You are on page 1of 159
José Maria Filardo Bassalo Mauro Sérgio Dorsa Cattani Elementos de Vol. 2 SoU Teel eet ae ETE e Calculo das Variagées Livraria Cal re me ee ee Pec Ese Su CUO On MCESM ae aeRO EU Seale om) PSP us MUNUm (ee a ashe CCE) ee CMO Ce RUT ay ATCC SC come CME Ls) TT CRE thos sobre a Histéria da Fisica divulgados em SIC RC aT Clim CM Cee CUM Ca ate inion eco Cm (oad (1973); Aspectos Contempordneos da Fisica Le UM CC Le Oc Tépicos da Mecdnica Qudntica de Broglie-Bohm PLE eC accu nonce er cre aL cated PL CUM tC eee ane a3 trais em Gases Neutros, Plasmas Densos e Esta- Cece OUP Tn OMSL LO Cg ora OYA eae 4 5 LPL enero Cis) LUO ed a cimentos da Fisica (1901-1950) (2000); Nas mentos da Fisica (1951-1970) (2005); Outras Editoras: Da Sovela @ Universidade Passando em ud ELEC a Ea ed Eletrodindmica Quantica (Livraria da Fisica, 2006); tic e Atividade Cientifica (Atomof PA ce St eb ec A eT 90) (Fundagéo Minerva, 2007) ¢ Nascimentos da Fisica (1991-2000) (Fundagéo Minerva, 2009); Eletrodindmica Cidssica (Livraria da ieee an CCUM) Fisica, 2008), Osciladores Harménicos: Clds- Se MO em OCMC Tle Pa) CRG em sicaum aie mac CPL ORE UCLA a Tec a (Fundagao Minerva, 2007, 2008, 2010). Para PCa eal Pe De ease Re Une José Maria Filardo Bassalo Mauro Sérgio Dorsa Cattani Elementos de Fisica Matematica Volume It Equagées diferenciais parciais e Calculo das variacées Editora Livraria da Fisica — Casa Editorial Maluhy & Co. Sao Paulo — 2011 Copyright © 2011 Editora Livraria da Fisica Copyright © 2011 Casa Editorial Maluhy & Co. Texto atualizado conforme o Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa em vigor no Brasil a partir de 2009. Projeto grafico e diagramacao Casa Epitortar Matuny & Co. Preparagdo de figuras Mixa Mrrsut Capa Epuarbo BERTOLINI Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bassalo, José Maria Vilardo Flemontos de fisica matemética : volume 2 equagdes diferenciais ¢ caleulos das vatiagties / José Maria Vilardo Bassalo, Mauro Sérgia Dorsa Catteni. ~ Sao Paulo : Editora Livraria da Fisica : Casa Editorial Maluhy & Co,, 2011, — (Colegio elementos de fisica matemitica} Bibliografia ISBN 978-85-7861-096-6 ISBN 978-85-61516-07-9 1, Caleulo das variagdes 2, Equagdes diferencias 3. Isica mace- mmdtica 1, Cattani, Mauro Sérgio Dorsa. IL Titulo. IL Série 11-0015 CPD-530,15 Indices para catélogo sistemitica: 1. Fisica matemiitica 330.XX 1 edigao — 2011 Impresso no Brasil Printed in Brazil ‘Todos os direitos reservados & Casa Editorial Maluhy & Co. Editora Livraria da Fisica ‘Tel. +55 (11) 3733 8956 Tel./Fax: +55 (11) 3459-4327 / 3936-3413 wuww.maluhy.com.br www. livrariadafisica.com.br Os Autores (Bassalo e Cattani) dedicam este livro, respectivamente, a: CELIA, JO, GISA, LUCAS, VITOR ADRIA, SAULO, ANNA-BEATRIZ e MATHEUS e MARIA LUIZA, MARIA BEATRIZ, MARTA e OLIVIA. PREFACIO Este livro dé continuidade ao Volume 1 do estudo da aplicagao da Matematica a Fisica, no qual os autores trataram da solucao das Equacées Diferenciais Ordi- ndrias (EDO). No caso de coeficientes constantes, naquele Volume 1, usamos os métodos usuais de solugdo: Método Geral (Operadores Diferenciais e Séries de Frébenius) e Método das Transformadas (Laplace e Fourier). Nas EDO de coefi- cientes varidveis, langamos mao de algumas Fungées Especiais (Bessel, Hermite, Hipergeométricas, Laguerre e Legendre). A primeira versao deste Volume 2 foi escrita por um dos autores (JMFB) e publicada sob a forma de Notas de Aulas pelo entao Departamento de Fisica da Universidade Federal do Pard, em 1989. Nesta nova edigio, esse texto inicial foi revisio ¢ atualizado pelos autores (JMFB e MSDC), e 6 composta de duas partes. Na Parte! sao resolvidas algumas das Equacées em Derivadas Parciais (EDP) de uso frequente em livros textos de Fisica: D'Alembert, Fourier, Laplace, Poisson e Schrédinger. Na solugao dessas equacdes usamos, basicamente, as técnicas da Separagao de Varidveis e da Fungdo de Green. A Parte II trata do Cdlculo das Variagées. Depois de apresentarmos um pequeno histérico de como surgiu esse Calculo, estudamos a Equagéio de Euler-Lagrange em trés situagGes: a) diver- sas varidveis dependentes; b) diversas varidveis independentes; c} diversas va- tidveis dependentes e independentes. Depois tratamos dos Muitiplicadores de Lagrange, para o estudo dos problemas variacionais com vinculos. Concluimos este livro com 0 Método Variacional de Rayleigh-Ritz. Para ajudar o leitor no entendimento dos assuntos tratados nas duas partes deste Volume 2, os autores resolvem alguns exercicios e exemplos e, no final de cada Capitulo sao propostos alguns Problemas para ajudar 0 leitor em seu aprendizado ao estudd-los. Além do mais, ha um Apéndice Histérico, no qual os autores mostram como, historicamente, foram desenvolvidos os assuntos tratados neste Volume 2. vi PREPACIO Um dos autores (MSDC) agradece a Maria Luiza Mattos Cattani pela revisio gramatical e ortografia do texto. Por firm, os autores agradecem a Roberto Maluhy Jr. pela preparagao da edi- ¢ao deste livro, a José Roberto Marinho, da Lditora Livraria da Fisica, pela sua di- vuigacao e distribuigao, e a Virginia de Paiva, Bibliotecaria do Instituto de Fisica da Universidade Sao Paulo (1F/USP), pelo auxilio na pesquisa das referéncias contidas no texto. Belém e Sao Paulo, agosto de 2010 José Maria Filardo Bassalo Diretor Executivo da Fundacéo Minerva ce Membro da Academia Paraense de Ciéncias Mauro Sérgio Dorsa Cattani Professor Titular do IF/USP e Membro das Academias Paulista e Paraense de Ciéncias SUMARIO Parte | - Equacées diferenciais parciais Capitulo 1 - Introducao, 3 1.1 —TIPOS DE EQUAGOES E CONDIGOES DE CONTORNO, 3 1.2 — METODOS DE SOLUGEO, 5 Capitulo 2 — Equagao de Laplace, 7 2.1 — RQUAGAO DE. LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS, 8 2,2 BQUAGAO DE LAPLACK EM GOORDENADAS CILENDRICAS, 14 2.3 - RQUACKO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFERICAS, 24 PROBLEMAS, 30 Capitulo 3 - Equagdio de Schrédinger, 33 3:1 ~ SOLUGAO DA EQUAGAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO OSCILADOR HARMO- NICO LINEAR, 34 3.2 — SOLUGAO DA EQUAGAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO CENTRAL, 36 3.2.1 ~Solucito da Equacito de Schréidinger para potencial do tipo oscilador harménico esfé- rico, 38 3.2.2 Solugiio da Equagiio de Schrodinger para potencial do tipo Coulombiano, 39 PROBLEMAS, 40, Capftulo 4 ~ Equagao das Ondas ou de D’Alembert, 43 4.1— EQUACAO DAS ONDAS ESTACIONARIAS OU DE HELMHOLTZ, 45 4.1.1 ~ Equagéto de Helmholtz em Coordenadas Cartesianas, 46 4.1.2 — Equagito de Helmholtz. em coordenadas cilindricas, 50 4.1.3 - Equagfo de Helmholtz em Coordenadas Esféricas, 54 4.1.4 ~ Solucio da Equacéio de Ondas em todo o espace, 55 PROBLEMAS, 58 vin SuMARIO Capitulo 5 — Equacao da Difusao ou de Fourier, 61 §.1 — SOTUGAO DA EQUAGAO DA DIEUSAO PARA REGIOES DE FRONTEIRAS LIMITADAS, 62 5.1.1 —Solusio da Equagéio da Difusiio em coordenadas cartesianas, 62 5.1.2—Solugie da Equacio da Difusiio em coordenadas cilindricas, 63 5.1.3 Solugio da Equagdo da Difusao em coordenadas esféricas, 63 5.2 SOLUGAO DA EQUAGAO DA DIFUSAO PARA 0 ESPAGO TODO, 67 PROBLEMAS, 69 Capitulo 6 — Equacao de Poisson — solugao no espaco todo, 71 PROBLEMAS, 78 Capitulo 7 — Fungées de Green, 75 7.1 PROPRIEDADES DA FUNGAO DE GREEN PARA O OPERADOR LAPLACIANO, 76 PROBLEMAS, 86. Parte Il - Calculo das variagées Capitulo 8 — Calculo das variagGes, 91 8.1 - INTRODUGAO HISTORICA, 91 8.2— CONCEITO DE VARIAGAQ: EQUAGAO DE EULER-LAGRANGE, 92 8.2.4 — Apticagies, 94 8.3 — GENRALIZAGOLES DA EQUACKO DB BULER-LAGRANGE, 99 8.3.1 ~ Diversas varidueis dependentes, 99 8.3.2 ~ Diversas varidvets independentes, 102 8.3.3 Diversas varidveis dependentes ¢ independentes, 10B 8.4 — VARTAGOES COM VINCUTOS, 113, 8.4.1 ~ Multiplicadores de Lagrange, 113 8.4.2— Equagdo de Euler-Lagrange com vinculos, 118 8.5 — METODO VARIACIONAL DE RAYLEIGH-RITZ, 127 PROBLEMAS, 133 Historico, 137 Referéncias Bibliogrdficas, 155 indice onomastico, 157 Parte! Equacoes diferenciais parciais 1 INTRODUGAO Uma equagao diferencial que envolve uma ou mais derivadas parciais de uma fungao (a ser determinada pela solucao da equa¢a4o) de uma ou mais varidveis independentes é chamada equagao diferencial parcial, As defini¢gdes de grau, linearidade, homogeneidade e nao homogeneidade, que valem para as equagGes diferenciais ordindrias (BASSALO e CATTANI, 2010), se aplicam também as equagies diferenciais parciais. 1.1 Tipos de equacées e condicdes de contorno A equagao diferencial do tipo ey ey ow axay 7 COM GE a AG YE + Bay) Be DED Get +H ee +F(xyw=Gl%y) C.D 6a mais geral equagao diferencial parcial linear de segunda ordem, e tem a seguinte classificagao: I. Hiperbélica, se B’ -— 4AC > 0; IL. Parab6lica, se B’—4AC = 0; Il. Eliptica, se B? -4AC <0, para qualquer ponto (x,y) do dominio de y(x,y). EXEMPLOS .... 1, AEquacaio de Poisson: rw ry ot ae Guy), (1.2) Capiruto 1 — Iytropugio ea de Laplace: ey Py get ae (1.3) so equacées elipticas, pois: A 1, B=0—B*-4AC <0; 2. A Equacao de Fourier ou da conducao do calor: ey oy | oe oy =0, (1.4) 6 parabélica, pois: A= 1, B= C=0— B® -4AC =0; 3. A equagao da onda ou de D’Alembert: ey pty ax aye 0, (1.5) é hiperbélica, pois: A =1, B=0, C=-k’ > B?-4AC >0. Chama-se solugo de uma equacao diferencial parcial em uma dada tegiao (dominio) D das varidveis independentes, a uma funcao que possui todas as derivadas parciais que figuram na equacao € a satisfaz em todos os pontos do dominio D. Em geral, ha uma infinidade nao enumeravel de solucées de uma equa- cao diferencial parcial; as condigées adicionais impostas pelo problema iro fixar wma solugao particular, sao chamadas condicdes de contorno (Boundary conditions), e sao de trés tipos: I. Condig&o de Dirichlet — quando se conhece o valor da funcgdo na fronteira do dominio; It. Condigaéo de Neumann — quando se conhece a derivada normal da funcao na fronteira do dominio; ILL. Condigéo de Cauchy - quando se conhece a fungao e sua derivada normal na fronteira do dominio D da fungao. Para um estudo mais detalhado sobre essas condigdes de contorno e da unicidade da solugao de uma equacao diferencial parcial, o leitor deverd consultar: COURANT and HILBERT, 1961; MORSE and FESHBACH, 1964. §1.2 — Mifrovos pe so.ugio 5 1.2 Métodos de solucao Os principais métodos para obter a solucdo de uma equacao diferencial parcial linear de segunda ordem, sao: 1. Separagao de varidveis; TL. Transformadas; Ill. Fungao de Green. Esses métodos serdo ilustrados 4 medida que formos resolvendo especificas equacoes diferenciais parciais. Procuraremos resolver as principais equacées diferenciais parciais da Fisica, tais como: Equacao de Laplace e Poisson; Equagao das ondas ou de D’Alembert; Equagdo da Difusao do Calor ou de Fourier; Equagao de Schrédinger ou da Me- canica Quantica. Essas equacées sao lineares de segunda ordem. Com excecao da Equacao de Poisson, todas as demais sao homogéneas. O Método da Separacao de Varidveis se aplica 4 maioria dessas equagGes diferenciais parciais. Porém, o método da Fungao de Green é 0 mais geral e se aplica principalmente as equagées nao homogéneas, 2 EQuagAo DE LaPLACE A equacao diferencial parcial do tipo: Ay = div(grad)y =0, (2.1) é chamada Equacio de Laplace. O operador (A) 6 chamado Laplaciano e ele se apresenta em diversas formas dependendo do sisterna de coordenadas es- colhido. Para obté-las, 0 leitor deverd consultar, por exemplo, BASSALO e CAT- TANI, 2009; LASS, 1964. A Equacao de Laplace ocorre em diversos ramos da Fisica, cujos princi- pais sao: I. Teoria da Gravitacgao Ay=0, onde y é 0 Potencial Gravitacional. IL Eletrostatica onde y é 0 Potencial Eletrostatico. Ii Magnetostatica Aw =0, onde y é o Potencial Magnetostatico. IV. Correntes Elétricas Estacionarias onde y é a Funcao Potencial. 8 Carfruro2 — Equacio nr Laprace V. Movimento irrotacional de um Fluido Perfeito onde y 6 0 Potencial Velocidade. VI. Fluxo Estaciondrio do Calor onde w é a temperatura. 2.1 Equagao de Laplace em coordenadas cartesianas Em coordenadas cartesianas ~ x, y, z- a Equacao de Laplace se toma a forma [BASSALO ¢ CATTANI (2009} op. cit]: Py &y Fy Oe ay + a2 =0. (2.2) Aw O método de separacao de varidveis (MALIA, 2000) consiste em tomar como so- lugao da equacao diferencial parcial, a fungao: wix, yz) = XOOYWIZ(2). (2.3) Sendo: OW vn Ow an ey a YZ, <=xy"z, <= . oe * ay? gga ANZ ‘a equagao de Laplace tomard a forma: XNVZ4AXY"Z4EXYZ" = (24) ou, dividindo tudo por XYZ, teremos: x” yg xe yng Sty typ 0 > Sa-|s4+s}]. 2.5 xiy'Z x ( Y Z) es) Como temos no primeiro membro uma fungao somente de x e no segundo, uma fungiao de (y,z), entao a igualdade s6 ocorrerd se for igual a uma constante real ou complexa, cuja escolha dependerd das condig6es de contorno do problema. Assim: x” 2ew $2.1 — EQUAGKO DE LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 9 entao: a) 1 zy ate = x"-Rx=0, cuja solugao sera: X(x) = —A; cosh(Kyx) + By, senh(ky x). (2.6) b) x" x =k OX" FEN =O. cuja solucao sera: X(x} = Ap cos(Kyx} + Be sen(kyx}. (2.7) As duas solugGes dadas pelas exp. (2.6) e (2.7) poderao ser colocadas na forma: X(x) = Acosh(k,x) + Bsenh(k,x). onde ky poderd ser real (caso a} ou complexo: ky = tks (caso b). Vamos, agora, resolver a equaciio em y. yr zy + =K, cuja solugao sera: ¥(y) = Ccosh(kyy) + Dsenh(kyy) (2.8) com ky real ou complexo. Vamos, agora, resolver a equagiio em z. " -Ke es x ky > 2 > K++ =0, cuja solugao sera: 2(z) = Ecosh(k,z) + Fsenh(kzz), (2.9) com k, real ou complexo. Assim, uma solugao para a Equagao de Laplace, sera: w(x, ¥,2) = [Acosh(k,x) + Bsenh(kyx)].[Ccosh(Ky y)+ + Dsenh(kyy)|.{Ecosh(k,z)-+F senh(k,z)], (2.10) onde pelo menos um dos k; (i = x, y ou z) 6 complexo. 10 _Carfruto2 — Equagao pk Lariace Exercicio 2.1.1 Seja um prisma de dimensées (4,b,c) nas diregdes respectivas (x,y,z). Todas as superficies do prisma se acham ligadas a terra (potencial nulo) com exce- gao da superficie z = ¢ que esta a wn potencial Vo. Calcular o potencial no interior do prisma. Sonugao Teremos de resolver a Equacao de Laplace para @ potencial cletrostatico: Auw(x,¥,2) = 0, com as seguintes condigdes de contorno: vO" = la, yz) =0 w(x,0,2) = w(x, bz) =0 wy ¥0)=0 e@ wlyycl=Vo. Como 0 potencial se anula em dois pontos do eixo dos x e também no eixo dos ¥, entao [eq.(2.7)]: ca — X(x) = Acos(kyx) + Bsen(k,x), x e y" 7 -K = ¥(y)=Coos(kyy) + Dsenlkyy}. Sendo: > KA ek kes et Be, § 2.1 — Equagio DB LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 11 , portanto: va Zr ~ Ma=Eeoshi(ke+ ky) e] + Fsenhitey + kj)" 2) Para determinarmos essas constantes de integracao, vamos usar as condicées de contorno. Assim: y0,4,2)=AY(yJZ(zJ=0 — A=O wha,y,2) = Bsenkya)¥(y)Z(@)=0 = sen(kya)=0 - nn kypa=nn > ky=—, n=l,2,.. a lx,0,2) =XQ)CZ{Z)=0 = C=0 (x, 6,2) = Dsen(kyb)X(x)Z(z)=0 + sen(kyb)=0 = man kyb=ma = kya wx yO) =X(X)¥(VE=0 —- E=0. n=1,2,... Assim, una solugao para a Equa¢ao de Laplace, sera: ay (P+: Vé-se, portanto, que para cada valor de n e de m, teremos uma solucao para a Equagao de Laplace, e como ela é linear, a solugdo mais geral sera uma combi- nagao linear de todas essas solucGes, ou seja: wx, ¥,2) = BDF sen (4 sen (Fy) senh wa n2) = ¥ 5 Am sen (= x ) sen (2 y}senh zZ n= m= 1 (y’ + (“ y a bly Para determinarmos a constante A,,,, deveremos usar a tiltima condicao de contorno: wonnd=Vo= > ¥ Bunsen (= *x}sen(F 9. nat mat nay? pay? Co FT| Teremos, portanto, de desenvolver a funcdo Vo em uma Série Dupla de Fourier. Assim: [°[vsen() }sen(F y} dxdy = =F ¥ Bn f° f sen(x)sen(Ma}sen(™y)sen( 22} axay. ean onde: Bmn = Amn senh 12__Cariruto 2 — Equacao ve Laptace Usando a condi¢ao de ortogonalidade das fungées trigonométricas [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] be bh a { sen(2wx) senQmax) dx = Smns la teremos: [Relies deay = 5 $B nnd avd Assim: 1% fp sen( x) sen(™ y) day. Fagamos, agora, as integrais indicadas: “font ih sen(™s) a.) 7 an y “Gee = = ayn ye 8 Portanto o potencial em pontos interiores do prisma, sera: 16Y sen [(2n + 1)2x} sen (2m yy al vor yal= yy (n+ NQ@m +x (2.12) x ven n+? (2) + 2m +92 (27 Exercicto 2.1.2 . we Seja uma placa uniforme retangular semi-infinita onde hd um fluxo estacio- nario de calor. A face x = 0 6 mantida a uma temperatura constante Tp e as faces y = 0'e y = a, sio mantidas numa temperatura nula. Calcule o estado estaciondrio de temperatura da placa. ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace para a temperatura: AT =0, com as seguintes condi¢ées de contorno: T(0,¥) = Tos T(x,0) = T(x, a) =0. te § 2.1 — EQUACAO DE LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 13 Como a temperatura se anula em dois pontos do eixo dos y, entdo: y" 2 yy -ky > ¥(y) =Ccos(kyy)+Dsen(kyy). Sendo: xy? > > zt > BA-=0 — Kak x" oy yok > X(x) = Aexp(kyx) + Bexp(—kyx). Para determinarmos essas constantes, vamos usar as condi¢des de contorno. Assim: T(x,0)=X@)C=0 — C=0 T(x, a) =Desen(kya)X(x}=0 — sen(kya)=0 na kya=nnt = kya n=1,2,.... Como a temperatura é finita em qualquer ponto da placa para x > 0, entao: A=0. Assim, a solugao mais geral para a Equagao de Laplace sera: Tix, y) = xa sen(=y) exp (-4}. (2.13) A determinacio da constante A, serd feita usando a condi¢ao de contorno: a y) . (2.14) ‘Yeremos, portanto, de desenvolver a funcgao J) em uma Série de Fourier [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit.]. Entao: T(0.y)= T= > Ansen[ sl [ tosen(“y] dy= dae [*sea(™y] sen(™"y] dy = An SB nin. Portanto: 27% ft 27; Ay =” sen(— Ja a8 8 yay a Jo a a onan __ 4% "(Qn+)n A temperatura da placa sera: ATy £& sen|(22+1)Zy] a T(x, y)=— - 7x]. (ya x, One exp|-2n+) 2x 14 Carfruto2 — Bquacio ne Lapace 2.2 Equacao de Laplace em coordenadas cilindricas Em coordenadas cilindricas —r, @, za Equagao de Laplace toma a forma [BAS- SALO e CATTANI (2009), op. cit.; LASS, op. cit.|: ey ai ow ley ey +e oro ap” a? AW, 2S (2.15) Para o caso, 6 método da separagao de varidveis (MAIA, op. cit.) consiste em tomar como solu¢ao para a Equagao de Laplace, a funcao: lr, z) = ROYVD(P)Z(z). (2.16) Sendo WW wee . PV par . PV pate . &Y pg gp OZ is Ga aR@z ; age 7 BONZ bap Rez", a Equagao de Laplace tomara a forma: RNeZ += an OZ ws ou: R" OLR le" ot stint agate RorR po Z Como temos no primeiro membro uma fungao (r,¢) e no segundo, uma funcao de z, entao a igualdade s6 ocorrerd se for igual a wma constante real ou com- plexa, cuja escolha dependera das condigées de contorno do problema. Assim: zn -t=-0, Zz cuja solucao sera: 7(2) = Acosh(Az) + Bsenh(Az) com A real (= —A*) ou complexo f= -(é4)?}. Voltando a Equacao de Laplace, teremos: ee ER yep Ot RorRkR Po ROR o com nt real ou complexo. As situacées fisicas da Teoria do Potencial JACKSON, 1975; BASSALO, 2007), exigem que ele seja uma fungao unfvoca. Portanto, a solugado em @ deverd ser periddica, ou seja: . 2 2. ip} = Ccostme)+Dsen(mp), m=0,1, § 2,2 — EQUAGAO DE LAPLACE EM COORDENADAS CILINDRICAS 15 Aequagao em r, agora sera: RY ! Poe tr Mra me PR rR + Wer m)R=0, cuja solugao sera: R(r) = E]m(Ar) + F Nm (Ar), (2.17) onde A poderé ser real ou complexo. Portanto, wma solucao para a Equacao de Laplace em coordenadas cilindri- cas, sera: w(r,@,z) = [Acosh(Az) + Bsenh(A.z)][C cos(m@) + D sen(m)] x K[EJmAN+FNm(Ary). (2.18) Exercicio 2.2.1 Seja um cilindro de raio a e de altura h. As bases, inferior e superior, estéo nos planos z = 0 e z = h, respectivamente. Calcular 0 potencial em todos os pontos interiores do cilindro, para as seguintes condig6es: I. O potencial na face lateral e na base inferior é nulo {ligado a terra) e na base superior é dado por Vo; IL, O potencial nas faces superior e inferior 6 nulo (ligado @ terra) e na face lateral é dado por Vo. SoLugao .. L ‘Teremos de resolver a Equacao de Laplace: Aw(r.d,z) =0, 16 Capiruro 2 — Equagao pr LapLace com as seguintes condicdes de contorno: Wadz2=0 5 yrd0=0 5 wige,mM=VY. Como, segundo o eixo dos z 0 potencial se anula apenas no ponto z= 0, a solugdo em (z) deverd ser exponencial de argumento real, ou seja: Z(z) = Acosh(Az) + Bsenh(Az). Como o potencial é uma fungao univoca e por ter as condic¢ées de contorno imposto 4 real, entdo uma solugio para a Equacao de Laplace sera: wr, ,2) = |Acosh(Az) + Bsenh(Az}|[C cos(mp) + D sen(inp)| x x [EJm(Ar) + FNp{Ar}]. (2.19) Para determinarmos essas constantes de integragdo, usemos as condigdes de contorno. Assim: WIT, 0) = Rir)PP)A=0 — A=0, Ao estudarmos as Fungées de Bessel, vimos que a Funcao de Neumann - Nm(r) — diverge em r = 0. [BASSALO e CATTANI (2010) op. cit.) Como no problema em questao, nao existem cargas puntiformes ou fios carregados, localizados no eixo do cilindro, cargas essas responsdveis pela divergéncia do potencial eletrostatico, entao: F = 0. Assim: Yr, Z) = BEJm(AP)(C cos(m@) + D sen(m}] senh(Az). Tomando, agora: WA, 2) = BEIm(AQPP\Z(Z)=0 + Jp(Aa)=0 — qa ine a Aa= Cn = 3 m=1,2,.... Como para cada m e para cada n teremos uma solugao para a Equaciio de Laplace, a solucdo mais geral sera: wo= ¥ Yt, (Tae 7) [Cnn Costm) + Dun senn(ongp senh (2 m=0n=1 Gmn ) ah As constantes Cr, € Diny Serao determinadas pela condicao de contorno restante: wird bh) = Ving) = $2.2 — EQuagao DE LAPLAGE EM COORDENADAS CILINDRICAS 17 Assim: SS. (@mn Yo= YY Im( a 7} Amn Cos(ntg) + Brn senteng)], com: a, Ann =Cnnsenh(“"h) 5 Bun =Dmmnsent(=“*n). a a Portanto, teremos de desenvolver a fungao Vo em uma Série de Fourier-Bes- sel. {BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] Para isto, vamos usar as condi- ¢Ges de ortogonalidade das fungoes trigonométricas de Bessel. Assim: om @, f Votm _ cos(qpyr dr d= lo JO mal x2 =f f In{ (fe 5) Jn (“Pr costars x [Amn Cos(m) + Bmnsen(m@)|rdrd@. (2.20) Sendo: en Qn f Costing) cos(4h) dp = > Singi Oat f cos(qd) dip = 275043 0 2m f cos(md) sen(ng) de = 0, 0 teremos: s @ on ap), 2A [ rar Jo( Or} Jo(“2r)20v0 f" 10( Hr) rar. Sendo, ainda: a a, f rod (= 0 a 2V0 f Gn Aon = ye won rar. lon Pana Jo Jo a rr ir. teremos: Para fazermos a integral indicada, vamos usar a seguinte relagdo de recor- réncia: Zar Ina) r= oP C rhwil 18 Capfruto 2 — Equacao ps Lartacr Entao: 2 pea fre Bon ry (ter Ilo)” ae 20, a a = Patra (er) - Evan (2.21) Cn 0 a entao: 2% Aon = 2, on onl eon) Sendo m =0e chamando ao, = &,, 0 potencial no interior do cilindro sera: 2¥o On an (2) =) —————- Jo[—=r ] senh{ 2]. " z Gy h(a,)senh(ay 2) o( @ } ( 4 ) ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace Awing,2) =0, com as seguintes condicdes de contorno: YOPO=H(ngeh=0 5 lap,z)= VY. Como 0 potencial se anula em dois pontos do eixo dos z, a solucao em (z) deverd ser exponencial de argumento complexe, isto é: Z{z) = Acos(Az) + Bsen(Az). § 2.2 — Bquagao pe LAPLACK EM CoorDENADAS crLiNDRICAS 19 Como 0 potencial é uma fungao univoca e por ter as condigdes de contorno imposto 4 complexo, ent&éo wma solucao para a Equacdo de Laplace, sera: Wr, @, 2) = [Acos(Az) + Bsen(Az)|[Ccos(ng) + Dsen(mg)1x x [Elm(AP) +F Ky (Ary. (2.22) Para determinarmos essas condicées de integrag&o, usemos as condigdes de contorno. Assim: VW(rG,0) =RN)OQA=0 -— A=0, YING h)=RONO@)Bsen(Ah)=0 -» sen(dh)=0 — Ah=na = a=%, n=1,2,.... Como K,,(0) — oo € por nao existirem fontes e/ou sorvedouros no eixo do cilindro, entao: F = 0, na eq. (2.22}. Assim: VU.0.2) = BEln (7 r)sen (2) iCoosinp) + Dsen(ng)]. Como para cada valor de m e para cada valor de n teremos uma solugao para a Equacao de Laplace, a solucéia mais geral sera: 2 x weg2= 0 Y In (Fr}sen(2) [Cnn cos(ad) + Dun sent). m=0n=1 As constantes de integracao seraéo determinadas pela condicao de con- torno restante. WG, 2) = Vp, z) = Vo. Assim: eo 90 ne wonoa=r¥ sen (7 2} [Amn Cos(mg) + Bran sen(mg)]. m=0n=t com: _ n nt Ann=Cocln(Sa) + Bran=Dinnln( a). Portanto, teremos de desenvolver a funcgao Vy em wma Série Dupla de Fou- rier. [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] Para isto, vamos usar a condicao de ortogonalidade das fungées trigonométricas. Assim: 2m ph f f Vocos(pp)sen (Hz) dodz= Jo h - EEL" fix (F2) sen( 7} costpx x [Amn Cos(tp) + Brn sen(m@)|d@dz. (2.23) 20 _ Cariruto 2 — Equagio pe LapLace Sendo: b f costmp) cos(np) dp = —— “Sani ja Bb - [costing ap = 745m; a 2 b f costmppseninayde=0; oI eb { sen(m@)sen{n@) dd = la teremos: h vo Pe dong sig = 288 fsen( Ea Vamos, agora, fazer a integral indicada: nn hop nn h sen{—z)dz=—] sen(— —j1-(-1)" f son( 2) dz =f sen} a[ ell, entao: AM Aonst = Qn3 Dn" Sendo m= 0, 0 potencial no interior do cilindro sera we 4Vo x a b=) ———** a fron)? an+ =z]. vob 2», Gnsbaban=D Ea a [(an~ ye ]oen |e me ¥l EXERCICIO 2.2.2 Um sélido consiste da metade de um cilindro circular reto de raio b e de altura h. A base inferior e as superficies laterais (curva e reta) sao mantidas & temperatura nula. A base superior 4 temperatura 1 = f(r,¢@). Assumindo con- dicdes estaciondrias, encantre a temperatura em qualquer ponto do sélido. SOLUGAo ... ‘Teremos de resolver a Equacao de Laplace para a temperatura AT(r,g, 2) = com as seguintes condigies de contorno: TWh.0=Tbp2=0 5 Tink) =f0.6) 3 T0,0,2)=TU,a,2) =0. § 2.2 — Fquagio De LAPLACE EM COORDENADAS CILINDRICAS 21 Como, segundo o eixo dos z a temperatura s6 se anula para z = 0, a solugao em (z) deverd ser exponencial de argumento real, isto é: Z(z) = Acosh(Az) + BsenhAz), Como a temperatura é uma funcao univoca (caso estacionario), uma solugao para a Equagao de Laplace sera: T(r, 2) = [Acosh(1z} + Bsenh(Az)|{C cos(ma) + Dsen(nd)| x XAEIm Ar} + PF Nm (Ar). (2.24) As constantes de integragao serao determinadas usando as condigdes de con- torno. Assim: Tr G,0)=R)OP)A=0 —- A=0. Como nao existem fontes nem sorvedouros de temperatura no eixo do semici- lindro, teremos: F = 0. Tomemos, agora, as outras condicdes de contorno. Entao: T(r,0,2) = BEJ,(Ar)senh(AzJC=0 — C=0, T(r,2,2) = BEJm(Ar)senh(Az)Dsen(ma)=0 > sen(mz)=0 — m=1,2, T(b,p, 2) = BE Jn(Ab)senh(Az) Op) =0 = Jn(Ab)=0 = AB=amn ano n=l... Como para cada valor de m e cada valor de a, teremos uma solugdo para a Equagao de Laplace, a solugéo mais geral sera: TH.g.a= YY Im (1) senh (22) Dyan sen(on). m m=in=l b 22 Capfruto2 — Fquagio ne Lartace Aconstante Dy» sera determinada usando a condigao de contorno Tryp h) = flr. Assim: rep= S Amadn(“ 7) sen(rid), es onde: a, Amn =Dinn senh (“"n). Portanto, teremos de desenvolver a fungdo f(r,@) em uma Série de Fourier-Bes- sel. Para isto, teremos de usar as condigoes de orlogonalidade das fungées trigo- nométricas e as de Bessel |BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.}. Assim: bpm t L FrDn( (“HEr]sentqgirdr dy = reff In (SH 1) m( Ze Pr)sen(qb}Amnsen(rmpir dr dp, (2.25) m= Ld rio JO Sendo: 7 cs [Pseatmorsentqgide= 28 ..q a, Be [ro(Sr 7) Inn Per) rr = Um inp)! Onp- teremos: 4 nan Dinn = >———————| "Fe, }n( r)senumpyr dr dp, Fe gama sen {aan} A EXErcicio 2.2.3 — ~ Um cilindro rigido infinito de raio a, é colocado ortogonalmente ao fluxoi irro- tacional de um fluida incompressivel cuja velocidade no estado nao pertur- bado 6 Vp. Determine o potencial velocidade em qualquer ponte do fluido. SOUUGKO 2... ee nent nee tere eeeeaeenseeeer ieee eens § 2.2 — EQUuagao DE LAPLAGE EM COORDENADAS CLLINDRICAS _23 ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace Ayr.) =0, com a condi¢ao de contorno: (oo, f, 2) = — Vor cos, pois, segundo a Mecanica dos Fluidos [CATTANI (2005); BASSALO (1973)]: V=-grady. Segundo ainda a MecAnica dos Fluidos, quando o fluido é incompressfvel e o fluxo irrotacional, a velocidade do fluido é tangente em qualquer superficie imersa no mesmo, assim: oy or, Devido a simetria do problema, o potencial no ira depender de z. Entao, tere- mos de resolver a Equagao de Laplace em coordenadas polares, ou seja: =0. ey Loy 1 ey Or? FOr re ape Usando o método da separagao de varidveis, teremos: WFP) = RNP), e, portanto: R’ LR or aR" oR ol 4-452 =0 = Po 4tros-—. R rR PO TRTR I ® Aunivocidade da fungao potencial velocidade, impée que: o” rR rR me R30. Esta, é uma Equagdo de Cauchy-Euler (SAGAN, 1961) cuja solugdo sera facil- mente obtida usando o método das séries de poténcia ou fazendo a substituicao: r =exp(A). Assim: Rir)=Cr™+Dr-™, ¢, portanto, como para cada valor de m teremos uma solugao para a Equacao de Laplace, a solugdo mais geral sera: 24 Capfruno2 — Equacio pg LapLace w(r.@) = ) [Acos(m@) + Bsen(mp)i(Cr™ +Dr-"), m=O Para determinarmos as constantes de integracao, vamos usar as condicdes de contorno. Entao: oy |= x O(p)(mCr™ ~ mDr—P— =a n=O Ca" =pa™ ~~. Capa". Ent&o: oe wd) = Y [Ay cos(n) + Bm sentir + ar), n=O Usando, agora, a outra condic¢ao de contorno, vird: vo) =-Vorcosp= Y [Am costing) + By sentmpy|r™ = a0 m=1, By =0, Am=—Vo. (2.26) Portanto: 2 wl) = ~vyeoso(r + £). 2.3 Equacao de Laplace em coordenadas esféricas Em coordenadas esféricas - r, @, ( - a Equagao de Laplace toma a forma [BAS- SALO e CATTANI (2009), op. cit.; LASS, op. cit.|: Ow 20y 1 Oy | colge dy 1 &y Aytr8,@) = —— sa ow WOOD = TET ar am” r a0 * eentd oF Para 0 caso, 0 método da separaco de varidveis (MAIA, op. cit.), consiste em tomar como solugao da Equacao de Laplace a funcao: =0, (2.2%) WAT.) = ROA), (2.28a) que, levada na Equagao de Laplace, dara: cote 2, 1 1 “" ROD+ —RO+ | RO"D+ — RO'D D + Feeneg ROO" =O, r en! ou: (2.28b) -— = Pf) = Acos(mp) + Bsen(mep). $2.3 — EQUAGKO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFERICAS 25 Voltando a eq. (2.28b), teremos: RY R eo” oe 2 een? 2 2 +2) + + = r*sen°@ Rt ersen’ 0— +sen"@ sené cose ou: 2 gt oe oe ~cotgdS (2.286) Como oc primeiro membro é uma fungio de (r) e o segundo membro de (6), entdo a igualdade s6 ocorrerd se for igual a uma constante, que, pelas razdes que veremos logo a seguir, tomaremos: Re Rom? gt oe 2 —+2r— = _ _cotgo = = e+ 1. PRT R= nto © 8G (@+1) Vamos, inicialmente, resolver a equagdo em r. Assim: rR" 4 2rR!—&(L41)R=0. Esta é a Equagao de Cauchy-Euler (SAGAN, op. cit,). Para resolvé-la vamos usar o método das séries de poténcia [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|. Entaéo: RO)=r* Fo Cnx™ > YY Culm + @(m+a- Wr t+ m=0 m0 oo oo +230 Culm ar * — (40) Vo Cnr * =0— (2.29) m=O m=0 ~~ Yorn llm + alm + at 1) - (6+ 1] = 0. m=0 Como queremos uma solucao, nao ha perda de generalidade se tomarmos m = 0. Assim: a(at=(0+1) — a= e ag= (ltl) Portanto: Rr) =Cré+Dr-E}, (2.30) Voltando a eq. (2.28c), teremos: me Or o Sentg w OONBOG = EEE D 230) 2 6" + cotgae' +[e(¢+1)-—_]o=0. (2.32) sen?@ Chamando x = cos@, vird: y= 89 4 gy 8 _ oy : cc) O's FH = GO Gq =O sen}: onde o! = 26 Capiruto 2 — Equagao pr Laprace _ #8 d do “(i ~ de? dé d@ dx Seal sent) 19" sen@)] = =sen*0@"+ olsen Sa ~ xj"? — sen*90" -cosdo'. Portanto: a $8- 8 area lenn q (x) = 0. (2.33) Esta 6 a Equacio Associada de Legendre [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit} cuja solugao é: @(cos@) = EPF" (cos®) + FQF (cos0). (2.34) Como, para cada valor de £ e cada valor de m, teremos uma solucao, a solucao mais geral para a Equagao de Laplace, sera: 2 2 V(r,0.0) = Y LAcostng) + BsenGagyilCr’ + Dr} x é=0m=0 x LEP?" (cos@) + FQ (cos)|. (2.35) EXERCICIO 2.3.1 — — Determinar o potencial no interior e no exterior de uma esfera de raio unita- rio, supondo que nao hd cargas nas regides interior e posterior a esfera c que 0 potencial sobre a superficie esférica vale f (0) = cos” @. Soxugio Teremos que resolver a Equagao de Laplace: Ay (8,0) =0, § 2.3 — EQuacio DE LAPLACE EM GOORDENADAS ESFERICAS 27, para todo 0 espaco, com a seguinte condi¢éo de contorno: W(1,0,) = f(@) = cos" 0. I. Regido interior a esfera:01 Como nao existem cargas no infinito e nem sobre o eixo dos z, teremos: C=F=0, ©, portanto: ce oe W000) = YY Ame cos(m@) + Bye senond)ir"*" P?'cosé). f=0m=0 Usando a condigao de contorno: wild.) = cos? 6, §2.3 — EQuacio DE LAPLACE EM COORDENADAS ISFERICAS 29: eusando 0 mesmo raciocinio do caso anterior, é facil mostrar que: 1,2 WOOO = 5 + 5 gPalcose) por>l EXERCICIO 2.3.2 Um s6lido esférico tem cada superficie hemisférica de raio unitario mantida & temperatura de T = 1, para0 <0 < #/2, e T =0, para 2/2 <@ <1, respecti- vamente. Calcule o estado estacionario da temperatura do corpo. SoLugao ... Uma escolha adequada de eixos dara uma simetria azimutal [a solucdo nao dependerd de (#)] ao problema. Teremos de resolver a Equagdo de Laplace: Ay(r,8) =0, com as seguintes condicées de contorno: wLA=1 0<4 0, satisfazendo as condicées: y — 0, quando z— 09; . y=0, para r=; Tl. v= flr), para z=0. Uma esfera rfgida de raio @ 6 colocada em um fluxo irrotacional de um fluido perfeito, cuja velocidade € Vo. Catcule a velocidade do fluido apés a imersao da esfera. (Sugest@o: Use as seguintes Formulas da Mecanica dos Fluidos): aw i ; Aws0 5 grady v=o oT |poa =0 € Wreoe = Vz. Determine o potencial no interior e no exterior de uma esfera de raio uni- tério, supondo que nao ha cargas nas regiGes interior e exterior a esfera e que o potencial sobre a superficie 6 f(0) = 10cos* @ —3cos”@—5cos@ — 1. Uma esfera de raio a de permeabilidade magnética j1, 6 colocada em uma regio (vicuo) onde existe um campo magnético uniforme Ho. Calcule o campo ap6s a imersio da esfera. (Sugestdo: Use as formulas da Magnetos- tatica) [JACKSON (1972); BASSALO (2007), op, cit.]: H=-gradwm 3 AWm= Om or i Wlroa, = Wmlrea i 3) Wmilrsoo = ~Hor cosé. A base @ = n/2 de um sdlido hemisférico: r < 1, 0 < 6 < 2/2, é mantida na temperatura de T = 0, enquanto T = 1 é mantida na superficie r = 1. Calcule o estado estaciondrio de temperatura do sdlido. 3 EQUAGAO DE SCHRODINGER Aequagio diferencial parcial do tipo: ave, = AVEF,D, 3.1) é chamada Equacao de Schriédinger. O operador A é chamado Operador de Hamilion ou Hamiltoniano, cuja forma é determinada pelas propriedades do sistema. Num campo de forcas cujo potencial é V, o movimento de uma particula néo telativistica (v « c} de massa js, tem o operador Hf real e da forma seguinte: a H=-—A+V, (3.2) ae onde A= Zz, sendo h aconstante de Planck e A é 0 operador Laplaciano. Quando a particula se move em um campo eletromagnético, o Hamiltoniano écomplexo. Para ver sua forma, consulte por exemplo, Introduction to Quantum Mechanics, R. H. Dicke and J. P. Wittke, Addison-Wesley Publishing Company, Inc., (1966). Quando V é uma funco apenas da posicao, ou seja: V(F), podemos resolver a Equagio de Schrédinger usando 0 método da separagao das varidveis. Assim, sendo: VED = wf), eniao; ae Hey ae = |-Eaww+ vowe| fO (3.3) Lf eo) aa df en Fao Ver] - Fo at 84 34 Cariruto 3 — Equacio ve ScurGpincen Como o primeiro membro é fungdo de (7) e o segundo de (#), a igualdade s6 ocorrera se for igual a uma constante que chamaremos de £, por representar a energia do sistema. Assim, teremos de resolver as seguintes equacdes dife- renciais: te a 3h +IVA)-Fly®)=0 <> Aye) = By. 5) que é uma equacao de autovalores, cuja solugado dependerd da forma do poten- cial. A outra equacao diferencial é: af th=> = Edt, {3.6} f de solugao imediata: i fo =exp(—7e7). 3.7} Portanto, a solugao da Equacdo de Schrédinger [eq. (3.1)] para potenciais nao dependentes do tempo, sera: I VEN =w@exp( 5 Fi). (3.8) Esta solucdo 6 chamada solucio estaciondria, porque tem a energia bem defi- nida: E. Neste volume, vamos resolver a parte espacial da Equa¢ao de Schrédinger, chamada de Hquagéo de Schrédinger Independente do Tempo, para alguns tipos de potencial V{7). 3.1 Solucdo da Equacao de Schrédinger para potencial do tipo oscilador harmonico linear : Para um potencial do tipo do oscilador harménico linear — V(x) = $yw°x? —a Equaciio de Schrédinger leq. (3.5)| toma a forma: a 2, L gaye = (e- jets] iy =0. 8.9) Para resolver esta equagao (3.5), fagamos a seguinte mudanca de variavel: g=ax, com Boyle kyle ) i o-(- . $3.1 — Sovugio va EQUAGAO DESCHRODINGER 35 Sendo: dy ag _ 4 dx Hog age» ey d( dy\ dé @ ae walle we teremos: a dy ele) ot 1 ee E ai (3.10) ou: # Py (26 we (2 (3.11) Chamando: oF canst, com:n = 0,1,2,..., fio teremos: ey 5 7 tn +1-&)wid) =0. (3.12) dx! Esta é a Equacdo Associada de Hermite cuja solugao é dada por [BASSALO ¢ CATTANI (2010), op. cit.|: 2 wd) = exp (-5} An{o). (3.13) Portanto, a solugdo da Equacao de Schrédinger (eq. {3.9)| para um patencial do tipo oscilador harmonico linear, sera: YalX) = Anexp(-E22") Hy moped, 7 (3.14) Ene (» + 3), 3.19) que sao respectivamente, a fungado de onda e a energia de uma particula de massa jz colocada em uma regiao onde existe um potencial do tipo do oscilador harménico linear. Aconstante A, é determinada usando o seguinte postulado da Mecanica Quantica (DICKE e WITTKE, op. cit.): 0 { Iwnodx = 1. (3.16) oo Pela expressdo da energia vemos que se 1 = 0, teremos: Fo 1 gle. @.17) que éa chamada energia do ponto zero. 36 Cariruto 3 — Equagio pe Scnrdpincr 3.2 Solugdo da Equacao de Schrédinger para potencial do tipo central Para um potencial do tipo central - V{r) — a Equagdo de Schrédinger toma a forma: aw io Hip Viriw=0, (3.18) onde: r? = x7 + y° + 2° 6a distancia ao centro de forcas. Para resolver esta equacao, inicialmente precisamos saber o tipo de simetria do potencial central, ou seja, se ele é esférico ou cilindrico. Admitindo um po- tencial esférico, a cquacdo tornar-se-a: Cy 20y 1 ey 4 60K 0 OW 1 ey, 2h Oe por ame” 2 00 eeto age E VOlv=0 B.S) Usando 0 método da separacao de varidveis (MAIA, op. cit.}, vira: WAT) = RJOO)V(A), 29) Rt a pk Wo» risen? 05- + arsen? 05 + 5b 1? sen? OE Ver) ot 6! a + sent + send cos = = (3.20) Aunicidade da funcao de onda y impée que: cuja solucao sera: Oh) =e"?, m=0,41,42,... (3.21) Essa constante m, recebe 0 nome de mimero quéntico magnético. Voltando 4 . eq.(3.20), teremos: Ro OR m9" eo 2 => at 4 oe E-V -— -cotgd— = F(@ +1). 3.22) ae ere ry Ms Sen?) 865 +1). (3.22) Aconstante £, recebe o nome de numero quantico orbital. Resolvendo a equa- cao em @ [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], vira: ao do 2 aj) DS 2S - x} ey eé+i} com: x = cos8. A solugao desta equaciio sera: tl (3.23) (6) = AP (cos@) + BQ? cos. 24) lai §4.2 — SoLugao Da EQUACAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO CENTRAL 37 As situacées fisicas impdem que B = 0, pois sendo QP" (+1) — oe, teriamos diver- géncia da fungao de onda. Reuninco as solugdes em 0 em # e usando a defini¢ao de harménico esférico IBASSALO e CATTANI (2010), op. cit.], teremos: £O,9) =O(0)0() = BemPG (cose = ¥;" (0,4), 3.25) onde: m =—@,—(£ + 1),...5(€— Dé pois: PF cos(8) = 0, sem>é, Tomemos, agora, a parte radial da Equacdo de Schrédinger (eq. (3.22}]: RY Ron 2 2 = r Fer haat [E-V(r)] = €(4 +), e fagamos a seguinte mudanga de varidvel: R(r) = 22, Sendo: dk d p” 2p! 2p R= = > Aah . dr dr pre Pe teremos: YY a0F q (P22) var (@ 8) [7 E-Vvnl- cern]? (3.26) ror ror r ou: wep [heee+)) -5 54] -E =0. 3.2 iat | Dur? +V(r) Jan 0. (3.27) A forma especifica da fungao radial p(r) dependera da forma do potencial efe- tivo: hee +1 VeVi S (3.28) Portanto, a solugao da Equagao de Schrédinger [eq. (3.18)] para um potencial central sera: Weem(t,0,) = Creme? on C(O). (3.29) onde a constante Crem 6 determinada pela condi¢gao de ortonormalizagao da funcdo de onda. 38 Capfruzo3 — EQuacdo ne SCHRODINGER 3.2.1 Solucdo da Equagao de Schrodinger para potencial do tipo oscilador harménico esférico Para um potencial de tipo do oscilador harmanico esférico — V(r) = $pw*r?, a forma radial da Equacao de Schrédinger [eq. (3.27)| torna-se: no [Peer 14 pdr? 2p = -E =0. (3.30) Dre 7 er | pr) (8.30) Para resolver esta equacao facamos a seguinte mudanga de varidvel: pore ()" — eow=(-| , i) i g=ar ; onde a portanto legs. (3.10-3.13)] feremos: e+) Sour [ee -P ew=o. 3p Chamando: 2E 1 fa aln=s 3] 5 OE+1= sl+) viré: , a 4s?-2 ge [a (nested }- eH o *| pe =0. (3.32) Fagamos, agora, a seguinte mudanca de variavel: p@=exn(-Z]evia) i onde 2-2. Sendo: dp _ dp dz 2 oe yas de de ze Sexp(-; alive Zi 42sz* ')+2y's'l, oe lee (F =) (-25 +2821) 42yl2 “f= ez p y ye wel =) 84 2sz°)) +2yle']4 dz sly yoy! +e few (FF Jie 25 42sz' )+2y'z]} ae very fooet-a)s 28° -s 22 =4exp([} wy(-945 + Yara’ §3.2 — SOLUGIO DA EQUAGKO DE SCARODINGER PARA POTENCIAL DO T1v0 CENTRAL 39 a equagao radial torna-se legs. (3.30-3.32)|: ~2)28\ [yea y! 45-4] (-3 2, ,2sos texp( Z)et{[ very (205 alt yl-gt pst ate sy[neseg-2-5 = ]} <0 (3.33) ou: dy 3 dy eT (er3 2] 2 onyso, (3.34) Sendo esta uma Equagao Hipergeométrica Confluente ou de Kummer, sua solu- cdo serd (BASSALO e CATTANI (2010}, op. cit: y2@)=¥@) =F ([-mex Ze). (3.35) Portanto, a solugao da Equa¢ao de Schrédinger para um potencial do tipo osci- lador harménico esférico, sera: 2 3 Wrem = Crem EXP (-S)sn (-ne~ $e] ¥/"(0.9), (3.36) Exo tr(2n+€+3]=he[A+5), (3.37) com A = 0,1,2,... (ntimero quantico principal) que representam a Fungéio de Ondae a Energia de uma particula colocada em uma regio de potencial harmd- nico esférico. 3.2.2 Solucdo da Equacao de Schrodinger para potencial do tipo Coulombiano Para potencial do tipo Coulombiano - V(r} de Schrédinger torna-se: -a forma radial da Equacao 2 2 fF 20R [#8 (e+ )-S" | at =o. (3.38) tit dr? rdr [he r Este problema é importante na teoria do dtomo de hidrogénio (Z = 1) e outros muiltiplos dtomos ionizados {He*, Li**, etc.), chamados dtomos hidrogenoides. Na equacao acima yp é a massa reduzida do tomo: _ Min - M+m’ K (8.39) onde M éa massa do nticleo atémico e m a massa do elétron. 40 Carfruto 3 — Equacao pt ScurépinceR Para resolver esta equacao, lagamos as seguintes transformagées: 2uE ne _ Ze ha =P pe "2a? onde: i? + a= —5 =0,5A (Raio de Bohr). ue? Sendo: dR dR dp . dR @R od dp 2p = = aR = 2a— Ss = — (2a RJ = 40°", dr do dr “ ap dr? ap?" Or * teremos: 2 2 2¢ é 4 4 L ta2n so of ME EE Rio =0, (3.40) e p ou 2 {ln e+) pig ep fi? +2") Rip) =0. B41) p 4 po ° Sendo esta uma Equaciio Associada de Laguerre sua solugdo sera [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: p Rio) next -P E45 )(01., (3.42) Portanto, a solugio da Equa¢do de Schrédinger para um patencial Coulom- biano, sera: ¥otm=Anemexp (0°15 OPO), (3.43) (3.44) que sao, respectivamente, a funcdo de ondae a energia dos estados estacionarios dos dtomos hidrogencides. Problemas 3.1. Resolva a Equacao de Schrédinger para uma particula livre, isto é, V(r) = 0 (Sugestdo: Considere o Laplaciano em coordenadas esféricas e resolva ape: nas a equacao radial. Como para uma particula livre a energia deve ser positiva, use a seguinte retagao: B= 542.) 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 3.7. Propiemas 417 Calcule os niveis de energia de uma particula livre colocada em uma regio onde existe um potencial simétrico esférico dado por: 0, rsa vo . oo, >a (Sugestéo: Use a fungao de onda calculada no problema anterior e consi- dere a seguinte condigao de contorno: y(4,6,¢) = 0). Calcule o fator de normalizagao da fungao de onda para os seguintes po- tenciais: oscilador harm6nico linear, esférico e potencial Coulombiano. Calcule as fungées de onda do oscilador harménico esférico para os seguin- tes estados: 1s (n =0, @ = 0); lp (2 =0, £= 1) e2s(n =1, 2 =0). Calcule as fungGes de onda do dtomo de hidrogénio para os seguintes esta- dos: 1s (#=1, €=0); lp (n=1, = 1) e3d(n =3, £=2), Aenergia potencial para o movimento nuclear de uma molécula diatémica € aproximada pela fungao de Morse: V(r) = Dexp(—2ar) - 2D exp(-ar). Calcule a parte radial da solugao da Equacao de Schrédinger. Calcule a seguinte integral: | (if exp(iar cos®)v2p 0 igor? dr d(cosd) de, onde: Y2p,9 € Wis,0 S40 fungées de onda do hidrogénio: Wem. 4 EquacAo Das ONDAS OU DE D’ALEMBERT A Equagao Diferencial Parcial do tipo: 1 @& OW, =|A-— 5 | VF, 0 =0, (4.1) wn=[ popyee ® (a) 6 chamada Equagéo das Ondas ou de D'Alembert. O operador () 6 chamado d’Alembertiano e sua forma depende do sistema de coordenadas escolhido. O operador (A) 6 0 Laplaciano. A equacao das ondas ocorre em diversos ramos da Fisica, cujos principais sao: I. Teoria das vibracées eldsticas 1. Vibracées transversais de uma corda. As vibrag6es transversais de uma corda eldstica de densidade linear uniforme p e sujeita a uma tensdo uniforme 1, sao regidas pela equacao diferencial parcial: Sy at) 1 yx _ ae a 2) onde: y(%,1) _s&o os deslocamentos (assumidos pequenos) da corda; V2 ve ( 2) éa velocidade de propagacdo da onda na corda. Evidentemente, a forma do movimento da corda depende de sua deflexao inicial, isto é, se forem conhecidos: y(x,0) =f) ove ga). 44 — CapituLo 4 — Equacko pas Onpas ov Dk D'ALEMBERT As vibragdes longitudinais elasticas em uma barra uniforme, satisfazem a uma equacao andloga 2 da corda vibrante, com a velocidade de propagagao da onda longitudinal dada por: fey" ss onde £ ¢0 médulo de Young do material. 2. Vibragées Transversais de uma membrana. As vibragdes Uransversais (assumidas pequenas} de uma membrana eldstica fina de densidade superficial uniforme o e sujeita a uma tensdo uniforme t, sao regidas pela equacao diferencial parcial: 1 Ptr) Agr, = 2 oe i Pewsey, 4) onde: z(r,t) sao os deslocamentos transversais da membrana; 2 . a ve (z)' ? €avelocidade de propagagao da onda. Evidentemente, a forma do movimento da membrana depende de sua posigdo, bem como de sua velocidade inicial, ou seja, se forem conhecidos: z(x, ¥,0) ax y= fay i or =g(x.y). Essas equacées diferenciais podem ser obtidas usando o Calculo Variacional eo Principio Variacional de Hamilton (Equagao de Euler-Lagrange) (SAGAN, op. cit}. IL. Teoria das vibragdes sonoras A propagacao de uma onda sonora através de um gas perleito (irrotacional) € feita com uma velocidade: ¥=-grade, (4.5) onde ¢ satisfaz 4 seguinte equagao de ondas: 1a Ag-—szzy = 9. 4.6) b Poe (4.6) Ill. Teoria das ondas eletromagnéticas Em uma regido onde nao existem cargas ou correntes elétricas, 0 potencial vetor A ¢ o potencial elétrico @, satisfazem a uma equagao de ondas do tipo [BASSALO e CATTANI (2007), op. cit.): § 4.1 — Eguagao pas Onpas EsTACIONARIAS OU DEHELMHOLT2, «45. 1 & Ag Ze =0, (4.7) onde: 7 vee”, come € #, respectivamente, a permissividade elétrica e magnética do meio onde se propaga a onda. Se o meio for o vacuo, a velocidade de propagaciio é de 300.000km/s. No estudo da propagacao de ondas eletromagnéticas de alta frequéncia em um cabo de resisténcia por unidade de comprimento nula, e a condutancia da terra por unidade de comprimento também nula, a voltagem V(x, f) e acorrente I(x, 0), satisfazem a equagao oe + a =0, (4.8) ox vt ar onde: @ = V ou 7; v = (LC)~! sendo Le C, a indutancia e a capacitancia por unidade de comprimento do cabo. 4.1 Equacao das Ondas Estacionarias ou de Helmholtz Aplicando 0 método de separagao de varidveis (MAIA, op. cit.) a Equagao de @’Alembert (eq. (4.0): VED=y~ATOH, (4.9) teremos: = » lo wr DWF H=0 — TOWA-ZyMT =o, (4.10) Ay _ 17 wae (4.1) Como 0 primeiro membro é funcao de (F) e 0 segundo de (4), a igualdade s6 ocorrerd para uma constante: ~K* (0 sinal menos € escolhido por raz6es fisicas ~ para que as vibragées no tempo sejam periddicas). Assim, teremos de resolver as seguintes equacoes diferenciais: 2 30 =-K = T(t) =expltwi) 3 w= kv, (4,12) e (A+ Pw=0 + Ay=-ky, (4.13) que é uma equacao de autovalores, chamada Equacéo das Ondas Estaciondrias ou de Helmholtz. 46 — Capfruto 4 — Equagao pas Onpas ov DE D'ALEMBERT Portanto, a solugao da Equacao de D’Alembert [eq. (4.9)] sera: VEO =wFexp(tiwr), (4.14) chamada solucao estacionaria. 4.1.1 Equacao de Helmholtz em Coordenadas Cartesianas Em coordenadas cartesianas - x, y, z - a Equagao de Helmholtz tem a seguinte forma |BASSALO e CATTANI (2009), op. cit.|: Pu ou ew ae ae tag ylxy,2)=0. (4.15) Usando 0 método da separagao de varidveis: wy2) = XWOYQZ(2), teremos (vide, item 2.1): Hoy gh oy ++ +k =0, Xx Y & cuja solugao &: X(x) = A; cos(ky,x) + Agsen(ky xX) = Aexp(+7k,3), (4.16) ¥ (x) = By cos(ky y) + Bo sen(kyy) = Bexp(+tkyy), (17) Z(x) = Cy cos(k,z) + Co sen(k,z) = Cexp(4kzz), (4.18) com k; (i= x,y,z), real ou complexo, dependendo das condig6es de contorno e satisfazem a relacao: Kerk thet =0. (4.19} Assim, uma solucdo estaciondria da Equacao de Onda sera: W(X, V2) 8) = Abpieyk, OXPIEM Rex + kyy + kez tet). (4.20) EXERCICIO 4.1.1 Estude os deslocamentos e as frequéncias sofridos por uma corda de com- primento ¢ presa nas duas extremidades, quando a mesma é inicialmente deslocada para a posicao f(x) e deixada em repouso nesta posicao. $4. — Equacdo pas Onpas EstacionAnias Ou DE HELMUOLTZ 47 SoLugao ... Teremos de resolver a equacao [eq. (4.2) @®y Ley ar wae” com as seguintes condigées de contorno e iniciais: Oy(x,0) _ or HON =y,)=0 ; 0; ¥(x,0) = f(x). Como a corda esta presa pelas extremidades, entao: X(x) = Aj cos(kyx) + Az sen(kzx). Usando as condigées de contorno, vird: X(0) =A, =0, X()=Agsen(kyf)=0 — kyfann > ne kee MEL 2B. Asolucao na variavel t, sera: T(t) = Dexp(+wt) = D) cos(kvt) + D2sen(kvd), onde: nn “R40 kekx= Entéo, uma solugdo da equagio da corda vibrante, sera: an x ya) = Agsen{ 7 an nt |[P: cos(“F vt} + Dosen (“Fui)]. Para determinar as constantes de integragaéo vamos agora usar as condicdes iniciais, assim: dy(x, 1) a = Fvarsen("* x] [-Prsen(" vq) + wo + Decos( 7 vil]] =" ext =0 — De=0. (421) Portanto: ¥nl&, = An sen(“3) cos(“t vt), que representam os modos ou fons normais de vibracdo da corda. As frequéncias desses tons serao: ne n y= vs vy = lov. é 2é 48 Cariruio 4 — Equagao pas Onpas ou ve D’ALEMBERT Vamos calcular, agora, todas as vibragdes possfveis da corda. Como para cada n teremos um modo ou tom, entao: oo yao=) Aysen( nt é (Fe) Para determinarmos a constante A,, vamos usat a condi¢do inicial restante. Assim: y(x,0) = fod = Fo Aysen (2). n=) é ‘Teremos, portanto, de desenvolver a funcdo f(x) em uma Série de Fourier. [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit.] Entéo: 26 nn An= af f(x) sen(F} dx. Portanto, todos os possiveis deslocamentos da corda, serao: = nn aw ¥(x,0)= Yo Agsen (=x) cos( vt). ml é é Exercicio 4.1.2 Estude os deslocamentos e as respectivas frequéncias devidos a vibragao de uma membrana retangular fina e eldstica, de dimensées a, b, presa nas extremidades, quando a mesma é inicialmente deslocada para a posicao Z= f(x,y} e deixada em repousa nesta posigao. SoLugAo Teremos de resolver a seguinte equacao [caso retangular da eq. (4.4)}: 2 Fz 18z ax? ay? Oe com as seguintes condi¢6es de contorno e iniciais: 200,y)=zlay)=O 3 2(x,0}= 2(x,b) =0; 2060) = fly) 5 Como a membrana esta presa nas extremidades, entao: X(x) = Ay cos(k,x} + Agsen(kyx), Y¥(y) = By cos(kyy) + Ba sen(kyy). $4.1 — Equagao bas Onpas EsTActonénias ov DE HELMHOLTZ — 49 Usando as condigées de contorno, vird [vide exercicio (4.1.1)}: Ay=0 ; kya, n=1,2,... a Bi=0 5 bye) m=12,.... b Usando, agora, a condicdo inicial: dz(x, y,0) aoe = 0, or teremos: koX(aY (L-G sentkv + Gpeostkvnyi|, -=0 — C=O. Portanto: nn mir Znm(%¥st) = Anmsen (Fx)sen("* y) cOs(kam 2), onde: ton (PY =e Bb v representam os modos ou tons normais de vibragéo da membrana, cujas frequéncias sio: 2 gle “y+(2) Vamos, agora, calcular todas as vibragdes possiveis da membrana. Como para cada valor de 7 e para cada valor de m, teremos um modo ou tom, entao: Onm = VI ayo d ¥ Anmsen(x} sen (2 y) costknm vt). n=imat a b Para determinarmos a constante Aj,:, vamos usar a condi¢ao inicial restante. Assim: oe a(x, ¥20) = fly) = Sy y Anmsen (“x)sen(™ )). n=im=l Teremos de desenvolver a fungao f(x, y} em uma Série Dupla de Fourier. Entao: Ann =f Li, " poxyisen(™ 2}sen(™y) ava Portanto, os deslocamentos possfveis da membrana serao: aa ypo= s x Aansen| 2s) sen(2 }eos{ ve (2) nahin=1 “ay. 50 Capfruto 4 — Equagdo pas OnpaAS ou DE D’ALEMBERT Examinando os modos de vibragdo ¢ as respectivas frequéncias, vé-se que ha degenerescéncia, ou seja, para uma determinada frequéncia, pocera ocorrer mais de um modo ou tom de vibra¢do. Para um estudo mais detalhado, 0 leitor deverd consultar SOLKONIKOFF and REDHEFER, 1966. EXERCICTO 4.1.3 Calcule as frequéncias dos modos ou tons normais de vibracéio de uma radia- cao eletromagnética (micro-onda) colocada em uma cavidade ressonante de forma prismatica. SOLUGKO oo. cece ccccceeceesecceeeeceseeeeeeeeetseeeeeeeseeteesecseertsererees Teremos de resolver a seguinte equacao [vide eq. (4.15)]: ae ay az com as seguintes condigdes de contorne: + PW 20 =0, x=0, x=a, Wonyz=0, para fy=0, y=b, Z=0, Z=¢. Como a radiagao esté presa na cavidade, teremos: Vamp % 928) = Anmp sen(™*3} sen(™ ) sen(P™ zjexp(-rken, onde: mye pm? pe nampa Lesin s P=[() (BP (Bf a2 As frequéncias de vibragéio da radiagao serao: camp =o | (2) (Pe a2 4.1.2 Equacdo de Helmholtz em coordenadas cilindricas Em coordenadas cilindricas — r, , z-, a Equacao de Helmholtz tem a seguinte forma [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: ey lay Ley ey Oe ror Oe OE +P yb. =0. (4.22) Usando 0 método da separagao de varidveis (MALIA, op. cit.) Wr, 2) = RDP) Z(2). : § 4.1 — Eguacio pas Onnas EstactonArias ou bE HELmuotz = 51 ‘teremos (vide, item 2.2): a : RY AR, (4.23) RorR Asolugao em < |Z = -A”] sera: Z(z) = Ay cos(Az) + Agsen(Az), (4.24) com A real ou complexe. Asolugao em ¢p (2” == m?] sera: D(P) = By cos(m) + By sen(me), (4.25) com yn inteiro, devido 4 univocidade de y. Aequacao em r sera: PR aR (me ia * =0, 5 a + par +(a 72 roy (4.26) k ~ A, cuja solugao serd [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.|: RO} = Cy Tn (@r) + CoN (ar). (4.27) Portanto, urna solugao estaciondria para a equacao de ondas sera: VO.G.2.0) = [AT (Ar) + BNyy (arjlexpl+ikut + m+ Az). (4.28) EXERCICIO 4.1.4 Estude as vibragdes transversais de uma membrana elastica circular de raio ae presa nos bordos, quando a mesma é deslocada para a posicao z(r,@, 0) = F(r, 6) e deixada em repouso naquela posicao. SoLugao Teremos de resolver a equacao de ondas leq. (4.191: Oz, ¢, 0 =0, com as seguintes condigdes de contorno e iniciais: G2kr, 0,0) _ ot Como a membrana ¢ plana e de deslocamentos finitos, tomamos a solugiio ob- tida no item 4.1.2. e fagamos: aapo=0 ; 276,0)=fir.d) ; 0. A=0 e€ (=0, 52 Capfruto 4 — Equagdo pas Opas ou pz D’ALEMBERT Entao: 21,0, 1) = Jm (ki) cos(mp) + Dsen(m}] [Ecos(kvt) + Fsen{kvt)]. Usando, agora, a condicao de condigao dada, teremos: 20,4,1) = Ink POT) =0 > In (ka) =0, ka= dam > ken = 2M, 212 a Sendo: Az(F,,0) =0 — F=0. ar Portanto: Zina 0) = In (PH 2+) [Amn Osun) + Bron sen(m@)} . cos (“2 man vt), representam os modos ou tons normais de vibragao da membrana circular, cujas frequéncias sao: _ Gran @inn = Kat > Wma =v. Todas as vibracdes possfveis da membrana serao dadas por: anoo= > ¥ in ( “Zr Amncos(me) + Bm, sentmng)icds (* wat yt), mn=On=t Para determinarmos as constantes, usaremos a condigao inicial restante, ou seja: 2r,.0) = fC.) = x Yin 1) [Amn Ostend} + Bn Senm6)]. me ‘feremos, portanto, de desenvolver a funcao f(r.) em uma Série de Fourier- -Bessel. {BASSALO ¢ CATTANI (2010), op. cit.] Assim, chamando: Cult) = x Amd) =¥ Brinda (Om), leremos: fp x Cnr) cost) + Dm (r) seni). m=0 Como se trata do desenvolvimento de uma fungao em Série de Fourier [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit], vird: 1 pee Cn) = af f(r, p) cost) dg, § 41 — Fauagio pas Onpas EstacionArtas ou De Heimnorrz 53 1 pen cote) = =f repre, 1 pon Dnt) = =f f(r. pysen(md) do, e, finatmente, [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.| teremos: = 2 “ Gn Ann = FF [60a (24) ar, Ban a 2 anh [ Dnt Fm (1) dr EXERC{CIO 4.1.5 Ondas sonoras harménicas de periodo T = 2 = #* e pequenas amplitudes sao propagadas ao longo de um guia de onda circular limitada pelo cilindro r= a. Calcule 0s modos de propagacao. SoLugio Teremos de resolver a Equacao de Helmholtz jeq. (4.13)]: ALM} wlr 2) =0, com a seguinte condi¢ao de contorno: Oy (a,,2) or r=a Essa condigiio de contorno significa que a velocidade da onda sonora 6 nulana fronteira do guia de onda. As condigdes de contorno do probiema impdem que y nao dependa de ¢, 0 que acarretard; mm = 0. Para permitir a propagacdo da onda através do guia de onda, a solucao em z deverd ser periddica, ou seja: Z(z) = exp(-1Az). Sendo finitas as amplitudes da onda sonora, ent&o C2 = 0 e portanto [eq. (4.28)]: wr,z,t) = Ajglarjexpli(kvt—Az)]. Usando agora a condi¢ao de contorno dada, vird: dy(r.z, 0) * = Aly(aa) expla(kvt - Az)] =0— Jy(aa) = Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: Ig(@a) =— haa), 54 _ Capfruto.4 — Equagio pas Onbas ou be D’ALEMBERT entao: Sin T{aay=0 — aa=éin fines a =1,2,... Portanto, os modos ou tons normais de vibragao da onda sonora no guia de onda serao: f Paltz 0) = Anho(Mr)exptetkoe Aa onde; kut—Az=® (fase da onda). 4.1.3 Equacdo de Helmholtz em Coordenadas Esféricas Em coordenadas esféricas — r, ¢, @ — a Equacéo de Helmholtz tem a seguinte forma [BASSALO e CATTANI (2009), ap. cit.; HASS, op. cit.: 2. Fy 20y 1 Py | cogd ay 1 Oy 5 = Ky =0. re |r ar EY 72 d82 7200 resen2é ap? Usando o método de sepatacao de varidveis (MALA, op. cit.): YAO) = ROPX(P)/OW), teremos [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit]: WP.) = ROY), com R(r) satisfazendo a seguinte equagao diferencial: r? RM 4 rR! + [Cer ~ 00 + DIR) = 0, Esta é a Equacdo de Bessel Esférica [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|, e cuja solucao é: Rr) = Aje(kr) + Bne(kr). Portanto, wma solugdo estacionaria para a Equagdo de Ondas em coordenadas esféricas, sera: W(r,0,0, 1) = LA je(kr) + Brel kr) ¥3"(0, p) exp(tikve). EXERCECIO 4.1.6 ~ Resolver a Equacao de Helmholtz para uma regiao interior a uma esfera de raio a, regiao esta onde nao existem fontes nem sorvedouros de y, e com a seguinte condicao: y(a,,6) = 0. pe § 4.1 — Equagao pas Onpas ESTACIONARIAS OU DEHELMAOLTZ 55 SoLucio Como nao existem fontes e nem sorvedouros na regido onde é definida a funcdo w(7,0,0), entao segundo o exercicio 4.1.5, B = 0 e, portanto: Wh, 8) = Aje(kr)¥p" (6,0). Usando a condi¢ao de contorno dada vira: Wlah.O)= AjelkaY!"O,p)=0 — jelka)=0 = ka= Gen, 2=1,2,... (4.29) onde a¢,m sao os zeros da funcao de Bessel esférica j¢(kr) ow, usando a relagao entre as funcGes de Bessel esférica e de 1* espécie [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], eles representam também os zeros da fungao Jp41/9. Portanto, wma solugéo estaciondria para a equacao de ondas numa regiao esférica, sera: V(r, 81) = Aemniel “2 ya.) explaiku0. 4.1.4 Solucdo da Equacao de Ondas em todo 0 espaco Ao iniciarmos 0 estudo da solugao de uma equacao diferencial parcial, dissemos que existem trés métodos fundamentais para encontrar tal solugao. O método da separagao de varidveis, conforme vimos no decorrer deste ca- pitulo, se aplica a problemas de contomo e quando este tem forma simples. Alguns desses problemas podem também ser resolvidos usando a técnica das transformadas. Quando, no entanto, a fronteira se estende ao infinito, a técnica aconselhada para a solugao do problema é a das transformadas. Se a fronteira for finita mas de forma nao muito simples, a solugdo é en- contrada através do calculo das variagdes (veja Parte I) [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit). Neste item, vamos resolver a equagdo das ondas no espago todo usando a técnica da Transformada de Fourier, Como estamos interessados na solugao estacionaria, bastard portanto resolvermos a Equacdo de Helmholtz. Assim, cal- culemos a Transformada de Fourier da Equagao de Helmboltz (eq. (4.13): Play (?) + Py?) =0. (4.30) Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.]: _ fff (ue Fy) ee _ FIAW(x,¥,2) =f (S ae gee dees = ta +7802), 56 CariruLa 4 — Equacdo pas Onnas ou DE D’ALEMBERT. onde: (é,7,2), (x, 2) sao, respectivamente, as componentes de Kedef,e 8(6.7,.8) = Fiwts, y,2)}, teremos: = +P HP ge m.0) +k glE.ms) = 0. (4.32) Chamando: pra Pam ree, (4.33) onde p € 0 raio de uma esfera no espace dos XK, teremos: (?-Pig=0 = (p+ Hip Kg=0. (4.34) Portanto: . wl yz) = (2ny* ff gn die PR. (4.35) Para obtermos a funcdo y(x, y,z), solugido da Equagao de Helmholtz no espago todo, precisamos conhecer a fungao g(é,7,¢). Para isto, vamos usar coordenadas esféricas no espaco dos K. Assim: EO = (p,,8). (4.36) Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: t5(t) = 0, e como [cq. (4.34)j: (p+ khp—kK)g=0 e g70 — pak, teremos: 8(0.0.0) = d(p — Kf O,0), (4.37) e, portanto: oo pH pis ae wlaya— em? [” f f de-N O,Me™* papsenddodp. (4.38) ‘0 0 Usando agora {BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.|: for-afwar= fa, vird: Rope pe IRF whe, 2) = axl f FO, wie!** senddd dp, (4.39) onde (lembrar os cossenos diretores de uma reta): R= kv = k(cos@sen6f+sendésen0é + cos0g). § 4.1 — Equacio pas Onpas ESTACIONARIAS ou DE HELMHOLTZ 57 Como a fungao f (6, ) é arbitraria, vé-se entao que a Equagao de Helmholtz tem. uma infinidade de solugdes. ‘Vamos obter uma dessas solugées, admitindo que: sen6 f (0.0) = 68 -@)6(p-'). Entao: 2a : we y2)= aol f 50 -06(p- w)e!®* doa = (27)3 Jo Jo (4.40) 8 . = Gps OPE (xcosp' send’ + ysenp’ send’ + zc0s6'). Portanto, uma solucao estaciondria da equacéo de ondas em todo o espaco, sera: 2 o Wixy,z,.0= awe? “ed (4.41) que representa uma onda plana que se propaga na dire¢do (6’,") com um vetor de onda K’. No caso de uma onda eletromagnética se propagando em um meio infinito, nao dispersivo, caracterizado por (e, 4), o médulo do vetor de onda &: k= 9 ote. (4.42) 58 — Capfruto4 — Equacao pas Onpas ou De D’ALEMBERT Problemas 4.1, Calcular os deslocamentos sofrides por uma corda eldstica de compri- mento infinito se ela 6 iniciatmente deslocada para a posicao: y(x,0) = f(x) edeixada em repouso nesta posicao. 4.2. Calcular os deslocamentos ¢ as frequéncias de uma corda elastica de com- primento ¢ e presa nas extremidades, quando ela é inicialmente deslocada para a posigaio dada por: x0) aks, O

You might also like