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2 Revisão de Literatura

2.1 História do fisiculturismo

A evolução e história do fisiculturismo traz diferentes aspectos em culturas distintas


ao longo dos anos. Com um intenso crescimento no final do século XIX, o objetivo da prática
do esporte, não estava associado à sobrevivência ou autodefesa, mas, à celebração do corpo
humano, junto do desenvolvimento muscular (SCHWARZENEGGER, 2001).
No contexto europeu, ainda no século XIX, uma das principais formas de
entretenimento estava relacionada ao levantamento de peso por homens fortes, que ganhavam
a vida atraindo públicos em apresentações, mostrando assim, na prática, a quantidade de peso
que resistiam, sendo que, muitas destas pessoas, evidenciaram a importância da nutrição com
uma alimentação composta de alimentos mais naturais e não processados, uma vez que nessa
mesma época novas técnicas que vinham sendo utilizadas na produção de alimento estavam
em ascensão (SOUZAI, 2012).
Já no contexto brasileiro, os alemães introduziram o halterofilismo, oficialmente
como esporte, em São Paulo, em 1898, na Vila Mariana e também fundaram o Deutscher
Athleten Klub (Clube de Atletas Alemães) (DUARTE, 1996).
Criada durante a década de 1940 pelo médico Marcelo Benjamin Viveiros, Cid
Pacheco, Geraldo Baptista Soares e Hamilton de Carvalho, o Grupo Força e Saúde e o
Ginásio Força e Saúde. Além disso, surgiram, nessa época, os primeiros campeonatos
estaduais e nacionais de halterofilismo e fisiculturismo elaborados por esse Grupo que
também foi editor da primeira revista especializada no universo desses esportes no País.
Destaca-se também que além do título de Melhor Físico os campeonatos de fisiculturismo
premiavam "o melhor abraço", "o melhor peito", "a melhor perna", "o melhor abdômen", "as
melhores costas" e "o mais musculoso". Constata-se que os praticantes de halterofilismo e
fisiculturismo compartilhavam o mesmo espaço para suas práticas e alguns adeptos desses
esportes executavam mais de uma modalidade esportiva (eram halterofilistas e fisiculturistas
ou halterofilistas e lutadores).
Com as mudanças que esse novo contexto trazia, notava-se o comportamento
sedentário de muitas pessoas que se mudaram de fazendas para grandes cidades,
principalmente, por conta do automóvel e sua mobilidade, juntamente, a nutrição não muito
indicada, somando a baixa prática de exercício físico, culminou em problemas de saúde, os
quais começaram a levantar alertas, desta forma, os fisiculturistas começaram a defender os
aspectos de equilíbrio no estilo de vida e principalmente a moderação de seus hábitos, uma
vez que o perfil europeu não era mais uma referência (SCHWARZENEGGER, 2001).
Figuras como Eugen Sandow – o homem mais forte do mundo, George
Hackenschmidt – conquistador do Leão Russo e, Macfadden – pioneiro na criação de
competições no Madison Square Garden em Nova York, são nomes que trazem um papel
fundamental na evolução do fisiculturismo, mas, a proposta, não era mais apresentar uma
musculatura forte, mas, sim, como funcionava o corpo de maneira geral
(SCHWARZENEGGER, 2001).
Nos dias atuais vemos esse mesmo reflexo e contraste entre o mundo esportivo e o
sedentarismo, nos anos 2020, novos nomes no cenário do fisiculturismo começaram a ganhar
força e tomar grandes proporções, brasileiros, americanos, canadenses, alemães e egípcios,
hoje são algumas das maiores potências no esporte. Atualmente temos o Mister Olympia
como o maior campeonato de fisiculturismo do mundo, contando com categorias

profissionais e amadoras e prêmios de até US$675.000 – ou exatos R$2.804.085 na


conversão para reais. No ano de 2022, o Brasil bateu o recorde de atletas classificados para a
competição, contando com 31 atletas em 9 das 11 categorias.[1]

2.2 O mercado fitness

No contexto mundial, o mercado fitness é dominado pelos Estados Unidos, país, que
até 2019, faturava cerca de US$ 30 bilhões por ano. Os EUA e os outros 9 maiores mercados
no setor respondem por 71% da receita total, que corresponde a U$ 64,9 bilhões, conforme
levantamento da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA).
Entrando no contexto Brasil, tratando do faturamento, o mercado fitness nacional
alcançou a marca de US$ 2,1 bilhões em 2019, sendo o terceiro maior das Américas, atrás
apenas dos EUA e do Canadá (com receita de quase US$ 3 bilhões), ainda de acordo com a
IHRSA. Outro número que chama a atenção é a quantidade de academias presentes no país.
São 35 mil unidades oficiais, o que coloca o Brasil como a segunda nação com mais
academias do mundo, a primeira é novamente os Estados Unidos, com 40 mil unidades.
Quando avaliamos o mercado sob o prisma do número de clientes, o Brasil aparece em quarto
lugar, com 9,6 milhões de usuários contabilizados.
Hoje o cenário nacional conta com a Confederação Brasileira de Musculação,
Fisiculturismo e Fitness (CBMFF - IFBB Brasil), atual entidade nacional filiada e
reconhecida pela International Federation of Fitness and Bodybuilding (IFBB), contando com
24 federações filiadas, com 2.700 atletas que participam de competições e um total de 18 mil
culturistas. Apesar de expressiva, a fatia da população brasileira que praticam o esporte
ativamente e utilizam as academias e centros esportivos não passa dos 5%, o que dá uma
ideia sobre o potencial de crescimento do setor fitness no país.
Um dos maiores desafio que os praticantes de fisiculturismo encontram, são locais
propícios para o treinamento, falta de aparelhagem, anilhas, halteres, barras de qualidade e
principalmente profissionais qualificados para auxiliar e instruir dentro das academias. Nos
dias atuais, nota-se que o objetivo da grande maioria é voltado para estética, seja
emagrecimento para o verão ou ganho de músculos para subir em um palco, contudo grande
porção das academias estão voltadas para o marketing comercial e perdendo o foco na
essência das academias que é o treinamento.
As maiores empresas do mercado fitness no Brasil atualmente são SmartFit,
Gympass, BlueFit, Bodytech, Companhia Athletica, Centauro, Bio Ritmo, dentre estas
empresas, divide-se em academias e empresas de artigos esportivos, o grande problema
dessas empresas é que o marketing se volta para saúde, emagrecimento e acabam esquecendo
da performance, ou seja, os atletas fisiculturismo estão sendo deixados de lado e muitas vezes
proibidos de treinar em certas academias, com isso, muitos praticantes da modalidade,
levantadores de peso, acabam sendo afetados e muitas vezes expulsos dos locais onde
treinam, sendo forçados a treinar apenas em academias específicas para a prática de
levantamento de peso, ou academias que voltam seu público para o fisiculturismo, o grande
problema dessas ações é que acaba afastando os jovens e adultos de seus ídolos, acaba
tornando inacessível a convivência entre praticantes comuns e atletas.

2.3 O crescimento do mercado fitness no Brasil

O mercado fitness mobiliza cerca de R$ 8 bilhões por ano – isso representa cerca de
3% da indústria de serviços brasileira e 0,13% do PIB nacional. Esses números ajudam a
colocar o País na décima posição mundial em termos de faturamento e receita desse nicho.
Por outro lado, é demonstrado que há cerca de 8 milhões de clientes em espaços fitness
brasileiros. Isso quer dizer que só 4% da população nacional conta com algum tipo de
estabelecimento com suporte especializado para realizar as suas atividades físicas. Dessa
maneira, é possível perceber que há uma grande faixa do mercado a ser explorada.
Para que haja motivo de comparação, entre 2019 e 2022, o Brasil registrou um
aumento de 16,1% no número de startups de saúde, segundo a Startup Scanner, ferramenta da
Liga Ventures que conta com o apoio estratégico da PwC Brasil para o mapeamento de
startups brasileiras com soluções nas áreas de Saúde. Atualmente são 136 Sports Techs, 422
Food Techs e 440 Health Techs cadastradas na base da Scanner.
Dados do Ministério da Saúde indicam que o número de praticantes de atividades
físicas cresceu 24% nos últimos 11 anos, o que tem alavancado os negócios do setor. Esse
crescimento se dá principalmente pelo aumento de exposição dentro das mídias sociais e a
crescente de atletas campeões de fisiculturismo incentivando a prática de exercício físico.
FURTADO, R.P. Do fitness ao Wellnes: Os Três Estágios de desenvolvimento das academias
de ginástica, p.3, 2009.

FESTA do Músculo: Reportagem do Campeonato Nacional de Melhor Físico de 1949! .


Força e Saúde. Rio de Janeiro: Força e Saúde, p. 21, p. 22, p. 23, p. 24, p. 44, n° 13, jun.,
1950.
SCHWARNEGGER, Arnold. Enciclopédia de fisiculturismo e musculação. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2001.
DUARTE, Orlando. Todos os esportes do mundo. São Paulo: Makron Books, 1996

BARRETO, L. Mercado fitness cresce de forma extraordinária no Brasil. Disponível em:


<https://ohoje.com/noticia/economia/n/1431278/t/mercado-fitness-cresce-de-forma-
extraordinaria-no-brasil>. Acesso em: 9 maio. 2023

Onda fitness movimenta US$2 bi no Brasil e só cresce. Veja como aproveitar. Disponível em:
<https://vocerh.abril.com.br/mercado-vagas/onda-fitness-movimenta-us2-bi-no-brasil-e-so-
cresce-veja-como-aproveitar>. Acesso em: 9 maio. 2023.

FIA. Mercado fitness: evolução, desafios e tendências para 2021. Disponível em:
<https://fia.com.br/blog/mercado-fitness/>.

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