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Estudo Do IVA
Estudo Do IVA
2. ESTUDO DO IVA
2.1. Conceito do Imposto
Segundo Gaston Jesze, o imposto é uma prestação pecuniária para as pessoas, exigido pela
autoridade devida, de modo permanente e sem remuneração por tal, para cobrir uma função
pública necessária. Na esteira do Gomes (2003, P.60) define “O imposto como a prestação
patrimonial positiva e independente de qualquer vínculo anterior, definitiva e unilateralmente
ou sinalagmática, estabelecida pela lei, a favor de entidade que exerçam funções pública para
satisfação de fins públicos, que não constituam sanção de actos ilícitos”.
A definição de imposto proposta por José Casalta Nabais na sua obra de Direito Fiscal
parece-nos a mais abrangente. De acordo com Nabais (2003, P.11):
“Num certo entendimento das coisas, podemos definir o imposto com base em três
elementos, a saber: um elemento objectivo, um elemento subjectivo e um elemento
teleológico (finalista). Objectivamente o imposto é uma prestação (1) pecuniária, (2)
unilateral, (3) definitiva (4) e coactiva (5). Por sua vez, subjectivamente, o imposto é
uma prestação, com as características objectivas que acabamos de mencionar, exigida
a (ou devida por) detentores (individuais ou colectivas) de capacidade contributiva (6)
a favor de entidades que exerçam funções ou tarefas públicas (7). Finalmente, em
termos teleológicos, o imposto é exigido pelas entidades que exerçam funções
públicas para realização dessas funções (8) que não tenham carácter sancionatório
(9).”
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sem carácter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos. Desta definição
pode-se tirar algumas ilações na caracterização dos impostos a saber:
O conceito de imposto tem sido definido de diferentes formas entre os estudiosos do Direito
Fiscal. Para WATY (2007) define como uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, não
sinalagmática, sem carácter de sanção estabelecida por lei, a favor duma entidade pública ou
com funções públicas, para satisfação de necessidades públicas e redistribuição de riqueza,
independente de qualquer vínculo anterior.
Por seu turno, os impostos indirectos actuam sobre as despesas inerentes às transacções no
contexto do comércio interno como são os casos do Imposto sobre o Valor Acrescentado
(IVA) e Consumo Especifico bem como as transacções de comércio externo como é o caso
do Imposto Aduaneiro, também chamado Direitos Aduaneiros.
No caso específico do IVA, objecto de estudo, e de acordo com o respectivo Código,
aprovado pela Lei 32/2007, de 31 de Dezembro, o mesmo incide sobre “as transmissões de
bens e as prestações de serviços, efectuadas no território nacional, a título oneroso, por
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sujeito passivo agindo como tal, bem como sobre as importações de bens”. (Artigo 1 do
CIVA).
De acordo com o estipulado no nº 1 do Artigo 2 do CIVA são sujeitos passivos de imposto
quem realiza qualquer operação tributável no âmbito do IVA, seja pessoa singular ou
colectiva residentes ou com estabelecimento estável ou representação em território nacional.
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) recai sobre o preço de venda de novos produtos
ou serviços sejam eles comprados por intermediários ou consumidores finais. Contudo o
consumidor intermédio pode reclamar o reembolso do IVA pago nos produtos intermédios
tais como as matérias-primas, de forma a que o IVA líquido pago recaia sobre o valor
acrescentado para a produção do bem ou serviço transaccionado, aqui onde reside a grande
diferença com o Imposto de Circulação (IC), abolido em 1998, o qual tinha um efeito em
cascata semelhante a um imposto sobre vendas.
2.2. O IVA
2.2.1. Considerações gerais
No caso de Moçambique que o IVA é baseado na factura emitida, todo o vendedor cobra uma
taxa do IVA de 16 por cento nos seus produtos (output – produto final) e passa ao comprador
uma factura que indica o montante de IVA por si cobrado. Se este comprador é intermediário,
e, portanto, tem que cobrar o IVA sobre os seus próprios produtos (Imposto sobre o
output/produto final), então, considera o IVA constante das facturas de compra como sendo
um imposto sobre matérias-primas (imposto sobre o input) e pode deduzir este IVA pago do
IVA cobrado aquando da venda do seu bem. Neste sistema o Governo recebe a diferença
entre o IVA cobrado (imposto sobre o output) e o IVA pago pelas matérias-primas (imposto
sobre o input). Quando a diferença é negativa – significando que o operador pagou mais do
que recebeu – em vez de o Governo receber, reembolsa a diferença daí resultante.
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2.2.2. O que diz o Código do IVA
V*taxa – C*taxa
Neste método o imposto é calculado pela aplicação das respectivas taxas ao valor acumulado
em cada uma das fases do circuito económico, (produto das vendas de bens e serviços) menos
o imposto suportado nas fases imediatamente anterior (compras de bens e serviços pela
empresa).
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IVA 17 por cento
Agente Económico Compras Vendas Compras Vendas Entregue
ao Estado
Produtor 0 10.000,00 0 1.700,00 1.700,00
Grossista 10.000,00 15.000,00 1.700,00 2.550,00 850,00
Retalhista 15.000,00 22.000,00 2.550,00 3.740,00 1.190,00
Consumidor Final 22.000,00 - 3.740,00 - 3.740,00
2.4.3. Taxa
A taxa de imposto em vigor na República de Moçambique é a que está prevista no
artigo 16 do CIVA (16 por cento).
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ESQUEMA GERAL DO APURAMENTO DO IVA
IMPOSTO REGULARIZAÇÕES
IMPOSTO - + IMPOSTO
SUPORTADO =
LIQUIDADO P/ EMPRESA DE APURADO
E -
P/ EMPRESA (I)
DEDUTÍVEL IMPOSTO (I)
▪ Conceito
➢ Pode ser desdobrada pelas seguintes subcontas, cada uma com a sua
finalidade específica:
▪ Movimentação
6
✓ Credita-se no fim do exercício, por contrapartida da estimativa
do imposto a pagar reflectida na conta 8.5 Imposto sobre o
Rendimento e debita-se por contrapartida da conta 1.1 Caixa ou
1.2 Bancos, aquando da entrega do imposto nos cofres do
Estado.
7
✓ Credita-se por contrapartida das correspondentes subcontas da
conta 4.4.3.2 – IVA Dedutível, e o saldo, quando exista, será
creditado por contrapartida das contas inerentes às respectivas
aquisições, ou da conta 6.8.2.2 – Imposto Sobre o Valor
Acrescentado, excepto para as compras de activos tangíveis e
intangíveis em que o imposto suportado que não pode ser
deduzido deverá afectar o valor de aquisição dos bens a que se
refere.
8
✓ Debita-se a conta 4.4.3.4.1 – Mensais a favor do sujeito
passivo, se as regularizações forem motivadas por erro no
apuramento do imposto, devoluções de clientes, reduções,
rescisões e anulações de contratos por parte de clientes, créditos
incobráveis, etc., por contrapartida das contas que originaram a
rectificação.
9
✓ Debita-se, por contrapartida das contas 1.1 Caixa ou 1.2
Bancos, pelo pagamento efectuado, da conta 4.4.3.6 - IVA
Liquidações Oficiosas.
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