You are on page 1of 31

Cuidados de enfermagem nos períodos

clínicos do parto

APRESENTAÇÃO

O processo de parto é um momento que pode deixar marcas duradouras, sejam elas boas ou ruin
s. Por isso, o envolvimento da família e da equipe que acompanha a gestante pode tornar esse ev
ento mais significativo e humanizado.

O trabalho da equipe de saúde não é apenas cuidar da parte técnica; ele envolve também a empat
ia e o uso de todas as habilidades necessárias para um cuidado sensível e qualificado, levando e
m consideração as escolhas da mulher. Para isso, é preciso compreender esse processo e conhec
er as práticas mais comuns na assistência ao parto, buscando-se reduzir os riscos obstétricos e fe
tais.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os quatro períodos do parto, os métodos não farmac
ológicos para o alívio da dor no trabalho de parto e durante ele e os cuidados de enfermagem à
mulher nos períodos clínicos do parto.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever os períodos clínicos do parto.


• Definir os métodos não farmacológicos para o alívio da dor no trabalho de parto e durante
o parto.
• Planejar os cuidados de enfermagem à mulher nos períodos clínicos do parto.

DESAFIO

Com a aproximação do parto, o corpo da mulher começa a dar sinais fisiológicos, os quais ela d
eve saber reconhecer. Esses sinais apresentam características próprias de que o trabalho de parto
está perto.

O parto normal é composto por quatro períodos. Cada período é composto por fases bem definid
as que demandam cuidados e atenção de todos os envolvidos. São três estágios clássicos e um es
tágio de finalização que garantem a recuperação da paciente. Entre as características do parto est
ão as contrações; a dilatação do colo uterino, a musculatura entre o útero e o canal de parto; a saí
da do bebê e da placenta; e a diminuição uterina.

Você estava de plantão no sábado quando a seguinte paciente deu entrada no pronto atendiment
o:

Com base nessas informações, você constatou que Ana estava em trabalho de parto. Avalie qual
o período clínico da paciente descrevendo como deve evoluir e os cuidados de enfermagem que
devem ser direcionados a ela.

INFOGRÁFICO

A evolução do parto é muito variável para cada mulher. Para dar mais objetividade em saber se
o parto está evoluindo normalmente ou não, foi criado um gráfico de trabalho de parto, o partogr
ama.

Iniciado o trabalho de parto, os dados são colocados no partograma, no qual se marcam a dilataç
ão, a descida da cabeça em relação à bacia, a frequência cardíaca fetal, as contrações, os dados d
o líquido amniótico e da bolsa e o uso de medicações. O principal erro no uso dessa ferramenta
é inserir os dados quando a paciente ainda está fora de trabalho de parto.
O uso do partograma é recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela Federação Brasil
eira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Conheça-o no Infográfico:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

CONTEÚDO DO LIVRO

O período do parto é um momento relativamente curto, irreversível e muitas vezes imprevisível,


em que a alegria e a ansiedade produzem grande experiência na vida da mulher e de sua família.
É o oposto do período da gravidez, quando tudo ocorre gradativamente.

O cuidado de enfermagem direcionado à mulher deve sempre considerar cada período clínico e
m que ela se apresenta; por isso, é importante conhecer as variáveis desse processo, a terminolo
gia obstétrica envolvida e o mecanismo do parto.

No capítulo Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto, do livro Cuidado integral
à saúde da mulher, você verá como identificar e atender às necessidades básicas da mulher dura
nte os períodos clínicos do parto, de modo a proporcionar-lhe condições adequadas e cuidado hu
manizado.

Boa leitura.
CUIDADO INTEGRAL
À SAÚDE DA MULHER

Andreza Gonçalves Vieira Amaro


Cuidados de enfermagem
nos períodos clínicos
do parto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever os períodos clínicos do parto.


„„ Definir os métodos não farmacológicos para o alívio da dor no trabalho
de parto e no parto.
„„ Planejar os cuidados de enfermagem à mulher nos períodos clínicos
do parto.

Introdução
Neste capítulo, você aprofundará o conhecimento referente ao cuidado
de enfermagem dirigido à parturiente.
O momento do parto e do nascimento inclui aspectos que transpas-
sam questões biológicas do cuidado, necessitando um olhar atento e
aprimorado para uma atenção com qualidade, abrangendo uma abor-
dagem psicológica e social. As ações aqui apontadas têm o objetivo de
fazer com que você reconheça as intervenções adequadas, contribuindo
para a redução da morbimortalidade materno-fetal.
Desejamos que no decorrer do estudo você consiga refletir critica-
mente acerca da função do enfermeiro nesse contexto de cuidado e
oferecer, na prática profissional, uma assistência de enfermagem qualifi-
cada, embasada cientificamente, como diferencial para a saúde materna.
2 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Períodos clínicos
Desde 1998, a Portaria MS/GM nº. 2.815 inclui na tabela do Sistema de In-
formações Hospitalares do Sistema Único de Saúde o procedimento parto
normal sem distocia (complicações ou empecilhos capazes de dificultar o
parto normal) realizado por enfermeiro obstetra, com o objetivo principal de
reconhecer a assistência prestada por essa categoria profissional, no que diz
respeito à humanização do parto (BRASIL, 2001).
Uma vez diagnosticado o trabalho de parto em sua fase ativa, o enfermeiro
obstétrico deve internar a paciente e levá-la à sala de parto, um processo
que envolve realizar uma escuta qualificada sobre as queixas da paciente, a
história da gestação, o passado obstétrico, as patologias associadas, o uso de
medicamentos, o grupo sanguíneo, a movimentação fetal, a ausculta cardíaca
materno-fetal, verificar os sinais vitais, mensurar a altura do fundo uterino e
avaliar a atividade uterina (BRASIL, 2012).
Sabe-se que cada trabalho de parto é único, no entanto existem padrões
de atendimento globais para gestantes saudáveis, que se dão de modos dife-
renciados, sendo conhecidos como períodos clínicos do parto.

1º período clínico — período de dilatação


Trata-se do momento em que se inicia o trabalho de parto, o qual, diferente-
mente do que se mostra, por exemplo, em filmes, pode durar horas, desde o
início das contrações até o nascimento propriamente dito.
A assistência no primeiro período do parto deve envolver um diagnóstico
real do início do trabalho de parto, realizado logo no momento de admissão,
sempre tendo em mente que a mulher provavelmente está sentindo contrações
dolorosas, mesmo que sem mudanças cervicais ou que ainda não tenha entrado
no período de trabalho de parto ativo (BRASIL, 2017).
Essa etapa, que abrange um intervalo de tempo entre contrações irregulares,
passando a regulares, com modificações plásticas do colo uterino e a completa
dilatação deste, divide-se em: latente e ativa.
Na fase latente, de duração variável e que se caracteriza pela lenta dila-
tação do colo uterino (até 3 cm), a atividade uterina torna-se mais regular e
intensa, podendo acontecer 3 (três) contrações a cada 10 minutos, embora a
dilatação cervical e as queixas dolorosas não cheguem a provocar alterações
significativas.
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 3

Em mulheres que estão na primeira gestação, as primigestas, primeiro há


um relaxamento cervical e, depois, a dilatação; já nas multíparas, mulheres que
já tiveram mais de um filho, os dois processos acontecem simultaneamente.
Na fase ativa, as contrações uterinas se tornam mais intensas, podendo
ocorrer 4 (quatro) contrações em 10 minutos, começando com 4 cm e termi-
nando com 10 cm. Dura em média 8 horas, no caso das primíparas, e 5 horas,
para multíparas (BRASIL, 2017), e é composta por três estágios:

1. Estágio de aceleração — a dilatação começa progressivamente.


2. Estágio de inclinação máxima — aumenta-se a velocidade da dilatação.
3. Estágio de desaceleração — coincide com o fim da dilatação.

Entre os sinais prodrômicos, ou seja, sinais que antecedem o trabalho de


parto, temos as contrações de Braxton-Hicks, mais intensas, com 1 ou 2 em
10 minutos irregulares e sem produzir modificações efetivas no colo, com
exceção do orifício externo, que pode dilatar nas mulheres que já passaram
por um trabalho de parto, embora o orifício interno continue fechado.
Nas primigestas, perto de duas semanas antes do parto ou da queda do
ventre, dá-se início às insinuações, sendo comuns a perda do tampão mucoso
com dor lombar persistente, desconforto perineal e surto de energia.
As contrações uterinas, ou contratilidade uterina, são uma constante durante
o ciclo gravídico-puerperal, que muitos conhecem como dor de parto, com
uma finalidade própria para cada etapa do parto.
Com o progresso do trabalho de parto, o colo do útero se torna macio como
um lábio, processo conhecido como esvaecimento ou apagamento do colo,
indo de 0 a 100% (grosso, médio e fino) e, após esse período, vai encurtando
e ficando menos proeminente, até estar completamente plano e fino como
uma membrana (BRASIL, 2017).
Entre a fase latente e a ativa, temos a fase de transição, momento em que
as contrações se intensificam até a completa dilatação de 10 cm e a descida
fetal, e no qual as mulheres normalmente apresentam mais ansiedade e relatam
dor intensa.
Nesse período, ocorrem os fenômenos mecânicos do parto (conjunto de
eventos que envolvem a passagem do feto pelo canal vaginal). Durante a
dilatação, é comum que haja a descida e a rotação da cabeça fetal (nos casos
de apresentação cefálica) (ANDERS et al., 2013).
4 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Dilatação cervical

À medida que o pequeno orifício no centro do colo uterino inicia sua abertura,
pode-se medir a dilatação com a ponta um dedo (± 1 cm) e, depois, com os
dois dedos, passando-se a fazer a medição sempre com esses dois dedos.
Ao colocar os dois dedos, é necessário abri-los ao máximo possível e captar
a posição/distância exata em que ficaram, e, ao retirá-los, deve-se repetir a
posição/distância e medir usando uma régua a distância entre os dedos, sempre
pela parte externa dos dedos.
O padrão para dilatação total é de 10 cm, porém se percebe que o parto é possível
quando, no toque, sente-se a cabeça do bebê, e não mais o colo (BRASIL, 2012).
Na Figura 1, você consegue observar o processo de dilatação do colo uterino.

Figura 1. Dilatação do colo do útero.


Fonte: Mãe-Me-Quer (c2019, documento on-line).

Toques vaginais
Deve-se evitar toques vaginais desnecessários. Por quê? Porque isso aumenta a chance
de infecção (endometrite ou mesmo infecção neonatal). Segundo as Diretrizes Nacionais
de Assistência ao Parto Normal, o exame vaginal deve ser realizado de 4 em 4 horas
ou se houver alguma preocupação com o progresso do parto ou em resposta aos
desejos da mulher (BRASIL, 2017)
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 5

Frequência das contrações: 3 a 4/10 minutos

Nas primíparas, observamos o apagamento seguido da dilatação e, nas mul-


típaras, esses dois processos de modo concomitante.
Se a dilatação do colo iniciar antes de ele se apagar, será possível sentir
sua proeminência, o que se conhece como rebordo de colo, algo comum e que,
em geral, se resolve sozinho com o avanço do parto.
Geralmente, o esvaecimento e/ou a dilatação começam dias ou até mesmo
semanas antes do parto, sem que isso signifique trabalho de parto iminente, já
que também não é incomum o trabalho de parto iniciar sem nenhuma alteração
no colo, e todo esse processo ocorre durante o parto.
Por fim, devemos lembrar que cada mãe e cada parto são únicos e que a
dilatação pode não trazer muitos dados sobre o tempo total do trabalho de parto,
já que existem casos em que vemos se passar 12 horas para uma dilatação de
2 cm e, logo depois, uma dilatação de 8 cm em 2 horas, bem como situações
nas quais se completa a dilatação total, mas se leva muito mais que 2 horas
para sentir os puxos do expulsivo (BRASIL, 2012).

Membranas ovulares: ruptura espontânea no final da dilatação


ou início da expulsão

O aspecto do líquido amniótico refere-se às características que indicam a


vitalidade do feto (deve ser associado com a ausculta dos batimentos cardíacos
fetais [BCF]).

„„ Transparente: prematuridade.
„„ Opalescente: pós-data.
„„ Achocolatado: morte fetal.
„„ Sanguinolento: hemoâmnio.
„„ Esverdeado: mecônio; sofrimento fetal.

O rompimento mecânico da bolsa amniótica/placenta pode acontecer de


três modos (BRASIL, 2012), descritos a seguir.

1. Amniotomia precoce: quando a bolsa se rompe antes que a dilatação


do colo uterino alcance 6 cm. É realizada quando o obstetra opta pelo
parto vaginal com placenta prévia lateral ou em casos de parto distócico.
6 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

2. Amniotomia oportuna: rompimento da bolsa, no momento em que a


dilatação do colo uterino se encontra entre 6 e 8 cm, ocorre quando o
parto está acontecendo como previsto.
3. Amniotomia tardia: realiza-se o rompimento da bolsa quando o útero
está com mais de 8 cm de dilatação. O melhor momento para que isso
aconteça refere-se a casos em que a mãe é portadora de alguma doença
viral (p. ex., HIV-positiva), impedindo, assim, que o feto entre em
contato com a secreção materna na hora do parto.

As Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal desenvolvida


pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2017) afirmam que as observações e os
monitoramentos da parturiente devem acontecer levando em consideração
os seguintes pontos:

„„ pulso avaliado de 1 em 1 hora (> 120 bpm em duas ocasiões com 30


minutos de intervalo);
„„ pressão arterial (PA) sistólica ≥ 160 mmHg ou PA diastólica ≥ 110
mmHg em uma única medida;
„„ PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg em duas medidas
consecutivas com 30 minutos de intervalo;
„„ proteinúria de fita 2++ ou mais e uma única medida de PA sistólica ≥
140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg;
„„ temperatura e PA de 4 em 4 horas (de 38°C ou mais em uma única
medida ou 37,5°C ou mais em duas ocasiões consecutivas com 1 hora
de intervalo);
„„ observar a frequência da diurese e qualquer sangramento vaginal,
exceto eliminação de tampão;
„„ presença de mecônio significativo;
„„ frequência das contrações uterinas avaliada de 1 em 1 hora (a dor relatada
pela mulher que difere da dor normalmente associada às contrações);
„„ progresso lento confirmado do primeiro e segundo períodos do trabalho
de parto;
„„ solicitação da mulher de alívio da dor por analgesia regional;
„„ emergência obstétrica, incluindo hemorragia anteparto, prolapso de
cordão, convulsão ou colapso materno ou necessidade de ressuscitação
neonatal avançada.
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 7

2° período clínico — período expulsivo


O parto natural ou vaginal não compromete o futuro reprodutivo da mulher,
como acontece nas cesarianas, além de ser menos incidente em bebês prema-
turos. Um fator que garante que se trate de um momento tão importante é a
presença do acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de parto,
o parto propriamente dito e o pós-parto imediato, aspecto garantido pela Lei
nº. 11.108 de 2015 (BRASIL, 2005).
Momento do parto propriamente dito, inicia-se com a dilatação já com-
pleta em 10 cm e termina com a expulsão do feto. Nessa fase, as contrações
uterinas ocorrem na frequência de 5 a cada 10 minutos e aparecem contrações
voluntárias em forma de “puxo” em razão da distensão passiva das fibras
musculares vaginais.
O períneo começa a se abaular, tornando-se visível na vagina, e, mesmo
que com cada esforço da mãe a criança avance e retroceda dentro do útero,
lentamente avança a cada contração.
Quando a cabeça alcança o diâmetro biparietal, rodeado pela abertura vagi-
nal, diz-se que está coroando, com a vulva entreaberta e o períneo distendido
e abaulado com o ânus entreaberto até a expulsão do feto; se o coroamento
não retroceder, a criança é logo liberada.
Deve-se respeitar o momento da saída da criança, tentando garantir me-
nos estresse, tensão e medo para as mulheres e tornando a experiência mais
marcante e prazerosa para a mãe (BRASIL, 2005).
No período expulsivo, ocorrem fenômenos mecânicos, com a descida e a
rotação da cabeça (comumente se inicia no período de dilatação e vai até o
período expulsivo), além do desprendimento cefálico, da rotação externa, do
desprendimento e da apresentação de todo o corpo do bebê (ANDERS et al.,
2013). Na Figura 2, são descritos os fenômenos que abrangem o parto.
8 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Figura 2. Fenômenos do parto.


Fonte: Anders et al. (2013, documento on-line).

3° período clínico — período de dequitação


Inicia com a expulsão fetal e sua finalização com a saída da placenta, com
duração em média de até 30 minutos.
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 9

A extração da placenta é realizada por meio da manobra de Jacobs, que


envolve rotacionar delicadamente a placenta expulsa (torção axial) fazendo
com que as membranas saiam em fuso.
A descida da placenta vai do corpo do útero até a vagina e sua expulsão
também provoca uma sensação de “puxo”, necessitando de esforços abdominais
para sua saída completa.
Entre os sinais de deslocamento da placenta, temos o útero em estado
abaulado, o fundo uterino na altura da cicatriz umbilical, a descida progressiva
do cordão umbilical, a sensação de peso no reto e a eliminação sanguínea.
De acordo com CONITEC (2016), são possíveis os seguintes secundamentos
(expulsão da placenta).

„„ Secundamento fisiológico: descolamento dos anexos ovulares, sua


descida pela vagina e sua expulsão ao exterior.
„„ Secundamento espontâneo: não sofre alterações em sua evolução,
pois isso seria patológico.
„„ Secundamento natural ou corrigido: ocorre quando o sucesso de todo
o processo resulta de forças naturais.
„„ Secundamento artificial: observa-se quando o obstetra precisa in-
tervir em casos nos quais os anexos ovulares estão completamente
desprendidos.
„„ Retenção placentária: quando o secundamento não acontece depois
de passados 30 minutos após o nascimento.

4° período clínico — período de Greenberg


O puerpério imediato corresponde à primeira hora após o secundamento,
logo depois do qual deve ser realizada uma avaliação das partes moles e da
placenta. Além disso, é preciso observar a hemostasia pós-parto, uma resposta
fisiológica normal do corpo para prevenir e interromper o sangramento, que
gera o miotamponamento, considerada a primeira defesa contra a hemor-
ragia, e o trombotamponamento, que corresponde à formação de trombos
nos grandes vasos uteroplacentários, ocasionando um hematoma que recobre
a ferida placentária.
Podemos dizer que, quando um dos mecanismos está deficiente, pode
ocorrer a chamada hemorragia puerperal, que, em alguns casos, pode ser fatal.
Na Figura 3, estão descritos os períodos clínicos do parto.
10 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Figura 3. Períodos clínicos do parto.


Fonte: Faria (2019, documento on-line).

Parto cesariana

É importante que o profissional informe à gestante de que é desejável que a


mulher tenha um parto normal após a cesariana, pois isso ajuda a “[...] evitar
problemas potencialmente decorrentes de cesáreas de repetição [...]” (BRASIL,
2012, documento on-line).
Esse tipo de parto deve compreender o método de eleição nas situações de
iteratividade (duas ou mais cicatrizes de cesarianas anteriores) e de contrain-
dicação absoluta ao parto por via vaginal. Excetuando-se os casos de urgência
e de sofrimento fetal, a presença de contrações uterinas é desejável, mesmo
quando a cesariana representa a via de parto mais indicada, já que se trata de
um importante indicador de época oportuna para o parto, além de ajudarem
na formação do segmento inferior do útero, facilitando a cirurgia, diminuindo
o sangramento da histerotomia e auxiliando na maturidade pulmonar fetal.
Deve-se considerar, entretanto, a facilidade de acesso da mulher ao hospital no
qual a cesariana será realizada. Recomenda-se programar a cesariana eletiva
para gestantes com idade gestacional de 39 semanas conformadas pela data da
última menstruação ou pela ultrassonografia do 1º trimestre (BRASIL, 2012).
O parto por cesariana é um método de cirurgia com um papel de grande
importância na obstetrícia moderna como fator de diminuição da morbidade e
mortalidade perinatal e materna. Porém, é preciso controlar o número desses
procedimentos feitos sem indicação precisa, já que se sabe que esse método
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 11

cirúrgico, em comparação ao parto normal, aumenta o risco de maior morbidade


e mortalidade materna e neonatal.
As cesarianas têm sido realizadas com muita frequência no Brasil, resul-
tando em uma banalização, como se não envolvessem riscos.
Por se tratar de uma laparotomia que demanda diversos cuidados clínicos,
técnicos e anestésicos, capazes de promover algumas complicações, a decisão
pela cesariana deve empregar critérios clínicos e obstétricos.

Contrações uterinas rítmicas


Por que falamos de ritmo? Em torno das 32 semanas, você poderá ouvir várias vezes
grávidas falando que têm contrações. A característica dessas contrações consiste no
fato de não apresentarem ritmicidade: são as chamadas contrações Braxton-Hicks, que
não têm ritmicidade nem intensidade (p. ex., duas contrações em 30 minutos, depois
a situação muda, etc.) — trata-se do pródromo do trabalho de parto.

Métodos não farmacológicos para alívio das


dores do parto
A satisfação e a experiência no trabalho de parto variam entre as mulheres
que o vivenciam, e os enfermeiros precisam refletir sobre como seus valores
e crenças interferem na sua atitude ao lidar com a parturiente, optando-se,
nesses casos, por trabalhar de modo estratégico para ajudar no alívio da dor
por meio de métodos não farmacológicos (BRASIL, 2017).
É importante que o enfermeiro possa prestar cuidados que ajudem a partu-
riente a aumentar a tolerância à dor por meio de métodos não farmacológicos,
contribuindo para a humanização dessa etapa.
Esses métodos proporcionam maior condicionamento físico, mental e emo-
cional, assegurando maior autoconhecimento, tranquilidade e concentração,
além de reduzir a ansiedade e o medo, os quais promovem tensão.
Tais práticas devem ser incentivadas, pois são seguradas, não invasivas
e possibilitam a autonomia e uma participação ativa da parturiente e de seu
acompanhante durante o parto e o nascimento da criança.
12 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Entre os diferentes métodos não farmacológicos para alívio da dor durante


o trabalho de parto, há: eletroestimulação transcutânea (EET), massagens
corporais, exercícios respiratórios, hidroterapia, liberdade de movimentação,
bola suíça, crioterapia, musicoterapia, cromoterapia, uso do cavalinho ou
banquinho, aromaterapia, etc. Contudo, é sempre necessário considerar todas
as características individuais da dor para que possamos ajudar a mulher a
escolher o método mais adequado para a sua situação.

Eletroestimulação transcutânea (EET)


Abrange a colocação de eletrodos cutâneos superficiais com o objetivo de
emitir correntes elétricas em forma de ondas bifásicas, simétricas ou assime-
tricamente, de modo a excitar fibras nervosas, gerando mínimo efeito adverso
para as pacientes (CONITEC, 2016).
Faz parte das alternativas utilizadas para a redução da sensação dolorosa,
como fármacos, analgesia peridural, bloqueios anestésicos locais e métodos
psicoprofiláticos (p. ex., acupuntura).
Sua aplicação representa um método complementar, sem substituir outra
técnica ou outro recurso utilizado, já que a proposta clínica baseia-se na redução
da dor das fases iniciais do parto, retardando, e não anulando, a necessidade
dos métodos farmacológicos.

Exercícios respiratórios
Exercícios específicos realizados com o objetivo de melhorar a capacidade
pulmonar e a função respiratória são, em sua maioria, simples e possibilitam
que o próprio paciente os aprenda e efetue.
A respiração é fundamental desde o início do parto para que a mãe possa
suportar todo o processo até o nascimento do bebê, além de beneficiar a
oxigenação fetal.
Entre seus benefícios, pode-se apontar a ativação do sistema circulatório,
a manutenção dos músculo, a postura firme durante a execução do parto, o
aumento da atividade cardiorrespiratória, o controle da dor e a reposição das
energias.
Já a perda de controle da respiração durante o parto pode provocar estresse
ansiedade e sensação de sufocamento para a mãe, descontrole que leva à sen-
sação de pânico, na qual as respirações se tornam mais curtas, descontroladas,
rápidas e podem causar desmaio.
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 13

Alguns estudiosos afirmam que a respiração é um processo espontâneo


adquirido durante o parto, entretanto existem técnicas básicas que podem
facilitá-la (BRASIL, 2001).

„„ Respiração lenta ou abdominal: consiste na realização de profundas


inspirações nasais e expirações pela boca. Deve-se fazer uma pausa
de vários segundos entre uma e outra, pois os objetivos são manter o
ritmo da concentração e controlar a dor.
„„ Respiração acelerada leve: conforme as contrações avançam, comumente
a respiração acelera, caso em que se devem fazer inalações curtas
mantendo o padrão inspiração-nariz no momento em que se iniciar a
contração e a expiração pela boca quando esta finalizar. O objetivo é
aumentar o nível de oxigênio no bebe e ajudar a controlar a dor.
„„ Respiração de expulsão ou empurrão: normalmente nesse período a mãe
já está a ponto de dar à luz, deve-se inspirar uma grande quantidade
de ar, prendendo-a no pulmão e utilizá-la no momento em que sentir a
necessidade de empurrar, intercalando com a inspiração e a expiração
natural para a recuperação do ar. Evitar conter a respiração no momento
de empurrar previne danos ao assoalho pélvico.

Deambulação ou mudança de posição


Essa técnica de livre movimentação tem o objetivo de aliviar a dor sentida
no período clínico inicial do parto, além de ajudar na progressão da dilatação
do colo uterino.
O movimento pélvico faz com que o primeiro período clínico do parto seja
reduzido, pois favorece o processo de rotação interna do feto.
Técnica simples e que não exige muitos artifícios para ser realizada, pro-
porciona na maioria das vezes um resultado positivo.
É importante que o enfermeiro encoraje a gestão esclarecendo as possíveis
dúvidas (BRASIL, 2001).

Massagens corporais
Empregadas nas diferentes fases do processo do parto, podem promover con-
forto e relaxamento e reduzir riscos de contração extrema, pode ser associadas
a água, óleos, aromas e música, de modo a promover relaxamento e conforto
corporal (CONITEC, 2016).
14 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Bola suíça
Na fase do trabalho de parto, ajuda a gestante a modificar a posição de apoio do
seu peso, facilitando a redução da fadiga e da dor (OLIVEIRA; CRUZ, 2014)
Existem casos em que é preciso fazer uso de analgesias que promovam
alívio da dor e facilitem o parto (BRASIL, 2017):

„„ analgesia inalatória (sempre informar a respeito dos efeitos colaterais,


como náuseas, vômito e, em raros casos, alteração de memória para
a mulher);
„„ analgesia intramuscular e endovenosa (não podem ser utilizadas como
rotina, pois oferecem alívio limitado da dor e, ainda, apresentam efeitos
colaterais importantes, como vertigem, náuseas e sonolência para a
mulher e depressão respiratória para a criança);
„„ analgesia regional (utilização liberada apenas em ambiente hospitalar).

Cuidados de enfermagem
O exame obstétrico garantirá o acompanhamento da evolução do parto, como
por meio do partograma, uma ferramenta de extrema importância para o pro-
fissional, com a função retratar os períodos de dilatação cervical, de descida
da apresentação e posição fetal, de avaliação da frequência cardíaca fetal
e das contrações uterinas, bem como acompanhar a infusão de líquido e a
analgesia (BRASIL, 2001).
Entre os cuidados de enfermagem, temos a importância do preparo prévio do
ambiente de modo a garantir a parturiente o direito à privacidade, da presença
de um acompanhante e da segurança física e emocional.
Esses profissionais também devem oferecer apoio empático, informações
e explicações sobre eventuais dúvidas da mulher e de seu acompanhante e
considerar cada período clínico do parto (BRASIL, 2017).

1° período clínico do parto — dilatação


Após a admissão da gestante, a avaliação inicial, os exames físico e laboratoriais
(quando necessários) e a confirmação do período clínico do parto, deve-se
realizar as seguintes ações:
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 15

„„ realizar a dinâmica uterina, para avaliar as contrações, verificar inten-


sidade, duração e frequência, além de seu efeito sobre a dilatação e o
apagamento do colo e a descida fetal;
„„ avaliar a frequência cardíaca fetal, que possibilita analisar a vitalidade
do feto;
„„ estimular a deambulação, para facilitar a descida fetal, a dilatação e o
apagamento do colo;
„„ para mulheres restritas ao leito, estimular a mudança de posição, con-
siderando que a orientação do decúbito lateral esquerdo permite alívio
da compressão da aorta e da via cava inferior;
„„ orientar técnicas de relaxamento que podem ser realizadas pelo acompa-
nhante, buscando utilizar métodos não farmacológicos para alívio da dor;
„„ após o rompimento das membranas, incentivar o banho e a higiene
íntima, que promovem relaxamento e conforto e reduzem o risco de
infecção;
„„ informar a parturiente sobre o andamento do trabalho de parto, para
que consiga ter controle sobre o que está acontecendo;
„„ observar as eliminações oral, vaginal, urinária e intestinal, pois a re-
tenção de algum fluido pode causar dor e prolongar o trabalho de parto.

Todos os cuidados realizados pela equipe de enfermagem devem ser re-


gistrados de modo a possibilitar o acompanhamento adequado da parturiente
durante todo o período de parto.

2° período clínico do parto — expulsivo


O profissional enfermeiro deve encorajar a mulher e ajudá-la a perceber os
sinais do seu corpo, fazendo com que se esforce no momento certo.
Esse cuidado deve ser contínuo durante todo o momento de expulso, pois
permitirá uma diminuição da ansiedade e do medo, a avaliação dos sinais
vitais do binômio mamãe e bebê, a avaliação das contrações uterinas e o
cálculo de seus intervalos, a observação do líquido amniótico e a provisão de
um ambiente calmo e seguro e bem-estar materno (BRASIL, 2017).

3° período clínico do parto — dequitação


A ansiedade pode promover excitação em relação ao trabalho de parto e ao
nascimento; por isso, é importante que o enfermeiro observe qualquer sinal
de alteração de nível de consciência ou na respiração da mulher.
16 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

Como nesse período há risco de hemorragia por hipotonia ou retenção


de restos placentários, o enfermeiro deve verificar os sinais vitais, observar
os sinais de deslocamentos da placenta e o tempo em que a dequitação está
acontecendo, avaliar a altura e a consistência uterina e observar qualquer
possível sinal de hemorragia (BRASIL, 2017).

4° período clínico do parto — período de Greenberg ou


recuperação
Em razão das variadas modificações fisiológicas maternas, é preciso avaliar
cuidadosamente os sinais apresentados, detectando, assim, qualquer intercor-
rência ou risco de hemorragia nesse período, reparando-as imediatamente.
Alguns procedimentos precisam ser realizados:

„„ revisão placentária e de seus anexos de modo a verificar sua integridade


e garantindo, assim, sua expulsão completa;
„„ coleta de amostra de sangue do cordão umbilical para tipagem sanguínea
do recém-nascido;
„„ limpeza da região perineal com água morna esterilizada ou soro
fisiológico;
„„ reposição da mulher em caso de posição litotômica e colocação de
camisola ou lençóis para cobri-la;
„„ remoção de campos molhados;
„„ verificação de sinais vitais;
„„ avaliação da retração uterina e presença do globo de segurança de
Pinard;
„„ avaliação do volume e aspecto do sangramento vaginal e troca de ab-
sorvente sempre que necessário.

Ainda, deve-se proporcionar ambiente calmo, favorecendo o contato entre


mãe e bebê, estimulando o início da amamentação e a presença de um acompa-
nhante, oferecer líquido e alimentos leves, quando possível, e, após o período
Greenberg, encaminhar a puérpera ao alojamento em conjunto.
Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto 17

O enfermeiro precisa ficar atento ao mecanismo fisiológico do secunda-


mento e suas três fases — deslocamento, descida e expulsão —, que, de acordo
com o CONITEC (2016), têm por finalidade:

„„ transfusão fisiológica de sangue ao recém-nascido (60 a 90 mL);


„„ descolamento, descida e expulsão da placenta;
„„ impedir a hemorragia no lugar da inserção placentária e manter o tônus
do órgão.

ANDERS, J. C. et al. Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem: En-


fermagem na atenção à saúde da mulher e da criança: parto e nascimento. Floria-
nópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2013. Disponível em: https://repo-
sitorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/163490/Modulo7_SaudeMaterna.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 13 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 11.108, 07 de abril de 2005. Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde — SUS.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11108.
htm. Acesso em: 13 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5. ed. Brasília: Mi-
nistério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf. Acesso em: 13 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais
de assistência ao parto normal: versão resumida. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da
Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério
da Saúde, 2001.
CONITEC. Diretriz nacional de assistência ao parto normal. Brasília: Ministério da Saúde,
2016.
FARIA, R. Entenda as etapas do parto normal. 2019. Disponível em: https://www.gravi-
dezsaudavel.com.br/entenda-as-etapas-do-parto-normal/. Acesso em: 13 jun. 2019.
MÃE-ME-QUER. 1ª Fase do parto: dilatação do colo do útero. c2019. Disponível em:
https://www.maemequer.pt/estou-gravida/parto/trabalho-de-parto/1a-fase-do-
-parto-dilatacao-do-colo-do-utero/. Acesso em: 13 jun. 2019.
18 Cuidados de enfermagem nos períodos clínicos do parto

OLIVEIRA, L. M. N.; CRUZ, A. G. C. A Utilização da bola suíça na promoção do parto hu-


manizado. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, João Pessoa, v. 18, n. 2, p. 175–180, 2014.

Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010.
SILVA, A. M. et al. Os benefícios da livre movimentação no parto para alívio da dor.
Revista Científica de Enfermagem, São Paulo, v. 7, n. 20, p. 70–81, 2017.
DICA DO PROFESSOR

A humanização é fundamental para o bom desenvolvimento do parto, que envolve desde a prepa
ração da gestante até o nascimento do bebê e a alta da mãe. Além dos parâmetros técnicos, o pre
paro do parto inclui também o acolhimento da mãe e de seu acompanhante no serviço de saúde,
sempre informando-lhes tudo que ocorrerá e esclarecendo dúvidas.

O preparo da gestante para o parto tem por objetivo proporcionar à mãe a vivência desse momen
to de forma plena, de modo a sentir-se protagonista do nascimento de seu filho.

Os exercícios de relaxamento visam a promover o reconhecimento da mãe de partes de seu corp


o e suas sensações, de modo a notar a diferença entre relaxamento e contração e as melhores for
mas de se posicionar durante o parto. Os exercícios respiratórios têm o objetivo de auxiliá-la a c
ontrolar as contrações durante o trabalho de parto. Tais métodos pressupõem que seus usos redu
zam o medo, a tensão e a dor, melhorando tanto os músculos como o relaxamento, de modo a fa
vorecer a evolução do período de parto.

Nesta Dica do Professor, você verá os métodos não farmacológicos de alívio da dor na preparaç
ão para o parto.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

EXERCÍCIOS

1) No quarto período clínico do trabalho de parto, também chamado de período de Gree


nberg, deverá acontecer a formação do globo de segurança de Pinard, para que não h
aja hemorragia. Fazem parte desse período as seguintes alterações fisiológicas:

Útero flácido, trombotaponagem, miotraponagem.


A)
Útero contraído, trombotaponagem, miotraponagem.
B)
Dequitação placentária, tônus uterino diminuído e descida progressiva do cordão umbilica
C)
l.

Expulsão fetal, contrações uterinas e fundo uterino na altura da cicatriz umbilical.


D)
Dilatação cervical, expulsão fetal, dequitação.
E)

2) A dinâmica do trabalho de parto tem características e variáveis individuais significati


vas entre as parturientes. No entanto, a presença de determinados sinais e sintomas d
etermina o diagnóstico clínico do início do trabalho de parto. Assinale a alternativa c
orreta que apresenta os sinais e sintomas de início de trabalho de parto.

• Perda do tampão mucoso e formação da bolsa amniótica.


A)
• Presença de contrações uterinas em intervalos regulares com dilatação progressiva do
B)
colo uterino.
• Rotura da bolsa amniótica e encaixe fetal.
C)
• Aumento dos batimentos cardíacos fetais e eliminação de secreção serossanguinolent
D)
a.
• Dilatação perineal e coroamento da cabeça fetal.
E)

3) O secundamento, ou dequitadura, faz parte do terceiro período clínico do parto e co


mpreende o desprendimento, a descida e a expulsão da placenta e das membranas. É
comum que ocorra entre 5 e 30 minutos após o término do período expulsivo. Selecio
ne a alternativa de eventos que podem acontecer dentro do período de secundamento
(expulsão da placenta):

O secundamento fisiológico, quando os anexos ovulares não sofrem alterações em sua evol
A)
ução.

O secundamento espontâneo, quando ocorre o descolamento dos anexos ovulares, sua desc
B)
ida pela vagina e sua expulsão ao exterior.

O secundamento artificial, quando o sucesso de todo o processo se deve a forças naturais.


C)
• O secundamento natural ou corrigido, quando o obstetra precisa intervir, em virtude
D)
de os anexos ovulares estarem completamente desprendidos.
A retenção placentária, quando o secundamento não acontece depois de passados 30 minut
E)
os após o nascimento.

4) A associação, durante o trabalho de parto, de medidas como exercícios respiratórios,


técnicas de relaxamento, deambulação, massagens e banhos é chamada de métodos nã
o farmacológicos. Assinale a alternativa que contenha suas contribuições:

Distração da parturiente de um momento tão preocupante.


A)
• Aceleração das contrações uterinas.
B)
• Normalidade dos batimentos cardíacos fetais.
C)
• Alívio da dor e do desconforto.
D)
• Desaceleração da descida e da progressão fetais.
E)

5) O trabalho de parto é dividido em três fases clássicas: dilatação, expulsão e dequitaçã


o. A velocidade de desenvolvimento varia entre as parturientes. No entanto, com rela
ção aos eventos fisiológicos na primeira etapa do trabalho de parto, é correto afirmar
que:

multíparas, na fase ativa de trabalho de parto, têm o colo uterino dilatado e apagado simult
A)
aneamente.

nulíparas, na fase ativa de trabalho de parto, fisiologicamente têm seu colo uterino dilatado
B)
e apagado simultaneamente.

com relação à dilatação e ao apagamento da cérvice uterina, não existem diferenças na seq
C)
uência de etapas em que ocorrem entre nulíparas e multíparas.

em multíparas, primeiro dilata-se totalmente a cérvice uterina para posteriormente se dar o


D)
início do apagamento do colo uterino.

nulíparas, na fase ativa do trabalho de parto, primeiro dilatam totalmente a cérvice uterina
E)
para depois iniciar-se o apagamento do colo uterino.
NA PRÁTICA

Quando anormalmente prolongado, o trabalho de parto pode impactar na mortalidade e na morbi


dade maternas e fetais. Existem muitas situações que dificultam os cuidados básicos obstétricos
necessários ao manejo do trabalho de parto para uma maternidade segura.

Nesses casos, a detecção precoce da progressão anormal do trabalho de parto permite a prevençã
o de complicações, ajudando na redução de danos puerperais. Para isso, o partograma é uma ferr
amenta importante; nele são anotadas a progressão do trabalho de parto e as condições da mãe e
do feto.

Acompanhe, Na Prática, como Mariana usou o partograma para acompanhar o parto de uma pac
iente.
SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:

Cuidado Integral à Saúde da Mulher

Sartori, Amanda C.; Amaro, Andreza G. V.; Carnier, Marcela; et al.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Humanização do parto: significados e percepções de enfermeiras

Nesta pesquisa realizada com enfermeiras de um hospital de ensino, você acompanha qual é a vi
são de humanização do parto desse grupo.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto

Neste artigo, você irá conhecer fatores que influenciam na intensidade da dor e métodos não far
macológicos que ajudam a parturiente a suportá-la.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

You might also like