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2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Planos Economicos
2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Planos Economicos
RESUMO
Este ensaio tem por objetivo proceder a uma análise comparativa da situação econômica
brasileira no período compreendido entre 1995 e os dias atuais, enfatizando os aspectos
relacionados com o crescimento do PIB, inflação, política de juros, educação e desigualdade
social. Para isto, buscou-se o aprofundamento da matéria através de pesquisa bibliográfica
que possibilitou a construção do conhecimento ora apresentado, com destaque para a
condução do Plano Real, sobretudo no que se refere às transformações trazidas para a
população do país, bem como para a consolidação da economia com reflexos positivos no
mercado internacional. Acrescenta, também, que o sucesso do Plano Real em vários aspectos
da vida do país, não se estende às políticas sociais e à educação. Os índices de distribuição de
renda permanecem entre os piores e as melhoras efetivas no padrão de vida do brasileiro não
são significativas. A educação também não foi objeto de projetos efetivos de mudanças e não
há reflexos positivos quanto a isso.
ABSTRACT
This article has for objective to proceed to a comparative analysis of the Brazilian economic
situation in the period understood between 1995 and the current days, emphasizing the aspects
related with the growth of the GIP, inflation, politics of interests, education and social
inaquality. For this, the deepening of the substance through bibliographical research that made
possible the construction of the presented knowledge however, with prominence for the
conduction of the Real Plan searched, over all as for the transformations brought for the
population of the country, as well as the a consolidation of the economy with positive
consequences in the international market. However, the success of the Real Plan in some
aspects of the life of the country, is not extended to the social politics and to the education.
The indices of income distribution remain between the worse ones and the improvements
effective in the standard of living of the Brazilian are not significant. The education also was
not object of effective projects of changes and not reflected positives how much to this.
1 INTRODUÇÃO
Em julho de 1994 foi implantado no Brasil o Plano Real, concebido pelo ex-ministro
da Fazenda e então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Com o objetivo
recorrente de estabilizar os preços na economia e fortalecer a moeda nacional.
Como solução ao problema da inércia inflacionária, cria-se a URV, que em Março de
1994, converteu os salários, que ficaram indexados a ela por 1 ano, como forma de controle
da formação de preços e salários. A URV, que foi vinculada ao dólar logo após sua criação,
estabeleceu uma nova moeda, com câmbio fixo, como forma de combate à inércia de preços e
salários.
Na verdade a inflação inercial é contida, pois na conversão dos salários para URV
houve uma perda no poder de compra que foi mascarada pelos valores nominais que pareciam
maiores que os da antiga moeda.
Para controlar a inflação de demanda o governo optou por elevar em muito a taxa
Selic, de modo a restringir a liquidez controlando assim o consumo além de atrair capital
externo e buscar a estabilidade. Em final de 1995 os juros pagos pelo governo brasileiro
chegou aos 43,36% a.a., isso gerou o efeito colateral da recessão, juros altos baixa taxa
cambial, a produção brasileira estagnou-se.
Em 1999, quando o governo adotou o sistema de bandas cambiais, o Brasil passou por
um difícil período. O câmbio, mesmo com a vigilância do governo, vai de 1,20 R$/U$ - 12/98
– para 2,06 R$/U$ - 02/99 -, o que gerou uma grande especulação no mercado cambial. Isso
acabou afetando a credibilidade do plano, que foi remediada com o aumento continuado da
Taxa Selic (02/99 a 06/99)
Ainda neste período delicado ao mercado interno brasileiro, o país atravessou três
crises no cenário internacional, que abalaram a confiança dos grandes investidores
estrangeiros. A crise do México, em 1995, seguida da crise da Ásia, em 1997, e pela crise da
Rússia, em 1998, que reduziram as reservas internacionais em mais de cinco bilhões de
dólares em poucos dias, devido aos violentos ataques especulativos e a desconfiança dos
investidores.
O objetivo prioritário do Plano Real e, portanto, do governo do presidente Fernando
Henrique Cardoso (FHC) foi restabelecer a estabilidade monetária. Em seu governo, assume-
se basicamente que não existe política de crescimento sustentável com instabilidade
monetária. É necessário destacar que o Plano Real tem por objetivo único combater a inflação
ou restabelecer a estabilidade monetária, o que difere do propósito de buscar a estabilidade
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PLANO REAL
capital de giro, tem-se outro impacto nos custos, com o aumento dos custos financeiros. Esses
fatores, associados com uma conjuntura internacional não muito favorável, foram
responsáveis pela falência generalizada das empresas brasileiras, aumento da
desnacionalização da economia e desemprego dos fatores de produção.
Como resultado dessas estratégias, começamos a observar índices de crescimento não
muito expressivos e níveis de desemprego crescentes. Na tabela 1 verifica-se que o PIB
cresceu mais no período de 1995 a 1998 do que no segundo período do governo FHC. A
média do crescimento real no primeiro período foi de 2,57 % para 2,02% no segundo, com um
desempenho superior a 1,5% verificado somente em 2000, ano de maior crescimento (4,4%)
de todo o período do Plano Real, mostrando claramente que o arrocho imposto pelo governo
se intensificou no segundo período.
Segundo Filgueiras (2000, p.218), “o ideário liberal de estabilização e
desenvolvimento criou uma barreira intransponível entre estabilidade monetária e
crescimento”. Baixo crescimento que também se refletiu nas taxas médias anuais de
desemprego, que foram maiores no segundo período, de 7%, contra 5,8% no primeiro.
companhia Vale do Rio Doce, que se tornou uma das mais competitivas do mundo. Houve a
recriação de alguns órgãos extintos no governo anterior, como a SUDENE, e a criação de
novas empresas estatais de menor porte. Porém, após 5 anos de mandato, o governo Lula
passa também a apoiar uma política de privatizações de rodovias, com os leilões de concessão
de 7 lotes de rodovias federais, vencidos na maioria por empresas estrangeiras.
Um relatório do IBGE, do fim de novembro de 2005, afirma que o governo do
presidente Lula estaria fazendo do Brasil um país menos desigual. Com base no PNAD
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a FGV divulgou estudo mostrando que a
taxa de miséria de 2004 teria caído em 8% se comparada a 2003, ano em que Lula tomou
posse. Ainda segundo a PNAD, oito milhões de pessoas teriam saído da pobreza (classes D e
E) ao longo do governo Lula.
Um programa social bastante conhecido do governo Lula é o Bolsa Família. Ele foi
criado através do Decreto Nº 5.209 de 17 de Setembro de 2004[5]. A finalidade do Programa
era a transferência direta de renda, do governo, para famílias pobres (renda mensal por pessoa
entre R$60,01 e R$120,00) e em extrema miséria (renda mensal por pessoa de até R$60,00).
O Programa, no entanto, foi uma reformulação e ampliação do programa Bolsa-Escola, do
governo FHC e recebe muitas críticas de diversos setores da sociedade. A principal delas é a
de que o Bolsa Família, apesar de distribuir dinheiro entre a população mais carente, não
melhora o nível de vida dos beneficiados pelo programa.
No campo da educação, o governo Lula avançou, apresentando fortes níveis de
escolarização em todas as faixas etárias. A parcela da população que não freqüentava a escola
foi reduzida de 29% para 18% em apenas 36 meses, considerando o grupo de 5 a 17 anos de
idade. No nível básico, o percentual de crianças fora da escola chegou, em 2005, a apenas
2,8%.
Com a criação do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica), o governo Lula objetiva atender 47 milhões de estudantes brasileiros, com
investimentos anuais de até R$ 4,3 bilhões.
Na área do ensino superior, o PROUNI (Programa Universidade Para Todos), destaca-
se como o maior programa de bolsas de estudo da história da educação brasileira,
possibilitando o acesso de milhares de jovens à educação e estimulando o processo de
inclusão social. Em 2005, o PROUNI ofereceu 112 mil bolsas de estudo em 1.412 instituições
em todo o país. O governo também investiu na criação de 9 novas universidades públicas
federais, interiorizando o acesso à educação pública gratuita. Atualmente, as universidades
federais oferecem 122 mil vagas gratuitas. Contudo, o programa é criticado por professores e
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4 CONCLUSÃO
Existem fatores que precisam ser equacionados, porque o Brasil não tem condições
estruturais para estabelecer uma política de desenvolvimento econômico consistente, baseada
exclusivamente no mercado externo. O Brasil ainda possui uma enorme dívida social, e muito
pouco tem sido feito nesse sentido. Não se trata apenas da necessidade imediata de redução do
desemprego, mas sim de uma política objetiva de incorporação de ganhos reais nos salários,
baseada em ganhos de competitividade do parque produtivo brasileiro, para garantir as
condições de uma nova fase de desenvolvimento sustentável, baseada na ampliação do
mercado externo e, principalmente, interno.
O endividamento público em relação ao PIB cresceu significativamente e ainda não
está devidamente equacionado em decorrência dos ainda elevados juros. As contas públicas
continuam muito fragilizadas, na medida em que o governo mantém os juros altos e necessita
gerar superávits primários sempre maiores para fazer frente aos encargos da dívida pública. A
proposta imediatista das reformas, não contribui significativamente para o propósito do
desenvolvimento econômico sustentável e, conseqüentemente, pouco para um ajuste
definitivo nas finanças públicas.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS