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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ALINE FAUSTINO VERSORI

AMAMENTE

Promoção proteção e apoio ao aleitamento materno na atenção primária à saúde.

SINOP - MT
2023
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ALINE FAUSTINO VERSORI

AMAMENTE

Promoção proteção e apoio ao aleitamento materno na atenção primária à saúde.

Trabalho de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade
Federal de Mato Grosso, Campus
Universitário de Sinop, como
requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em
Enfermagem

Orientadora: Profª Dra. Kamilla


Maestá Agostinho Norte
Coorientadora: Profª Dra. Sonia
Vivian de Jezus

SINOP - MT
2023
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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais, Deni e Marcia, que nunca mediram esforços para me
ajudar a enfrentar todos os anos que estive aqui na faculdade, onde muitas vezes tiraram deles,
para suprir a mim, oraram e intercederam por minha vida, sem vocês eu nunca teria chegado
tão longe, obrigada por acreditarem em mim.
Ao meu irmão Danilo, pelo amor, carinho e sucesso desejado a mim ao longo desses anos.
Ao meu esposo Thayrik, que iniciou esta jornada junto a mim, esteve comigo todas as vezes
que quis desistir, mas sempre me manteve positiva me falando que eu era capaz de continuar e
finalizar minha graduação.
A minha Avó Anna que sempre esteve ao meu lado orando por mim pedindo que Deus me
capacitasse.
As minhas amigas, Maria, Pammela e Isabela, escutaram e me acolheram com tanto amor
todas as vezes que desabei, mas também comemoraram junto a mim todas minhas conquistas,
obrigada amigas por estarem comigo em todas as fases da minha vida.
E a minha prima Queila e sua família, por terem sido minha rede de apoio aqui em Sinop-
MT desde que chegaram, sendo uma casa para mim, sempre me ajudando e sendo prestativa
comigo.
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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, que foi bondoso comigo a todo tempo, primeiro porque
me dar a oportunidade de passar em uma faculdade federal, depois me capacitou para que eu a
terminasse e peço que continue me abençoando neste novo ciclo que se inicia em minha vida,
que eu possa ser sua imagem e semelhança através dessa profissão que me proporcionou a ter.
A mim mesma que por muitas vezes me senti incapaz me levantei e mostrei que quem me
capacita é Deus, a todas as vezes que chorei e que sorri, mas me mantive em pé, e
principalmente por não ter desistido, por ter acredito em mim e saber que serei uma ótima
profissional naquilo que me propuser a fazer, pois esse é o meu chamado de vida, servir ao
próximo.
A minha orientadora Profa Dra° Kamilla Maestá que acreditou no meu potencial como aluna
e me fez apaixonar ainda mais pelo mundo da amamentação, que sempre me tratou com tanto
carinho e me ajudou a me redescobrir como acadêmica e pessoa. Obrigada por ter sido
GRANDE na minha caminhada.
A minha co-orinetadora Profa Dra° Sonia Vivian que me auxiliou na reta final com tanto
carinho e disposição.
Aos meus colegas de sala que sempre estiveram dispostos a me ajudar quando precisei ao
longo da minha estrada acadêmica.
A minha amiga Victória que participou comigo em todos os estágios, sempre me ajudando
nas dificuldades, e me ensinou a ver a vida de outra forma.
E a equipe da Unidade Básica de Saúde Primaveras, por ter aberto as portas para pudesse
desenvolver minha pesquisa, a cada profissional que se dispôs a responder e assim somar no
meu trabalho.
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SUMÁRIO

1.

INTRODUÇÃO....................................................................................................................6
2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................................8
3. OBJETIVOS..........................................................................................................................9

3.1 GERAL.................................................................................................................................9
3.2 ESPECÍFICOS......................................................................................................................9
4. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................10

4.1 O QUE É ATENÇÃO BÁSICA.........................................................................................10


4.2 ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA.....................................................................11
4.3 ALEITAMENTO MATERNO...........................................................................................11
4.3 ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO
ALEITAMENTO MATERNO.................................................................................................14
4.4 AÇÕES, PROMOÇÃO E PROTEÇÃO AO ALEITAMENTO MATERNO NO BRASIL
E POLÍTICAS PÚBLICAS......................................................................................................15
5. METODOLOGIA...............................................................................................................20

5.1 LOCAL DO ESTUDO........................................................................................................20


5.2 TIPO DE ESTUDO.............................................................................................................20
5.3 SUJEITOS DO ESTUDO...................................................................................................20
5.4 COLETA DE DADOS........................................................................................................21
5.5 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................................22
5.6 ASPECTOS ÉTICOS..........................................................................................................22
REFERÊNCIAS......................................................................................................................23

APENDICÊS............................................................................................................................26
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).................................26

APÊNDICE B - Questionário para coleta de dados..................................................................27

ANEXOS..................................................................................................................................30
ANEXO A- Parecer consubstanciado do comite de etica em pesquisa....................................30

ANEXO B- Carta de autorização da instituição co-participante – CIES..................................35

ANEXO C – Declaração de local da pesquisa e autorização para uso da infraestrurura..........38


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UFMT Universidade Federal de Mato Grosso

AM Aleitamento materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AB Atenção básica

SUS Sistema Único de saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

PNSMI Pesquisa nacional sobre saúde materno-infantil

PNSDS Pesquisa nacional de demografia e saúde

ENANI Estudo nacional de alimentação e nutrição infantil

UNICEF Fundo das nações unidas para infância

PNIAM Programa nacional de incentivo ao aleitamento materno

IHAC Iniciativa hospital amigo da criança

WABA Word aliance for breastfeeding action

NCAL Normas de comercialização de alimentos para lactentes

NBCAL Normas brasileiras de comercialização de alimentos para lactentes

PRMI Projeto de redução de mortalidade infantil

RBLH-BR Rede brasileira de banco de leite humano

CNS Conselho nacional de saúde

EAAB Estratégia amamenta e alimenta Brasil

ENPACS Estratégia nacional de promoção da alimentação complementar saudável

PNAIS Política nacional de atenção integral a saúde da criança

PNPS Política Nacional de Promoção da Saúde

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição


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RESUMO

O leite materno é um alimento completo que proporciona uma gama vantagens para o
bebê, deve ser oferecido de forma exclusiva até os seis meses de idade e como complemento
até os dois anos. O papel do profissional da saúde, é informar a gestante e puérpera sobre essa
importância e prestar uma assistência de qualidade. Objetivos: Analisar a assistência prestada
para gestantes e puérperas na promoção proteção e apoio ao aleitamento materno, na atenção
primária à saúde do município de Sinop. Metodologia: trata-se de uma pesquisa descritiva,
transversal, de abordagem quantitativa, cujo participantes foram médico, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Agente Comunitário de Saúde á área de
abrangência da Unidade Básica de saúde do Primaveras, situada no município de Sinop-MT.
A coleta de dados será realizada através de um questionário, aplicado em uma sala privada em
média de 30 min para responder. O projeto foi aprovado pelo CEP com CAAE:
66720123.8.0000.8097, Nº PARECER: 5.969.327. Resultado e discussões: Ao traçar o perfil
sociodemográfico desses profissionais a maioria eram do sexo feminino 93,25% (n=15),
solteiros 43,75% (n=7) de raça/cor predominante parda 56,25% (n=9), relataram que na
unidade realizavam atividades de incentivo ao aleitamento materno. Foi possível dimensionar
o conhecimento dos profissionais em aleitamento materno e os resultados indicaram a falta de
capacitação em aleitamento materno visto que somente 43,75% (n=7) possui um
conhecimento adequado. Considerações finais: Diante dos resultados, se torna
imprescindível fomentar uma educação continuada através de capacitações e workshops, para
esses profissionais a fim de desenvolver um atendimento pautado na humanização que deve
ser reforçado principalmente por gestores, no intuito de buscar e alcançar que Sinop-MT
possa vir ser referência em amamentação.

Palavras-chave: Aleitamento materno, Atenção primária a saúde, Pessoal de saúde

Key-words: Breast Feeding, Primary Health Care, Health Personnel


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ABSTRAT

Breast milk is a complete food that provides a range of advantages for the baby and should be
offered exclusively until six months of age and as a complement until two years of age. The
role of the healthcare professional is to inform pregnant and postpartum women about its
importance and provide quality care. Objectives: To analyze the assistance provided to
pregnant and postpartum women in the promotion, protection, and support of breastfeeding in
primary health care in the city of Sinop. Methods: This is a descriptive, cross-sectional
research with a quantitative approach, whose participants were doctors, nurses, nursing
technicians, nursing assistants and community health agents in the coverage area of the Basic
Health Unit of Primaveras, located in the city of Sinop-MT. Data collection will be performed
through a questionnaire, applied in a private room in an average of 30 min to answer. The
project was approved by the CEP with CAAE: 66720123.8.0000.8097, PARECER #:
5.969.327. Results: When tracing the sociodemographic profile of these professionals, most
were 93.25% female (n=15), single 43.75% (n=7) of predominant race/color brown 56.25%
(n=9), reported that in the unit they performed activities to encourage breastfeeding. It was
possible to measure the professionals' knowledge on breastfeeding and the results indicated a
lack of training on breastfeeding since only 43.75% (n=7) had adequate knowledge. Final
considerations: Given the results, it is essential to promote a continued education through
training and workshops for these professionals to develop a service based on humanization
that should be reinforced mainly by managers, to seek and achieve that Sinop-MT can become
a reference in breastfeeding.

Key-words: Breast Feeding, Primary Health Care, Health Personnel


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1. INTRODUÇÃO

O leite materno é um alimento completo que proporciona todos os nutrientes


necessários para o desenvolvimento do bebê, devendo ser oferecido até os dois anos ou mais e
de forma exclusiva para a criança até os seis meses de vida (BRASIL, 2015).
Ele possui uma ampla gama de vantagens tanto à mãe como para a criança, como
prevenir infecções gastrintestinais e respiratórias ao bebê e facilitar a involução uterina na
mulher (PIVETTA et al., 2018), além de estimular o desenvolvimento cognitivo e sensorial
(VISITIN et al., 2015).
Apesar de todos os seus benefícios, no Brasil, as taxas de aleitamento materno estão
aquém do indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entre crianças com idade
inferior a 4 meses a prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) foi de 60,0%, entre
as crianças com menos de seis meses de idade foi de 45,7% e aos 12 meses (crianças de 12 a
15 meses) foi de 53,1% (UFRJ, 2021).
A OMS estima que as taxas de AME até os seis meses de vida deveriam ser ao menos
de 50%, no mundo a taxa fica em torno de 37%, estima-se que o AME possa prevenir cerca
de 823.000 mil mortes infantis por ano, 20.000 mortes materna e gerar uma economia de $302
bilhões de dólares (WABA, 2017; VICTORA et al, 2016).
No mundo, apenas quatro em cada dez (44%) crianças são amamentadas
exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida. Na região das Américas, essa taxa é de 38%
das crianças e somente 32% continuam sendo amamentadas até os dois anos. (OPAS,2021).
Entretanto se a recomendação aleitamento materno exclusivo por seis meses e
complementado por dois anos ou mais fosse cumprida, no mundo em desenvolvimento,
poderiam ser salvas 1,47 milhões de vidas por ano, segundo estudo de avaliação de risco
(BRASIL,2015).
De acordo com o Ministério da Saúde a ênfase sobre o aleitamento materno (AM) para
mãe, deve ser dada em diferentes momentos e circunstância, bem como no pré-natal, grupos
de gestantes e atendimento individual, o aconselhamento e avaliação principalmente das
mamas deve-se iniciar logo, se tornando dispensável a “preparação das mamas” para
amamentar (BRASIL, 2009).
Atualmente o Brasil possui políticas e programas que norteiam as ações na saúde, como
a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) – 2006; a Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB) – 2011; a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) – 2012; a
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Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno; e a Rede Cegonha


– 2011. (BRASIL,2015)
O papel do profissional de saúde primária, cujo ele, tem o primeiro contato com a mãe,
é informar sobre a importância do aleitamento materno, atentar-se sobre suas necessidades e
dificuldades, e com seu conhecimento técnico e científico, passar segurança para mãe nesta
nova etapa que se inicia em sua vida. A falta de conhecimento e crendice populares, faz com
que o despreparo do profissional desencadeie um desmame precoce (ALEIXO et al., 2019).
Orientar as gestantes quanto a importância do AM, o tempo ideal do AM, os malefícios
quanto ao desmame precoce, problemas e dificuldades durante o aleitamento materno e a
importância da amamentação ainda na sala de parto. (BRASIL,2015). Os primeiros dias após
o parto são fundamentais para o sucesso da amamentação, pois é um período de intenso
aprendizado para a mãe e o bebê.
O puerpério se torna um reflexo do aconselhamento dado durante as consultas de pré-
natal, sendo assim, é necessário reforçar e discutir alguns aspectos às mães a fim de dar
continuidade a amamentação do seu filho, ao profissional, saber sanar suas dúvidas e ajudá-la
em suas dificuldades, estar preparado para acompanhar todo o processo da amamentação e
crescimento desse bebê (BRASIL,2015).
Se preocupar com a saúde futura deles torna-se responsabilidade desses profissionais,
que possui a oportunidade de cuidar desde o ventre até o nascimento, acompanhando até a
primeira idade. O profissional precisa estar preparado e capacitado de forma cientifica para
oferecer uma assistência eficaz e solidária, que irá respeitar a particularidade de cada mulher e
assim, ajudar quando aos seus medos e dificuldade no AM.
Sendo assim, este estudo busca analisar a assistência prestada para gestantes e
puérperas na promoção proteção e apoio ao aleitamento materno, na atenção primária à saúde
do município de Sinop.
Além de beneficiar ainda mais o projeto amamente que vem fornecendo a
informação sobre o AM através de palestras na unidade básica de saúde, bem como também
consultoria.
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2. JUSTIFICATIVA

Como estudante de enfermagem ao me deparar diversas vezes com equipes em


atenção primária e serviços especializados disseminando conhecimentos de crendices
populares relacionados ao aleitamento materno, percebi como o presente assunto tem se
tornado indispensável durante o pré-natal e puerpério, sendo um dos protagonistas durante a
gestação.
Dito isso, diversos estudos saem corriqueiramente sobre o aleitamento materno
atualizando os profissionais quanto as suas práticas e na colaboração em tornar esse momento
mais prazeroso para ambos, mãe e bebê.
O que me leva a pensar se os profissionais têm dado devida importância ao aleitamento
materno e realizado ações para amplificar o conhecimento daqueles que trabalham dentro do
âmbito da saúde, auxiliando essas mulheres em um momento de vulnerabilidade emocional.
Em um país onde ainda se prevalece a baixa renda, o aleitamento materno se torna um
fator econômico, tendo em vista que, amamentar no seio se tona mais barato do que
amamentar com fórmulas. Considerando ainda o impacto positivo que o AM possui a longo
prazo para a saúde do bebê.
Esta pesquisa também permitirá mensurar os resultados obtidos pelo Projeto
Amamente dentro da unidade de saúde, e beneficiando assim não somente a população que é
o público-alvo, como também os profissionais.
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3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Identificar a assistência prestada para gestantes e puérperas na promoção, proteção e apoio ao


aleitamento materno, na atenção primária à saúde do município de Sinop.

3.2 Específicos

 Caracterizar o perfil dos profissionais de saúde da UBS Primaveras, no


município de Sinop.
 Distinguir o conhecimento dos profissionais de saúde atuantes na atenção primária
(médico, enfermeiro e técnico de enfermagem) quanto às práticas na promoção e apoio
do aleitamento materno no município de Sinop.
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4. REFERENCIAL TEÓRICO
A fim de compreendermos a importância do acolhimento quanto a amamentação, se
faz necessário entender a função da complexidade da atenção primária e função dos
profissionais cujo eles são responsáveis.

4.1 O que é Atenção Básica

A denominação Atenção Básica (AB) é adotada no Brasil, com os mesmos princípios


e diretrizes da Atenção Primária a Saúde, sendo ela o primeiro nível de atenção em saúde
(GIORDANI et.al, 2020), neste texto utilizaremos o termo Atenção Básica.
Mesmo sabendo que há diferenças quando comparada com municípios de pequeno e
grande porte, se torna imprescindível o entendimento do fundamento quanto a estratégia que
estão explicitas na Portaria 648/GM de 28 de março de 2006, que instituiu a Política Nacional
de Atenção Básica.
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito
individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006)
É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas
e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem
delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade
existente no território em que vivem essas populações. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
Na atenção básica utiliza-se tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade,
que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território.
É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do
cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização,
da equidade e da participação social. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na
integralidade e na inserção sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e
tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas
possibilidades de viver de modo saudável. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua
organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
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4.2 Acolhimento na Atenção básica


Para se ter êxito nas práticas do acolhimento não basta apenas ações burocráticas,
também é necessário aspectos técnicos e políticos na instituição para que se possibilite a
adaptação as necessidades profissional e usuário. (GIORDINO et.al, 2020)
No Município de Sinop-MT onde está pesquisa foi desenvolvida o acolhimento ao
usuário na atenção básica é descrito no Protocolo de Enfermagem em Atenção à Saúde, LEI
2127 (SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE SINOP, 2015) traz a forma que se deve
acolher o usuário na atenção Básica.
Segundo a lei supracitada o acolhimento deve ser ofertado de forma espontânea
segundo sua demanda, dividindo os papeis de cada profissional para que assim possa se
prestar um atendimento de qualidade. O profissional deve receber e escutar o usuário e assim
ofertar cuidado com base na necessidade de saúde, seja essa necessidade, um agendamento,
orientação ou intervenção. Assim desburocratiza o atendimento e aumenta a resolutividade da
equipe em prestar um bom atendimento, levando ainda mais a promoção de saúde, já que o
usuário é conhecido, pois moram nas proximidades e sempre estão à procura do serviço.
(SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE SINOP, 2015).
Em contrapartida como referência em acolhimento ao Aleitamento Materno temos o
Protocolo e Diretrizes de Atendimento em Aleitamento Materno da Secretária Municipal de
Saúde de Ribeirão Preto, este documento visa a promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno no município oferecendo subsídios aos profissionais da atenção básica, durante o
acolhimento, pré-natal e puerpério, e temas que são abordados durantes as consultas e visitas.
(SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE RIBEIRÃO PRETO, 2020).
Seguindo o fluxograma do Protocolo citado acima o profissional irá acolher essa
gestante e acompanhá-la durante pré-natal e puerpério, realizará entrega de materiais didáticos
a essas parturientes, orientações durante pré-natal, grupos (pré-natal) coletivos com as
parturientes da unidade e educação em saúde na sala de espera. Durante as consultas, abordar
temas específicos, como alimentação da criança, experiência com o aleitamento materno e a
importância do mesmo para bebê/mãe, pega correta, uso de chupetas etc. (SECRETÁRIA
MUNICIPAL DE SAÚDE RIBEIRÃO PRETO, 2020).
4.3 Aleitamento Materno

A psicofisiologia da amamentação caracteriza como uma grande orquestra organizada,


onde cada um possui sua função, o hipotálamo sendo a orquestra, a mama, a solista, a música
o leite e o aprendiz, o organismo do bebê. (CARVALHO; GOMES, 2016).
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Assim como estímulos emocionais negativos e estresses podem inibir o reflexo


neuroendócrino de produção e ejeção do leite, a amamentação prazerosa aumenta o
condicionamento do reflexo, onde pelo pensar no bebê, pode ocorrer a descida do leite, Aline
provando que para uma amamentação bem-sucedida, é necessária o reflexo neuroendócrino e
cascatas moleculares de células secretores, mais acima de tudo, a relação materno-infantil.
(CARVALHO; GOMES, 2016).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo
até os seis meses de idade. E mesmo após a introdução alimentar, siga com o AM até os dois
anos de idade. (BRASIL, 2022).
De acordo com o Ministério da Saúde (MS) aleitamento materno é forma mais fácil e
econômica de proteção para criança contra doenças gastrointestinais e respiratórias.
(BRASIL, 2022). Não trazendo somente benefícios ao bebê, bem como a mãe também, pois
além de protegê-la de câncer de mama e diabetes tipo II, também protege: câncer de ovário,
câncer de útero; hipercolesterolemia, hipertensão e doença coronariana; obesidade; doença
metabólica; osteoporose e fratura de quadril; artrite reumatoide; depressão pós-parto; e
diminuição do risco de recaída de esclerose múltipla pós-parto (BRASIL, 2015).
Amamentar é muito mais que nutrir e proteger a criança, é uma forma de vínculo e
interação entre mãe e filho (BRASIL, 2015).
O leite materno quando comparado com outros leites de outras espécies, contém todos
os nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança, principalmente cognitivo,
quando comparadas a crianças não amamentadas e de baixo peso ao nascer, possui vantagens
aqueles que foram amamentados. (BRASIL, 2015).
Mesmo sabendo de todos os benefícios do aleitamento Materno, ainda há uma
prevalência do desmame precoce diante da má informação e problemas que as nutrizes
encontram logo no começo da amamentação (BRASIL, 2015), por outro lado ouve um grande
avanço na amamentação desde 1986 segundo a Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-
Infantil e Planejamento Familiar (PNSMI) e as Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde
(PNDS) de 1986 a 2006, mostrou que o AME até os 6 meses aumentou de 4,7% em 1986
para 37,1% em 2006, e o AME continuado após um ano de vida, elevou de 25,5% para 45,4%
no mesmo período. (UFRJ, 2021).

Gráfico 1: Crescimento do AME até os 6 meses entre 1986 e 2019.


16

59.7

37.1

0.047
1986 2006 2019

Fonte: Própria autora 2023.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) traz dados do


percentual do AME no Brasil, período de fevereiro de 2019 a março de 2020 identificou que o
percentual de crianças de até 4 meses alimentadas em AME foi de 59,7%, menores de 6
meses foi de 45,8% e entre 4 e 5 meses, 23,3%. (UFRJ, 2021).

Gráfico 2: AME no Brasil em menores de 4 meses até os 6 meses de idade.

Gráfi co de AME no Brasil

59.70%
45.80%

23.40%

Men o r es d e 4 m eses Men o r es d e 6 m eses En t r e 4 e 5 m eses

Fonte: Própria autora 2023.


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Mesmo que o aumento do percentual do seja significativo, cabe ressaltar as metas da


OMS para 2030 sejam estabelecidas no pacto pela saúde, mesmo com os aumentos ainda
estamos bem distantes do recomendado que é de 70% de AME em crianças menores de 6
meses, ou seja é necessário aumentar 25 pontos desses indicadores para alcançar a meta.
(UFRJ, 2021)
Quanto ao AM continuado após o segundo ano de vida identificou-se uma taxa de
35,5% sendo que o recomendado pela OMS até 2030 é de 60% (UFRJ, 2021).
Pelos avanços e promoção do aleitamento materno que vem sendo implementado e suas
políticas, o Brasil é reconhecido como exemplo no aleitamento materno. (CARVALHO;
GOMES, 2016).
Apesar da evolução ser significante desde 1986, ainda estamos longe da meta da
OMS, o fato de reforçar o AME através de novas políticas públicas e conhecimento básico da
equipe multidisciplinar que atuam diretamente com essas futuras lactantes, fará enorme
diferença para avançarmos ainda mais para conquistar o que foi proposto.

4.3 Atuação dos profissionais na promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno

O profissional da saúde é responsável em ajudar a nutriz a lidar com as pressões em


relação a amamentação e ajudá-la a tomar decisões confiante. Isso se dá pela disposição do
mesmo em ouvir essa nutriz e entender seus anseios para prestar apoio. (CARVALHO;
GOMES 2016)
Um dos fatores que afetam a prática e a orientação do aleitamento materno em
consultas pré-natais é o despreparo de técnica e conhecimento dos profissionais que prestam
cuidado a mulher, por isso é necessárias tais profissionais se apoderarem desse conhecimento
para que assim possam aprimorar sua assistência. (BRAZARELLA et.al, 2020).
Em um estudo realizado através de um questionário dirigido aos profissionais de
saúde, no município da região metropolitana do Espírito Santo mostrou a eficiência da equipe
multiprofissional (Médicos, enfermeiros e técnico enfermagem) que atua na promoção do
aleitamento materno no pré-natal, nos resultados notou-se pouco incentivo a manejo do AM, o
mais praticado são o atendimento pré-natal e consulta de puericultura, mostrando que estes
profissionais não estavam capacitados em orientar e realizar técnica em AM.
(BRAZARELLA, eat.al, 2020)
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No que diz respeito ao incentivo a amamentação, a função do Enfermeiro e Médico,


deve ser reforçar essa mulher sua capacidade instintiva e fisiológica para possuir sucesso
nesta tarefa. (CARVALHO; GOMES, 2016)
É importante assim aconselhar a nutriz na prática e de forma didática demonstrando
pega correta, sucção, posição, de irá ajudar o bebê a retirar o leite de forma eficiente sem
machucar as mamas e levar a diminuição do leite. (FONSECA et.al, 2020)
Outro ponto é quando acaba a licença-maternidade e a mãe deve voltar a trabalhar,
ensinar o manejo de ordenha e armazenação correta desse leite é primordial para que o AM
seja continuado. (FONSECA et.al, 2020)
Quando o assunto é amamentar, o profissional deve ir muito além de só aconselhar,
deve empoderar essas mulheres, com embasamento técnico científico, para que não haja
dúvidas sobre sua fala. (CARVALHO; GOMES, 2016)
Destaca-se como algumas nutrizes idealizam a amamentação, porém se frustram ao
lidar com a realidade, sendo importante o estabelecimento de confiança entre o profissional e
mulheres no ciclo gravídico-puerperal. (FONSECA, et.al, 2020)
Sendo assim, empregar a técnica do aconselhamento é fundamental para um bom
acolhimento nos serviços de saúde, adotar uma postura empática, transmitir confiança em um
ambiente calmo e privativo, ajudará a mulher que acabou de se tornar mãe estabelecer que o
aleitamento materno não é um procedimento técnico comum. (CARVALHO; GOMES, 2016).
Além do mais, a técnica do manejo na amamentação é de extrema importância para a
equipe multiprofissional que cuidara dessa nutriz para que assim, ela possa oferecer o leite
materno de forma saudável para o bebê.
A partir do momento que o profissional devidamente capacitado informar essa nutriz
sobre os benefícios da lactação, ela por instinto materno irá querer amamentar, e apesar do
bebe nascer sabendo sugar, nem sempre eles nascem com a sucção aflorada, necessitando
assim de um auxilio profissional para aprender, após técnicas especificas ele pode sugar de
forma efetiva e assim aproveitar os benefícios que o leite materno o traz, evitando assim um
desmame precoce e até mesmo um frustração maternal a nutriz.

4.4 Ações, promoção e proteção ao aleitamento materno no Brasil e políticas públicas

A seguir será descrito marcos importantes ao incentivo ao aleitamento materno nas


políticas nacionais.
19

A criação de políticas públicas para o incentivo ao AM no Brasil ocorreu devido as


altas taxas de mortalidade infantil no país no século XIX. Com a industrialização e a
consequente inserção da mulher no mercado de trabalho. (BRASIL, 2017)
No século XIX devido a inserção da mulher no mercado trabalho, crenças contra a
amamentação e o marketing com propagandas de alimentos industriais, ocorreu um sério
declínio no AM, levando um alto impacto na mortalidade infantil (BRASIL, 2017).
Diante deste fato em 1981 foi criado, por recomendação da OMS e o Fundo das
nações unidas para a infância (UNICEF), o Código Internacional de Comercialização de
Substitutos do Leite Materno pela Assembleia Mundial de Saúde e no mesmo ano foi
instituído o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM) pela portaria
N° 42 do Ministério da Saúde, para promoção, proteção e apoio ao AM. (BRASIL, 2017)
Este programa ainda propôs a implantar alojamentos conjuntos na maternidade (sendo
aprovado em 1982 pela portaria 18) não ofertar água e leite (fórmula) após o nascimento, mas
já incentivar o AM imediatamente, propôs a criação de creches no Brasil e a possibilidade de
aumento na licença maternidade. (BRASIL, 2017).
No ano de 1988 regulamentou-se a portaria GM/MS nº 322 (atual portaria nº 2.193, de
14 de setembro de 2006) para a regulação e instalação de banco de leite no mesmo ano
institui-se a Normas para Comercialização de Alimentos para Lactentes (Ncal) pela resolução
N° 5 de acordo com a necessidades de comercializações no Brasil, no mesmo ano foi
aprovado pela promulgação da constituição a licença maternidade de 120 dias e para os pais
de 5 dias, assegurando o direito da mulher durante a AM. (BRASIL, 2017 e BRASIL, 2006)
A OMS juntamente com a UNICEF publicou, em 1989, publicaram os Dez Passos
para o Sucesso do Aleitamento Materno e 1990 lançaram “Declaração de Inoccenti” que
buscava metas para alcançar o AM exclusivo dos 4 aos 6 meses e complementar até os 2 anos
de idade juntamente com alimentos complementares. (BRASIL,2017)
Logo em 1991 foi criado a inciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) que buscava
manter o AM mesmo com a jornada de trabalho da mulher e o Brasil foi um dos 12° primeiros
países a adotar esta iniciativa.
No mesmo ano a World Alliance for Breastfeeding Action (WABA), divulgou a
Semana Mundial do Aleitamento Materno que hoje é determinada a ser no mês de agosto pela
lei n° 13.435/2, visto com grande relevância no país, diante dos acontecimentos a Ncal
passava por melhorias, assumindo uma nova denominação de Norma Brasileira para
Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL) que em 1992 obteve um marco
20

importante no qual promoveu o uso comercial de alimentos substitutos ao leite materno bem
como objetos também sendo eles, chupeta, mamadeiras e bicos. (BRASIL,2017)
Com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil e aprimorar ainda mais os programas
já lançados, na década de 1990 o governo lançou o Projeto de Redução da Mortalidade
Infantil (PRMI), e criou pela Portaria N° 322/88 (sendo substituída pela RDC nº 171, de 4 de
setembro de 2006.) a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH-BR) no Centro de
Referência Nacional da Fundação Oswaldo Cruz. (BRASIL, 2017 e FIOCRUZ, s.d)
E seguiu-se anos a frente com o governo lançando vários programas para a promoção
do AM como Programa de Humanização no Pré-natal, Parto e Nascimento e o Método
Canguru para um cuidado humanizo com recém-nascido baixo peso pela portaria GM/MS nº
693/2000. (BRASIL,2017 e BRASIL 2000)
Nos anos de 2000 o Brasil passou por várias mobilizações, como a revisão da
resolução n° 31 do CNS no qual publicou 3 portarias: Portaria MS nº 2.051/2001, RDC 221
para controles de bicos, chupetas e mamadeiras e RDC 222 para controle de alimentos para
lactentes até 3 anos de idade em que ela passou a se chamar Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos,
Chupetas e Mamadeiras – NBCAL, normatizou a Semana mundial da amamentação, além do
Dia Nacional de Doação de Leite Humano pela Portaria GM/MS nº 1.893/2003 (IBFAN,
2020 e BRASIL, 2003)
Além dessas ações ainda ocorreram o projeto “Carteiro Amigo” para divulgar a
importância do AM com a parceria com os a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) e o projeto “Bombeiros da Vida” que tinha a participação dos bombeiros para a coleta
do leite materno a domicílio. (BRASIL,2017).
No ano de 2006 discutiu-se o pelo pacto da saúde com “várias metas assistenciais em
busca de melhoria da situação de saúde da população brasileira, a redução da mortalidade
neonatal em 5% ao ano e 50% de óbitos infantis por doenças diarreicas de 20% por
pneumonia, além da criação de comitês para vigilância dos óbitos 80% dos municípios com
população acima de 80.000 habitantes.” (JUSTINO et al, p 73, 2019).
A fim de atingir esses objetivos o governo instituiu o Comitê Nacional de Aleitamento
Materno do Ministério de saúde com o objetivo de assessorar e apoiar a implementação de
medidas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. (BRASIL, 2017).
Em 2008 atenção básica adotou políticas para promoção da amamentação sendo ela a
Rede Amamenta Brasil afim de aguçar o trabalho interdisciplinar e aumentar a educação
crítico-reflexiva. (BRASIL, 2017)
21

Em 2010 foi promulgada a Nota Técnica Conjunta n° 01/2010 da ANVISA e do


Ministério da Saúde para aberturas de salas de amamentação, com a finalidade de orientar as
mulheres trabalhadoras sobre amamentação em empresas públicas e particulares. (BRASIL,
2017 e BRASIL, 2010).
No ano de 2011 por meio da Portaria de n° 1.459, de 24 de junho de 2011 foi criado a
Rede Cegonha no âmbito do SUS que visa assegurar o direito da mulher quanto ao
planejamento reprodutivo, atenção humanizada a gravidez, parto e puerpério, como para o
direito da segurança ao nascimento e crescimento da criança e desenvolvimento saudáveis.
(BRASIL, 2017 e BRASIL, 2011)
A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) instituído pela portaria n° 1.920, 5
de setembro de 2013, integrou-se nas ações da Rede Amamenta Brasil e da Estratégia
Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável (Enpacs) a fim de qualificar
a promoção do AM, a alimentação complementar até 2 anos de idade e aprimorar as
habilidades interdisciplinar dos profissionais da saúde básica. (BRASIL, 2017 e BRASIL,
2012).
Em 2015 através da Portaria n° 1.130/2015, de 5 de agosto instituiu-se a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) a fim de proteger a saúde da
criança de promover o aleitamento materno com atenção especial a primeira infância e
populações com menores vulnerabilidades, visando a morbimortalidade infantil e oferecer um
ambiente melhor e facilitador para o desenvolvimento. (BRASIL, 2017 e BRASIL, 2015).
E por fim 2017 é sancionada a lei do qual define o mês de agosto (AGOSTO
DOURADO) como o mês do Aleitamento Materno no Brasil pela Lei nº 13.435, em 12 de
abril, sendo assim intensificando o AM, e sua promoção nos âmbitos de saúde (BRASIL,
2017 e BRASIL, 2017). Além de intensificar a conscientização da equipe multidisciplinar nos
quais ficam responsáveis por darem palestras, enfeitar as instituições e assim fazer com que
eles se interessem ainda mais pelo AM, levando uma informação segura para a população.
Mesmo que as pesquisas ao aleitamento materno deem continuidade, no Brasil ainda
se faz necessário a criação de novas políticas quanto a capacitação dos profissionais e as
orientações ofertadas em âmbito público e particular, mesmo que se tenha leis e portarias
respaldadas para a amamentação ainda é visto um sistema escasso de investimento e
conhecimento, principalmente em políticas públicas e por vezes privadas em microrregiões e
cidades de porte médio.
22

Figura 1.3 Linha do tempo: Políticas públicas e ações para promoção do AM.

Elaboração: Própria autora 2023.


23

5. MATERIAIS E MÉTODO

5.1 Tipo de estudo


O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, de abordagem
quantitativa.
O objetivo dos estudos de corte transversal é obter dados fidedignos que ao final da
pesquisa permitam elaborar conclusões confiáveis, robustas, além de gerar novas hipóteses
que poderão ser investigadas com novas pesquisas. (ZANGIROLAMI et al.,2018). Onde os
dados são coletados de fontes diretas, ou seja, primárias.
Quanto à abordagem optou-se pela quantitativa pois permite uma abordagem
focalizada, pontual e estruturada, que será realizado com profissionais de saúde (médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e agente comunitário de
saúde) na atenção primária de saúde no município de Sinop.
A pesquisa quantitativa se utiliza de uma abordagem objetiva no qual se centraliza em
dados brutos que são adquiridos através de instrumentos padronizados ou neutros.
(GERHARDT, 2009).

5.2 Local do estudo


O estudo foi realizado em Sinop, Mato Grosso e possui uma população estimada em
148.960 habitantes (IBGE, 2021). Localizada a 500 km da capital, Cuiabá, possui 33 equipes
da Estratégia de Saúde da Família no município.
O projeto Amamente, executa suas ações, na Unidade Básica de Saúde (UBS)
Primaveras, formada por duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), sendo
composta por: quatro técnicos de enfermagem (dois por equipe), dois médicos residentes e um
médico preceptor, duas enfermeiras e sete Agentes Comunitários e Saúde (ACS).
A unidade atende uma população média de um mil e quinhentas famílias na equipe
um, e média de duas mil famílias na equipe dois, possui no momento em torno de cem
gestantes e cinco puérperas no mês de novembro de 2022.

5.3 População e recrutamento

Sujeitos do estudo
24

Participaram do estudo profissionais da área de saúde sendo eles: médicos,


enfermeiros técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e agente comunitários de
saúde pertencentes a Unidade Básica de Saúde Primaveras que responderam o questionário
(APENDICE D) aplicado individualmente, aquelas que aceitarem participar da pesquisa terão
que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE A).
Critérios de inclusão: maiores de 18 anos, profissionais de saúde que compões a
equipe do local do estudo.
Critérios de exclusão: menores de 18 anos, profissionais de saúde que não
pertencentem à UBS Primaveras ou aqueles que estejam de férias ou afastados.
Recrutamento
Foi realizado um contato pessoalmente com os profissionais na unidade, durante a
realização do projeto Amamente, explicando sobre a pesquisa. Aqueles que quiseram
participar, foi agendado um horário para a entrevista.
Coleta de dados
A coleta de dados ocorreu no dia 12 de abril de 2023, neste dia 16 dos 20 profissionais
que atuam na unidade responderam ao questionário, sendo assim 4 não aceitaram participar
desta pesquisa.
Após a leitura e aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a coleta de
dados foi realizada nas dependências da Unidade Básica de Saúde Primaveras, em uma sala
agradável e privativa. O questionário (APENDICE D) foi aplicado individualmente com
tempo previsto de 30 minutos, para preservar a identidade dos entrevistados estes serão
codificados.
Instrumentos da pesquisa
Foi aplicado um questionário, dividido em cinco partes: 1) dados pessoais; 2)
experiências pessoais; 3) atendimento e conhecimento em aleitamento materno; 4) atividades
realizadas para incentivar o aleitamento materno; 5) domínio e conhecimento sobre
aleitamento materno, contendo respostas sim, não ou não se aplica, em relação a prática e
capacitação em AM desses profissionais.
Variáveis da pesquisa
- Dados pessoais: sexo (feminino ou masculino); idade (em anos); estado civil (solteiro,
casado, divorciado ou viúvo); profissão (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar
de enfermagem e agente comunitário da saúde); raça/cor: branca, amarela, parda, preta,
indígena; há quantos anos trabalha nesta função? Resposta: Menos de 3 anos, entre 3 e 5 anos,
25

entre 5 e 10 anos, e mais de 10 anos; a unidade de saúde em que trabalha realiza atividades
sobre Aleitamento Materno? Resposta: sim, não e não se aplica.

- Experiências pessoais: já amamentou ou conviveu com alguém que amamentava? resposta:


sim ou não; caso possua filhos, foram amamentados? resposta: sim, não, não possui filhos; já
realizou curso/capacitação em aleitamento materno? resposta: sim ou não.

-Atendimento e conhecimento em aleitamento materno: compreende a importância da prática


do aleitamento materno? resposta: sim ou não; compreende os benefícios para o binômino
mãe/bebê? resposta: sim ou não; se sente capacitado a orientar em caso de contraindicação de
aleitamento materno? resposta: sim ou não; se sente capacitado em orientar quanto aos
cuidados com as mamas? resposta: sim ou não.

-Atividades realizada para incentivar o aleitamento materno: orienta aleitamento materno


durante o pré-natal? resposta: sim, não e não se aplica; estimula aleitamento materno durante
as puericulturas? resposta: sim, não e não se aplica; realiza visita domiciliar ao binômino mãe-
filho? resposta: sim, não e não se aplica; avalia mamada durante as consultas? resposta: sim,
não e não se aplica; orienta/ajuda sobre a pega correta? resposta: sim, não e não se aplica;
encaminha casos com dificuldades em aleitamento materno? resposta: sim, não e não se
aplica; realiza reuniões internas na unidade para discutir aleitamento materno? resposta: sim,
não e não se aplica.

-Domínio e conhecimento sobre Aleitamento Materno: esfregar a bucha durante a gestação


ajuda a preparar as mamas para amamentação: verdadeiro ou falso; banho de sol evita
rachadura na amamentação: verdadeiro ou falso; o colostro é insuficiente para satisfazer o
bebê, sendo necessário complementar com fórmula infantil: verdadeiro ou falso; pessoas com
HIV podem amamentar: verdadeiro ou falso; pomada para ajudar na cicatrização é necessário
quando o peito está rachado: verdadeiro ou falso; Bicos e chupetas podem prejudicar a
amamentação: verdadeiro ou falso; a produção de leite está relacionada com a quantidade de
vezes em que o bebê suga: verdadeiro ou falso; a amamentação auxilia na contração uterina
prevenindo hemorragia pós-parto e promovendo o retorno uterino ao tamanho anterior a
gestação: verdadeiro ou falso; o bebê deve ser alimentado a cada 3 horas, rigorosamente:
verdadeiro ou falso.

5.4Análise dos dados


26

Para apresentar os dados foram realizadas análises estatísticas, compostas por cálculos
de percentual, valores de frequência absoluta e média, organizados em tabelas.
Através da análise estatística podemos caracterizar e resumir os achados de uma
pesquisa, além disso ela é usada como base de comparações entre as variáveis. Grande parte
dos pesquisadores tem exposto seus resultados através desse método (GIL, 2008).
5.5 Aspectos éticos e termo de consentimento livre e esclarecido
A pesquisa seguiu todos os preceitos éticos da resolução 466/12, de 12 de dezembro
de 2012, considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos
participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012). As
entrevistas foram realizadas após aprovação do CEP pelo parecer n° 5.969.327, CAAE n°
66720123.8.0000.8097.
Depois de informadas sobre os objetivos do estudo e após a concordância em
participar da pesquisa, o TCLE (APÊNDICE A) foi lido e assinado pelas participantes,
garantindo o respeito à dignidade, autonomia, sigilo de informações confidenciais e o
anonimato em qualquer forma de divulgação dos resultados. Os riscos e benefícios aos quais
estão sujeitos durante a pesquisa foram esclarecidos, bem como a forma de minimizá-los a
garantia ao anonimato. Os Profissionais foram codificados como Ensino Superior, Ensino
Técnico e Ensino Médio.
5.6 Riscos e benefícios:
A realização da pesquisa possuiu o risco de deixá-los desconfortáveis em relação as
perguntas ou questionar a capacidade dos mesmo sobre atender a demanda ao aleitamento
materno, dito isso, a forma de minimizar esses riscos foi deixá-los à vontade para responder o
questionário em outro dado momento ou desistir de participar da pesquisa, sem prejuízos de
sua relação com a pesquisadora.
Os benefícios, visam identificar o conhecimento atual dos profissionais em relação ao
aleitamento materno, visto que, esse assunto tem se tornado primordial quando falamos em
saúde mãe e bebê, deve ser trabalhado desde a descoberta da gravidez, e reforçá-lo durante o
pré-natal e puerpério. Sendo assim, se torna importante para levantar discussões entre os
profissionais quanto a melhoria do atendimento que será prestado a partir de então na atenção
primária de saúde com base nos achados identificados.
Para as gestantes e puérperas será de extrema importância, pois assim o profissional
irá prestar uma assistência de qualidade no qual, irá saber ajudar e sanar suas dúvidas seja ela
27

qual for. Prestar assistência com base cientifica ajudará a população a desmistificar crendices
populares criadas por muitos anos em relação a amamentação.
E para sociedade acadêmica será uma ótima oportunidade para aumentar seu
conhecimento e melhorar sua assistência tanto aos estágios quanto formado, realizando
educações e saúde com a população e profissionais.
28

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram do estudo os profissionais de saúde pertencentes a UBS primaveras de


Sinop-MT, foram 16 participantes da pesquisa de 20 profissionais atuantes, desse modo, 4
profissionais foram dados como perda por se recusarem participar da pesquisa.

Este estudo permitiu caracterizar os profissionais de saúde, bem como analisar seus
respectivos conhecimentos sobre o aleitamento materno e suas práticas, a fim de ofertar uma
assistência de qualidade para gestante e puérperas.

Na tabela 01, observa-se o perfil dos participantes deste estudo com a prevalência do
gênero feminino, da raça/cor parda, e na categoria profissional a maioria são agente
comunitário de saúde (ACS) 37,50% (n=6) ACS, 12,50% (n=2) Enfermeiros, 18,75% (n=2)
Médicos e (n= 3) 31,35% Tec. Enfermagem, totalizando 80% (n= 5) dos profissionais que
responderam ao questionário.
No Brasil, o trabalho dos ACS tem ganhado força cada dia mais, dito isso pode-se
considerar que o gênero predominante desta profissão são mulheres (MOROSINI et.al, 2018).
Tabela 01- Perfil sociodemográfico dos profissionais de saúde da UBS Primavera, Sinop-
MT, 2023.
Variáveis N %
Sexo
Feminino 15 93,75
Masculino 1 6,25
Estado civil
Casado 6 37,5
Solteiro 7 43,75
Divorciado 3 18,75
Raça
Parda 9 56,25
Branco 7 43,75
Tempo de trabalho
Mais de 10 anos 8 50,0
Entre 5 e 10 anos 4 25,0
Entre 3 e 5 anos 2 12,5
Menos de 3 anos 2 12,5
Profissão
Ensino Superior 5 31,25
Ensino Técnico 5 31,25
29

Ensino Médio 6 37,5


Fonte: Própria autora 2023.

A raça autorreferida predominante no estudo, foi parda 56,25% (n= 9), seguida de
branca 43,75% (n= 7) quando se compara povos negros e brancos, negros são mais atingidos
pela falta de oportunidade, desemprego, abandono escolar muito precoce e consequentemente
maior taxa de analfabetismo (GONÇALVES, 2021).
A partir de marcadores populacionais sociais e reflexo cultural, se nota que trabalha
muitos brancos em cargos de alto nível em comparação de negros, e está comparação explica
a desigualdade de áreas em profissões (MAGRI et.al, 2020).
De acordo com a última amostra no IBGE (2010) a população do estado do Mato
grosso parda é de 1,6 milhões, branca 1,1 milhão, preta 225 mil e indígena 43 mil. Essa
diferença de raça pode ser explicada devido à alta miscigenação no estado do Mato grosso.
A porcentagem mulheres 93,75% (n=15), homem n= 01 (6,27%), com a idade variada
de 29 a 65 anos, estado civil casado 37,5% (n=6) divorciado 18,75% (n=3) solteiro 43,75%
(n=7).
Na alta veracidade de gênero em âmbitos de saúde, mesmo em face de desestímulo da
mulher em ganhar seu espaço em sua área de atuação profissional, tem se obtido força no
trabalho e cada vez mais desenvolvido o pensamento crítico, científico e tecnológico
(PADILHA et.al 2022).
Na tabela 02 discorremos sobre as experiências pessoais com relação ao aleitamento
materno, 81,25% responderam que já conviveram com alguém que amamentava (n=13),
75,0% (n=12) não amamentaram, 18,75% não possuíam filhos (n=3).
Apesar da experiência de cada profissional influenciar no processo de orientação,
deve-se lembrar que cada mulher é única e vivenciara um processo diferente, por isso é
necessário saber interpretar seu senso comum e seu conhecimento científico sobre
amamentação (BARROS et.al, 2012).
A realização de cursos e capacitações em Aleitamento Materno 56,25% (n=9)
responderam não e 43,75% (n=7) que sim.
Sabe-se que o apoio durante o pré-natal e pós-parto está ligado com o sucesso do
AME, de acordo com um estudo de revisão bibliográfica, existem lacunas quanto ao
conhecimento e falta de capacitação e treinamentos em relação ao AM, principalmente da
equipe de enfermagem, no qual eles estão mais interligados com a gestante e puérpera, onde
30

eles não demonstravam interesses para promover o AM na Atenção Primária.


(ZANLORENZI, et.al 2022).

Tabela 02: Experiências pessoais em Aleitamento Materno dos profissionais de saúde


UBS primaveras Sinop-MT 2023.
Variáveis N %

Conviveu com alguém que


amamentou?

Sim 13 81,25

Não 3 18,75

Pessoas que já amamentaram

Sim 12 75,0

Não 1 6,25

Não possui filhos 3 18,75

Possui Capacitação em AM?

Sim 7 43,75

Não 9 56,25

Fonte: Própria autora 2023.

Tabela 03: Atendimento em aleitamento materno dos profissionais de saúde em UBS


primaveras Sinop-MT 2023.
Variáveis N %

Compreende importância do
AM?
Sim 16 100

Não 0 0

Compreende benefícios para


mãe e bebê sobre o AM?
Sim 16 100

Não 0 0

Se sente capacitado para


31

orientar sobre AM em caso de


contraindicação?
Sim 13 81,25
Não 3 18,71
Se sente capacitado para
orientar com os cuidados da
mama?
Sim 15 93,73
Não 1 6,25
Fonte: Própria autora 2023.

No que tange as atividades realizadas dentro da unidade a fim de incentivar o AM para


gestantes e puérperas os profissionais, o quadro 04, demonstrou que existem iniciativas dos
profissionais, para realizar orientações e assisti-las durante o pré-natal 87,5%, porém não
avaliam as mamadas durante consulta de puericultura 50,0%, nem mesmo realizam reuniões
na unidade para discutir sobre o AM 50,0%.
Ao orientar durante o pré-natal, 87,50% (n=14) responderam que sim, 6,25% (n=1) não
se aplica e 6,25% (n=1) não. Estimular o AM durante as consultas de puericultura, 93,75%
(n=15) responderam que sim, 6,25% (n=1) não.
A unidade básica de saúde é a porta de entrada para a orientação sobre o Aleitamento
materno para as gestantes e puérperas, porém ainda há relatos de mulheres que amamentam
sem nunca nem ter recebido algum tipo de orientação durante seu pré-natal, que se é um
espaço privilegiado pois pode promover e apoiar o AM. (ZANLORENZI et.al, 2022).
Sabe-se que quando existe o processo de escuta e diálogo dentro dos pré-natais e consultas
de puericultura, existe uma maior adesão do aleitamento materno exclusivo, e isso vale para
toda a equipe multidisciplinar que está dentro da unidade Médico, Enfermeiro, Técnico de
enfermagem e agente comunitário de saúde.
Realiza visita domiciliar para mãe/filho 31,25% (n=5) sim, 37,50% (n=6) não e 31,25 (n=5)
não se aplica. Avalia mamada durante as consultas 37,5% (n=6) respondeu que sim, 50,0%
(n=8) não e 12,50% (n=2) não se aplica, orienta/ajuda sobre a pega correta, 68,75% (n=11)
respondeu que sim e 31,25% (n=6) não, encaminha casos com dificuldades no AM, 93,75%
(n=15) responderam que sim e 6,26% (n=1) não se aplica.
Em um estudo realizado na cidade de Imperatriz (MA) com gestantes e puérperas, elas
relataram que receberam diferentes orientações durante o pré-natal sobre amamentações e
outras nem receberam, que no fim apenas conheciam o conceito do AME e seus benefícios,
32

porém não era trabalhado pega correta, posições para amamentar e dificuldades na
amamentação. (RIBEIRO et.al, 2022).
Em outro estudo realizado com puérperas e gestantes, destacou-se o a falta de
conhecimento delas acercas dos manejos e processos da amamentação, o que deixa explicito
que apenas abordar sobre a importância do AM não é efetivo para gestante e nutriz, é
necessário uma abordagem mais especifica para que assim facilite seu entendimento. (SILVA
et.al, 2021).
Na unidade os profissionais realizam reuniões internas para discutir sobre o AM, 43,75%
(n=7) responderam que sim, 50,0% (n=8) não e 6,25% (n=1) não se aplica.
Dito isso vale ressaltar como é importante a equipe multiprofissional sempre compartilhar
seu conhecimento e saber científico com a paciente e suas experiencias, pois isso significa a
educação e saúde (SILVA et.al, 2022)
Tabela 04: Atividades realizadas para incentivar Aleitamento Materno dos profissionais
de saúde UBS primaveras Sinop-MT 2023.
Variáveis N %
Orienta sobre AM no pré-
natal?
Sim 14 87,5
Não 1 6,25
Não se aplica 1 6,25
Estimula AM durante consulta
de puericultura?
Sim 15 93,75
Não 1 6,25
Não se aplica 0 0
Realiza visita mãe e bebê?
Sim 5 31,25
Não 6 37,5
Não se aplica 5 31,25
Avalia mamada durante as
consultas?
Sim 6 37,5
Não 8 50,0
Não se aplica 2 12,5
Orienta/ajuda sobre a pega
correta?
Sim 11 68,75
33

Não 6 37,5
Não se aplica 0 0
Encaminha dificuldades no
AM?
Sim 15 93,75
Não 0 0
Não se aplica 1 6,25
Realiza reuniões na unidade
sobre AM?
Sim 7 43,75
Não 8 50,0
Não se aplica 1 6,25
Fonte: Própria autora 2023.
Quanto ao conhecimento dos profissionais em aleitamento materno as perguntas na
tabela 05 foram respondidas como verdadeiro e falso a fim de investigar o quão preparado de
fato estão para orientar sobre AM e apesar de muitos compreenderem a importância do
colostro dizendo que não é insuficiente para o bebê 87,50%, nota-se como a uma prevalência
de conhecimentos empíricos quanto tomar banho de sol para preparar as mamas 87,50% ainda
fazem parte do cotidiano deles.
“Esfregar buchas nos seios, prepara as mamas?” 43,75% (n=7) responderam verdadeiro,
56,25 (n=9) falso. “Banho de sol prepara as mamas?” 87,50% (n=14) responderam
verdadeiro, 12,50% (n=2) falso.

De acordo o Ministério da saúde a melhor forma de preparar para as mamas para a


amamentação é amamentando, sendo assim dispensando qualquer tipo de manobra ou
massagem realizada ainda na gestação, e mais os mamilos ganham elasticidades durante a
gestação, ou seja, o tipo de bico também não interfere na amamentação (BRASIL, 2015).

“O colostro é insuficiente para o bebê?” 12,50% (n=2) responderam verdadeiro, 87,50%


(n=14) falso.

A amamentação na primeira hora de vida é indispensável para o bebê, onde ele recebe o
colostro, que possui inúmeros fatores imunológicos e protetores contra microrganismos
patogênicos. (GÓES et.al, 2022).

O colostro é a primeira fase do leite, lactogênese I, apesar de ser excretado em pequenas


quantidades, é capaz de satisfazer toda demanda do neonato nas suas primeiras horas de vida
34

até a descida do leite, em geral o colostro é caracterizado por ser uma “vacina natural” devido
ao seu alto de teor em anticorpos de transferência vertical. (SANTOS et.al, 2017).

Sabendo então o quão valioso é o colostro e sua importância para o bebê, é necessário
orientar a gestante e puérpera em relação a contraindicação da amamentação, que apesar de
serem poucas, existe e precisa ser rigorosamente seguido.

“Mulheres com HIV podem amamentar?” 43,75% (n=7) responderam verdadeiro, 56,25%
(n=9) falso.

O ministério da saúde recomenda interrupção total em casos de mães infectadas pelo HIV;
HTLV1 e HTLV2; uso de medicamentos incompatíveis com amamentação e galactosemia,
que é uma condição em que o bebê não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que
exista lactose. (BRASIL, 2015).

Portaria nº 2.415 de 1996, o artigo 1º traz a prevenção da transmissão cruzada do HIV


através do aleitamento materno e doação de leite, e o profissional responsável por informar a
essa gestante e puérpera, é aquele em que presta qualquer assistência de saúde durante o pré-
natal e consulta pluricultural. (LIMA et.al, 2019).

“Pomada auxilia na cicatrização em caso de peito rachado?” 37,50% (n=6) responderam


verdadeiro, 62,50% (n=10) falso. O trauma mamilar é muitas vezes desencadeado pela pega
incorreta do bebê no mamilo e posicionamento, a prevenção e correção é feito pelo uso da
técnica correta da pega e posicionamento do bebê, amamentar em livre demanda, evitar uso
de chupetas e protetores de mamilo. (FEITOSA et.al, 2019).

Ainda não existem comprovações cientificas de que cremes, óleos e pomada auxiliam na
cicatrização das mamas, se observou que a expressão do leite pode ser mais benéfica que
qualquer outra intervenção. (CARVALHO, 2016).

“Bicos, mamadeiras e chupetas atrapalham na amamentação?” 75,0% (n=12) responderam


verdadeiro, 25,0% (n=4) falso. O uso de mamadeira, chupetas e bicos artificiais, além de levar
a um desmame precoce, pode acarretar inúmeras infecções no bebê decorrentes de
contaminação ou higienização inadequada. (CARVALHO, 2016).

O desmame precoce se dá pelo fato da perca da musculatura perde a tonicidade e


postura na hora de sugar, bem como uma diminuição na produção de leite pela frequência da
amamentação. (CARVALHO, 2016).
35

Em um estudo de revisão integrativa, conclui-se como o uso de bicos artificiais são


maléficos ao bebê, visto que gera tantas complicações ao longo do seu uso, como fissuras
mamilares, desmame precoce, interrupção do AME e até frustração da mãe em perder a
interação com seu filho. (CALVALCANTE et.al, 2021).

“A produção de leite está relacionada com a quantidade que o bebê suga?” 87,50%
(n=14) responderam verdadeiro, 12,50% (n=2) falso. “O aleitamento materno previne
infecções, alergias e obesidade?” 93,75% (n=15) responderam verdadeiro, 6,25% (n=1) falso.
“Amamentar auxilia na contração uterina prevenindo hemorragia pós-parto?” 93,75% (n=15)
responderam verdadeiro, 6,25% (n=1) falso. “O bebê deve ser rigorosamente alimentado de
3/3 horas?” 31,25% (n=11) responderam verdadeiro, 68,75% (n=5) falso.

O ocitocina é liberada sob o estímulo da sucção do bebê na mama, logo se não há sucção
não há ejeção de e produção de leite, sendo assim o volume de leite é produzido de acordo
com a frequência e o quanto o bebê (BRASIL, 2015).

O Ministério da saúde ainda recomenda que o bebê seja alimentado em livre demanda,
isso significa que não há restrições de horários para ofertar leite ao bebê, isso ajuda a
aumentar ainda mais a produção do leite materno. (BRASIL, 2015).

Na atenção primária o vínculo e acolhimento são rotineiros na equipe multidisciplinar,


garantindo assim a humanização do trabalho e fortalecendo a promoção de saúde a população.
(LACHTIM et.al, 2023).

Tabela 05: Domínio e conhecimento sobre o aleitamento materno dos profissionais de


saúde UBS primaveras Sinop-MT 2023.

Variáveis N %
Esfregar bucha no seio prepara
as mamas?
Verdadeiro 7 43,75
Falso 9 56,25
Banho de sol prepara as
mamas?
Verdadeiro 14 87,50
Falso 2 12,50
O colostro é insuficiente para o
bebê?
Verdadeiro 2 12,50
36

Falso 14 87,50
Mulheres com HIV podem
amamentar?
Verdadeiro 7 43,75
Falso 9 56,25
Pomada auxilia na cicatrização
em casos de peito rachado?
Verdadeiro 6 37,50
Falso 10 62,50
Bicos, mamadeiras e chupetas
atrapalham na amamentação?
Verdadeiro 12 75,0
Falso 4 25,0
A produção de leite está
relacionada com a quantidade
que o bebê suga?
Verdadeiro 14 87,50
Falso 2 12,50
O AM previne alergias,
infecções e obesidade?
Verdadeiro 15 93,75
Falso 1 6,25
Amamentar auxilia na
contração uterina prevenindo
hemorragia pós-parto?
Verdadeiro 15 93,75
Falso 1 6,25
O bebê deve ser rigorosamente
alimentado de 3/3 horas?
Verdadeiro 5 31,25
Falso 11 68,75
Fonte: Elaboração Própria 2023.
37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa foi avaliado 16 profissionais de saúde que atuam no âmbito de saúde
da UBS primaveras, cujo objetivo era identificá-los e demonstrar seus conhecimentos sobre o
aleitamento materno e se os mesmos aplicam com a população que atende na unidade, no
geral pode-se considerar um bom conhecimento sobre a temática do aleitamento materno.
Ao traçar o perfil demográfico notou-se uma prevalência do gênero feminino 93,75%
de raça/cor parda 56,25% sendo que a maioria já amamentou alguma vez na vida 75,0%
(n=12) um percentual bom de mulheres que possui experiência com amamentação e suas
orientações pode ser significante dentro da unidade, desde que seja correta.
No que tange a capacitação dos profissionais em AM 56,25% (n=9) disseram não
ter realizado alguma, o que se torna preocupante, visto o número de profissionais que possui
dentro da unidade, onde a mesma realiza atividades para promover o aleitamento materno de
forma segura as gestantes.
Esses resultados acabam se tornando evidente o desfecho que o AM tem tomado, com
prescrições errôneas e precoce de fórmulas. O interesse precisa vir do profissional em se
capacitar para que assim possa levar uma assistência segura e resolutiva para a gestantes e
puérperas que por sua vez, a vontade é de amamentar sem tempo hábil.
Dito isso, apesar da maioria dos profissionais se sentirem capacitados em orientar,
grande parte não possuem uma capacitação atualizada sobre o aleitamento materno, o que nos
instiga a pensar se a informação passada para essas pacientes está sendo efetiva para que elas
não acabem em um desmame precoce, ou até mesmo se submetam a passar por uma
amamentação traumática.
Apesar de que a maioria dos profissionais compreendem os benefícios do aleitamento
materno (100%) se contradiz quando respondem com 50,0% que não avaliam mamadas
durante a consulta e nem mesmo realizam visitas a mãe/bebê 37,5%, pois uma orientação e
ajuda deve ser resolutiva, e muitas vezes a mulher que necessita não irá até a unidade buscar
por ajuda, nem mesmo irá reclamar ao profissional que ao dar mama, suas mamas doem, por
isso o profissional precisa ter essa sensibilidade para identificar problemas que muitas vezes
não serão visíveis.
Além de que, orientar sobre o aleitamento materno, deve ser uma função da equipe
multidisciplinar, o agente comunitário de saúde, se torna tão relevante neste papel como o
médico, por isso, todos devem falar a mesma língua e não se contradizerem, então se torna
38

extremamente relevante reuniões sejam elas quinzenais ou mensais, a fim de que a equipe
possa discutir casos e se atualizarem juntos sobre AM.
Ao conhecimento dos profissionais em relação ao AM, a amostragem diz por si só a
carência de informações, misturar conhecimentos empíricos dentro da sua profissão, pode se
tornar algo perigoso, e talvez por falta de informação ou até mesmo, interesse desses
profissionais em buscar se aperfeiçoar melhor no aleitamento materno, no faz questionar se
assistência prestada a essa população tem resultado ou não em AME até os 6 meses e dois
anos ou mais.
Ao passo que um profissional da ponta diz que mulheres soropositivas podem
amamentar, é preocupante, pois mesmo que 43,75% (n=7) de 16 sejam a minoria, quantas
mulheres não passaram por eles e receberam essa informação errônea, e as consequências
disso vira contra a lactente que só almejava o melhor para seu bebê.
Sendo assim a qualificação desses profissionais da atenção primária que estão
envolvidos diretamente no incentivo do aleitamento materno independente do seu nível de
escolaridade é de suma importância para o sucesso da amamentação e da redução dos índices
de desmame precoce ou introdução de fórmula infantil.
Esperamos que através deste estudo, fomentamos a capacitação desses profissionais
através de cursos e workshops e junto com o projeto Amamente, eles possam elaborar
cartilhas e roda de conversas para assim ajudar a fixar o conhecimento nos profissionais e
colaborar para prestar uma melhor assistência durante pré-natal e puerpério.
À medida que temos profissionais capacitados, prestando uma assistência de
qualidade, realizando uma escuta sensível aos sentimentos da gestante ou puérpera, pode-se
elevar os índices de amamentação visto que é uma estratégia de saúde pública de baixo custo,
simples, e ajuda as famílias a se sentirem satisfeitas, promovendo assim saúde materno-
infantil a longo prazo.
Fomentar uma educação continuada a fim de desenvolver um atendimento pautado na
humanização deve ser reforçado principalmente por gestores, no intuito de buscar e alcançar
que Sinop-MT possa vir ser referência em amamentação.
39

REFERÊNCIAS

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dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadores de pesquisas envolvendo
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<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
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Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar
Saudável no Sistema Único de Saúde (SUS) – Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Diário
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do Sistema Único de Saúde – SUS – a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
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conjunta N° 01/2010. Sala de apoio à amamentação em empresas. Diário Oficial da União.
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and child healthcare]. Revista Enfermagem UERJ, v. 20, n. 6, p. 802-807, 2012.

APENDICÊS
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
43

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


Você está sendo convidada para participar, como voluntário, da pesquisa “Promoção proteção
e apoio ao aleitamento materno na atenção primária a saúde”. Após ser esclarecido sobre as
informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste
documento. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo em sua relação com o
pesquisador ou com a instituição.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do projeto: Promoção, proteção e apoio ao
aleitamento materno na atenção primária a saúde Pesquisadora Responsável: Profª Kamilla
Maestá Agostinho, endereço e telefone para contato (inclusive ligações a cobrar): Av.
Alexandre Ferronato, 1200 – Distrito Industrial – Sinop – MT – CEP: 78 557-287, telefone:
(66) 99995 4076 Pesquisadora participante: Aline Faustino Versori
O objetivo deste estudo é analisar a assistência prestada para gestantes e puérperas na
promoção proteção e apoio ao aleitamento materno na atenção primária à saúde do município
de Sinop. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder ao questionário com tempo
estimado de 30min. A pesquisa pode gerar desconforto, porém garantimos total liberdade para
responder ou não ao questionário além de deixá-los à vontade para responder o questionário
em outro dado momento ou desistir de participar da pesquisa, sem prejuízos de sua relação
com a pesquisadora. A sua participação trará benefícios tanto para os profissionais, como para
com a população afim de, a partir dos resultados, ajustarmos o conhecimento para que assim
possa ser oferecido uma assistência de qualidade em aleitamento materno.
Ressaltamos o seu direito de solicitar indenização através das vias judiciais (Código Civil,
Lei 10.406 de 2002, Artigos 927 a 954 e Resolução CNS nº 510 de 2016, Artigo 9º, Inciso VI)
em casos de danos eventuais
Os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais e garantimos o sigilo/segredo de sua
participação durante toda a pesquisa, inclusive na divulgação da mesma. Os dados não serão
divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Você receberá uma via desse termo onde
tem o nome, telefone e endereço da pesquisadora responsável, para que você possa localizá-la
a qualquer tempo. Em caso de dúvida você pode procurar a pesquisadora responsável Kamilla
Maestá Agostinho, conforme contatos disponíveis acima. Em caso de dúvidas sobre questões
éticas você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa localizado no endereço: Avenida
Alexandre Ferronato, 1200, sala 16, bloco Acre. CEP 78550-728, Bairro Cidade Jardim,
Sinop-MT, telefone: 66 3533-3199, e-mail: cephumanos.cus@ufmt.br. Considerando os
dados acima, ao assinar este termo de consentimento você CONFIRMA ter sido informado
sobre a pesquisa e que teve a oportunidade de sanar suas dúvidas, bem com AUTORIZA a
publicação dos resultados.
Nome e Assinatura do participante:_______________________________________________
Data:________________________
Nome e Assinatura do Pesquisador:_______________________________________________
Data:_________________________
APÊNDICE B - Questionário para coleta de dados.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO


44

DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Dados pessoais
Codificação:
1- Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino

2- Idade:

3- Estado civil:
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo

4- Profissão:
( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Tec. Enfermagem
( ) Aux. Enfermagem ( ) Agente Comunitário de Saúde

5- Raça/cor:
( ) Branca ( ) Preta ( ) Parda
( ) Amarela ( ) Indígena

6- Há quantos anos você trabalha nesta função?


( ) Menos de 3 anos ( ) Entre 3 e 5 anos
( ) Entre 5 e 10 anos ( ) Mais de 10 anos

7- A unidade de saúde em que trabalha realiza atividades sobre Aleitamento Materno?


( ) Não ( ) Sim ( ) Não se aplica
Se sim, quais atividades realizadas:

Experiências pessoais:
• Já amamentou ou conviveu com alguém que amamentava?
( ) Sim ( ) Não

• Caso possua filhos, foram amamentados?


( ) Sim ( ) Não ( ) Sem filhos

• Já realizou curso/capacitação em Aleitamento Materno?


( ) Sim ( ) Não

Atendimento e conhecimento em Aleitamento Materno


• Compreende a importância da prática do Aleitamento Materno?
( ) Sim ( ) Não

• Compreende os benefícios para o binômio mãe/bebê?


( ) Sim ( ) Não
45

• Se sente capacitado a orientar em situação de contraindicação de Aleitamento


Materno?
( ) Sim ( ) Não

• Se sente capacitado em orientar quanto aos cuidados das mamas?


( ) Sim ( ) Não

Atividades realizadas para incentivar Aleitamento Materno


• Orienta Aleitamento Materno durante o Pré-natal?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Estimula Aleitamento Materno durante as puericulturas?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Realiza visita domiciliar ao binômio mãe-filho?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Avalia mamada durante as consultas?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Orienta/ajuda sobre a pega correta?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Encaminha casos com dificuldades em Aleitamento Materno?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

• Realiza reuniões internas na unidade para discutir Aleitamento Materno?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

Domínio e conhecimento sobre Aleitamento Materno: 1-


Esfregar bucha nos seios durante a gestação ajuda a preparar as mamas para amamentação:
( ) Verdadeiro

( ) Falso

2- Banho de sol evita rachaduras na amamentação:


( ) Verdadeiro ( ) Falso

3- O colostro é insuficiente para saciar o bebe, sendo necessário complementar com fórmula
infantil:
( ) Verdadeiro ( ) Falso
46

4- Pessoas com HIV podem amamentar:


( ) Verdadeiro ( ) Falso

5- Pomada para ajudar na cicatrização é necessário quando o peito está rachado:


( ) Verdadeiro ( ) Falso

6- Bicos e chupetas podem prejudicar a amamentação:


( ) Verdadeiro ( ) Falso

7- A produção de leite está relacionada com a quantidade de vezes que o bebê suga o seio:
( ) Verdadeiro ( ) Falso

8- O leite materno auxilia na prevenção de alergias, infecções, obesidade no bebê:


( ) Verdadeiro ( ) Falso

9- A amamentação auxilia na contração uterina prevenindo hemorragia pós parto e


promovendo o retorno uterino ao tamanho normal anterior a gestação:
( ) Verdadeiro ( ) Falso

10- O bebê deve ser alimentando a cada 3 horas, rigorosamente:


( ) Verdadeiro ( ) Falso
30

ANEXOS
ANEXO A- PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITE DE ETICA EM
PESQUISA
31
32
33
34
35

ANEXO B- Carta de autorização da instituição co-participante – CIES


36
37
38

ANEXO C – DECLARAÇÃO DE LOCAL DA PESQUISA E AUTORIZAÇÃO PARA


USO DA INFRAESTRURURA

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