You are on page 1of 30

O Ambiente e as

Doenças do Trabalho
Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Uerley Magalhães Franchi

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: iSotck /Getty Images


·· Discorrer sobre o nexo causal das doenças ocupacionais.
·· Explicar como funciona o corpo humano, como e porque é atingido por doenças.

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último
momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado
ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá
escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e
determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de
materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão
o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e aprendizagem.

5
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Introdução ao Tema

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), milhões de pessoas morrem


todos os anos em acidentes ou doenças de origem profissional. Os acidentes estão ligados
diretamente à falta do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), por não obedecer às
normas e procedimentos, por negligência e imprudência pessoal e/ou por terceirizar serviços.
As doenças ocupacionais estão ligadas a atividades desenvolvidas pelos trabalhadores ou
condições as quais estão expostos. As doenças ocupacionais são subdivididas em:
· Doenças profissionais ou tecnopatias: o próprio trabalho é o causador da doença;
· Doenças do trabalho ou mesopatias: o trabalho não é a causa específica da doença,
contudo, em muitos casos, acaba causando o seu agravamento;
· A saúde dos trabalhadores tem um enfoque muito importante, pois é necessário adequar
o trabalho ao trabalhador – e não o contrário –, tendo por objetivo a redução do risco,
proporcionando maior satisfação profissional.
No ambiente de trabalho, os trabalhadores estão sujeitos a diversos riscos, os quais podem
variar de acordo com as tarefas executadas, o local de trabalho etc. Os riscos são divididos nos
seguintes grupos:
· Físicos: ruídos, vibrações, temperaturas extremas – frio/calor –, pressões anormais,
umidade, radiação ionizante – raio-x, alfa, gama – e radiações não ionizantes – do Sol;
· Químicos: poeiras, fumos – de solda –, névoas – de tinta –, neblinas – aerossóis –,
gases, vapores etc.;
· Biológicos: microrganismos indesejáveis – bactérias, fungos, protozoários, bacilos,
vírus etc.;
· Ergonômicos: local de trabalho inadequado, levantamento de peso excessivo,
monotonia, repetitividade, posturas inadequadas, estresse etc.;
· Acidentes: arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, probabilidade de
choque elétrico, máquinas e equipamentos sem proteção, animais peçonhentos, piso
escorregadio, probabilidade de incêndios etc.
Quando o agente de risco entra em contato com o trabalhador como, por exemplo, em
substâncias químicas inaladas, ocorre a ação direta; quando são desencadeadas transformações
do ambiente e essas influenciam o trabalhador, são as chamadas ações indiretas, como no caso
das substâncias químicas inflamáveis que geram incêndios e explosões. O ambiente engloba
não somente o espaço físico, mas também o modo como os fatores físicos intermediam o
trabalho, incluindo as características da organização do trabalho.
Um agente de risco pode atuar sobre o trabalhador, prejudicando sua saúde. Assim,
pode concentrar características potencialmente danosas à saúde, por exemplo: ferramentas
cortantes e engrenagens de máquinas são consideradas agentes de risco em potencial, pois
podem causar lesões no contato com o corpo humano. O mesmo acontece em relação às
substâncias químicas e às características do ambiente, tais como temperaturas, vibrações e
radiações existentes nos processos de trabalho.

6
Os agentes presentes na natureza também atuam de forma negativa na saúde do homem. Na
praia, as temperaturas elevadas e, consequentemente, as radiações ultravioleta e infravermelha
são mais constantes, de modo que a exposição a esse ambiente em um período considerado
normal torna-se agradável e saudável. Todavia, a exposição por longos períodos atua de forma
a se tornar um fator de risco ao homem. Considerando o exemplo de um vendedor de praia
que, devido à sua rotina de trabalho, submete-se à ação repetitiva desse agente que, ao longo
do tempo, pode se tornar um fator de risco à saúde desse profissional.

Leitura Obrigatória

Introdução
Em todos os processos de trabalho existem situações de risco, acidentes e adoecimentos,
segundo as condições de higiene e qualidade de trabalho. Os riscos identificados nos processos
de trabalho que se concretizam são chamados de agentes de riscos. O agente é aquilo que
pratica ação, provocando a reação sobre o outro. No caso do agente de risco que atua direta e
indiretamente no corpo do trabalhador, este corpo deve ser visto não somente pelo seu aspecto
físico, mas também pelo aspecto integral, o que inclui as instâncias fisiológicas, psicológicas e
emocionais.
Alguns agentes de risco possuem baixos níveis de concentração, o que os tornam
imperceptíveis ou até mesmo fazem com que as pessoas se acostumem aos quais. Por serem
invisíveis, muitas vezes não são associados nem pelo trabalhador, nem pelos médicos como os
responsáveis pelos problemas de saúde identificados.
Ainda existe muito a se identificar sobre os efeitos que causam danos à saúde e os diversos
agentes de riscos que surgem e se expandem devido ao desenvolvimento tecnológico e
industrial. Por isso, é importante contextualizar os agentes de riscos no interior dos processos
de trabalho que, como o próprio nome diz, deve ter um dinamismo ligado às transformações
do objeto de trabalho e do trabalhador.

Classificação dos Agentes de Risco


É importante salientar que dificilmente um agente de risco atua de forma dissociada ou
desarticulada com outros agentes. O que se percebe é a falta de estudos que levem em
consideração tal realidade, porém, a atuação conjunta de diversos agentes sobre o trabalhador
provoca efeitos distintos e, em muitos casos, nocivos se comparados à ação isolada.
Exemplificando: o trabalhador que atua simultaneamente em um ambiente tóxico, com
ruído elevado e em um sistema de organização arbitrário, tende a sofrer reações distintas do
que se fosse afetado por esses mesmos agentes de forma isolada. Assim, sempre que possível,
é necessário realizar levantamento das condições de trabalho, analisando e articulando a
atuação dos diversos agentes em um determinado ambiente de trabalho.

7
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

São vários os agentes de riscos à saúde existentes nos processos de trabalho.


Físicos:
· Ambiente térmico;
· Ruído;
· Radiações ionizantes;
· Ambiente mal iluminado;
· Pressões anormais;
· Vibrações;
· Eletricidade.
Químicos:
· Sólidos – poeiras, fumos;
· Líquidos – vapores, gases;
· Irritantes – asfixiantes;
· Anestésicos – narcóticos;
· Sistêmicos – carcinogênicos;
· Inflamáveis – explosivos;
· Corrosivos.
Ergonômicos:
· Postura – fadiga e problemas osteoarticulares;
· Esforços físicos e mentais – fadiga;
Mecânicos:
· Quedas;
· Lesões no manuseio de máquinas e instrumentos;
· Rebarbas, cavacos, fagulhas;
· Choque de veículos;
· Outros impactos mecânicos.
Biológicos:
· Contato com animais peçonhentos – cobras, escorpiões, aranhas etc.;
· Contato ou manuseio com microrganismos patogênicos – em laboratórios, hospitais etc.;
· Contato com vetores de doenças infectocontagiosas.
Organizacionais:
· Trabalho em turnos alternados e noturnos;
· Trabalho repetitivo e monótono;
· Jornadas, pausas, horas extras;
· Ritmo de trabalho, cobrança e produtividade;
· Mecanismos de coerção e punição.

8
Os riscos biológicos podem ser considerados como doenças do trabalho, ou seja, um
acidente de trabalho, desde que se estabeleça a causa, o que inclui infecções agudas e crônicas,
parasitoses e reações alérgicas ou intoxicações provocadas por plantas e animais. As infecções
são causadas por bactérias, vírus, clamídia e fungos. As parasitoses envolvem protozoários,
helmintos e artrópodes.
Muitas doenças ocupacionais são causadas pelo contato com animais, isso é mais frequente
nos trabalhadores agrícolas e nos envolvidos com o manejo de aviários, rebanhos e criações
em geral. Tais riscos são permanentes, sendo necessárias medidas preventivas apropriadas.
Os riscos biológicos em contato com o homem provocam inúmeras doenças, sendo mais
frequentes em indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública – coleta de lixo –,
laboratórios, entre outras circunstâncias.
As doenças decorrentes dos riscos biológicos são diversas: tuberculose e brucelose, malária
etc. Para um funcionário ser diagnosticado com uma doença ligada a um risco biológico, é
necessário que em sua rotina de trabalho exista a exposição aos microrganismos causadores.
É fundamental a adoção de medidas preventivas garantindo as devidas condições de higiene
e segurança, evitando assim os riscos biológicos. Em laboratórios é possível identificar os
riscos biológicos em maior frequência, principalmente na manipulação de agentes, tais como
agentes patogênicos selvagens, atenuados, os que sofreram processos de recombinação e
amostras biológicas.
Os animais se tornam uma fonte de contaminação, em especial, para os profissionais
responsáveis pela manipulação, onde, através de lesões causadas por acidentes com agulhas,
arranhões ou mordidas, pode haver contaminação biológica.
Os agentes patogênicos selvagens são considerados riscos ao manipulador, à comunidade
e ao meio ambiente. Tais riscos são avaliados em função do poder patogênico do agente
infeccioso, acerca da sua resistência no meio ambiente, o que ocasiona a contaminação; o
nível de contaminação; a imunidade do manipulador e se há a possibilidade de tratamento
preventivo.
Os órgãos competentes classificam os riscos de forma muito similar. Os agentes são divididos
em quatro classes, as quais:
· Classe 1: onde se tem os agentes que não contêm riscos ao manipulador e à sociedade;
· Classe 2: enquadram-se aqui os riscos de grau moderado ao manipulador, à sociedade
e há possibilidade de tratamento preventivo;
· Classe 3: estão aqui classificados os agentes com grau de risco grave ao manipulador
e moderado à comunidade, cujas lesões e sinais clínicos normalmente são graves e
impossíveis de tratamento;
· Classe 4: esses agentes apresentam risco grave tanto ao manipulador, quanto à sociedade,
não existindo tratamento para ambos e os níveis de propagação são altos.

9
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

É importante a adoção de medidas de segurança, possibilitando a manipulação do Ácido


Desoxirribonucleico (DNA) recombinante. Os métodos de segurança aos riscos seguem os
seguintes aspectos:
· Conhecer a legislação brasileira de biossegurança, em especial as normas de biossegurança
regulamentadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança;
· Identificar os riscos aos quais o manipulador está vulnerável;
· Promover a educação das pessoas envolvidas sobre como ocorre a contaminação e no
que esta implica, possibilitando o reconhecimento do microrganismo ou vetor com o
qual se está atuando;
· Seguir as regras gerais de segurança e realizar as medidas de proteção individual;
· Usar adequadamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), tais como avental,
luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção, entre outros;
· Utilizar produtos de higiene e limpeza adequados à inativação de um agente específico;
· Quando necessárias, sorologias específicas deverão ser testadas ao paciente-fonte
acidentado, quem deve ser acompanhado por, no mínimo, seis meses;
· Todo acidente deve também ser notificado ao Setor de Segurança e Medicina do Trabalho
para a abertura da comunicação interna de acidente de trabalho e devidas providências
legais junto aos órgãos responsáveis.

Fisiologia do Trabalho
A fisiologia do trabalho é o estudo das pessoas no trabalho. Por meio desses conhecimentos é
possível adaptar o trabalho às pessoas através do planejamento e projeto de trabalho e também,
reciprocamente, adaptar o homem ao seu trabalho através de uma seleção interindividual e da
adaptação individual com qualificação e treinamento.
Assim, é possível alcançar a igualdade entre pessoas e trabalho, garantindo ao trabalhador
os recursos, as características, as capacidades e habilidades, mas também considerando sua
limitação, o que faz com que se utilize de forma racional os recursos disponíveis, obtendo
maior benefício no trabalho humano. Ou seja, objetiva-se humanizar o trabalho, respeitar
as características e limitações do trabalhador, ao mesmo tempo em que se aumenta a sua
produtividade nos sistemas de trabalho pelo uso mais racional do recurso humano.
A fisiologia do Trabalho é o estudo das pessoas no trabalho, considerando as diversas
condicionantes técnicas e econômicas do indivíduo e da sociedade, por isso é necessária uma
abordagem complexa e abrangente.
Para o estudo do trabalho humano, na literatura existem diversas propostas de abordagem
(ROHMERT, 1983), destacando-se as seguintes:
· Filosófica materialista: subdivide o trabalho em corporal – referindo-se ao corpo
humano como algo material e intelectual;
· Fisiológica: subdivide o trabalho em muscular e nervoso, utilizando como critério a
ativação de sistemas de órgãos;

10
· Filosófica histórica: subdivide o trabalho em físico e psíquico, dependendo de o
objeto ser concreto ou abstrato;
· Técnica: é orientada pelas Ciências Naturais e pela Engenharia e subdivide o trabalho
em energético e informático, tendo como critério a energia e a informação enquanto
contribuintes ao desempenho do sistema.

Trabalho e Condições de Trabalho


Por trabalho humano entende-se uma atividade prescrita ou voluntariamente selecionada,
de caráter obrigatório, englobando o trabalho assalariado, o trabalho produtivo individual
autônomo – artesão, agricultor, microempresário –, o trabalho doméstico e o trabalho escolar
em todos os níveis. Em uma definição mais restrita, trabalho seria o que acrescenta valor e
entra no circuito monetário. Nesse caso, a dona de casa e o agricultor, dono de sua terra, não
trabalham (WISNER, 1987).
Na prática, as reflexões sobre o trabalho e a legislação trabalhista focalizam mais o trabalho
assalariado, por afetar um maior número de pessoas, na maioria das sociedades.
Em uma definição mais operacional, entende-se por trabalho humano, genericamente,
tudo o que a pessoa faz para manter e promover sua própria existência e/ou a existência da
sociedade, dentro dos limites estabelecidos – valores, legislação – por essa sociedade. Assim,
o conceito de trabalho fica delimitado do sentido de jogo e também de atividades que venham
a prejudicar a sociedade (ROHMERT, 1983).
Ademais, o conceito de trabalho humano é mais complexo e abrangente que o de trabalho
na mecânica – força x distância – e na termodinâmica – transformação de energia. Na verdade,
trabalho humano inclui trabalho nos sentidos mecânico e termodinâmico, abrangendo desde
o trabalho essencialmente muscular – geração de forças –, até o trabalho essencialmente
intelectual – geração de informações –, passando por suas possíveis combinações. Assim,
Fisiologia do Trabalho não é somente a Fisiologia aplicada às questões práticas do trabalho
muscular e aos processos associados à circulação e respiração, mas também a interpretação ou
explicação fisiológica de todas as funções do corpo que entram em ação durante a execução de
alguma tarefa de trabalho, inclusive as funções que se processam no sistema nervoso central,
quando da execução de atividades de caráter intelectual.
Quando o homem tem participação efetiva e significativa na obtenção de um produto ou
na prestação de um serviço, torna-se componente de um sistema de trabalho. Com isso, o
homem – o trabalhador – é objeto de estudos, pesquisas e reflexões da Fisiologia do trabalho.
Nesta, o trabalhador é visto no seu ambiente de trabalho real, com a sua tarefa prescrita ou
selecionada, durante todo o período de trabalho. A moderna Fisiologia do Trabalho também
considera em seus estudos e reflexões o conteúdo, a estrutura e a duração dos períodos
de trabalho, a frequência de trocas, o absenteísmo, as doenças do trabalho, as férias, os
afastamentos para qualificação e reciclagem, a aposentadoria.
Para a análise, a avaliação e o projeto do trabalho humano, como também para implementar
melhorias de condições de trabalho, faz-se necessária uma descrição exata e abrangente da
tarefa e de suas condicionantes. É preciso considerar o que a pessoa faz, como o faz e sob que
condições o faz, a fim de que tarefas de trabalho possam ser bem entendidas e os efeitos do
trabalho sobre as pessoas possam ser associados às condições – causas – de trabalho reinantes.

11
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Para a descrição acima, precisa-se de um instrumento metodológico, como o modelo


do sistema de trabalho. Um sistema é um todo, cujos elementos interagem com uma certa
finalidade. Trata-se de uma quantidade limitada de elementos, de objetos relacionados entre
si e possivelmente também relacionados ao ambiente externo. Tais relações definem ou
constituem a estrutura do sistema. Os limites do sistema podem ser definidos livremente, de
acordo com os objetivos da abordagem pretendida.
Ademais, as partes de um sistema constituem seus subsistemas e esse próprio é subsistema
de um sistema maior. Ao lado dos sistemas naturais há os criados pelo homem. Nestes, pode-
se distinguir entre sistemas técnicos – de máquinas –, sistemas sociais – de pessoas – e sistemas
sociotécnicos – de homem-máquina. Assim, o sistema de trabalho é um sistema sociotécnico,
dinâmico, cuja finalidade é a execução de uma tarefa predeterminada, qual seja a produção de
bens e/ou a prestação de serviços, dependendo do grau de detalhamento ou especificação da
tarefa de trabalho.
A partir do conceito técnico de sistemas, usa-se o sistema de trabalho como a variedade
de relações entre pessoa e trabalho. Independentemente dos meios de produção utilizados, o
trabalhador lida, transforma, modifica objetos de trabalho de acordo com o objetivo previamente
definido. Assim, o sistema de trabalho pode ser entendido como um modelo que representa as
relações entre o homem que trabalha e a sua tarefa de trabalho. Em síntese, o modelo básico
consiste em, pelo menos, dois elementos:
· O trabalhador; e
· A tarefa de trabalho.
Toda pessoa com saúde física e psicoemocional tem condições de realizar trabalho. Para
executar uma tarefa de trabalho, a pessoa interage com os meios de produção – por exemplo,
máquinas e ferramentas – e está sujeita aos fatores ambientais reinantes. Da relação entre os
elementos de um sistema de trabalho decorre que, durante a execução da tarefa, a pessoa
está sujeita a diversas influências maléficas e/ou benéficas, cujas causas estão na tarefa e
no ambiente de trabalho. Tais influências maléficas recebem o nome de cargas. As cargas
provenientes da tarefa de trabalho estão associadas às questões sobre o que deve ser feito
– por exemplo, exercer forças, fazer movimentos, falar, escrever, calcular, receber, tratar e
expedir informações –, como deve ser feito, em que sequência de operações, com o uso de
que recursos auxiliares – talvez materiais de manuseio perigoso –, quando deve ser feito, com
que frequência etc.
O trabalho humano é bastante diversificado. Em análises de tarefas de trabalho produtivo
foi verificado que todo o espectro do trabalho humano, ou melhor, a maioria das tarefas de
trabalho pode ser classificada segundo o seu conteúdo em cinco classes básicas: geração
de forças, coordenação sensório-motora, transformação de informações em reações,
transformação de informações de entrada em informações de saída e geração de informações,
de modo que as operações se repetem, definindo em que ritmo deve-se trabalhar, que precisão
e reprodutibilidade é requerida, que características de manuseio o objeto de trabalho apresenta
– tamanho, massa, pontos de perigo, flexibilidade, se é escorregadio – e aos riscos decorrentes
das interações com outros elementos do sistema de trabalho.

12
As cargas provenientes do ambiente de trabalho, este que inclui ambiente físico, químico,
biológico e social, bem como outros aspectos valem ao supersistema do sistema de trabalho,
ou seja, a diversos sistemas de trabalho ou até para toda a empresa, como o sistema de turnos,
a avaliação de desempenho e o sistema de remuneração.
Segundo Rohmert (1983), as formas de trabalho humano são divididas em:
· Predominância corporal – envolve o conteúdo específico do trabalho:
· Geração de forças – transporte de bens –, cujas capacidades e órgãos solicitados
são músculos e coração;
· Coordenação sensório-motora – guiar veículos e montar peças –, cujas
capacidades e órgãos solicitados são músculos e órgãos dos sentidos;
· Predominantemente não corporal ou informacional:
· Transformar informações em reações – atividade de controle –, cujos órgãos
solicitados são os dos sentidos;
· Transformar informações de entrada em informações de saída – programar
e traduzir atividades administrativas –, cujos órgãos solicitados são os dos sentidos e
capacidades mentais;
· Geração de informações – redigir, criar e projetar –, cujas capacidades solicitadas
são as habilidades mentais.
Na verdade, em cada sistema de trabalho tem-se uma mistura desses conteúdos, sendo
que normalmente um predomina, o que é então usado como critério. Essas formas básicas
de conteúdo de tarefas se diferenciam nitidamente umas das outras por solicitarem outros
órgãos e porque cada uma das quais exige a utilização de outras capacidades, habilidades e
aptidões das pessoas.

Trabalho Predominantemente Corporal


Em muitos casos é conveniente subdividir esses conteúdos de tarefas, definidos de forma
tão abstrata. No trabalho muscular, por exemplo, usa-se como critério de subdivisão o efeito
que se atinge com a força gerada. O músculo funciona como máquina geradora de forças que,
durante a contração, transforma energia química em energia mecânica potencial.
Em princípio, é indiferente se a força gerada é transformada em energia cinética ou não,
pois, no sentido fisiológico, tudo o que condiciona um aumento da transformação de energia
é chamado de trabalho. Mas a transformação ou não em energia cinética/movimento serve
de critério para subdividir o trabalho muscular em trabalho muscular estático e trabalho
muscular dinâmico.
Em todo trabalho muscular são solicitados não apenas os músculos, mas também o coração,
os pulmões e a circulação. A restrição fisiológica ao trabalho muscular se dá em razão do
problema do transporte nos sistemas circulatórios do pulmão – respiração – e do corpo inteiro.
Tais sistemas transportam oxigênio, glicose e gorduras para suprir as necessidades dos músculos.
Além disso, transportam os subprodutos da queima da energia química, como o ácido láctico
e o calor gerado, a fim de serem eliminados pelos órgãos competentes. Como há significativa

13
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

diferença entre a carga de trabalho a que o músculo está sujeito nas formas de contração
estática e dinâmica, convém diferenciar entre trabalho muscular estático e trabalho muscular
dinâmico. Ou seja, o músculo está sujeito à carga, tanto parado quanto em movimento.
O trabalho muscular estático se caracteriza por uma contração demorada do músculo
e não há trabalho útil mensurável, pois não há alteração do comprimento dos músculos
envolvidos. No trabalho muscular estático, a circulação no músculo é reduzida. É tanto
menor quanto maior for a força gerada e, consequentemente, o suprimento de oxigênio,
glicose e gorduras no músculo é deficiente, enquanto o ácido láctico proveniente da queima
incompleta das reservas musculares e o calor gerado nessa queima não são eliminados. A
permanência desses elementos adversos no músculo leva à fadiga, a dores musculares e à
consequente interrupção da tarefa.
O trabalho muscular dinâmico caracteriza-se por uma sequência rítmica de contração
e relaxamento da musculatura envolvida. Nesse caso, trabalho = força x encolhimento ou
distensão do músculo. O suprimento de oxigênio, glicose e gorduras é garantido: o movimento
dos músculos – contração e relaxamento – funciona como bomba, que leva mais sangue ao
músculo do que este recebe em estado de repouso. Aqui há um equilíbrio entre necessidade
de sangue e suprimento de sangue. Isso quando o ritmo de trabalho não for muito grande e
quando o trabalho não for muito pesado. Daqui conclui-se que a fisiologia do músculo foi feita
e é adequada para o trabalho muscular dinâmico leve, no máximo moderado, e não para o
trabalho muscular estático.
A divisão do trabalho muscular em estático e dinâmico deve ainda ser elementarizada
devido a problemas de medição e de avaliação. No trabalho muscular dinâmico, o critério de
elementarizacão é o tamanho dos grupos de músculos ativados. Quando a massa muscular
envolvida corresponde a mais de um sétimo da massa muscular do corpo, ou seja, grandes
grupos de músculos estão ativados – por exemplo, no trabalho com pá e enxada ou no
carregamento de massas –, tem-se o trabalho muscular dinâmico, que pode ser leve, moderado
ou pesado, dependendo da carga. Nesse caso, são solicitados também o coração, a circulação
e a respiração.
Quando, por outro lado, a atividade requer apenas a aplicação de pequenos grupos
de músculos isolados – como ocorre na utilização de ferramentas manuais e pequenos
equipamentos, mas também em trabalhos de montagem com ciclo curto –, temos o trabalho
muscular dinâmico unilateral. No primeiro caso, há solicitação da maior parte da musculatura
do esqueleto, da circulação e da respiração; no segundo caso, há apenas solicitação nos
pequenos músculos da mão e/ou do braço.
Para classificar um trabalho muscular dinâmico de acordo com a carga de trabalho, usa-se
a capacidade aeróbica do indivíduo como critério. Assim, Couto (1995) define os limites da
capacidade aeróbica do trabalhador em trabalho:
· Muito leve ou leve: até 25%;
· Moderadamente pesado: de 25% a 37,5%;
· Pesado: de 37,5% a 50%;
· Pesadíssimo: de 50% a 62,5%;
· Extremamente pesado: acima de 62,5%.

14
No trabalho muscular estático, a subdivisão se orienta no efeito da força gerada. Quando a
força gerada serve apenas para segurar o corpo ou partes deste, tem-se o trabalho muscular
estático devido à postura; quando a força gerada na musculatura é utilizada para segurar
uma massa, há aplicação de forças em um meio ou objeto de trabalho e fala-se em trabalho
muscular estático propriamente dito. A ausência de movimentos dos membros é característica
comum dos dois casos.

Mudanças Fisiológicas no Início do Trabalho


Quando uma pessoa inicia o seu trabalho, ocorrem algumas mudanças em seu organismo.
Através de impulsos nervosos centrais, iniciam-se as contrações necessárias, segundo um
modelo de movimento que tem como consequência imediata mudanças na disposição de
energia no músculo. Igualmente rápidas são as mudanças que ocorrem nos batimentos
cardíacos: a primeira batida após o início de uma atividade ocorre mais depressa, em um
intervalo menor do que em estado de repouso. No primeiro minuto, após o início da tarefa,
observam-se reações de mudança nas trocas gasosas e na circulação de sangue no músculo, na
atividade do coração e da respiração, bem como na composição do sangue. A termorregulação
reage com uma latência maior. Na maioria dessas reações, verifica-se um aumento no início,
mas, depois de alguns minutos de trabalho leve com intensidade constante, é alcançado um
estado de equilíbrio, em que as variáveis correspondentes permanecem constantes em um
novo nível; contudo, no trabalho muscular pesado, é característico que as reações de mudança
não atinjam novo estado de equilíbrio durante o trabalho em si, mas aumentem até o colapso
ou a interrupção da tarefa por parte da pessoa.
As reações de mudança acima citadas têm influência tanto maior quanto mais pesado for o
trabalho. Por isso, toda pessoa inicia sua tarefa com intensidade menor para, depois de alguns
minutos, alcançar seu rendimento pleno. Em atividades industriais comuns, esse período é de
dez a trinta minutos e, em atividades especiais, pode chegar a uma hora. Daí a necessidade de
um aquecimento ativo para aumentar a capacidade de rendimento de uma pessoa no início da
jornada de trabalho.
Acrescenta-se aqui o efeito do entrar no ritmo. Em trabalhos leves, que solicitam bastante
os nervos, podem ocorrer tempos iniciais de duração significativa, porque ao lado das trocas
gasosas há também necessidade de outras reações de mudança. É preciso diferenciar entre
as mudanças que ocorrem nas pessoas no início de cada período de trabalho e as alterações
que se dão em períodos de semanas e meses, em que o trabalhador se acostuma ao trabalho,
adquire experiência e melhora o padrão de movimentos, exercendo sua função com menos
fadiga do que no início.

Mudanças na Musculatura Esquelética


Trocas gasosas: em trabalhos leves há uma pequena fase no início em que a energia
necessária é obtida pelo processo anaeróbico, passando em seguida para o processo aeróbico,
em que há a queima de glicose, ácidos graxos e glicerina fornecidos ao músculo. No trabalho
muscular pesado, parte da energia é, constantemente, obtida por processo anaeróbico. A
transformação energética anaeróbica com geração de ácido láctico entra em ação sempre que
há circulação insuficiente, reduzindo o suprimento de O2 no músculo e gargalos na respiração.

15
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Com o início da geração do ácido láctico, sobrepuja-se um limiar: inicia-se a geração da


fadiga. Para aumentar a obtenção de energia pelo processo aeróbico no músculo do trabalhador,
no início do trabalho, tal músculo precisa de um período de aquecimento em que a energia é
suprida anaerobicamente a partir de suas reservas. Para isso, precisa das reservas de fosfatos
que, embora pequenas em comparação às de glicogênio, são imprescindíveis em todo início
de atividade e para momentos de pico.
Circulação no músculo: dependendo da intensidade das trocas gasosas, a circulação
no músculo ativo aumenta até vinte vezes, no trabalho muscular pesado. Esse aumento na
circulação se concretiza em um período de vinte a trinta segundos.
Após esse período inicial, em trabalho dinâmico leve, o suprido equivale à demanda. Mas,
em trabalho muscular dinâmico pesado, a demanda não é atendida, gerando um déficit. As
consequências são a formação de ácido láctico e a acidose no músculo, a não dissipação do
calor gerado na transformação energética, a falta de O2 e de elementos energéticos para a
queima e, finalmente, a fadiga.
Em trabalho com pequenos grupos de músculos – até um sétimo da massa muscular –,
essa demanda adicional pode ser suprida com o aumento do volume de sangue bombeado
pelo coração, por unidade de tempo. Com o envolvimento de uma massa muscular maior e
exigências energéticas maiores – trabalho muscular pesado –, o aumento do volume de sangue
bombeado não basta. A capacidade de rendimento no trabalho muscular depende do volume
máximo de sangue bombeado, por unidade de tempo.
No trabalho estático, a circulação no músculo é reduzida quando a força de contração
ultrapassa 15% de sua força máxima. A causa da redução da circulação é o aumento da pressão
intramuscular, que fica maior que a pressão capilar em contrações isométricas fortes. Com a
circulação reduzida no músculo, a transformação de energia se dá por processo anaeróbico,
com geração de ácido tático intramuscular, o qual gera a fadiga.

Mudanças no Sistema Circulatório


Intensidade da circulação: durante a realização de trabalho, a circulação aumenta
somente nos músculos ativos e no músculo do coração. Nos outros órgãos, permanece
constante – por exemplo, no cérebro – ou é reduzida, como acontece no sistema digestivo
e nos músculos parados. Essa economia de energia pela redução da circulação em alguns
órgãos não faz muita diferença. O aumento da circulação nos órgãos solicitados, nos músculos
em atividade, é garantido, sobretudo, pelo aumento do volume de sangue bombeado por
unidade de tempo.
Frequência cardíaca: em trabalho leve, com rendimento constante, a frequência cardíaca
aumenta entre os primeiros cinco e dez minutos até um platô, onde se estabelece um novo
estado de equilíbrio que será mantido até o final do trabalho, por horas. Em trabalho pesado,
com rendimento constante, a frequência cardíaca não atinge um novo equilíbrio, mas ocorre um
aumento da fadiga, esta que se eleva até um limite máximo individual. Diferente da frequência
cardíaca em trabalho leve e pesado, tal comportamento foi comprovado em experiências com
trabalhadores durante períodos de oito horas. Após o trabalho também há uma diferença
típica: no trabalho leve a frequência cardíaca retorna à frequência de repouso em um período

16
de três a cinco minutos: após o trabalho pesado, o período de recuperação para alcançar a
frequência de repouso é significativamente mais longo, podendo chegar a horas. Ao número
de pulsos que, na fase de recuperação, estão acima da frequência de repouso, chama-se soma
do pulso de recuperação. Tais valores também dependem da solicitação.
Volume de bombeamento: o volume de sangue bombeado por batida, no início de
uma atividade, aumenta de 20% a 30% e depois permanece mais ou menos constante;
com solicitação máxima, decresce um pouco. Como o volume bombeado no trabalho, por
uma pessoa saudável, aumenta pouco, este e a frequência cardíaca se alteram quase que
proporcionalmente. Paralelamente ao aumento da frequência do pulso ocorre um aumento
do volume de sangue bombeado, por unidade de tempo. Quanto mais intensamente alguém
trabalha, tão maiores serão os valores do novo equilíbrio. O máximo alcançável varia com a
idade e o grau de treinamento. Na idade de vinte a trinta anos, pessoas não treinadas atingem
vinte litros por minuto, enquanto que pessoas treinadas atingem 35 litros por minuto.
Pressão arterial: em trabalho dinâmico, a pressão arterial se altera em dependência do
rendimento. A pressão sistólica aumenta quase que proporcionalmente ao rendimento; em
200 W alcança 220 mmHg. A pressão diastólica se altera discretamente, frequentemente cai
um pouco.

Mudanças no Volume de Respiração


O volume da respiração por unidade de tempo aumenta proporcionalmente ao aumento
da captação de O2, durante o trabalho dinâmico leve, como o volume de bombeamento por
unidade de tempo. Esse aumento decorre da elevação do volume respirado e/ou da frequência
de respiração. No trabalho pesado, o volume de respiração por unidade de tempo cresce
proporcionalmente à captação de O2. O ácido láctico produzido no músculo gera a acidose
metabólica do sangue, o que constitui um estímulo adicional para a respiração.
Mudanças na captação de O2: a captação de O2 cresce em função da solicitação, quer dizer,
de acordo com a intensidade e o rendimento. No trabalho leve, alcança-se um platô entre o
O2 necessário e o suprido, depois de três a cinco minutos, pois a circulação e as trocas gasosas
no músculo não se alteram imediatamente, precisam de tempo para adaptar-se à situação de
trabalho. No trabalho muscular pesado, igualmente com rendimento constante, não se alcança
o estado de equilíbrio: a captação de O2 cresce semelhantemente à frequência de pulso, até
um valor máximo.
Déficit de O2: no início de um trabalho, o suprimento de O2 não corresponde à demanda, de
forma que ocorre um déficit por causa das mudanças na circulação e trocas gasosas no músculo.
No trabalho leve, esse déficit permanece constante, depois de alcançado o novo equilíbrio;
no trabalho pesado, esse déficit aumenta durante todo o período. No final do trabalho, constata-
se uma captação de O2 muito acima do verificado em estado de repouso, antes do trabalho,
especialmente nos primeiros minutos. Tal valor precisa ser interpretado: a alta captação de O2
não depende apenas do déficit gerado no trabalho e, portanto, a ser restituído, mas também
de outros fatores, tais como temperatura corporal elevada, mais respiração, alteração do tônus
da musculatura e reabastecimento do reservatório de O2 do corpo. Com isso, o O2 restituído é
maior que o déficit antes gerado. Depois de trabalho leve, o déficit de O2 chega a quatro litros;
depois de trabalho pesado, pode chegar a vinte litros.

17
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Captação de O2 e frequência de pulso com rendimento crescente: em trabalho dinâmico,


aumenta a captação de O2 e a frequência de pulso com a intensidade de trabalho. Quanto maior
a solicitação, mais crescem os aumentos dessas variáveis. Assim, captação de O2 e frequência
de pulso são medidas para a solicitação. Com um rendimento que aumenta constantemente
e uma frequência constante de movimentos, a captação de O2 aumenta de forma linear até
um limite máximo. Depois de alcançar este máximo, a diferença entre o O2 demandado e o
suprido aumenta tão rapidamente que, em poucos minutos, ocorre o colapso agudo.

Mudanças de Variáveis no Sangue


Gases no sangue: em trabalho leve, as pressões parciais de O2 e CO2 nas artérias só se
alteram pouco em pessoas saudáveis. Em trabalho pesado, a pressão arterial parcial de CO2
diminui bastante, sem que a pressão de O2 se modifique.
Acidez no sangue: trabalho leve não altera o equilíbrio ácido-base do sangue. O CO2
adicional, gerado no trabalho, é trocado com o ambiente pelos pulmões. No trabalho pesado
ocorre uma acidose metabólica em função da geração do ácido láctico, que só em parte pode
ser compensada pela respiração.
Nutrientes no sangue: na pessoa saudável, o nível de glicose no sangue se altera pouco
no trabalho. Apenas em trabalho pesado por um período mais longo a concentração de glicose
diminui – um sinal da proximidade de colapso. A concentração de lactato é significativamente
variável, pois depende da quantidade produzida no músculo – solicitação e duração do trabalho
– no caso anaeróbico e das possibilidades de sua eliminação pelo organismo. O lactato é
reduzido ou oxidado nos músculos não ativos, no músculo do coração, nos rins e, em pequenas
quantidades, é transformado em glicogênio no fígado. Com alimentação rica em carboidratos,
a concentração de ácidos graxos livres e de glicerol nas artérias é pouco influenciada pelo
trabalho. Com alimentação mais equilibrada, essas concentrações podem crescer quatro vezes
ou mais em trabalho pesado por um período maior.
Outras substâncias: durante o trabalho muscular aumenta a concentração de eletrólitos
no sangue – por exemplo, potássio – e de substâncias orgânicas – por exemplo, transaminas.
Essas alterações são explicadas pelo fato de a membrana do músculo ficar porosa e permitir
a passagem de elementos intracelulares ao sangue. A volta ao estado de equilíbrio inicial pode
levar dias.

Mudanças na Termorregulação
O suor é tido como sinal de trabalho pesado. Mas a sudorese não depende apenas da
intensidade de trabalho, mas também das condições ambientais. Inicia quando o equilíbrio
térmico entre o corpo e o ambiente estiver perturbado. Verifica-se isso quando a pessoa
realiza trabalho muscular pesado, com produção significativa de calor, em um ambiente sem
condições de receber esse calor; em um ambiente com temperatura alta, umidade alta, falta
de convecção, radiação de calor em excesso como, por exemplo, em fundições; e se a pessoa
tiver ainda uma vestimenta inadequada, o corpo do trabalhador não consegue dissipar o calor
gerado no músculo, de modo que a sudorese passa a ser intensa.

18
No trabalho físico, o músculo precisa da circulação mais intensa para produzir trabalho
ou transformar energia e, por outro lado, a circulação periférica deveria ser mais intensa
para dissipar o calor no ambiente. Há um conflito entre os dois mecanismos e parece que
a demanda no músculo tem a preferência. De qualquer forma, a perturbação do equilíbrio
térmico do organismo humano é uma carga significativa para as pessoas no trabalho.

Fisiologia da Visão
Acompanhando a evolução dos organismos vivos e da matéria orgânica, como resposta
à luz, surgem os olhos que a detectam e tornam possível a inter-relação entre a matéria
altamente desenvolvida e seu contorno. A estrutura do olho se assemelha a uma câmara
fotográfica, onde a lente da câmara seria o cristalino do olho, as pálpebras funcionariam como
o dispositivo de abertura e fechadura da lente. O diafragma seria a íris e a retina seria a película
fotográfica ou filme. Nesse conjunto é que as imagens luminosas são convertidas em impulsos
nervosos que serão enviados ao cérebro.
Assim como acontece na câmara fotográfica, a abertura da pupila – íris – pode variar
automaticamente com o objetivo de controlar a quantidade de luz que entra no olho. Tal abertura
aumenta na penumbra aproximadamente até 8 mm de diâmetro e reduz-se com a presença da
luz intensa aproximadamente até 2 mm. Por outra parte, a coroides é uma membrana que se
encarrega de absorver os raios dispersos para obter uma imagem mais nítida.

Exames Periódicos
Os exames periódicos compreendem uma avaliação do estado de saúde dos trabalhadores de
uma empresa para que sejam tomadas as medidas necessárias à manutenção ou recuperação
da saúde.
São exames realizados por médicos do trabalho ou por médicos que estejam familiarizados
com as patologias relacionadas ao trabalho e que buscam identificar possíveis alterações
causadas pelos riscos inerentes à ocupação. Podem ser realizados bienalmente, anualmente
ou semestralmente, conforme o tipo de atividade desenvolvida pelo trabalhador.
Baseiam-se nas informações fornecidas pelo trabalhador, no exame físico e muitas vezes
na realização de exames complementares. Em relação aos exames complementares, são
solicitados a partir da faixa etária ou da identificação de riscos ocupacionais específicos. Em
geral, são exames de sangue, fezes e urina, mas em alguns casos podem ser necessários
também exames para avaliar a audição ou a visão.
O exame médico periódico tem como objetivo principal avaliar as condições gerais de saúde
do trabalhador para que este possa desempenhar suas funções adequadamente. Além disso,
através dos meios disponíveis, pretende buscar a melhor adaptação do trabalho ao homem e
a eliminação ou controle dos riscos existentes no trabalho.
Durante o exame são realizadas orientações para que o servidor não se exponha aos riscos
ou para que seja protegido de forma a não sofrer sua influência. Serve também para vigilância
epidemiológica, ou seja, orienta aos que prestam assistência aos trabalhadores na ocorrência
de mudança do padrão epidemiológico esperado na população em estudo.

19
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Como pode ser observado, o exame periódico faz parte de um conjunto de ações que visa
prevenir o surgimento de doenças ocupacionais por meio da promoção à saúde e prevenção
de doenças do trabalhador, diminuindo o absenteísmo por motivo de saúde e proporcionando
melhoria na qualidade de vida e aumento da produtividade.

Monitoramento Biológico
O monitoramento ambiental, entretanto, ao estimar a intensidade da exposição, não é
inteiramente satisfatório para evitar o risco decorrente da exposição ocupacional a xenobióticos.
São várias as associações que ocorrem entre a exposição e o efeito nocivo, o que os diferenciam
são a duração e o grau de intensidade de exposição e contaminação da atmosfera.
O trabalho extra ou pesado não é levado em consideração no monitoramento ambiental,
onde pode ocorrer até vinte vezes mais a inalação do ar por minuto do que se comparado à
execução de um trabalho leve.
Aspectos físicos como gênero, idade, etnia e hábitos alimentares também podem
diferenciar os resultados sentidos por cada organismo, se comparado em um mesmo agente
tóxico ocupacional.
Vantagens e limitações são identificadas no monitoramento biológico, onde é possível o
uso limitado dos agentes químicos, o que previne os efeitos carcinogênicos, mutagênicos ou
alergênicos, onde não se tem o conhecimento sobre as doses e seus efeitos nocivos. Entre as
vantagens do monitoramento biológico em relação ao ambiental, pode-se citar:
· Exposição relativa a um período de tempo prolongado;
· Exposição como resultado da movimentação do trabalhador no ambiente de trabalho;
· Absorção de uma substância, através de várias vias de introdução e não apenas através
do sistema respiratório;
· Exposição global, decorrente de várias fontes, sejam ocupacionais, sejam ambientais;
· Quantidade da substância absorvida pelo trabalhador, em função de outros fatores –
atividade física no trabalho e fatores climáticos;
· Quantidade da substância absorvida pelo trabalhador, em função de fatores individuais
– idade, gênero, características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados
à biotransformação e eliminação do agente tóxico.
Quando o monitoramento biológico é realizado, considera-se o fato de que o próprio
homem é a melhor indicação das condições de seu local de trabalho. No monitoramento
biológico se estima o risco à saúde dos indivíduos expostos a substâncias químicas com base
na exposição interna do organismo – dose interna –, de modo que todos os trabalhadores
são examinados, individualmente, procurando-se detectar precocemente uma exposição
excessiva – antes que alterações biológicas significativas ocorram –, ou algum distúrbio
biológico reversível – antes que tenha causado algum prejuízo à saúde –, têm-se então dois
tipos de monitoramento biológico.

20
Monitoramento Biológico Propriamente Dito ou de Dose Interna
O monitoramento biológico de dose interna foi definido como a medida e avaliação de
agentes químicos ou de seus produtos de biotransformação em tecidos, secreções, excreções,
ar exalado ou alguma combinação desses, para estimar a exposição ou o risco à saúde quando
comparado à referência apropriada.
Visa estimar a quantidade biodisponível do agente químico – dose interna. O objetivo desse
procedimento é assegurar que a exposição do indivíduo não alcance níveis nocivos. A dose
interna pode representar a quantidade:
· Recentemente absorvida do agente químico – exposição recente – como, por exemplo,
o fenol urinário na exposição ao benzeno;
· Ligada aos sítios de ação do agente químico – dose no órgão crítico – como, por exemplo,
o cádmio no tecido renal;
· Armazenada em um ou vários compartimentos do organismo – dose total integrada ou
dose específica em um órgão – como, por exemplo, o chumbo nos ossos.
Uma vez que o monitoramento biológico envolve prioritariamente a prevenção, o
monitoramento biológico de efeito seria conceitualmente contraditório ao primeiro. Todavia,
deve-se considerar que o efeito no qual esse monitoramento está baseado é o não nocivo.
O monitoramento de um efeito precoce, não nocivo e produzido por um agente químico pode,
em princípio, ser adequado para prevenir efeitos nocivos à saúde. Assim, o monitoramento
biológico de efeito é definido como a medida e avaliação de efeitos biológicos precoces,
para os quais não foi ainda estabelecida relação com prejuízos à saúde, em
trabalhadores expostos, para estimar a exposição e/ou riscos à saúde quando
comparados com referência apropriada.
Um efeito biológico pode ser definido como uma alteração bioquímica, funcional ou
estrutural, que resulte da reação do organismo à exposição. Essa alteração é considerada não
nociva quando:
· Mesmo com a exposição prolongada a um efeito biológico, não são identificados
transtornos na capacidade funcional e do organismo para compensar uma nova
sobrecarga;
· Os efeitos biológicos normalmente são reversíveis e não reduzem de forma perceptível a
capacidade do organismo em manter sua homeostase;
· Não aumentam as suscetibilidades do organismo aos efeitos indesejáveis de outros
fatores ambientais, tais como químicos, físicos, biológicos e/ou sociais.
A vantagem dos testes que medem os efeitos biológicos não nocivos é que fornecem melhor
informação sobre a quantidade do agente químico que interage com o sítio de ação.
Como exemplos de efeitos considerados não nocivos, temos a depressão da desidratase do
ácido delta-aminolevulínico no sangue (delta-ala D) e o aumento do zinco protoporfirina no
eritrócito (zn-pp) na exposição ao chumbo.

21
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Assim, o objetivo principal do monitoramento biológico, seja de dose interna ou de efeito, é


essencialmente o mesmo do monitoramento ambiental, ou seja, prevenir a exposição excessiva
aos agentes químicos que podem provocar efeitos nocivos, agudos ou crônicos nos indivíduos
expostos. Nos três casos, o risco à saúde é avaliado comparando o valor medido a um padrão
de segurança.
É necessário estabelecer claramente a diferença entre monitoramento biológico e vigilância
à saúde. Esta última é definida pelo comitê misto Comissão da Comunidade Europeia /
Occupational Safety and Health Administration / National Industrial Occupational Safety
and Health (CCE/OSHA/NIOSH) como “[...] exames médico-fisiológicos periódicos de
trabalhadores expostos, com o objetivo de proteger a saúde e detectar precocemente a doença”.
A detecção da doença instalada está fora do propósito dessa definição. Então a vigilância
à saúde utiliza indicadores sensíveis que auxiliam na detecção, porém não na prevenção de
sinais precoces de alterações orgânicas provocadas pela interação do agente químico com
o organismo.
A vigilância à saúde é um procedimento médico no qual se recombinam os diversos elementos
obtidos a partir do exame clínico do trabalhador, aos quais se somam os de monitoramento
biológico para se obter um quadro geral da condição e saúde do profissional, relacionando-a
com uma atividade específica.
Em programas de vigilância à saúde são utilizados os indicadores do efeito nocivo que revelam
a fase inicial, reversível, da intoxicação. Tais exames podem necessitar de especificidade com
relação à exposição. Como exemplos podem ser citadas as provas de função hepática, que
poderão estar alteradas em muitas moléstias do fígado e com o resultado do hábito de ingerir
álcool. O quadro hematológico altera-se não somente na exposição ao benzeno, mas também
em uma variedade de outros agentes químicos, além de numerosas moléstias originadas por
microrganismos.
Assim, a validação das provas a serem usadas na vigilância à saúde para determinar
efeitos precoces produzidos por agentes químicos é um processo difícil, pois a sensibilidade
e a especificidade dos exames devem ser conhecidas. De fato, programas de vigilância à
saúde utilizam o monitoramento biológico e o monitoramento de efeito como alguns de seus
critérios mais valiosos na detecção precoce de doenças decorrentes da exposição humana às
substâncias químicas.
Deve-se sempre levar em consideração que somente os indicadores altamente específicos,
para uma determinada patologia do órgão, é que podem ser considerados como instrumentos
úteis para o diagnóstico precoce de uma doença em processo de instalação. Assim, a vigilância
à saúde procura dar ênfase às características da exposição, especialmente tempo e duração,
associando-se ao estado de saúde, podendo ser aplicada com os seguintes objetivos:
· Comprovar a ausência de um efeito nocivo em uma exposição considerada aceitável ou
a eficiência das medidas ambientais adotadas;
· Dar atenção às alterações precoces do estado de saúde para poder interferir,
preventivamente, em relação à doença.

22
Ademais, as alterações do estado de saúde ocorrem com as seguintes características:
· Uma fase de indução, isto é, aquela em que decorre certo tempo para se iniciar o
processo de morbidade, após alcançar certa dose do agente químico no organismo;
· Uma fase de latência, que corresponde ao período compreendido entre o início do
processo de morbidade e o aparecimento das alterações funcionais que ainda não
permitem a sua individualização;
· A aplicação da vigilância à saúde, a exemplo do que acontece com o monitoramento
biológico, não pode ser confundida com os procedimentos que visam o diagnóstico.
É importante enfatizar que a manifestação de deterioração da saúde não ocorre
necessariamente no momento do reconhecimento médico. A ocorrência de certas
alterações biológicas pode, desde que evidenciada em tempo hábil, advertir que se não
forem modificadas as condições de trabalho, ocorrerão os transtornos funcionais.

23
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

Material Complementar
Vídeos:
A importância do médico do trabalho – Drª. Maria Aparecida Rocha | luz, câmera e ação contra o câncer. 5 fev. 2014
https://www.youtube.com/watch?v=dy_B68YqQwA
Curso NR 4 – Sesmt. 10 jan. 2013
https://www.youtube.com/watch?v=c5OMaGekyJ0&nohtml5=False
Vídeoaula 59: NR 4 - dimensionando o Sesmt. 8 fev. 2014
https://www.youtube.com/watch?v=_b8-JkOfQKg

Leituras:
PONTES, S. K. Produção enxuta e saúde do trabalhador: um estudo de caso. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2006.
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp020091.pdf

SALVE, M. G. C. Ambiente de trabalho, sedentarismo e doenças não transmissíveis de trabalhadores de bancas de jornal.
Salusvita, v. 28, n. 3, 2009.
http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v28_n3_2009_art_05.pdf

VALENÇA, V. Condições de trabalho, produtividade e riscos à saúde do trabalhador na atividade do corte manual de cana: um
estudo de caso na usina Santa Adélia. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de
São Carlos, São Carlos, SP, 2007.
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp027806.pdf

24
Referências

ACGIH. TLVs and BEIs: based documentation of threshold limit values for chemical
substances and physical agents & biological exposure indices. Cincinnati, 2012.

ACGIH. TLVs and BEIs: based documentation of threshold limit values for chemical substances
and physical agents & biological exposure indices. Cincinnati, 2012. Adopted values

BRITTES, R. M. A atuação do Ministério Público na construção de um saber


emancipatório no campo da saúde do trabalhador. 2007. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, 2007. Disponível em:<http://
livros01.livrosgratis.com.br/cp051342.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

CEE - EUROPEAN COMMISSION. Recommendation from the Scientific Committee


on Occupational Exposure Limits for acrylamide: SCOEL/SUM/139. [S.l.], 2011.

CEE - EUROPEAN COMMISSION. Recommendation from the Scientific Committee on


Occupational Exposure Limits for trichloroethylene: SCOEL/SUM/142. [S.l.], 2009.

CEE- EUROPEAN COMMISSION. Methodology for the derivation of occupational


exposure limits: key documentation (version 6).

CEE- EUROPEAN COMMISSION. Recommendation from the Scientific Committee on


Occupational Exposure Limits for Manganese and Inorganic Manganese Compounds.

CEE- EUROPEAN COMMISSION. Recommendation from the Scientific Committee


on Occupational Exposure Limits for aniline: SCOEL/SUM/153. [S.l.], 2010.

COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da máquina humana.


Belo Horizonte, vol. I. Ergo, 1995

DREHER, A. de C. P.; MARISCO, N. da S. Doenças ocupacionais: um enfoque nos


profissionais de enfermagem da hemodiálise. 2010. Disponível em: <http://www.unicruz.edu.
br/15_seminario/seminario_2010/CCS/DOEN%C3%87AS%20OCUPACIONAIS-%20
UM%20ENFOQUE%20NOS%20PROFISSIONAIS%20DE%20ENFERMAGEM%20DA%20
HEMODI%C3%81LISE.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

MELO JUNIOR, A. da S. O ambiente e as doenças do trabalho [apostila]. João Pessoa,


PB: Iesp, 2011. Disponível em: <http://www.iesp.edu.br/iesp/downloads/posgraduacao/
segurancas4/PROF.%20ABELARDO%20JUNIOR/Apostila%20-%20O%20Ambiente%20
e%20as%20Doen%C3%A7as%20do%20Trabalho%20(Iesp).pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

25
Unidade: Doenças ocupacionais I e o corpo humano

MENEZES, A. R. R. de. Condições térmicas e suas implicações na saúde do trabalhador


em indústria de panificação: estudo de caso. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2006. Disponível em:
<http://livros01.livrosgratis.com.br/cp073669.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

MORAES, J. de A. de. Agrotóxicos: do uso aos agravos à saúde do trabalhador rural de


Bom Jesus do PI. 2007. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) -
Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, 2007. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.
com.br/cp047949.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

NIOSH. CDC. Documentation for immediately dangerous to life or health


concentrations (IDLHs). Atlanta, 1994.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. A prevenção das doenças


profissionais. 2013. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/
lisbon/pdf/safeday2013_relatorio.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.

OSHA. 8-hour total weight average (TWA) permissible exposure limit (PEL).

OSHA. Occupational exposure limits.

ROHMERT, W. Formen menschlicher Arbeit In: ROHMERT, Walter, RUTENFRANZ,


Joseph (eds) Praktische Arbeitsphysiologie. Stuttgart, New York: Thieme, 1983.

Soto, J. M. O. G. et al. Norma regulamentadora (NR -15) da Portaria n. 3214, de


8.6.1978: um pouco da História e Considerações do grupo que a elaborou.

Wisner, A. (1987). Por dentro do trabalho: Ergonomia, método e técnica. São


Paulo:FTD/Oboré.

26
Anotações

27

You might also like