Professional Documents
Culture Documents
Dengue
Dengue
br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aedes-aegypti
Mistério da Saude
Aedes Aegypti
COMBATE AO AEDES AEGYPTI: PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA
Aedes aegypti é o nome científico de um mosquito ou pernilongo cuja característica que o diferencia dos demais mosquitos é
a presença de listras brancas no tronco, cabeça e pernas.
É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como
estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de
sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas ele também pode picar à noite? Sim. Ele não deixa a
oportunidade passar.
A infestação do mosquito é sempre mais intensa em razão de água acumulada e de altas temperaturas – fatores que
propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle
do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos
domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho de toda a população.
A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se
mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos. O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O
período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de
novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior
disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por
um ano no ambiente.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem
doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações
que podem levar à morte.
SINTOMAS
Os principais sintomas da dengue são:
Febre alta > 38°C;
Dor no corpo e articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal estar;
Falta de apetite;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de
gravidade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura
de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos
olhos, e manchas vermelhas na pele.
Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o
extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença
inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
SINAIS DE ALARME
Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por:
Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Hipotensão postural e/ou lipotímia;
Letargia e/ou irritabilidade;
Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
Sangramento de mucosa;
Aumento progressivo do hematócrito.
A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os
sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar.
Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento
plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.
Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma. O
choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido pelo extravasamento. Ocorre habitualmente entre o 4º e o 5º
dia – no intervalo de 3 a 7 dias de doença –, sendo geralmente precedido por sinais de alarme. Mulheres grávidas, crianças e
pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam
quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão,
além de infecções prévias por outros sorotipos.
Chikungunya
É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil,
até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) e o Aedes aegypti (Organizacion
Panamericana de la Salud, 2011). O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e
ocasionou uma importante onda epidêmica em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.
No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá
e Bahia. Atualmente, todas os Estados registram transmissão desse arbovírus. Esta arbovirose também pode se manifestar
de forma atípica e/ou grave, sendo observado óbitos.
Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:
1. Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
2. Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses.
3. Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase
crônica.
Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos.
SINTOMAS
Febre.
Dores intensas nas articulações
Dor nas costas
Dores pelo corpo.
Erupção avermelhada na pele
Dor de cabeça.
Náuseas e vômitos.
Dor retro-ocular
Dor de garganta
Calafrios
Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).
Importante: É possível que se desenvolva manifestações atípicas no sistema nervoso, cardiovascular, pele, rins e outros
(informações detalhadas no quadro abaixo).
Sistema/órgão Manifestações
CASOS SUSPEITOS
Indivíduo que apresentar febre de início súbito maior que 38,5ºC e artralgia ou artrite intensa (dor nas articulações e/ou
juntas) de início agudo, não explicado por outras condições, residente em (ou que tenha visitado) áreas com transmissão até
duas semanas antes de começar os sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico* com caso importado confirmado.
CASOS CONFIRMADOS
É todo caso suspeito de chikungunya confirmado laboratorialmente por isolamento viral positivo, detecção de RNA viral por
RT-PCR, detecção de IgM em uma única amostra de soro durante a fase aguda (a partir do 6º dia) ou convalescente (15 dias
após o início dos sintomas), demonstração de soro conversão entre as amostras na fase aguda (1a amostra) e
convalescente (2a amostra) ou detecção de IgG em amostras coletadas de pacientes na fase crônica da doença, com clínica
sugestiva.
TRATAMENTO
O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas. Até o momento, não há tratamento antiviral específico para
chikungunya. A terapia utilizada é analgesia e suporte. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes e a escolha
dos medicamentos devem ser realizadas após a avaliação do paciente, com aplicação de escalas de dor apropriadas para
cada idade e fase da doença.
Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação médica conforme cada caso, pode ser recomendada a fisioterapia. Em
caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto
diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos são oferecidos de forma
integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Importante: A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Somente um
médico pode receitar medicamentos.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui
dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela
picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem
importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo
mosquito Aedes aegypti.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos,
quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado, em até 24 horas após a suspeita
inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, fax, email, etc). Às autoridades estaduais de saúde
cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde. Atualmente, a febre amarela silvestre (FA) é
uma doença endêmica no Brasil (região amazônica).
Na região extra-amazônica, períodos epidêmicos são registrados ocasionalmente, caracterizando a reemergência do vírus no
País. O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio, e com
surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão (elevadas
temperatura e pluviosidade; alta densidade de vetores e hospedeiros primários; presença de indivíduos suscetíveis; baixas
coberturas vacinais; eventualmente, novas linhagens do vírus), podendo se dispersar para além dos limites da área endêmica
e atingir estados das regiões Centro.
Importante: Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da idade ou sexo, que se exponha em áreas de risco e/ou
com recomendação de vacina. É fundamental cobertura vacinal da população em todo o território nacional, esta é a principal
forma de prevenir a febre amarela.
COMPLICAÇÕES
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas complicações, como:
febre alta;
icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos);
hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal);
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Importante: Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os
primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
EVENTOS PÓS-VACINAÇÃO
Os eventos adversos são possíveis reações após a vacinação da febre amarela. Os mais comuns relatados segundo
estudos são: reações de hipersensibilidade, e as manifestações da própria doença com o desenvolvimento dos sinais e
sintomas observados. A ocorrência de morte em até 30 dias após a vacinação deve ser investigada para confirmação se foi
ou não relacionada ao uso da vacina.
Todo evento adverso deve ser investigado e tratado da mesma forma que os casos suspeitos de Febre Amarela. Se qualquer
pessoa vacinada desenvolver os sinais e sintomas comuns para doença em até 15 dias após a vacinação, deve rapidamente
procurar o serviço de saúde mais próximo para atendimento.
DOAÇÃO DE SANGUE
Após 28 dias da vacina, as doações de sangue podem ser realizadas. Sugere-se que antes de tomar a vacina as
pessoas procurem um hemocentro ou serviço de coleta para doação, evitando que haja desabastecimento dos estoques de
bolsas de sangue.
NÃO DEVE SE VACINAR
Crianças menores de 9 meses de idade.
Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade.
Pessoas com alergia grave ao ovo.
Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350.
Pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia.
Pessoas portadoras de doenças autoimunes.
Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).
ALERGIA
Segundo previsto na política nacional de alimentação e nutrição do SUS, os profissionais da atenção básica devem
fazer avaliação clínica e orientação nutricional das crianças e adultos identificando alergias alimentares e/ou problemas
relacionados à alimentação e nutrição. Assim, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde devem fazer a orientação
sobre a dieta alimentar mais adequada em cada caso (incluindo a recomendação de não vacinação quando há componentes
alergênicos) e caso haja necessidade, os usuários poderão ser encaminhados para um serviço especializado para realização
de avaliação complementar e o melhor encaminhamento em cada caso.
DIAGNÓSTICO
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a febre amarela.
No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica
adequada. O profissional fará os exames necessários para diagnosticar a doença, assim como sua gravidade, para escolher
a melhor forma de tratamento.
TRATAMENTO
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve
permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o
paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de
óbito. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de
manifestações hemorrágicas.
O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.
Sintomas
Transmissão
Prevenção
Situação Epidemiológica
Vigilância
Viajantes
Informações Técnicas
Publicações
ORIENTAÇÕES
A vigilância da Febre Amarela no Brasil atua visando reduzir a incidência da Febre Amarela Silvestre, impedir a transmissão
urbana e também detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. O Programa de Vigilância
da Febre Amarela atua de forma articulada com diferentes áreas, como vigilância de casos humanos, vigilância
entomológica (vetores urbanos e silvestres), vigilância ambiental e ações de informação, de educação e de comunicação.
As vigilâncias entomológica e de epizootias em PNH constituem eixos de atuação ecoepidemiológica do Programa no
Brasil. A Febre Amarela é uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de
primatas não humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado (até 24
horas após a suspeita inicial) às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, fax, email, etc).
Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar eventos suspeitos ao MS, pelo meio mais rápido:
gt-arbo@antigo.saude.gov.br; ou notifica@antigo.saude.gov.br; e/ou telefone (61) 3213 8181.
Zika Vírus
É uma arbovirose causada pelo vírus Zika (ZIKV). Arboviroses são doenças causadas por vírus (arbovírus) transmitidos
por meio da picada de mosquitos, principalmente fêmeas. O ZIKV foi isolado pela primeira vez em macacos na floresta Zika
de Kampala, Uganda no ano 1947. O primeiro isolamento humano do ZIKV foi relatado na Nigéria em 1953. Desde então, o
ZIKV expandiu sua abrangência geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e Américas.
A maioria das infecções pelo ZIKV são assintomáticas ou representam uma doença febril autolimitada semelhante às
infecções por chikungunya e dengue. Entretanto, a associação da infecção viral com complicações neurológicas como
microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré (SGB) foi demonstrada por estudos realizados durante surtos da doença
no Brasil e na Polinésia Francesa.
Importante: Todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus Zika, porém mulheres grávidas e pessoas
acima de 60 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Esses riscos podem aumentar quando a
pessoa tem alguma comorbidade.
Notificação e óbitos
Publicações
Transmissão
SINAIS E SINTOMAS
A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, pode apresentar quadro clínico
variável, desde manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas. Estudos
recentes indicam que mais de 50% dos pacientes infectados por Zika tornam-se sintomáticos. O período de incubação da
doença varia de 2 a 7 dias. Manifestações mais comuns:
Febre baixa (≤38,5 ºC) ou ausente;
Exantema (geralmente pruriginoso e maculopapular craniocaudal) de início precoce;
Conjuntivite não purulenta;
Cefaleia, artralgia, astenia e mialgia;
Edema periarticular, linfonodomegalia.
Além da manifestação clínica exantemática febril leve da infecção pelo ZIKV, o prurido é um sintoma importante durante o
período agudo, podendo afetar as atividades cotidianas e o sono. Duas complicações neurológicas graves relacionadas ao
ZIKV foram identificadas: Síndrome de Guillan-Barré (SGB), uma condição rara em que o sistema imunológico de uma
pessoa ataca os nervos periféricos, e microcefalia, a manifestação mais grave de um espectro de defeitos
congênitos. Gestantes infectadas podem transmitir o vírus ao feto e essa forma de transmissão da infecção pode resultar em
aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas, como a microcefalia. Deve-se ficar atento para o aparecimento
de outros quadros neurológicos, tais como, encefalites, mielites e neurite óptica, entre outros.
No ano de 2015, em decorrência do aumento de nascimentos com microcefalia e sua associação com a infecção pelo vírus
Zika, foi declarado no Brasil o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Para qualificar a
assistência as crianças durante o período da emergência, foi estabelecida no país a vigilância da Síndrome Congênita do
Vírus Zika (SCZ) e de outras etiologias infecciosas como Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Simplex
(STORCH). Essa vigilância possui como propósito a identificação de complicações relacionadas à infecção pelo vírus Zika e
outras etiologias no pré-natal, parto, pós-parto e puericultura nos primeiros anos de vida, bem como fornecer informações
atualizadas de modo a guiar políticas para promoção do cuidado adequado às crianças com alterações no crescimento e no
desenvolvimento, independentemente da etiologia.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do Zika Vírus é clínico e feito por um médico. O resultado é confirmado por meio de exames laboratoriais de
sorologia e biologia molecular. Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Os recém-nascidos
com suspeita de comprometimento neurológico necessitam de exames de imagem, como ultrassom. Tomografias ou
ressonância magnética. Em caso de confirmação do Zika a notificação deve ser ao Ministério da Saúde em até 24 horas. O
diagnóstico laboratorial específico do ZIKV pode ser realizado por métodos diretos, que incluem o isolamento viral e a
pesquisa de genoma viral por transcrição reversa seguida por reação em cadeia da poli¬merase (RT-PCR) e indiretos, que
consistem na identificação da presença de anticorpos virais.
Em caso de óbito suspeito de infecção pelo ZIKV é recomendado o estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de
antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ). Em razão da semelhança entre alguns sinais e sintomas da infecção pelo
ZIKV com a dengue e chikungunya, recomenda-se, em caso de a suspeita inicial ser Zika, que a testagem seja iniciada por
métodos diretos. Amostras de urina podem ser utilizadas para confirmar a infecção viral até o 15° dia do início dos sintomas.
Importante: Em um cenário de cocirculação de DENV, ZIKV e CHIKV, que pode ser realidade em muitos municípios no
Brasil, se faz necessária, sempre que possível, a investigação por métodos diretos para detecção desses vírus. Em relação
ao diagnóstico sorológico, existe a possibilidade de reação cruzada por meio da sorologia IgM entre o ZIKV e o DENV.
Dessa forma, recomenda-se que as amostras sejam testadas em paralelo para as duas doenças, também com o objetivo de
reduzir o número de falso-positivos. As amostras negativas para Zika e dengue deverão ser testadas posteriormente para
chikungunya.
TRATAMENTO
Ainda não existe antiviral disponível para tratamento específico da infecção pelo vírus Zika. Para os quadros
sintomáticos, aplicam-se as principais medidas:
Repouso relativo, enquanto durar a febre;
Estímulo à ingestão de líquidos;
Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
Não administração de ácido acetilsalicílico;
Administração de anti-histamínicos;
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de
formigamento de membros ou alterações do nível de consciência (para investigação de SGB e de outros quadros
neurológicos);
Diante da queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para avaliação e tratamento.
Importante: Gestantes com suspeita de Zika devem ser acompanhadas conforme protocolos vigentes para o pré-natal,
desenvolvidos pelo Ministério da Saúde do Brasil.
PREVENÇÃO
Atualmente, não há vacinas ou terapias específicas para o ZIKV viáveis disponíveis. Portanto, o controle do vetor é o principal
método para a prevenção e controle de doenças transmitidas por mosquitos, como Zika, seja pelo manejo integrado de
vetores ou pela prevenção pessoal. Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre
que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com
telas/capas/tampas, impedindo o acesso do mosquito Aedes Aegypti.
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de
transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes Aegypti pica
principalmente durante o dia. Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:
Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;
Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo.
Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e
à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos
contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as
instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem
orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;
A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.