismos de solução de litígios transnacionais (casos


mistos) pelos tribunais.

 Maioria dos casos: resolvidos pelos tribunais domésticos.

 Prática: reconhecimento e execução de sentenças estrangeiras; concessão de exequatur de


cartas rogatórias pelo STJ (EC 45/2004); extradição e expulsão relativas à aplicação da Lei da
Migração.

5. Fontes institucionais e normas narrativas - Soft Law

 Não têm caráter juridicamente vinculativo ou força de ligação é um pouco "mais fraca" do
que a força obrigatória das leis tradicionais (hard law).

 Flexibilização dos modelos formais de produção do direito.

 Elementos persuasivos – construção de princípios hermenêuticos.

 Inspiram as soluções para os casos mistos - grande utilidade prática.

Exemplos:  Recomendações, diretrizes, códigos de conduta, leis-modelo, princípios. 


Instituto de Direito Internacional (instituição privada)  Instituto Internacional para Unificação
do Direito Privado - UNIDROIT (intergovernamental) – Estatuto orgânico do UNIDROIT (decreto
884/93).

6. Lex Mercatoria

 Comércio internacional. Histórico. Nova lex mercatoria.

 Desenvolvimento de fontes específicas: usos e práticas, contratos-tipo, regulamentos


autônomos de câmara de comércio, decisões de arbitragens comerciais internacionais.

 No Brasil, é considerada como norma jurídica advinda dos usos e costumes mercantis, em
conformidade com os artigos 113 CC e 4° da LINDB.

 Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.

 Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.

A LINDB E OS ELEMENTOS DE CONEXÃO

NORMAS DE DIPRI

 Indiretas e gerais: não preveem fatos, mas indicam a lei a ser aplicada.
 Técnica de solução de casos mistos 1ª etapa: qualificação (família, sucessões,
obrigações, reais, etc) 2ª etapa: buscar a lei aplicável Ex: art. 9 LINDB para obrigações
3ª etapa: solução do problema.

2. PRINCIPAIS REGRAS DE CONEXÃO


a) Domicílio art. 7º LINDB

 Estado e capacidade (ações de Estado) + direito de família


 Estado civil: o conjunto de qualidades que indica quem é aquela pessoa na sociedade.

ESTADO CIVIL

 Apresenta uma tripla aferição:


o 1ª. Política: busca-se saber quem é aquela pessoa em relação ao país em que
ela se encontra. Ex: brasileiro, nato, naturalizado, estrangeiro, etc.
o 2ª. Familiar: busca-se saber quem é aquela pessoa em relação ao parentesco e
ao casamento. Parentesco: pai, filho, irmão. Casamento: solteiro, casado,
viúvo, divorciado, separado judicialmente.
o 3ª. Individual: busca-se saber sobre três qualidades daquela pessoa: sexo,
idade e sanidade.

- Ações de estado: ações que lidam com o estado civil.

o Ex: ação de divórcio, ação negatória de paternidade, investigação de paternidade, ação


de naturalização, ação de redesignação sexual, emancipação, interdição.

DOMICÍLIO

o Segurança Jurídica
o Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo. (REGRA GERAL)
o 1º. Caráter objetivo ou material: residência.
o 2º. Caráter subjetivo psíquico: ânimo de permanecer. (animus manedi)
o §7º art 7 c/cart. 226 §5º CF – princípio da unidade familiar, extensão para ambos os
cônjuges.
o 1ª. Dificuldade na determinação do domicílio. Art. 7 §8º. – residência
habitual / residência atual Regra de conexão principal: lei do domicílio - Lex
domicili Regra de conexão subsidiária: lei da residência. SE NÃO SABE O
DOMICÍLIO USA A RESIDÊNCIA= REGRA SUBSIDIÁRIA
o

Pessoa estabelece residência


Local onde a pessoa se encontra com animus definitivo.

- § 1º- Casamento - Lex loci Celebrationis (EMPEDIMENTOS E FORMALIDADES PARA CASAR)

o Lei do local da celebração art. 7 § 1º - ainda que os nubentes sejam estrangeiros.


Aplicáveis art. 1525 a 1542 CC. PARA EMPEDIMENTOS E FORMALIDADES PARA CASAR
VAI USAR A LEI DO LOCAL DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO (REGRA).

- §2- Regra alternativa - Lex Patriae

o Lei da nacionalidade dos nubentes – art.7 §2 Requisitos: ambos estrangeiros +


autoridades diplomáticas ou consulares. OS DOIS NUBENTES DEVEM SER
ESTRANGEIROS E CASAM NA FRENTE DE UMA AUTORIDADE DIPLOMÁTICA OU
CONSULARES, PODE APLICAR A LEI DA NACIONALIDADE DOS NUBENTES (EXCEÇÃO).

§4º - 4ª. Regime de Bens

o art. 7 §4º Princípio da unidade do regime matrimonial de bens do casal Lei do local do
domicílio conjugal se moram no msm pais. PARA TD CASAM VAI ADOTAR APENAS 01
REG DE BENS, POR MAIS QUE O CASAL TENHA MORADO EM VÁRIOS PAÍSES. MAS SE
MORAM. Mas se moram em países diferentes vale o primeiro domicílio conjugal.

§5º- traz a possib para estrangeiro naturalizado modificou a reg de bens, assim como no
DTO brasileiro= que o art. 1639 §2/CC, que trata do Princípio da Mutabilidade justificada
do reg de bens.

- O regime “usado” será o da comunhão parcial de bens.

Requisitos para alterar regime

- Prévia naturalização

- Expressa autorização do cônjuge

- Respeito ao direito de terceiros - registro

- § 6º - Divórcio ocorrido no estrangeiro

o Art 7 § 6º
o 226 § 6º CF (necessidade homologação).
o Se divorciar em outro país e volta para o Br há a necessidade de homologação STJ,
para ter validade no BR.

E para o CPC/2015? Como ficou: uma exceção para homologação de sentença estrangeiro
no BR é em casos de DIVÓRCIO CONSENSUAL “961, § 5º/CPC: o divórcio consensual
realizado no estrangeiro pode ser registrado diretamente no cartório sem a necessidade
de homologação no STJ”. OBS na prática: sem filhos menores incapazes e sem partilha de
bens.

ARTIGO 8º (TEMA PRINCIPAL É DTOS REAIS)

B) LUGAR DA SITUAÇÃO DO BEM (REGRA)- LEX REI SITAE

o Art 8 LINDB c/c art. 21 e ss CPC/15 - Direitos reais


o Princípio da territorialidade – aplicação do direito do local onde o bem imóvel está
situado -Lex Rei Sitae. EX: se o bem está no BR aplica a lei do Brasil, está na Coréia
usa a lei da Coréia.
o Aplicam-se normas do CC para bem no Brasil.
o Em caso de divórcio, sucessão afasta-se a regra geral do artigo 8º para casos de
especialidade. Ex: herança, contrato de compra e venda etc.

OBSERVAÇÕES:
o § 1º - Bens sem localização permanente (móveis): art 8 § 1º. Lei do domicílio do
proprietário – regra de conexão supletiva - Mobilia Sequuntur Personan Requisitos:
regime de trânsito e mobilidade intensos
o 2ª. Bens protegidos por direitos de propriedade intelectual (marca, patente) – a
doutrina traz, não tem na Lei, aí aplica a Lei do local em que a proteção é invocada
(utilidade econômica e social).
o § 2º - Penhor art. 8º § 2º Exceção à regra do art. 8 – Lei do domicílio do possuidor.
o 4ª Navios, aeronaves e embarcações Lei do local da matrícula (registro).

C) LUGAR DA CONSTITUIÇÃO DA OBRIGAÇÃO (OBRIGAÇÕES): traz o local da constituição da


obrigação.

o Art 9º LINDB - Lex Loci Contractus - Lex Loci solutionis - Lex Locus Regit Actun
o Direito das obrigações – usa a lei do local em que forem constituídas (local onde o
contrato foi assinado) - Qualificação e regulamentação.
o Ex: contrato celebrado em Paris. Empresa alemã X empresa brasileira. Juiz brasileiro
deve aplicar a lei francesa.
o Exceção: irradiação de efeitos. Lei do local em que se produzem.
o Contratos = obrigações.
o Princípio da autonomia da vontade: liberdade de autorregular seus interesses.
Limitação: normas de ordem pública e imperativas.
o Assim, artigo 9 LINDB limita a autonomia da vontade.
o Art. 7º. Da convenção interamericana sobre direito aplicável aos CI (1994) –
possibilidade de escolha da lei. Respeito a autonomia da vontade. Que a parte pode
escolher a lei aplicável. CPC permite a escolha do foro.
o Na prática coloca cláusula arbitral nos contratos internacionais.
o Se questão objetiva: local onde assinou o contrato, se questão discursiva: dizer q este
artigo limita autonomia vontade, convenção interamericana (q a parte pode escolher
a lei aplicável) e falar de arbitragem.

OBSERVAÇÃO:

o 1ª. Conflito com a Lei de Arbitragem? Art 9 LINDB (lei do local de constituição da
obrigação) X art 2 § 1º lei 9307/96 (autonomia da vontade na escolha do direito
aplicável – inclusive podendo usar Lex mercatoria).
o Não há conflito, pois destinatários são diversos (juiz togado e arbitro).
o 2ª. Obrigações a serem executadas no Brasil Art 9 §1º - observar forma essencial sob
pena de nulidade absoluta do ato. Ex: caso q envolve a constituição de empresa no
BR, vai precisar obs as formalidades para abertura de empresa no BR.

DIFERENTES TERMOS UTILIZADOS

a) Lex Loci Actus – lei do local da realização do ato jurídico para reger sua substância. b)
Lex Locus Regit Actun – lei do local da realização do ato jurídico para reger suas
formalidades. c) Lex Loci Contractus – lei do local onde o contrato foi firmado para
reger sua interpretação e seu cumprimento. d) Lex Loci solutionis – lei do local onde as
obrigações ou a obrigação principal do contrato deve ser cumprida. e) Lex Loci Delicti –
lei do lugar onde o ato ilícito foi cometido rege a obrigação de indenizar. f) Lex Damni
– lei do local onde se manifestaram as conseqüências do ato ilícito para reger a
obrigação de indenizar.
ARTIGO 10º (DTOS SUCESSÓRIOS), diante de um caso de DS que tem algum elemento de DI
usa a lei do local do último domicílio do falec.

D) LUGAR DO ÚLTIMO DOMICÍLIO DO FALECIDO

o Art 10 LINDB
o Direito das sucessões – morte e ausência
o Teorias
o 1ª. No BR aplica teoria Unitarista – aplicar uma única lei. Art 10 LINDB – lei do
domicílio do de cujus
o 2ª pluralidade sucessória: common law. Lei do território onde estão situados
os bens.

EXCEÇÃO

REGRA ÚLTIMO DOMICÍLIO DO FALECIDO, MAS SE DEIXOU HERDEIRO E BENS NO BR APLICA


A LEI BRASILEIRA EM BENEFÍCIO DELES.

- Art 10 § 1º c/c art 5 XXXI CF – sucessão de bens de estrangeiro situados no Brasil – lei
brasileira em benefício ao cônjuge e filhos brasileiros

- Exceção: utiliza-se a lei do de cujus for mais favorável ao cônjuge e filhos brasileiros.

LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

o Regra: jurisdição é fruto da soberania do Estado e, por consequência natural, deve ser
exercida dentro do seu território.
o DIPRI, por vezes, excepciona a regra.
o Necessidade de convivência entre os Estados, independentes e soberanos - regras que
levam um Estado a acatar as decisões proferidas por juízes de outros Estado.

CPC 1973 CPC 2015


Art. 88. É competente a autoridade Art. 21. Compete à autoridade judiciária
judiciária brasileira quando: brasileira processar e julgar as ações em
que:
I - o réu, qualquer que seja a sua I - o réu, qualquer que seja a sua
nacionalidade, estiver domiciliado no nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil; Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a II - no Brasil tiver de ser cumprida a
obrigação; obrigação;
III - a ação se originar de fato ocorrido III - o fundamento seja fato ocorrido ou
ou de ato praticado no Brasil. ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto Parágrafo único. Para o fim do disposto
no I, reputase domiciliada no Brasil a no inciso I, considera-se domiciliada no
pessoa jurídica estrangeira que aqui Brasil a pessoa jurídica estrangeira que
tiver agência, filial ou sucursal. nele tiver agência, filial ou sucursal.

ASSIM, COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA NO NOVO CPC


o I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
o - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
o III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
o Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.

CPC/1973: Sem referência

CPC/2015 Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as
ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu
mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o
consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou
tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA NO NOVO CPC

o Alimentos, quando:
o a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
o b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
o Relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
o Partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

CPC 1973 CPC 2015


Art. 89. Compete à autoridade judiciária Art. 23. Compete à autoridade judiciária
brasileira, com exclusão de qualquer brasileira, com exclusão de qualquer
outra: outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis I - conhecer de ações relativas a imóveis
situados no Brasil; situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de II - em matéria de sucessão hereditária,
bens, situados no Brasil, ainda que o proceder à confirmação de testamento
autor da herança seja estrangeiro e particular e ao inventário e à partilha de
tenha residido fora do território bens situados no Brasil, ainda que o
nacional. autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou
dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional

COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA NO NOVO CPC

Alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;

o Relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;


o Partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

CPC 1973 CPC 2015


Art. 89. Compete à autoridade judiciária Art. 23. Compete à autoridade judiciária
brasileira, com exclusão de qualquer outra: brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis I - conhecer de ações relativas a imóveis
situados no Brasil; situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, II - em matéria de sucessão hereditária,
situados no Brasil, ainda que o autor da proceder à confirmação de testamento
herança seja estrangeiro e tenha residido particular e ao inventário e à partilha de
fora do território nacional. bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira
ou tenha domicílio fora do território
nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou
dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.

COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA NO NOVO CPC

o I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;


o II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional;
o III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha
de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou
tenha domicílio fora do território nacional.
o AINDA: Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.

CPC 1973 CPC 2015


Art. 90. A ação intentada perante tribunal Art. 24. A ação proposta perante tribunal
estrangeiro não induz litispendência, nem estrangeiro não induz litispendência e não
obsta a que a autoridade judiciária brasileira obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas. conexas, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa
perante a jurisdição brasileira não impede a
homologação de sentença judicial
estrangeira quando exigida para produzir
efeitos no Brasil.

CPC 1973 CPC 2015


SEM REFERÊNCIA Art. 25. Não compete à autoridade judiciária
brasileira o processamento e o julgamento
da ação quando houver cláusula de eleição
de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na
contestação.
§ 1 o Não se aplica o disposto no caput às
hipóteses de competência internacional
exclusiva previstas neste Capítulo.
2 o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63,
§§ 1 o a 4o .

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir


expressamente a determinado negócio jurídico.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.

§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na


contestação, sob pena de preclusão.

PRINCIPAIS MUDANÇAS

o Novas regras de competência concorrente da justiça brasileira, nos casos de alimentos


e consumidor;
o Novas regras de competência exclusiva para divórcio, separação judicial e dissolução
de união estável, quando houver bens no Brasil;
o Possibilidade de escolha de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional.

Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e


cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se


inicia três meses depois de oficialmente publicada.  

§ 2o              REVOGADO

§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.

§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.

§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.                

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em


que se efetuou.                      

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle,
possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso.                 

Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e
o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos


impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas


ou consulares do país de ambos os nubentes

§ 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio


a lei do primeiro domicílio conjugal.

§ 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa


anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se
apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos
de terceiros e dada esta adoção ao competente registro
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito
imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras
no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar,
a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de
sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os
efeitos legais.                    

§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro


cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua


residência ou naquele em que se encontre.

Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a


lei do país em que estiverem situados.

§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se
encontre a coisa apenhada.

Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se


constituirem.

§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma


essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o


proponente.

Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada


pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem
os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de
cujus.                      

§ 2o  A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e
as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.

§ 1o  Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de


serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o  Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que


eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir
no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
§ 3o  Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.                   

Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a


imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma


estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.

Art. 14.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova
do texto e da vigência.

Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os


seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;

b)  terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;

c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a


execução no lugar em que foi proferida;

d) estar traduzida por intérprete autorizado;

e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.                     

Parágrafo único.                         

Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela
feita a outra lei.

Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública
e os bons costumes.

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares


brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato,
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no
país da sede do Consulado.                  

§ 1º  As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação


consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes
do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva
escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à
manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.             
2o  É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará
mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma
delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do
advogado conste da escritura pública.                       

Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
satisfaçam todos os requisitos legais.                    

Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido recusada pelas
autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é
facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta
lei.                        

Art. 20.  Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da
decisão.                    

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida


imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive
em face das possíveis alternativas.             

Art. 21.  A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo
expresso suas consequências jurídicas e administrativas

Parágrafo único.  A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o
caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e
sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou
perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou
excessivos.                    

Art. 22.  Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo,
sem prejuízo dos direitos dos administrados.  

§ 1º  Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste,


processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que
houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente

§ 2º  Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração


cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente

§ 3º  As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais
sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato

Art. 23.  A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação


ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que
o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.    

Parágrafo único.  (VETADO).                  


Art. 24.  A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver
completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em
mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente
constituídas.                 

Parágrafo único.  Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações


contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa
majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento
público.              

 Art. 25.  (VETADO).                    

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na


aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de
consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com
os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial.                   

§ 1º  O compromisso referido no caput deste artigo

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os


interesses gerais;                   

II – (VETADO);                      

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de


direito reconhecidos por orientação geral;  

IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento
e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento

§ 2º  (VETADO).                         

Art. 27.  A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos

§ 1º  A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes


sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor

§ 2º  Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso


processual entre os envolvidos.                 

Art. 28.  O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.                 

§ 1º  (VETADO).            

§ 2º  (VETADO).                       

§ 3º  (VETADO).                         
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública
para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será
considerada na decisão.                   

§ 1º  A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais


condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se
houver.     

§ 2º  (VETADO).   

Art. 30.  As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na
aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e
respostas a consultas.                     

Parágrafo único.  Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter


vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior
revisão.                        

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