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Delivio Delson Marcelino

Ercílio Júlio Munguambe

Gerson Zito José Francisco

Riovaldo José Tivane

Salomão Alfredo Chaúque Júnior

Sídio Samilton Armando Mahumane

TEXTOS CIENTIFICOS: TEXTOS EXPOSITIVOS EXPLICATIVOS

Licenciatura em Matemática

Universidade Save
Chongoene
2022
2

Delivio Delson Marcelino

Ercílio Júlio Munguambe

Gerson Zito José Francisco

Riovaldo José Tivane

Salomão Alfredo Chaúque Júnior

Sídio Samilton Armando Mahumane

Trabalho a ser entregue ao


departamento de Ciências Naturais e
Exactas, para o efeito de avaliação, na
Cadeira TELP sob orientação do Msc.
Helena Macuácua

Universidade Save
Chongoene
2022
3

Índice
1.0. Introdução...............................................................................................................4

1.1. Metodologia............................................................................................................4

1.2. Objetivos................................................................................................................4

2.0. Textos Expositivos-explicativos.............................................................................5

2.1. Estrutura ou organização do texto......................................................................5

2.2. Características.........................................................................................................6

2.2.1. Características discursivas..............................................................................6

3.0. Funcionamento da Língua...................................................................................8

3.1. Processo morfológico de formação de palavras.................................................8

4.0. Tipos e formas de frases.....................................................................................14

4.1. Frases simples e complexas................................................................................15

5.0. Relação de coordenação e de subordinação entre as orações...............................16

5.1. Emprego de pronomes pessoais clíticos...............................................................19

5.2. Pronomes pessoais denotam as três pessoas gramaticais:..............................20

5.3. Formas átonas.....................................................................................................20

5.4. Colocação pronominal....................................................................................20

6.0. Conclusão.............................................................................................................22

7.0. Referências Bibliográficas....................................................................................23

8.0. Anexos..................................................................................................................24
4

1.0. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito de elaboração do trabalho de pesquisa na cadeira
de Técnicas de Expressão. Especificamente nos textos expositivos-explicativos, de
forma sucinta. Texto expositivos-explicativo é um texto que se dedica, essencialmente,
à transmissão do conhecimento da realidade a respeito da qual oferece um saber.

1.1. Metodologia
A metodologia usada para a realização desse trabalho foi de consulta a fontes
bibliográficas que abordam diracta ou indirectamente assuntos relacionados com o
tema, a base foi uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material já publicado
de vários autores da área, os quais abordam o tema em questão, e os mesmos
forneceram subsídios teóricos bastante significativos para a fundamentação da temática
em questão. Considerando os objectivos da pesquisa a pesquisa é
explicativa/analítica/descritiva, visto que o trabalho tem como objetivo explicar e
descrever os textos expositivos explicativos bem como debruçar de questões
relacionados ao funcionamento da língua, a gramática.

1.2. Objetivos
Gerais
 Compreender a formação de textos expositivo - explicativo

Expecificos
 Destacar as carateristicas do texto expositivo-explicativo;
 Identificar a funcionalidade da lingua (relação de cordenação e subordinção);
 Explicar o emprego de pronomes pessoais clíticos
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2.0. Textos Expositivos-explicativos


O Texto Expositivo-Explicativo é um tipo de texto que tem por objectivo principal a
transmissão de conhecimentos a cerca de uma dada realidade, isto é, fazer-saber ou
fazer-conhecer (fazer-perceber).

O Texto Expositivo-Explicativo apenas apresenta uma informação, que se considera


nova, partindo de um saber que se pressupõe que o leitor o detenha. Daí que a
linguagem usada neste tipo de texto tem muito a ver com o tipo de público alvo ao qual
ele se destina.

O texto expositivo-explicativo tem por objectivo instruir, comunicando de forma clara e


pormenorizada, a um leitor determinado, que se supõe possuir um saber insatisfatório do
que deve saber de um facto, assunto ou problema.

2.1. Estrutura ou organização do texto


O texto expositivo-explicativo estrutura-se em três momentos, nomeadamente:

 Fase de questionamento ou introdução;


 Fase de resolução ou desenvolvimento;
 Fase de conclusão.
a) Fase de introdução

Fase de questionamento ou introdução é o momento em que se faz a apresentação do


tema ou assunto que vai ser tratado ao longo do texto. Esta fase contém de forma
explícita ou implícita uma questão que se vai responder ao longo do texto, ou
simplesmente pela anunciação do tema/assunto/problema da exposição.

b) Fase de desenvolvimento

Fase de desenvolvimento ou resolução é o momento em que se desenvolve o assunto


apresentado na fase de questionar. Correspondente ao corpo explicativo ou
desenvolvimento.

c) Fase de conclusão

Fase da conclusão é o momento em que se faz o resumo e se apresentam as ideias


fundamentais discutidas no desenvolvimento.
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2.2. Características
2.2.1. Características discursivas
No tangente à organização discursiva deste tipo de texto, podemos identificar três tipos
de enunciados:

a) Enunciados de exposição ou expositivos

Enunciados expositivos são aqueles que contêm uma sucessão de informações que
visam fazer saber, ou seja, contêm as informações com as quais o autor do texto
pretende fazer saber, transmitir os novos saberes;

Ex.: A caspa é uma dermatose que abrange 20% da população mundial.

b) Enunciados de explicação ou explicativos

Enunciados explicativos que têm por finalidade fazer compreender o saber transmitido;

Ex.: O seu agravamento, a Dermite Seborreica, constitui para crianças e adultos um


problema clínico com dois picos de incidência: o primeiro, na infância, pode começar
entre a 2ª e 3ª semana de vida e prolongar-se até ao 6º mês; o segundo pico manifesta-se
sobretudo nos 20 e 50 anos.

c) Enunciados Baliza

Enunciados baliza que marcam as articulações do discurso são os que tratam de


anunciar o que vai ser dito; resumir o que já se disse; antecipar o que vai ser dito,
mediante o uso de títulos, subtítulos, numerações, bem como focalizar o que é dito
através de sublinhados e de mudanças tipográficas (formas de escrever).

Ex.: “A caspa”

2.2.2. Características linguísticas

Do ponto de vista linguístico o texto expositivo-explicativo caracteriza-se por:

 Emprego da passiva;
 Uso das nominalizações;
 Apagamento do sujeito falante\ enunciador;
 Emprego do presente com valor genérico;
 Uso de articuladores [conectores (conjunções, locuções, preposições) ].
a) Emprego da passiva
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O emprego da passiva é uma forma de se expressar que consiste em tornar impessoal o


discurso científico, isto é, que não apresenta as marcas de pessoas gramaticais, de modo
a tornar o discurso objectivo.

Ex.: A caspa é considerada uma doença». O verbo sublinhado está na forma passiva.

a) Uso das nominalizações

Uso das normalizações é um processo que consiste na transformação de um sintagma


verbal ou adjectival num nome, permitindo, em certos casos, condensar o que foi,
anteriormente, dito.

Ex.: Durante muito tempo os investigadores encararam a caspa como resultado de


excessiva renovação celular – o que equivale a dizer – Caspa: consequência da
excessiva renovação celular.

b) Apagamento do sujeito anunciante ou falante

Apagamento do sujeito falante ou enunciador é um processo através do qual o discurso


torna-se impessoal, quer dizer, é um discurso que não apresenta as marcas de pessoas
gramaticais.

Ex.: Embora muitas vezes não coloquem o problema desta forma, a caspa é considerada
uma doença. A expressão mostra que o sujeito da frase está ocultado.

c) Emprego do presente com valor genérico

Presente genérico tem os verbos a exprimirem um valor atemporal e universal. Diz-se


valor atemporal porque a verdade referida perdura ao longo de todos os tempos;
universal pois a verdade em referência é conhecida em todo o universo.

Ex.: A hiperproliferação do Pityrosporum Ovale desencadeia uma resposta imunológica


da pele que conduz à inflamação e prurido. Trata-se de uma verdade que acontece em
todos os tempos e em todo o universo.

d) Uso de articuladores [conectores (conjunções, locuções, preposições) ]

Os articuladores podem ser:

I. Para explicar ou clarificar: isto é; ou seja; por outras palavras; ou melhor;


então; pode dizer-se que; é o caso de; sendo assim; por vezes; veja-se; compare-
se; observe-se; em relação a; no que diz respeito a…;
II. Para ilustrar ou exemplificar: assim; por exemplo; tal/tais como; é o caso de; é
de realçar; ressalta-se; importa salientar…;
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III. Para concluir: em conclusão; finalmente; por todas as razões apresentadas;

3.0. Funcionamento da Língua

Definicao Morfologia é a parte da gramática que descreve a forma das palavras. Ou


ainda: “morfologia é o estudo da estrutura interna das palavras” (JENSEN apud
MONTEIRO, 2002, p. 11).

3.1. Processo morfológico de formação de palavras

Ao falarmos do processo de formação de palavras por derivação temos de fazer um


breve resumo sobre a distinção entre a gramática tradicional e a gramática actual. Na
primeira, seguindo o DT (2009: 22), a derivação era descrita como a formação de novas
palavras a partir de uma palavra primitiva, enquanto na segunda a derivação passa a ser
vista como um processo morfológico de formação de palavras, o qual consiste na
associação de um afixo derivacional a uma forma de base.

A derivação pode ser prefixal com o uso de prefixos, sufixal, utilizando os sufixos e
parassintética com a junção simultânea de um prefixo e de um afixo a uma base. A
maioria dos autores é da opinião de que a parassíntese é frequente na formação de
verbos de adjectivais ou denominais. Ao classificar a formação de palavras temos que
saber de onde elas vêm e como são formadas.

Palavras parassintéticas
O vocábulo “parassintético” provém do grego “pará” (justaposição, posição ao
Lado de) e synthetikós ( que compõe, que junta, que combina). As palavras
parassintéticas distinguem-se das palavras derivadas por prefixação e
Sufixação, pois, no caso destas últimas, ao radical pode acrescentar-se apenas o prefixo
Ou apenas o sufixo para obtermos palavras existentes em português.
Exemplo: Anoitecer
A palavra anoitecer é constituída pelo radical noite, ao qual foram acrescentados
O prefixo a e o sufixo ecer. Numa análise cuidada desta palavra, verifica o prefixo e o
sufixo se juntaram em simultâneo, ao radical noite.
Com efeito, se cada um deles se ligasse, sem o outro, ao radical, obteríamos palavras
Inexistentes em português (anoit e noitecer).
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É o caso da palavra infelizmente, que não é formada por parassíntese, mas por
prefixação e sufixação, pois por prefixação temos a palavra infeliz (in+fetiz); por
sufixação temos a palavra felizmente (feliz+mente).

Conversão ou derivação imprópria

Abrange as palavras que mudam de classe gramatical sem terem qualquer modificação
na sua estrutura.

Exemplo: palavra “português” que pode ser uma pessoa natural de Portugal ou a língua
própria de Portugal.

Composição

De acordo com Correia & Lemos, (2009), a composição é um processo menos


previsível dado que: número de unidades que podem estar na base de compostos é
praticamente ilimitado; quando se fala de composição sintagmática, é impossível prever
quais os sintagmas que se lexicalização, dado que, basicamente, esse processo é
condicionado por factores extralinguísticos; os elementos intervenientes na composição
são portadores de significado lexical e podem ser classificados como pertencentes a uma
classe maior de palavras (substantivo, adjectivo, verbo, advérbio).

Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra (1992), referem que existem elementos de uma
palavra composta que podem estar justapostos, conservando cada um a sua
imparcialidade. Por vezes, há palavras em que elementos que as formam estão nalgumas
ocasiões unidos de tal forma que a ideia de composição quase se perde, por se
encontrarem subordinados a um único acento tónico, perdendo a sua integridade
silábica. É considerada a composição perfeita.

Composição por justaposição

No primeiro caso, os elementos componentes estão geralmente ligados por hífen, o


emprego do hífen é uma simples convenção ortográfica. Nem sempre os elementos
justapostos vêm ligados por ele, pois há os que se escrevem unidos.

Exemplo: Guarda – chuva, Dia – a – dia, etc.


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Na nova terminologia utilizada na gramática actual e seguindo o DT (dicionário


terminológico), justaposição, passa a chamar-se composição morfossintáctica

Composição por aglutinação.

Os elementos unem-se num só vocábulo gráfico. (…) como há outros que conservam a
sua autonomia gráfica” (Cunha & Cintra, 1992: 107).

Exemplo: Planalto = plano + alto, Girassol = gira +sol, etc.

Na nova terminologia utilizada na gramática actual e seguindo o DT (dicionário


terminológico), aglutinação passa a chamar-se composição morfológica.

Estes termos usados na gramática tradicional deixam de ser utilizados, por serem
considerados pouco rigorosos e desadequados face ao processo que ocorre na formação
de novas palavras por composição.

3.2. Palavras irregulares de formação de palavras

Além da derivação e da composição (processos regulares), o português dispõe de


processos irregulares de formação de palavras. São eles a extensão semântica, os
empréstimos, a amálgama, as siglas, a acronímia e a truncação.

Hibridismo

Uma palavra sofre hibridismo quando, em sua formação, entram elementos de idiomas
diferentes.

Exemplos: Auto (grego) + móvel (latim) = Automóvel, Bi (latim) + ciclo (grego) + eta
(francês) = Bicicleta.

É claro que, sem uma consulta a dicionários especializados, tornase bastante difícil
saber se uma palavra é híbrida ou não.

Onomatopeia
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Uma palavra é, portanto, formada por onomatopeia quando reproduz, imitativamente,


um determinado som.

Exemplo: Quaquaracuac! Autor (Guimarães Rosa), o escritor criou esta palavra para
reproduzir o som emitido pelos marrecos, Blábláblá!, tiquetaque!.

Sigla

Siglas são palavras que se formam pela reunião das letras iniciais das palavras que
compõem um nome.

Exemplos:

ONU – Organização das Nações Unidas

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

As siglas têm seu uso popularizado pelos meios de comunicação, principalmente pelos
jornais, uma vez que elas são muito úteis não só para agilizar a notícia, como também
para economizar espaço na página.

Extensão semântica

Consiste na atribuição a uma palavra de um novo sentido ou de uma excepção que


anteriormente não tinha.

Exemplo: A designação Rato, que se atribuía inicialmente ao animal roedor, refere-se


hoje também a uma ferramenta do computador.

Empréstimo

São palavras de outras línguas que entraram numa dada língua e que são comummente
usadas pelos seus falantes. O português conta com variadíssimos empréstimos, que
foram ou não adaptados à índole da língua.

Exemplo: Xeque, Alface, Açúcar (de origem árabe); Realpolitik, Leitmotiv, Volfrâmio
(de origem alemã); Harakiri, Biombo, Sushi (de origem japonesa).

Amálgama
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É o processo de criação de uma nova palavra que resulta do cruzamento ou da fusão de


dois vocábulos existentes na língua. No processo da sua construção, um ou ambos os
termos sofrem amputações na sua forma.

Exemplo: Informática = informação + automática, Burótica = bureau (escritório) +


informática, Franglês = francês + inglesa.

Acronímia

Forma-se como a sigla: a partir da redução das palavras de uma expressão às suas
iniciais. No entanto, ao contrário da sigla, que se lê soletrando, o acrónimo pronuncia-se
como uma palavra.

Exemplo: SIDA (Síndroma de ImunoDeficiência Adquirida), TAC (Tomografia Axial


Computorizada), UNICEF (United Nations Children’s Fund).

Truncação

Consiste na redução de uma palavra, suprimindo-se geralmente as sílabas finais.

Exs: Moto (motocicleta), Quilo (quilograma), Otorrino (otorrinolaringologista).

4.0. Tipos e formas de frases

Qualquer frase representa um tipo, de acordo com a intenção de quem a usa.

Tipos Intenções Marcas na escrita Formas Exemplos

Declarativo Informar sobre um Ponto final (.) Afirmativa Hoje vou à


acontecimento, descrever feira. O
Dois pontos (:)
uma situação tempo está
Reticências (…)
bom

Negativa Não gosto de


vinho.
Nunca fui à
caça
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Interrogativ Formular uma pergunta, Ponto de interrogação Afirmativa Tens um


o apresentar uma dúvida (?) lápis? Vais
de metro ou
de
autocarro?

Negativa Não és
português?
Nunca
comeste
patê? Nem
provaste?

Exclamativo Exprimi sentimentos: Ponto de exclamação Afirmativa És tão


satisfação, alegria, (!) arrumada!
surpresa, indignação Que linda
menina!

Negativa Nunca
arrumas
nada! Nunca
fazes o que
te digo

Imperativo Aconselhar, fazer Ponto de Afirmativa Deves comer


pedidos ou chamadas de menos.
Exclamação (!)
atenção, ordenar Senta-te!
Ponto final (.)
Deixem-me
passar!

Negativa Não te sentes


aí. Nunca
digas nunca!
Nem penses
nisso
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Resumindo: Cada frase só tem um tipo (de quatro tipos possíveis) e uma forma
(afirmativa ou Negativa).

Ao analisares uma frase, ela será do tipo X na forma Y.

Exemplos:

 O Luís não gosta de uvas. (tipo afirmativo / forma negativa)


 Salta para aqui! (tipo imperativo/ forma afirmativa)
 Não acredito nisto! (tipo exclamativo/ forma negativa)
4.1. Frases simples e complexas

Frase simples - constituída apenas por um verbo ou por um complexo verbal

Ex.: A Mary brinca muito com o irmão. – Frase simples (constituída por um verbo)

O José continua a ler aquele livro. – Frase simples (constituída por um complexo
verbal)

Frase complexa - constituída por dois ou mais verbos ou complexos verbais, ou seja,
por duas ou mais orações.

Ex.: A mãe usa óculos e o pai tem bigode. – Frase complexa (constituída por dois
verbos)

O Jorge já estava em casa, mas a Inês acabou de chegar. – Frase complexa (constituída
por um verbo e um complexo verbal)

5.0. Relação de coordenação e de subordinação entre as orações

Coordenação Subordinação

Opera sobre todos os tipos de categorias Opera apenas sobre orações.


sintácticas..

As orações coordenadas não A oração subordinada desempenha uma


desempenham nenhuma função sintáctica função sintáctica na subordinante.
uma em relação à outra. Os termos
coordenados desempenham a mesma
função sintáctica e semântica.
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Verifica-se pouca mobilidade dos termos Verifica-se bastante mobilidade dos


coordenados. termos subordinados.

As frases podem ocorrer com autonomia As frases não podem repartir-se por
em fragmentos discursivos com dois fragmentos discursivos autónomos
locutores

Coordenação - consiste na junção de orações ou de constituintes da frase da mesma


categoria ou que tem a mesma função sintáctica, por meio de conjunções (ou locuções
conjuncionais) coordenativas ou de advérbios (ou locuções adverbiais) conectivos.

A coordenação pode ser:

 Assindética
 Sindética
a) Assindética - as orações ou os constituintes não iniciais não se introduzem por
conjunção.

Ex.: O Pedro jogou ténis, praticou natação.

b) Sindética - as orações ou os constituintes não iniciais introduzem-se por


conjunção.

Ex.: O Pedro jogou ténis e praticou natação.

Oração coordenada - recebe o nome da conjunção ou locução conjuncional


coordenativa que as liga, de acordo com o sentido expresso

I. Copulativa adversativa
II. Disjuntiva conclusiva
III. Explicativa
Oração coordenada copulativa - expressa ligação ou adição de informações.

Ex.: O público entrou e o espectáculo começou.

 Conjunções coordenativas copulativas - e, nem.


 Locuções conjuncionais coordenativas copulativas - não só, mas também, não
só, como também
a) Oração coordenada adversativa - estabelece uma oposição, relativamente à
oração anterior.
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Ex.: Queria participar no concurso, mas o prazo tinha terminado


 Conjunções coordenativas adversativas – mas
 Advérbios (ou locuções adverbiais) conectivos - porém, assim, contudo,
todavia, no entanto, não obstante, ainda assim
c) Oração coordenada disjuntiva - estabelece uma alternativa em relação à
oração anterior.

Ex.: Queres uma pêra ou preferes uma laranja?

 Conjunções coordenativas disjuntivas - ou, ou… , ora…, ora quer… quer,


seja… seja
d) Oração coordenada conclusiva - Indica uma conclusão ou o desfecho de um
raciocínio.

Ex.: O telemóvel está sem bateria, logo não te posso ligar.

 Conjunções coordenativas conclusivas - logo


 Advérbios (ou locuções adverbiais) conectivos - pois, portanto, assim, por isso
e) Oração coordenada explicativa - apresenta um esclarecimento ou uma
justificação.

Ex.: Não posso sair, pois tenho tarefas a cumprir

 Conjunções coordenativas conclusivas - pois, por quanto

Subordinação - consiste na junção de orações através de conjunções ou locuções


conjuncionais subordinativas.

a) A oração subordinante é a oração principal da frase e, geralmente, pode


continuar a existir como oração independente. A oração subordinada apenas tem
sentido quando ligada a subordinante.
b) Oração subordinada adverbial - tem esta designação, pois desempenham
funções sintácticas típicas de um advérbio ou de um grupo adverbial. O seu
nome advém da conjunção ou da locução conjuncional subordinativa que as liga,
de acordo com o sentido que expressa.
c) Oração subordinada adverbial temporal - exprime uma ideia de tempo
relativamente ao afirmado na oração subordinante.

Ex.: Quando viajo de carro, não consigo ler nada.

 Conjunções subordinativas temporais - quando, mal, enquanto, apenas


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 Locuções conjuncionais subordinativas temporais - logo que, assim que, até


que, antes que
f) Oração subordinada adverbial causal Transmite a causa do que se afirma na
oração subordinante.

Ex.: Não como morangos porque sou alérgico

 Conjunções subordinativas causais - porque, que, como


 Locuções conjuncionais subordinativas causais - visto que, já que, pois que
g) Oração subordinada adverbial final Expressa a finalidade da ideia indicada na
oração subordinante.

Ex.: O Rui adiou a reunião para que pudesse ir comigo.

 Conjunções subordinativas finais - que, para


 Locuções conjuncionais subordinativas finais - para que, a fim de que
h) Oração subordinada adverbial condicional Indica uma condição que
permitirá a realização do que é expresso na oração subordinante.

Ex.: Só troco de computador se este não tiver conserto

 Conjunções subordinativas condicionais - se


 Locuções conjuncionais subordinativas condicionais - a não ser que, a menos
que, desde que, salvo se
i) Oração subordinada adjectiva relativa tem esta designação, pois
desempenham funções sintácticas típicas de um adjectivo ou de um grupo
adjectival.
j) Oração subordinada adjectiva relativa restritiva limita a informação dada
sobre o que a antecede. Na escrita, não pode ser delimitada por vírgulas.

Ex.: O funcionário que me atendeu foi muito simpático.

5.1. Emprego de pronomes pessoais clíticos

Pronomes Pessoais

Número Pessoa Pronomes Pronomes obliquos


rectos

Tônicos Atônicos
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Singular 1a Eu Mim, comigo Me

2a Tu Ti, contigo Te

3a Ele/Ela Si, consigo Se, o, a, lhe

Plural 1a Nós Nós, conosco Nos

2a Vós Vós, convosco Vos

3a Eles/Elas Eles, Elas, si, Se, os, as, lhes


consigo

Pronome é a classe gramatical que desempenha na oração as funções equivalentes às


exercidas pelos elementos nominais. Servem, portanto, para representar um substantivo
(pronome substantivo) ou para acompanhar um substantivo, determinando-lhe a
extensão do significado (pronome adjetivo).

Pronome Clítico diz-se do pronome pessoal de uma só sílaba (como o, me, lo, lhe, se)
que não tem acentuação própria e que por isso depende do acento da palavra que está
imediatamente antes ou depois, geralmente um verbo.

5.2. Pronomes pessoais denotam as três pessoas gramaticais:


 quem fala (1ª pessoa), com quem se fala
 (2ª pessoa) e de quem se fala
 (3ª pessoa); podem representar, quando na terceira pessoa, uma forma nominal
anteriormente expressa; variam de forma segundo a função (reto ou oblíquo) e a
acentuação (átono ou tônico).
5.3. Formas átonas
 Objeto direto: o, a, os, as;
 Objeto indireto: lhe, lhes;
 Objeto direto e indireto: me, te, nos e vos.

Objeto direto: é o complemento verbal que não vem acompanhado de uma preposição.
Tem a função de completar o verbo transitivo, que sozinho não consegue fornecer
informação com sentido completo.
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Objeto indireto: é o complemento verbal que exige a presença de uma preposição.


Assim como o objeto direto, tem a função de completar o verbo transitivo, que sozinho
não consegue fornecer informação com sentido completo.

5.4. Colocação pronominal

Próclise Mesóclise Ênclise

O pronome é colocado O pronome é colocado no O pronome é colocado


antes do verbo. meio do verbo. depois do verbo.

a) Uso da próclise
 Oração Negativa, que contenham palavras como: não, ninguém, nunca.

Exemplo: Não o quero aqui.

 Pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos.

Exemplo: Alguns lhes deram maus conselhos.

 Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja


vírgula depois do advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair
o pronome.

Exemplo: Talvez a jovem se decida ainda hoje.

 Orações exclamativas e orações que exprimem desejo de que algo aconteça.

Exemplo: Deus nos dê força!

 Orações com conjunções subordinativas.

Exemplo: Embora se sentisse melhor, saiu.

 Verbo no gerúndio, junto da preposição em.

Exemplo: Em se tratando de confusão, ela está presente.

 Orações interrogativas:

Exemplo: Quando te deram a notícia?

b) Uso da mesóclise

A mesóclise é utilizada apenas com os verbos do futuro do presente ou do futuro do


pretérito.
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Exemplo: Orgulhar-me-ei dos meus alunos.

c) Uso da ênclise
 Verbo no imperativo afirmativo.

Exemplo: Depois de terminar, chamem-nos.

 Verbo no infinitivo impessoal.

Exemplo: O seu maior sonho é casar-se.

 Verbo iniciando a oração.

Exemplo: Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.

 Verbo no gerúndio (sem a preposição “em”).

Exemplo: Vivo a vida encantando-me com suas surpresas

6.0. Conclusão
O Texto Expositivo-Explicativo é um tipo de texto que tem por objectivo principal a
transmissão de conhecimentos a cerca de uma dada realidade, isto é, fazer-saber ou
fazer-conhecer (fazer-perceber).

O texto expositivo-explicativo tem por objectivo instruir, comunicando de forma clara e


pormenorizada, a um leitor determinado, que se supõe possuir um saber insatisfatório do
que deve saber de um facto, assunto ou problema.

Neste tipo de textos, podemos identificar três momentos ou fases (correspondentes às


partes do texto), a saber: a fase do questionário (que contém de forma explícita ou
implícita uma questão que se vai responder ao longo do texto, ou simplesmente pela
anunciação do tema/assunto/problema da exposição) correspondente à introdução; a
fase da resolução, correspondente ao corpo explicativo ou desenvolvimento e a fase da
conclusão.

No tangente à organização discursiva deste tipo de texto, podemos identificar três tipos
de enunciados: Enunciados de exposição ou expositivos; Enunciados de explicação ou
explicativos; Enunciados Baliza.

Do ponto de vista linguístico o texto expositivo-explicativo caracteriza-se por: Emprego


da passiva; Uso das nominalizações; Apagamento do sujeito falante\ enunciador;
Emprego do presente com valor genérico; Uso de articuladores.
21

Nas orações coordenadas cada oração não depende da outra enquanto que na
subordinação a oração subordinada depende da subordinante.

As orações coordenadas podem ser: Copulativas, Adversativas, Conclusivas,


Explicativas e Disjuntivas.

As orações subordinadas podem ser: Causais, Finais, Temporais, Comparativas,


Condicionais, Consecutivas, Concessivas e Integrais.

Pronome Clítico diz-se do pronome pessoal de uma só sílaba (como o, me, lo, lhe, se)
que não tem acentuação própria e que por isso depende do acento da palavra que está
imediatamente antes ou depois, geralmente um verbo. Pode ser emprego de forma
próclise, mesóclise ou ênclise.

7.0. Referências Bibliográficas


http://tondinho.blogspot.com.br/2010/04/o-texto-expositivo-explicativo.html

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. (2008), Nova gramática do português


contemporâneo. 5. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon.

MEDH: IEDA, Modulo-4 de português:Textos multiusos, s/e, s/l.

"clitico". In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013. Disponível em: .


Acesso em 25 set. 2018.
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8.0. Anexos

Exemplo de texto expositivo explicativo

A CASPA

A caspa é uma dermatose que abrange 20% da população mundial. Caracteriza-se pelo
aparecimento de partículas brancas, frequentemente acompanhada de prurido, e
hipersecreção sebácea, não escolhe o sexo, raça ou cor de pele e constitui, sem dúvida,
uma situação embaraçosa, tanto a nível social como profissional.

Embora muitas vezes não coloquem o problema desta forma, a caspa é considerada uma
doença. Ainda em benigna, está classificada como dermatose e tem lugar cativo na
consulta de Clínica Geral e de Dermatologia ou no aconselhamento em farmácias.

O seu agravamento, a Dermite Seborreica, constitui para crianças e adultos um


problema clínico com dois picos de incidência: o primeiro, na infância, pode começar
entre a 2ª e 3ª semana de vida e prolongar-se até ao 6º mês; o segundo pico manifesta-se
sobretudo nos 20 e 50 anos.

Durante muito tempo os investigadores encararam a caspa como resultado de excessiva


renovação celular. E o problema era tratado com aplicações de sulfureto de selénio,
alcatrão e corticosteróides tópicos – combatiam-se os sintomas e não a causa.

Hoje sabe-se que o responsável pelo aparecimento da caspa é um microorganismo –


Pityrosporum Ovale – que está no couro cabeludo em 80% das pessoas, mas que nem
sempre se manifesta. Este fungo tem uma função fisiológica, alimenta-se de detritos
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biológicos que são libertados pela pele, conferindo-lhe acidez e constituindo uma
barreira de defesa.

A hiperproliferação do Pityrosporum Ovale desencadeia uma resposta imunológica da


pele que conduz à inflamação e prurido.

A caspa é uma doença que deriva de um desequilíbrio físico e para o qual, à partida,
todos os indivíduos têm igual predisposição. Os factores desencadeadores podem ser os
distúrbios hormonais na altura da adolescência, da menopausa, ou quando as mulheres
tomam a pílula ou distúrbios psicossomáticos como o stress, doenças do sistema
nervoso, maus hábitos alimentares, abuso do álcool, humidade atmosférica, calor, etc.
Normalmente, a caspa é uma doença que não apresenta sintomas, com excepção do
prurido, a pessoa não sente nada sem ser a descamação das películas. Como portadores
desta doença recidivas frequentes, torna-se necessário combater o fungo e manter sob
controle o reaparecimento deste microorganismo no couro cabeludo. Hoje trata-se esta
doença com Cetoconazole, agente activo do Nizoral Champô, é um antimicótico
(antifúngico) da elevada potência contra o Pityrosporum Ovale, eliminando por
completo o fungo causador da caspa.

In Saúde e Bem – Estar (Texto Adaptado)

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