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ui ti sxe &, a nosso ves, 0 pee nada asume ocompromisso de ensnar ta a populasso a festa cumpre ocomprmiso pela metade. Os alunos chegan tetas apenas decoitcand osteo, sem canara com tescano verdad nem mito menos, capacade de crt, Rlslem te com o que leem, porque es imprest, acta tudo Mo so stones diate do esto (OLN 1 Leitura e suas técnicas ng afirma que ca atengée m desenvolver a i A pesquisadora norte. é dada pelos professo: de textos escritos (MO! ganosamer atividade restrita & alfabs no dimensiondvel, pois ‘um texto, quer de realidade mais ampla, o mundo. Para Fr feitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta im continuidade da feitura daquele”, Segundo PS. Williams, autora de “Reading: the key ning” (Apud MOLINA, 1992, p. 19), “a capacidade em de quatro hablidades identificagao de palavras, vocabulério, compreensao e ha bilidades de estudo”. Para W. J. Harker, em “Reading and study skills: an over view for teachers”, no mesmo lugar do livro citado de Molina, hé trés categorias de habilidades em leitura: identificacdo de palavras, compreensio ¢ velocidade. ruacional € hist6rico, a inter- textualidade, explicita os processos de significagio do texto, os mecanismos de Produsio de sentido; enfim, reconhece a formacéo discursiva (0 que é possivel dizer) e a formagio ideolégica. Por isso,-tal tipo de leitor 6 reprodutor daquilo que o autor diss ra parafristica); ele magges do texto com a realidade, constrdi a leitura, porque sabe que é lugar de confronto ideolégico Segundo Molina (1992, p. 22), um bor um livro: leitura elementar, leitura inspeci Séo, is, nfveis de leitura inform: pratica, pois tem algum tipo de compromisso de seu esforgo. Nesse caso, lé-se para aprender. se Ié. Vejamos, pormenorizadamente: cionando-os entre si, Os quatro niveis de vontade pelos qu ahecimentos, que estariam a sua dispo: indicacdes de leitura, mas ndo se fixa nelas, € capaz de escolher, d materiais de leitura, novas informagoes para fundamentar seus argume Além disso, ressalte-se que nao hé uma leitura tio somente, mas Jeituras. Hid um processo de cacao de mit Um leitor competente tem familiaridade com diferentes tipos de texto, en. quanto 0 leitor inexperiente manuseia com pouco desembaraco textos diversos. Dessa forma, quanto mais se Ié, mais apto se torna para a Beene 70 RedefieGeedin « Madi pode dizer com E Smith (Apud MOLINA, 1992, p. 17-18) que “o aprendizado da leitura comeca com uma palavra e um texto de cada vez, continua com uma palavra e um texto de cada vez, e o aprendizado jamais cessa”. Uma prética de leitura bastante difundida é a técnica SQ3R, de Morgan e Deese; ela compreende cinco etapas: 1. Survey (evant: 2. Question (pergunta). 3, Read (leitura). 4, Recite (repeticao) 5. Review (revisa Molina (1992, p. 33), por sua vez, apoi ta levando-se em consideracio ido-se nessas téenicas, propée que a seguintes passos: I Visao geral do capitu | Questionamento despertado pelo texto. Estudo do vocal juagem n 2 Essey a 2 Avaliagao. ia do texto. intese do texto. 1.1 Visio geral do capitulo leitor verificard a est ainda: grifos, itélico, tam leitura inspecional do cay Oleitor nesta etapa bus ftulo, os titulos e sul . Observard € estilo dos caracteres, maitisculas. Trata-se da resposta para as seguint 1. Qual o assunto tratado no capi 2. Qual a orde das ideias expostas? 1.2 Questionamento despertado pelo texto Nesse estagi -tas. Ensina Molina (1992, p. 3 nortante ate 0 estudante saiha fazer nerenntas. a fim de forralecer a exnectariva | que forma em relago ao que vai encontrar no capitulo.” E acrescenta: “Questio- nar 6 um hébito, e como tal deve ser cultivado.” Em seguida, ensina 2 questionar. Por exemplo, deve-se comecar transforman- do titulos e subtitulos em questGes: “Caracteristicas do Sol” = “Quais sio as caracteristicas do Sol?” Dafa chegar a uma conclusdo & um passo: base do pensamento critico é a capacidade de interrogar a si préprio © a0 ido em geral” (MOLINA, 1992, p. 37) 1.3 Estudo do vocabuldrio 38), a melhor forma de wer pela leitura e consolidar o hal ler ¢ oferecer textos ficeis, que levem o leitor a aceitar o desafio uma recompensa maior. Jes implicito io de alcangar Para ampliar 0 vocabulirio, recomenda: a valorizagio do diciondrio, o em- prego de palavras novas e © estudante nao deve consultar mente. Inicialmente, fard esforgo para compreender a palavra des tro do contexto. As vezes, o préprio contexto oferece 0 significado, através de uma definigo. Suponha-se um texto de estudos literdrios: de imaginar. Os ligada por regras de (MOISES, 1987b, A palavra poesia vem do g1 latinos chamavam a poe versificagio, em opos! p.81). E, A pégina 94, 0 mesmo autor apresenta o conceito de poesia: “é a expresso “ca do ‘eu’, cujo resultado, o poema, pode ser em verso ou em a As vezes, o texto nao define 0 vocabul © leitor pode che- gar a ele por meio da explanagao que ajuda a ehucidar o texto. Outras vezes, pode-se valer de pistas do texto, que aparecem em expresses como: isto é ou seja, ou, aposto, ou expressbes que aparecem entre parénteses. Outra forma de conhecer o significado das palavras através do contexto é ntilivar a inforéncia, Suponha-se: ‘suncégins de Lece 71 ‘Acexisténcia de uma tinica ago, ou conilito, ou ainda de uma tnica “histéria” ou “enredo”, est intimamente relacionada com a concentragio de efeitos e de pormeno- res: 0 conto aborrece as digressdes, as divagacoes, os excessos (MOISES, 1994, p. 41). (Ora, mesmo desconhecendo o significado de digressdes ¢ possivel inferir sew significado: concentracio de efeitos é reunido, concurso, convergéncia, centrali- zac, condensagao de efeitos. Se o conto exige que os efeitos estejam concent dos, condensados, é possivel inferir que digressio tem efeito contrario (pois ele aborrece a digressdo). Entdo, digressdo seré desvio da concentracio, divagacéo. Eni vez de um efeito concentrado, ha virios, ou efeito disperso. significado de uma palavra pode também ser deduzido de um tando-se para o contraste de ideias que o texto salienta. Suponh: sxt0, ater da novela é sua plura- 19 de um confit, a novela foes , meio « fim (MOISES, 1994, p. 113), De onde se segue que @ pi lidade dramatica: ao invés do conto, que varios. E cada um dees apresenta Que é pluralidade dramética? Ora, se 0 conto focatiza um conflito tinico, a novela contempla varios niicleos draméticos. Pluralidade dramatica é, portanto, diversidade de dramas, de contlitos. Se o contexto e a andlise das palavras nao explicitam o significado, corre-se a0 dicionério, lembrando-se de que é preciso ler o verbete até o final dele e esco- Ther uma acepgdo que se encaixa no contexto em que a palavra aparece. Recuse- -se, pois, o comportamento da consulta mecénica e da utilizagio inadvertida da primeira palavra do verbete pesquisado. © estudante deve ter conhecimento sobre como consultar o di paginas do diciondrio tém em seu topo destacadas (negrito) A esquerda e & primeira palavra da pagina e da & palavra que se deseja procurar. Desenvolver, procedimento indispensével. Por inerfvel que possa parec conhecem a ordem das letras do alfabeto. Cabe ainda destacar que se deve distinguir termo de palavra, Enquanto uma palavra desconhecida deve ser procurada no mo i aparece de- lade de ambiguidade. Veja-se’ pessoas que des ator; dinheiro em notas. Em ‘comportar que se esperam de qualquer indi ‘0 napel associado com aquela posigao (NEWCOMB, apud LAKATOS, 19958, p. Outro exempio: ‘Testemunha a pessoa que, perante a autoridade judicisria, declara o que sab a respeito do fato criminoso e de suas citcunstancias (MIRABETE, 1998, p. 254). Bainda outro: Cultura organizacional é 0 de valores, expressos em elem’ geral, definir ou conceituar 0s t 0 estudo do vocabuldric Letras que 0 fazem com base em t humanas ou exatas, dificuldades vocabulares. E vocal aprendizagem, Em seguida, 0 leitor buscard a palavra d anotando aquela palavra de sentido do deve limitar-se & proc que sto da mesma fa © que é newrologia. Nao deve reduzir sua procura sua pesquisa, consultando os outros verbetes: Ne nevrologia. gia: parte da 1a que estuda as doengas do sistema nervoso Proximo a essa palavra, encontram se: neural neurografia neurite neurologia neurocirurgia neurdnio neurocirurgifio neuropata neurofisiologia neuropatologia newropsiquiatria neurorradi neurogénese neurogenia sarratepasoe Lemurs /3 A listagem da familia de palavras aqui nio € completa; visa apenas mostrar que é muito mais facil aprender palavras em conjunto que isoladamente. Acres- cente-se que néo se trata de memorizar todas as palavras e que algumas das que esto af na lista aparecem em conversas; nao so, portanto, palavras esdrixulas. 10 adequado para 2 ampliacao do vocabulirio é pesquisar a etimologia da palavra: neuro = do grego nedron = netvo _logia = do grego ldgos = tratado, estu }ovos contextos, em fra- ): “Para que as pala- E acrescenta: “O primeiro passo para conhecer novas palavras e vir a empre- gé-las depende de se desenvolver um ge resse pelas palavras.” Esse estudo pode ser complemer Pesquisa sobre formacio de pala- ‘onstante das graméticas de portuguesa, Paralelamente ao estudo da m-se estudar processos semAnticos smo sinédoque, metonimia, metéfora, eufe- a, perifrase. Rever a histéria da formagao das palavras é também um processo interessan- e para realizar o estudo das palavras, Por lo; aparece em 0 primo Basil ros exemplos, como tartufo, tartuficar, tartufice, tartufismo, palavras 35 da imortal personagem de Moliére, Tartufo. Eca deu origem a p 4 outras palavras assim formada: hessiani ess) hertziano (Hertz) (Machado) arxista (Marx) machadiai ‘Molina (1992, p. 39) aponta diese! (de Rudolf Diesel) e sanduiche (de Conde de Sandwich, cujo nome era John Montagne). O conde, para no parar de jogar ediu que lhe servissem fatias de carne fria entre duas fatias de pao. Ainda quanto ao vocabulétio, é relevante verificar que hé palavras que sic preferidas em determinadas regides em detrimento de outras. No sul do Brasil, € mais comum mandioca, enquanto no Nordeste se fala em macaxeira; mexerice € mais usada em Sao Paulo, enquanto bergamota é preferida pelos gatichos. 1.4 Linguagem néo verbal Um texto, po (fotos, mapas, quadros, ficialmente; € preciso obser oferece outras informagées apresentadas por ilustragéec le passar por elas super 1.5 Estudo do texto a elaboragao de jufzos avaliativos e criticos. Sao exigéncias desse estagio da leitura: @ aprender as principais proposigées do a compreensio das de Jes ha uma ideia que foi des 48), “quando o leitor & capaz de en adiantada a tarefa de res pardgrafo, o texto lid E nesta etapa que o leitor deve sublinhar o texto, ¢ sempre com parciménia, ra fases anteriores, ou até mesmo para a & comer 0 risco de fax8-lo exageradamente, como pode ser visto studantes que pintam paginas i texto). Ora, se tudo € relevant linha que utilizar a caneta para ‘sadgas de Leica 75 ‘Aavaliagdo de um texto compreende: validade das ideias, completude delas, correcio dos argumentos, coeréncia do argumento e suficiéncia das provas, con- secucao dos objetivos prometidos. Avaliar significa julgar 0 que se leu. 1.6 Resume do texto ‘guir o essencial do nao essencial. A analise exige compreensio profunda do texto. ‘or poder perceber que as etapas até aqui vistas levam ao aprimo- ‘a exposi¢do oral deve ser a oportunidade para que ele [0 em suas ideias e teste esta ordenacdo ao passé-la para seus vos aqui: testar a retencao do texto estudado e treinar a linguagem oral Resumo de textos descritivos pede pensamento visual e espacial; resumo de textos narrativos exige atengdo quanto aos aspectos causais ou sequenci concentrar-se no uso de expressées comparativas ou contrastantes (de cardter é ‘odavia); uso de expresses concessivas (no obstante, embora, ainda que, mesmo que), sequéncia ou cronologia dos aconteci- mentos, causas € conse iados, resposta a perguntas feitas no texto. 17 AI essidade de orientar 0 estudante \lo-o & independéncia de seu lante em autor de sua A preocupacdo desta fase é salient para o exercicio de sua capacidade critica, | pensamento critico, Assim sendo, transforma-se 0 aprendizagem. A etapa de avaliacio engloba tanto a resposta &s questées feitas pelo leitor nicio do estudo do texto quanto as oferecidas pelo proprio texto, Pergunte-se: ~ Que per — Como o autor transmitiu suas ideias? A linguagem ¢ direta (denotativa) ou indireta (metaférica, conotativa)? ras permanecem sem tesposta? 76 Redan Cesta + Medes A critica € etapa subsequente 20 mais pode precedé-lo, Afirma Molina (1992, p. 56): “Se o leitor entendeu reat mente o livro, nada impede que ele concorde ou discorde do autor.” E continua, agora citando Adler e Van Doren: “Concordar sem entender € inépeia. Discordar sem entender é impertinéncia.” £, se houver de discordar de um autor, ndo ha por que fazer da discordancia disputa ou querela. E preciso distinguir conhecimento de mera opinido. Pode-se, com base em fatos, provar desinformagio, incoeréncia, ilogicidade das ideias, ou incompletude delas. Ser cuidadoso com a avali demonstra capacidade de raciocinio © estudo de um texto compl eas teses que defende; quando o cuidadosamente 0 que 0 autor promet Assim, avanga-se na busca s ideias do autor Is questoes e avalia se quando se descobré snuncia suas prdpr Leitor competente, port um texto de tipo dissertativo- antecipar suas préprias expei do verbal e nao verbal do dificuldades de compre Jo e avalié-lo. Nao basta saber le 2 Tipos de leitura A leitura pode ser classificada em tipos: s do; critica; scanning, A leitura de skit obra, Nesse caso, 0 leitor vale-se de uma de alguns pardgrafos, texto. Faz-se uma leitura répi nem retomar pardgrafos anteriores Jdlidos. A leitura de estudo engloba ler, reler, anotas,resumir, A leitura critica en- volve reflexéo, avaliacéo, comparacao com 0 que se leu anteriormente. A leitura classificada como scanning caracteriza-se como aquela em que se procura certo t6pico de uma obra. erat deLeiare 77 AAs classificacSes séo muitas e variadas; algumas envolvem aspectos formais; outras, aspectos de contetido. No caso de leitura com 0 objetivo de angariar infor- s, dados e fundamentacdes que servirdo de base num trabalho cientifico, a leitura mais indicada é a informativa, que pode subdividir-se em de reconh cimento, seletiva, critica e interpretativa, isto é, ndo se faz uma leitura somente, ‘mas varias. Aleitura de reconhecimento proporciona ao leitor visdo geral da obra; permi- te-lhe verificar se encontrard nela as informacées de que necessita. A leitura sele- tiva busca selecionar as informagées necessiirias. A leitura critica exige da parte do leitor maiores preocupagées, sobretudo quanto ao significado; exige esforgo reflexivo. itura interpretativa visa relacionar as afirmagGes do autor com os problemas para os quais se busca uma resposta. 3 Aproveitamento da leitura de seu autor. 0 ‘a atribuir um sentido ia parafrdstica), mas A formagao do sen de um texto nao produt ir também pre o sentidos. Compreender nao ra chegar a uma leitura polissémica, ou seja, de muitos sentidos. texto, embora nao possa ser reduzida a uma questio de tée- as utilizadas para sua realizacio; mas que se um texto ndo pode ser reduzido as informagdes que paco do confronto de ideologias. © resultado do dilogo leitor sera reproduzido em outros contextos, gerando, assim, textos que se relacionam. Ora, como 0 pesquisador reproduz a5 informagdes que co- Ihe num contexto sociocultural, segundo determinacdes histéricas, ele deve estar atento ao processo de significacdo, de constituigdo do discurso, e ter consciéncia de que até mesmo a ciéncia que produz ¢ resuitado de formacées ideol6gicas formacées dliset pode trazer beneficios ndo s6 para si, como também para toda a soci A observacao dos tépicos seguintes fa roveitamento da leitura Determinar um objetivo a alcancar. Esse fato ajuda a selecionar a leitura, Q Fazer leitura de contato com a obra. Deve ser realizada sem interrupsao. ( Resolver os problemas de decodificagio do vocabulério. Esclarecer as dti- vidas com 0 4 (0s dos verbos, os objetos que sao indispensaveis & compreensdo das frases, as conjungées. fe, em seguida, os 7 natach Cents + Medeice Exquematizar as ideias principais Q Elaborar frases-resumos com base no que foi sublinhado. A-esquematizagio das ideias de um texto facilita a aprendizagem Gfo de informacdes basicas (ver Capitulo 1, segdo 2.2, anotacdes esqu Gabe ressaltar que a profusio de obras impée ao pesquisador uma selecéo. Esta é imperativo do objetivo que se tem em vista. A selecdo preocupa-se com obras a serem lidas, autores preferenciais, edigGes criticas, edigdes recentes. As ‘vezes, a iltima edig&o revista pelo autor & a preferida, como no caso das obras de Graciliano Ramos: as edig6es da José Olympio satisfazem 20 pesquisadot, en- quanto as demais edicdes, que nao foram revistas pelo autor, apresentam pro- blemas de fidedignidade textual. Com o Diciondrio de Moraes ocort problema: as edigdes revistas No caso de tradug6: texto do autor. Por exem Machado de Assis goza de maior prestigio que as demais. A trad de Albert Camus, realizada por Graciliano Ramos também é a pr meros casos desses, e 0 pesquisador geralmente est sdo as preferidas. a escolha seré por obras que revelem fid igo de Os trabathadores do mar de ida 3.1 Eficiéncia e eficdcia na leitura Muitas pessoas dizem fato se deve principalment locidade de leitura depende de cada um, bem como do género di esta lendo. Um tratado de Direito Romano nao pode ser lido com cidade que um romance policial, por exemplo. A leitura eficaz diz rest jualidade, enquanto a leitura eficiente se rela- ciona com a quantidade. Pela primeira se almeja a exaustivida se busca alcangar maior velocidade. 3.2 Ambiente Fator que nao pode ser desconsiderado por © eficdcia na é soap dean 79 ‘@ atengdo, uma vez. que a concentracio se revela requisito basico para a prética da leitura. Além do ambiente, outros fatores devem ser se tone proveitosa: diciondrios, livros de referénci para anotagoes. iderados para que a leitura enciclopédias, ldpis, papel 4 Objetivo da leitura ‘os basicos da leitura so a assimilagio, a busca de conhecimentos, izacdo desses objetivos, & necessdrio que o leitor busque, em , 0 tépico frasal, que indicaré a diregdo das ideias “e em sua procura, bem como na co da hierarquia das ideias expostas, fere-se desse fato a necessidade de exercicios em que se pratique a identi- 80 edagin Cefn» Madeos betizagéo quase universal nos pa(ses ricos, a industrializagdo editorial propiciadora de imensastiragens, e uma necessidae, que, se nao natural éextremamente antiga, de narrativa, prépria aos seres humanos (ASCHER, Nelson. Nunca tantas pestoas Jeram tanto a beira da piscina. Fotha de S. Paulo, Siio Paulo, 25 maio 1991, p. 6-3). Qual ¢ a ideia-chave do paragrafo apresentado? As ideias expostas giram em torno do conceito de best-seller. O autor busca esclarecer 0 fenémeno, expondo suas causas. Segundo Faulstich (1988, p. 16), ‘cam.se as palavras-chave secundétrias. Veja no texto de Nelson Ascher: as ideias secundatias so as causas, segundo o autor, do fenémeno best-seller: alfabetiza- do massiva, os modernos processos de reproducdo do livro e a necessidade que ‘o homem revela de consumir narrativa. A selegio de palavras-chave deve ser feita e sibilitam a elaboragdo de um resumo do te: avra-chave, bus- A leitura critica, por sua vez, exige recon! tetidos apresentados. Aqui, cabe a verificag das ideias, do peso das argumentacoes. 5.1 Segmentagdo textual A segmentagio d or espaco, por tei tornar mais claras 5.1.1 Segmentacao por tempo A divisdo do texto levando sronologia dos acontecimentos permite que o leitor tenha dominio sobre as transformagdes ocorridas. Nas nar- rativas, é relevante perceber como as personagens se transfor um de seus significados. Observagao: 0 que determi de segmentagio (espaco, ter {ira esse dia domingo do Espirito Santo.) [Como todos sabem, a festa do Espitito Santo é uma das festas prediletas do povo fluminen se, Hoje mesmo que se vao perdendo certos habitos, uns bons, outros ‘maus, ainda essa festa € motivo de grande agitaco; longe porém esti ‘© que agora se passa daquilo que se passava feito remontar os leitores. A festa no com (86 Retagin Cienficn + Mederros ‘Esratgias de Leura 87 filha Marta, de olhos parao'chio, com medo, Nao deu uma palavra, | 6 falava 0 mestre: j — Sou pobre, Seu Laurentino, mas no fago vergonha aos pobres. | std af minha mulher pera dizer. Aqui nesta minha porca tem parado agente rica, gente lorde, para me convidar para isto e aquilo. Nao que- | ro nada. Vivo de cheirar sola, nasci nisto € morro nisto, Tentho est filha que nio é um aleiiéo. = Zeca tem cada uma... Deixa a menina, ‘com a sua concordancia (através da lei orgamentatia que estabelece a receita ¢ fixa a despesa ou de empréstimos pablicos) ou sem ela (através do seigniorage) ‘Todos esses fendmenos fisicos tém uma representagio moneté real e auténomo, do a aparéncia com a esséncia, como dizia o velho Marx e, ‘A fungéo da teoria econémica é mostrar que por baixo desses antes dele, Aristételes. a eee aera valores monetarios (déficit em contas correntes, défict priblico etc.) | % Semen, sno | oferecendo a ninguém. [A moga baixou mais a cabega. fra palida, com os seus tinta anos, de pele eseura, com os cabelos arregacados para tr. O mestre José Amaro olhou firme para ela e continuou: existe um mundo fisico, onde os homens tentam reproduzit suas vidas. | “™™* esses Onde os farores sdo escass0s e os problemas de distribuigao sAo criticos ubiquos. Toda medida de econdmica (variagdo do cimbio, vvariacio dos tributos, variagao do défcit piblico, variacdo das tarifas alfandegérias, variagao do salério minimo, variagio dos pregos mi modificara os pregose, simul ~ Nio se casa porque ndo quer. £ de calibre, como a mie. = Cala a boca, Zeca! A gente nao estd aqui para ouvir besteira ~ Eu nio digo besteira, mul tire. Estou falando a verdade. £ $6 fazet mé-criecio (REGO, 1977, p. 3-5), Se no quiser me ouvir que se re jue me acontece, ouvir mulher 5.1.4 Segmentagao por temas A segmentagio por temas visa quizé-las ou perceber como se ideias para que 0 possa hierar jo nesta coluna que @ chamada teoria que pretende entender o com jos reduz.a formago de capital e prejudiea | te das despesas em pode consumir e humano e pro investir mais do que produz, a ndo ser que o “resto do mundo” lhe ferenca. Se esse financiamento é prolongado, acumula-se | xa fisica (a soma de bens e servigos consumidos pelo no produzidos por ele). Essa divida tem que ser paga fisi- ela tem que ser servida fisicamente pelo pagamento de bens € adicionsis (juros). ‘Veja-se outro exemplo pratico de segmentagéo textual por tema. A hierarquizacio de ideias depende da habilidade do leitor para diferencid- Jas. A leitura fica mais trabalhosa se ¢ leitor nio ¢ capaz de perceber a impor- nem de ordenar os fatos do raciocinio, nem de analisar as ligagoes sma forma, no sistema econémico, nenhum recurso privado e pelo setor publ © chamado “défieit orgamentirio! fato fisico: ele representa ‘quantidade de recursos extrafdos pelo governo do setor privado, quer BB Redacio Ciemtfics + Medeiros Inicialmente, o leitor distingue as ideias principais das secund guida, distingue as secundarias entre si. Analisa 0 nexo coesivo das ideias e orde- na a sequéncia delas. Facamos a segmentagao temética do texto: Hi que de anos escreve ele o mesmo conto? Com pequenas va. riagdes, sempre o tinico Joo, a mesma bendita Maria. Peru bébado ‘que, no circulo de giz, repete sem arte new graca os pass Falta-Jhe imaginagao até para mudar o nome dos personas ‘0 eterno Jodo: “Conhece que esté morta”. Ali a famosa Maria: “Voce ‘me paga, bandido.” Quem leu um conto j viu todos. Se leu o primeito jé pode ante: a sua sagrada familia de Ihento com gra Mais de oltenta palavras nao tem o seu ritmo da frase, tio mondtona quando o tinico tema, nfo terndtio, simplesmente primério. Reduzida ao sujeito sem rece até de predicado ~ todos os Um talento nao se the pode negar: 0 d modéstia, nflo quer o retrato ne ‘Nunca deu entrevista ~ e quantas jd foram divulgadas, | uma forma de vaidade, a publi com fotos e tudo? Negar o retrat a outra face diabélica do cabotino, {gio descarado: imi do remnédio, o antincio da so de gertindios? Exibicionista, ai desgracido, quer o nome sempre em ev Jé ninguém fala ou esereve sobre seus livros ~e quem os suport por ano, todo ano? Na fria de ressentido, busca atingi as nossa ras sacrossantas; Emiliano, a poesia Mossurunga, a mtsica, Viaro, > Sepmemo:» yo: | de bigodinho e canino de ouro, por | a privat | Mas so escolas que cumprem apenas um dos obj Barantgien deteines 69 Pérfido amigo, usaré no préximo conto a minha, a tua confi- © déncia na secrera mesa de bar. Cafetdo de escravas brancas da louca fantas explora a confianga da nossa Sega aos dia: 0 banqueito, 0 bispo, o senador, 0 general? (TREVISAN, Dalton, | Quem tem medo do vampiro que escreve sempre o mesmo conto? Folha de 8. Paulo, So Paulo, 25 maio 1991), | No texto apresentado, a divisiio pode ser feita pelos pardgrafos, mas nem | sempre é assim. As vezes, um mesmo assunto € tratado em muitos pardgrafos. No caso do artigo de Dalton Trevisan, o primeiro segmento compreende 0 tema | de seus livros; 0 segundo trata das figuras, dos seres concretos que desfilam; 0 | terceire abordi o Vocabulario e as frases; o quarto cuida das situagdes, do espaco de seus contos; 0 quinto, da relagao do autor com a imprensa; 0 sexto, das fontes ilizadas; 0 ai nente, o oitavo trata novamente. dda mimese de sua arte, Nem sempre, porém, 0 aparece delimitada pelos ardgrafos, Pode-se também dividir o texto nos se fo) trata do contetido; 0 segunt cuida da moralidade; o quarto Veja-se outro exemplo: tes blocos: o primeiro (1° pardgra- forma; 0 terceiro (4° pardgrafo) ? ~ 8° pardgrafos) trata do autor [A ideia de que & possi enunciagéo de um prob! brasileiro jd é privado. Quase sete em cada dez br de facul ea PUC de Porto Alegre, ede e de Enger \dido Mende: J eda Universidade Paulista, a Unip, reconhece a dif culdade que a escola privada tem de manter certos cursos. “Demorei vvinte anos para conseguir as condigies necessérias para criar uma universidade”, afirma. “E tem gente achando que pode abrir cursos e ensinar da noite para o dia.”} {A Unip & um exemplo de sucesso 90 Retase Genin + Medeor do ensino superior privado, ¢ 0 maximo que ela consegue ¢ formar dentistas e engenheiros. Nenhuma faculdade de Di Génio se dedica & pesquisa basica, a pedra angular da ciéncia, E rarissimas faculdades privadas produzem qualquer tipo de saber académico,) [Dos quase reunido da Sociedade Bra para o Progresso da Ciéncia (SBPC), apenas cito sdo de autoria de fa- ceuldades privadas isoladas. Sao trabalhos de uma fragilidade al ‘e que nada acrescentam & ciéncia brasileira. A Universidade Santa Cecilia dos Bandeirantes, por exemplo, mostrou um trabalho intitu: lado “Das medidas assecuratdrias: uma abordagem sociossemi6tica”. | 6 se compara em estranheza ao “Resgate do texto biblico na parédia, infantil contempordnea”, apresentado por Porto Alegrense de Educagao, © p. 70-71, 8 maio 1991). 1 © primeiro segmento vai de “A ideta de que...” até “en © terceiro segmento vai médico do que urn semiélogo’ O quarto segmento vai de “O mais conhecido empresdrio...” o dia” © quinto segmento vai de “A Unip 0 sexto segmento vai de “Dos quas é “saber académico”. Assim, inicialmente o texto refura a ideia de privatizagao < co ensino superior no Brasil. Em seg enta a eficiéncia de algumas tuigbes de ensino superior privado, O segmento seguinte ocupa-se da an; restrito leque de opcdes de cursos particulares oferecem. O ‘quarto segmento trata das observact into cuida ber académico das faculdades particu das faculdades privadas apresentada & SBPC. Pode-se também dividir o texto em dois do confronto quantitativo de universidade pi segundo trata da itriséria produca da universidade privada. \des blocos: o pri privada (1° pardgraf abordagem qualitativa) 6 Leitura interpretativa Para Faulstich (1988), a leitura interpretativa exige o mativa. E ainda diz ser necessédrio o reconhecimento de determinadas capacidades de conhecimento, como a compreensio, a andlise, a sintese, a avaliacdo, a aplicacao. ‘Barandgias de Leitura 91 ‘A compreensio caracteriza-se como capacidade de entendimento literal da mensagem. O leitor preocupa-se em ver 0 texto segundo a dptica do autor e busca. responder as perguntas: que tese 0 autor do texto defende? De que trata 0 texto? ‘A andlise envolve capacidade do leitor para verificar as partes constitutivas do texto, de tal forma que possa perceber os nexos I6gicos das ideias e sua or- sganizacio. Nesse estagio, é necessério responder & pergunta: quais sio as partes {que constituem 0 texto? A sintese implica capacidade para apreender as ideias essenciais do texto. Nesse caso, o leitor busca reconstruir o texto, eliminando 0 que é secundario. Responde-se as perguntas: quais sio as ideias principais do texto? Como elas se inter-relacionam? Por avaliagdo entende-se a capacidade de emissdo de um juizo valorativo a 5 texto passivel de a-se como capacidade para, com 0 entendimento do texto possi a pergunta: as i is de ser aplicadas em que contexto? va _propostas por Faulstich rt faz. um levantamento de todos 0s t s ou fundamentos na hierarquiza- cima de tudo, perceber a consisténcia © harmonia do texto. ideias, saber hierarquizé- exo que as une. Ao hierarqui necessdrio: separar as ideias principais das secundarias; Gi relaci arrolar ideias paraleta G1 inventariar id reconhecer oragé ss que servem de apoio as ideias secundarias; jar os porment 5 opostas; coordenadas; © observar as oragdes subordinadas; 92 Redagio Ganca + Medes © ordenar a sequéncia das ideias; © examinar os nexos ldgicos para perceber a agudeza e 0 pensamento do autor Como a leitura nao é atividade mecdnica de simples descodificacao de signos, ela nao pode ser passiva. Dai a necessidade de perceber as relagdes entre texto e contexto, de traduzir os significados das palavras e desvendar o que se oculta por tras delas. ‘Alleitura critica s6 é possivel se o leitor tem conhecimento das condigdes de producéo do discurso e de seu funcionamento. Remetemos o leitor, para explici taco de tais condigdes, 20 Capitulo 4 deste livro; o leitor critico refaz, em geral, © percurso de etapas proposto por Morgan e Deese, constante da segéo 1 do Capitulo 5. Recomendamos também os passos de leitura propostos por Molina, expostos no mesmo t6pico. 8 Anilise do texto ura bastante difundida é a anilise do texto, nificado de dois termos que, em geral, despertam tacdio. Andlise é o fundamento para a elaboragio Outra técnica de Esclarecemos curiosidade: a de reflexdes qh semelhanga e diferenca. Ao comparar, relacionam-se conteiidos e opina-se sobre (08 fatos arrolados. Interpretagio é processo, num primeiro momento, de dizer (0 que 0 autor disse, parafraseando o texto, resumindo-o; ¢ reproduzir as do texto. Num segundo momento, entende-se interpretacao come comentiio, discussio das ideias do texto. Analisar significa, portanto, decompor, examinar sistemat ‘mentos que compéem 0 texto. Essa dissecagao tem como o ideias do autor e compreender como o todo foi organizado, mente os ele: fo penetrar nas ‘A anilise, porém, nao deve ater-se apenas & compreensiio. E ssdrio que se estenda e chegue a critica. Por isso, mais importante que reproduzir a estrutura do plano ¢ indicar os tipos de relagdo existentes entre as ideias expostas. Como desenvolver a anélise? A andlise € desenvolvida por meio da explicacio, da discussao que os temas abordados ensejam, da avaliagéo. ecanégias de Lei 93. Sao objetivos da andlise do texto: aprender a ler, escolher textos significati- vos, reconhecer a organizac&o do texto, interpreté-lo, procurar o significado de suas palavras, desenvolver a capacidade de distinguir fatos, opiniGes, hipéteses, s principais e secundérias, chegar a uma conclusao. icia-se pela escolha do texto; em segui- depois se relé 0 texto, esclarecendo com 0 dicionrio Nova leitura ¢ feita, com a preocupacéo de compreender do texto € detectada com nova leitura, que também deve wr outras ideias, comparando-as, buscando semelhangas da faz-se uma lei pelavras desconhec o todo. A ideia pri preocupar-se em local e diferencas. 8.1 Tipos de andlise plano do livro ou texto, vocabul © secundarias, juizos de valor expostos, conclusdes. A andlise provas e conclusées. wusca de relagées entre as hipdteses e as verificar a coeréncia dos elementos ‘Aanélise da estrutura compreende o esti oes delas iodo, Aqui se percebe a intent dos fatos. A 3 vantamento de todos lise temidtica busca a 0s, das ideias expostas, da a, por sua vez, busca explic- imbém faz uma exposigio critica € e de problematizaco levanta os problemas jese clabora um novo texto, apds reunir 0s ele- ‘Além da anélise textual, temtica e interpretativa, € possivel estabelecer um ,, que compreende: verificacdo das fontes e bibliografia, meto- ildades relatadas pelo autor, reflexdo sobre o texto, abran- pretacéo da obra; finalmente, devem constar do roteiro de éria de temas para discussaio.

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