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)DOENçAS

EXANTemáTICAS)
SARAMPO

+ Agente: vírus do sarampo


(paramixovírus – RNA).
VSR é da mesma família!
+ Pico: 5-10 anos. - Não há doença subclínica.
+ Transmissibilidade: 90%. - Gravidade correlacionada ao exantema.
+ Incubação: 10-12 dias. - Anergia cutânea: há comprometimento
da imunidade celular, por diminuição da
+ CLÍNICA atividade de célula T.
➔ Fase prodrômica: 3—5 dias + COMPLICAÇÕES
- Febre (em geral, alta), tosse, coriza,
conjuntivite (fotofobia é frequente!). - Bacterianas: OMA (mais comum).
- Enantema. Pneumonia (mais grave e
- Sinal de Koplik (no último dia da fase – mais tardia que a viral).
enantema fugaz, pequenas manchas
azul-esbranquiçadas no revestimento - Virais: Pneumonia de células gigantes
interno das bochechas, mais comumente (começa junto com o exantema).
na região oposta aos dentes molares), Encefalite aguda (1/1.000).
sinal patognomônico do sarampo.
→ Maior risco: crianças < 5 anos, adultos
> 20 anos, gestantes e pacientes com
condições de imunossupressão.

+ Tratamento: sintomáticos (hidratação,


antitérmicos, soro fisiológico p/ limpeza
ocular e ATB se necessário).
- Vitamina A: melhora o prognóstico
(OMS recomenda uso em todas as
crianças com sarampo), < 2 anos.
➔ Fase exantemática: 3-5 dias
- Piora clínica quando aparece o + Prevenção:
exantema!!! - Imunização aos 12 e aos 15 meses.
- Característica: maculopapular e - Pós-contato: 1) imunização ativa em
morbiliforme – coloração mais escura até 72h com a tríplice viral.
(avermelhado, alaranjado), pápulas 2) Ig padrão até o 6º dia: grávidas,
confluentes (formam placas). imunodeprimidos.
- Início: pescoço, atrás da orelha, face.
- Progressão: crânio-caudal lenta (3 dias).
- Descamação furfurácea.
- Não poupa região palmo-plantar!!!
RUBÉOLA - Síndrome da rubéola congênita:
catarata + surdez + cardiopatia (PCA e
+ Agente: vírus da rubéola (togavírus - estenose de artéria pulmonar).
RNA). Pós vacina, evitar gravidez por 30
+ Idade: 5-14 anos. dias.
+ Transmissibilidade: 50-60%.
+ Período de incubação: 14-21 dias. + Tratamento: sintomático.

+ Prevenção: imunização aos 12 e 15


➔ Fase prodrômica: 2-3 dias meses.
- Sintomas catarrais leves, febre baixa.
- Enantema.
- Linfadenopatia localizada (não é
patognomônico): retroauricular, cervical
posterior e occipital.

➔ Fase exantemática: 3 dias


- Característica: maculopapular
rubeoliforme (mais claro, rosado e sem
confluência).
- Início: face. ERITEMA INFECCIOSO
- Progressão: crânio-caudal rápida.
- Descamação: mínima ou ausente. + Agente: parvovírus B19 (eritrovírus –
DNA única hélice).
- 2/3 das infecções são subclínicas!!! - Precisa infectar células de alta
- Artralgia e artrite em meninas. taxa de mitose: precursores das
hemácias.
+ COMPLICAÇÕES - Reticulócitos baixos.
- Púrpura trombocitopênica.
- Encefalite (1/6.000). + Idade: 5-15 anos.
+ Transmissibilidade: 15-30%.
+ Viremia: 7º-11º dia após inoculação. - Não há descamação.
+ Incubação: 16 dias. - Artralgia e artrite em adolescentes.

- É uma reação de HIPERSENSIILIDADE ao + COMPLICAÇÕES


organismo devido a uma infecção - Infecção fetal (< 5%, pode fazer anemia
recente, porém prévia do parvovírus!!! grave e hidropsia fetal – transfusão
- Criança NÃO transmite a doença nesse intrauterina pode ser feita).
momento!!! - Crise aplástica em portadores de
anemia hemolítica crônica.
+ CLÍNICA
- Fase prodrômica (junto com a viremia): + Tratamento: sintomático.
febre, cefaleia, coriza.

➔ Fase exantemática: 3 fases! EXANTEMA SÚBITO

1) Inicial + Agente: herpesvírus humano tipo 6 e 7


- Eritema facial (face esbofeteada). (DNA dupla-hélice).
Latente nas glândulas salivares!
+ Idade: 6-15 meses.
+ Transmissibilidade: desconhecida,
contato frequentemente ausente.

+ CLÍNICA
- Fase prodrômica: 3-5 dias - febre alta.

➔ Fase exantemática: 1-3 dias


- Características: maculopapular.
- Início: tronco.
- Progressão: face e região proximal dos
membros, não chega nas extremidades.
- Descamação: ausente.
2) 2ª Fase
- NÃO tem prurido (pode ser reação de
- Progressão rápida para tronco e
hipersensibilidade ao ATB).
membros.
- Em geral, poupa extremidades!
+ Complicações: convulsão febril (5-
- Maculopapular → reticular/rendilhado
10%).
(pápulas começam a clarear no centro,
+ Tratamento: sintomático.
principalmente nas extremidades
extensoras).

3) 3ª Fase ESCARLATINA
- Exantema intermitente por 1-3
semanas. + Agente: SBHGA produtor de exotoxina
- Desencadeantes: luz solar, calor, pirogênica (eritrogênica).
exercício, estresse. + Idade: 5-15 anos.
+ Transmissibilidade: 15-20%.
+ Incubação: 2-5 dias.
+ CLÍNICA + Complicações: supurativas e não
supurativas (GNDA e febre reumática.)
→ Fase prodrômica: 24-48h
- Faringite ou piodermite. + Tratamento: penicilina benzatina.

→ Fase exantemática: 3-4 dias


- Característica: micropapular – aspecto VARICELA
de lixa.
- Início: pescoço. + Agente: vírus varicela-zóster –
- Progressão: crânio-caudal rápida, mais herpesvírus humano (DNA dupla-hélice).
intenso em axila, região inguinal e - Latente nos gânglios sensitivos
dobras. na raiz dorsal da medula!
- Pele fica áspera. + Idade: variável.
- Descamação: laminar nas mãos e nos + Transmissibilidade: 80-90%.
pés (pele solta em lâminas, pedaços). + Incubação: 10-21 dias.
- Língua saburrosa → framboesa. - Com > 12 anos, é mais grave!

+ CLÍNICA
→ Fase prodrômica: 24-48h
- Febre, cefaleia, dor abdominal.

➔ Fase exantemática: 3-7 dias


- Manifestações gerais (2-4 dias).
- Sinal de Filatov: palidez perioral. - Característica: vesicular.
- Início: couro cabeludo, face e tronco.
- Progressão: mácula → pápula →
vesícula → pústula → crosta, em direção
as extremidades.
- Polimorfismo regional (múltiplas
viremias).

- Não há doença subclínica.


- PRURIDO INTENSO!
- Lesões em mucosa - conjuntiva,
- Linhas de Pastia: intensificação das
genitália, bucal.
linhas transversais na região antecubital
- Cicatrizes são raras na ausência de
que não somem com a digitopressão.
infecção secundária.

+ COMPLICAÇÕES
- Infecção (estrepto e estáfilo).
- Varicela progressiva: vesículas
hemorrágicas, hepatite, encefalite e
pneumonia.
- Varicela congênita: presença de
cicatrizes cutâneas na pele que seguem
dermátomos, acometimento dos
membros (encurtamento e má- - Disseminação pelo sistema
formação). reticuloendotelial.

+ Tratamento + Clínica: febre baixa → lesões


- Controle do prurido: banho com vesiculares em boca + exantema
permanganato e anti-histamínico de 1ª maculopapular com vesículas em mãos e
geração. pés.
- Aciclovir: formas graves ou
potencialmente graves, EV.
1) Paciente imunodeprimido.
2) Paciente com sinais clínicos de
varicela progressiva.
3) Recém-nascido.

- Indicações de uso ambulatorial:


1) > 12 anos.
2) 2º caso na família.
3) Doença crônica da pele.
4) Doença pulmonar crônica.
5) Corticoide em dose não
imunossupressora.
6) Uso crônico de aspirina (sd. de
Reye).

- ATB: se evidência de infecção


bacteriana (febre persistente, febre que
retornou; profundidade maior da
pústula).

+ Prevenção
- Imunização: tetraviral com 15 meses e
reforço da varicela.
- Pós-contato: 1) imunização ativa até o
5º dia.
2) Ig específica até o 4º dia: gestantes,
imunodeprimidos e RN.

SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA

- Agente: coxsackievírus A16 e


enterovírus 71.
- Em geral, menores de 1 ano!
- Aquisição oral ou respiratória.
- Viremia secundária: lesões de pele e
mucosas.
- PO2 entre 100-250 = possível
)CARDIOPATIA cardiopatia com shunt misto.
Congênita)
ACIANOGÊNICAS
- A partir de 8 semanas de IG.
- Situs solitus: posição normal dos • COMUNICAÇÃO INTERATRIAL
órgãos torácicos e abdominais.
- Situs inversus: principais órgãos - Defeito no septo que separa os átrios.
viscerais são espelhados. - Mais comum no sexo feminino.
- Situs ambigus: distribuição anormal. - Clínica depende da magnitude do
shunt, tamanho do defeito e
- Principais sinais: cianose (choro e complacência dos ventrículos.
mamadas exacerbam), baixo débito, - O shunt ocorre principalmente na
taquipneia, taquicardia, sopro cardíaco, diástole com as valvas AV abertas.
baixo ganho de peso, irritabilidade,
hepatomegalia. - Tipo ostium secundum é o subtipo mais
comum (se < 3mm, fechamento sozinho;
- Shunts fetais: ducto venosos, canal se > 8mm, em geral precisa de cirurgia).
arterial e forame oval.
- Circulação fetal: pulmonar de alta - São geralmente assintomáticos.
pressão e sistêmica de baixa pressão. - < 5% desenvolvem ICC.
- B2 hiperfonética e desdobrada (fixa –
DIAGNÓSTICO há atraso de fechamento da valva
→ Raio-x de tórax: área cardíaca pulmonar).
aumentada.
- Trama vascular diminuída:
dependente de canal arterial.
- Trama vascular aumentada:
shunt misto ou esquerda-direita.

→ Teste do coraçãozinho: entre


24-48h em RN > 34 semanas,
diagnostica precocemente
cardiopatias cianogênicas!

→ Teste de hiperóxia: avalia a


PO2 na gasometria arterial antes
e depois da oferta de O2 a 100%.
- Se PO2 > 250mmHg = sem
cardiopatia.
- Se PO2 < 100mmHg = provável
cardiopatia congênita
cianogênica com fluxo pulmonar
canal dependente (atresia
pulmonar) ou TGA.
• COMUNICAÇÃO
INTERVENTRICULAR

- É a cardiopatia congênita mais


frequente!!!
- Subtipo mais comum: perimembranoso.
- A CIV pode fechar espontaneamente se
pequena (< 0,5cm).
- CIVs subarteriais NÃO fecham
espontaneamente independente do
tamanho.

CLÍNICA
- O quadro clínico, que depende da
magnitude do shunt, geralmente
começa a se manifestar no final do 1º
mês de vida, intensificando-se no 2º e no
3º mês.
- A manifestação tardia, após o 6º mês é
muito rara e quase sempre está
relacionada a complicações da doença.
- Sopro holossistólico na borda esternal
esquerda.

- A divisão por gravidade baseia-se na


relação do fluxo pulmonar (Qp) com o
fluxo sistêmico (Qs).
- No indivíduo normal, essa relação
(Qp/Qs) é igual a 1.
- Na CIV, como existe um hiperfluxo • PATÊNCIA DO CANAL ARTERIAL
pulmonar, o Qp/Qs sempre será maior
que 1!!! - Fechamento fisiológico entre 12-15h.
- Fechamento anatômico: entre o 5º-7º.
TRATAMENTO
- A terapêutica medicamentosa está - Se houver a PCA, o shunt passa a se
indicada para pacientes que apresentam direcionar da esquerda para a direita,
sinais de IC → diurético, IECA. levando a um desequilíbrio
hemodinâmico, com aumento do fluxo
- A correção cirúrgica total está indicada na circulação pulmonar e nas cavidades
em qualquer idade para pacientes que esquerdas!!!
apresentam IC refratária ao tratamento
clínico, retardo do desenvolvimento
pôndero-estatural e desenvolvimento de
hipertensão pulmonar.
- O tratamento eletivo deve ser feito
quando o Qp/Qs for maior que 1,5, a
partir do 10o mês de vida e até 2 anos.
CLÍNICA progressiva no decorrer das primeiras
- Pulsos amplos. semanas de vida.
- Precórdio hiperdinâmico.
- Sopro em maquinaria. - Obstrução da via de saída do VD →
- Sintomas de IC, pneumonia de aumento de pressão durante a sístole →
repetição e dificuldade de ganhar peso. shunt direita-esquerda nos ventrículos
→ hipofluxo pulmonar e hipoxemia
- Com o desenvolvimento da severa!
hiperesistência vascular pulmonar, ou
síndrome de Eisenmenger, há inversão - A CIV e a estenose subpulmonar são os
do shunt no canal arterial, com defeitos mais importantes.
aparecimento de cianose em membros - A apresentação clínica depende da EP
inferiores (cianose diferencial)! → a quantidade de sangue desviado do
VD para a circulação sistêmica será maior
TRATAMENTO quanto maior for a EP → pacientes com
- Todas as PCA evidentes ao exame físico com EP leve são pouco cianóticos ou até
devem ser fechadas, mesmo as mesmo acianóticos, enquanto aqueles
pequenas, em razão do risco de com EP grave apresentam cianose
endocardite infecciosa. importante!!!
- Em prematuros, a 1ª opção o é o
tratamento medicamentoso –
ibuprofeno ou indometacina.
- Em crianças não prematuras, o
fechamento está indicado em qualquer
idade para IC congestiva.
- O tratamento eletivo pode ser feito em
torno dos 12 meses de vida.

CIANOGÊNICAS

• TETRALOGIA DE FALLOT
CLÍNICA
- É a cardiopatia congênita cianogênica - No caso de EP leve, o paciente pode ser
mais comum após o 1º ano de vida. acianótico, com sopro cardíaco alto e à
- TGA é a cardiopatia cianogênica mais medida que a EP progride, aparece a
comum no período neonatal! cianose e o sopro vai diminuindo.
- A cianose é do tipo central,
FISIOLOGIA generalizada, atingindo pele e mucosas.
- Conjunto de 4 alterações cardíacas: - Alguns RN exibem cianose intensa
CIV + estenose pulmonar + desde o nascimento (obstrução grave na
dextroposição da aorta + hipertrofia VD. via de saída do VD está presente, e a
- O defeito anatômico fundamental é o circulação pulmonar pode ser
desvio do septo infundibular. dependente da PCA).
- Crianças maiores podem apresentar
- O fluxo pulmonar é adequado ao baqueteamento digital e adotar a
nascimento, ocorrendo obstrução
posição de cócoras para melhora da TRATAMENTO
hipóxia. - Cirurgia entre 6 meses até 1 ano se
quadro leve ou precocemente se grave.
- Pode ocorrer crise de hipóxia, - Shunt de Blalock-Taussig.
geralmente pela manhã, precipitada por
defecção ou choro; mais frequente em
lactentes, entre 2 e 6 meses de idade.

RADIOGRAFIA • DRENAGEM ANÔMALA TOTAL DE


- O coração adquire uma forma bastante VEIAS PULMONARES
sugestiva da doença: sua ponta é
desviada superiormente com o bordo - Ocorre quando todas as veias
esquerdo côncavo, lembrando um pulmonares drenam para o AD.
“tamanco holandês” ou bota. - Em 50%, drenam para a VCS → AD.
- A presença de CIA é necessária para
sobrevivência.
- Raio-x: “boneco de neve”.
• TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES forma progressiva à medida que ocorre o
ARTÉRIAS fechamento do canal arterial.
- Em decorrência da baixa concentração
de oxigênio circulante, ocorrem hipóxia e
- Acomete mais sexo masculino.
acidose metabólica → disfunção
- A TGA é a cardiopatia cianótica mais
miocárdica → sinais de IC - taquipneia,
comum em recém-nascidos → relação
cansaço às mamadas, gemência e
anormal entre as grandes artérias e os
palidez cutânea.
ventrículos, de modo que a aorta origina-
- A 2ª bulha é única e alta, em virtude da
se do VD e a artéria pulmonar, do VE.
posição anterior da aorta.
- Sangue insaturado circulando pela
circulação sistêmica e sangue oxigenado
- A instituição de medicamentos que
pela circulação pulmonar →
mantêm o canal arterial patente, com
incompatível com a vida extrauterina
correção cirúrgica precoce, diminui a
sem um fluxo bidirecional para o sangue
morbimortalidade.
venoso alcançar a circulação pulmonar e
retornar para a aorta com O2.

- Cerca de ½ dos pacientes pode


apresentar outros defeitos associados,
sendo a CIV a mais comum (TGA
complexa) - permitem a mistura de
sangue das duas circulações.

FISIOLOGIA
- A circulação pulmonar e a circulação
sistêmica estão em paralelo.
- O sangue venoso sistêmico que chega
ao AD passa para o VD e dele para a
aorta, levando sangue insaturado para a
circulação sistêmica.
RADIOGRAFIA
- Paralelamente, no lado esquerdo, o
sangue oxigenado que chega ao AE e - A área cardíaca geralmente é normal,
passa para o VE e retorna para a mas pode ter leve cardiomegalia.
circulação pulmonar. - Circulação pulmonar normal ou
- Essa situação é incompatível com a discretamente aumentada.
vida, a menos que exista uma - O mediastino superior é estreitado, e o
comunicação entre os dois circuitos (FO, coração pode apresentar a forma de
CIV ou canal arterial) capaz de promover “ovo deitado”.
mistura entre os sangues.

CLÍNICA
- Na maioria das vezes, existe um
pequeno FO patente e o RN pode se
apresentar bem ao nascimento, com
cianose leve ou discreta, piorando de
TRATAMENTO
- Deve-se iniciar a prostaglandina, a fim
de melhorar a mistura sanguínea através
do canal arterial e corrigir a acidose
metabólica.

- Na TGA simples, a correção ideal é a


cirurgia de Jatene, que deve ser feita em
até 45 dias de vida.
- Consiste na troca das grandes artérias,
conectando-se a aorta ao VE e a artéria
pulmonar ao VD, bem como nas
transferências das artérias coronárias da
aorta nativa para a neoaorta.
- A partir dessa idade, o VE não pode mais
ser conectado com a circulação
sistêmica, em virtude de uma regressão
da massa muscular pela diminuição da
PA pulmonar e da resistência vascular
pulmonar!
observado diminuição na incidência de
)MENINGITES E meningite bacteriana por este agente!
ENCEFALITES) - A Listeria monocytogenes, causa muito
rara de meningite grave, deve ser sempre
incluída no DD de meningite < 3 meses e
- A meningite é uma inflamação das
particularmente no período neonatal!!!
meninges, em geral, das leptomeninges
- Após os três meses de vida, os principais
(aracnoide e pia máter), por agente
agentes bacterianos são o
microbiano, habitualmente bactéria ou
Streptococcus pneumoniae (SP) e a
vírus.
Neisseria meningitidis (NM).
- A encefalite traduz uma inflamação do
encéfalo que quando associada a
- Streptococcus pneumoniae: diplococo
meningite se chama meningoencefalite.
gram positivo.
- Neisseria meningitidis: diplococo gram
- A meningite bacteriana é uma
negativo.
emergência médica, com mortalidade de
- Hib: cocobacilo gram negativo.
quase 100% quando não tratada!

• ETIOLOGIA
• TRANSMISSÃO E PATOGENIA
- Após a introdução da vacina contra o
- A transmissão ocorre por gotículas
Haemophilus influenzae tipo b (Hib), a
ou secreções das vias respiratórias,
anti-meningocócica grupo C e anti-
sendo os portadores a principal fonte de
pneumocócica, verificou-se diminuição
transmissão da bactéria.
da incidência da meningite bacteriana
em todos os grupos etários, exceto em
→ FATORES DE RISCO:
lactentes com < 2 meses onde os
- Imunodeficiência.
microrganismos comuns são outros.
- Contato com doente com meningite.
- Com o rastreio materno da colonização
- Infecção recente (IVAS).
genital por Streptococcus do grupo B e a
- Viagem à África.
profilaxia antibiótica intraparto, tem-se
- Traumatismo craniano penetrante –
fratura da base, otorraquia, rinorraquia.
- Presença de implantes cocleares ou de
derivação ventriculoperitoneal.

• FISIOPATOLOGIA

- A meningite bacteriana é transmitida


principalmente por via hematogênica,
mas, pode ocorrer por contiguidade
(otite, mastoidite ou sinusite; celulite
orbitária) ou por solução de
continuidade (fratura de base do crânio).
- As bactérias que colonizam a mucosa ➔ Os sinais meníngeos são:
do hospedeiro, invadem e com os fatores
de virulência que possuem, conseguem • Rigidez da nuca: limitação da flexão
sobreviver na corrente sanguínea, ativa e passiva da região cervical com
atravessando a BHE e multiplicando-se a impossibilidade de colocar o mento a
nível do LCR! nível do esterno.
• Sinal de Kernig: na posição supina, com
- Muitas das complicações provocadas a coxa e joelhos fletidos a 90º, o doente
pela infecção são decorrentes da não consegue estender o joelho mais de
libertação de citocinas no LCR quando o 135º e/ou flete o joelho oposto.
hospedeiro desenvolve uma resposta • Sinal de Brudzinski: na posição supina,
inflamatória adequada! quando é realizada a flexão passiva
do pescoço, o doente flete ambos os
- Em particular, a NM pode provocar uma joelhos.
meningococcemia fulminante, que
condiciona colapso vascular por
endotoxinas e coagulação intravascular
disseminada, com elevada mortalidade
se não for adequadamente tratada nas
primeiras horas.

• CLÍNICA

- A apresentação clínica pode ser


progressiva ou fulminante, com
evolução em horas para choque séptico.
- A maioria das crianças apresenta-se
com febre e sinais ou sintomas de
irritação meníngea (que diferem nos
lactentes e em outras idades).
- Nos casos mais avançados podem estar
- Estes sinais são muitas vezes
presentes sinais de hipertensão
precedidos de sintomas de infecção
craniana: paresia do III, IV e VI pares
respiratória superior.
cranianos, cefaleias, fontanela anterior
abaulada, RNC e edema papilar (implica
excluir outros dx como abcesso,
trombose do seio venoso ou empiema
subdural).
- Em algumas situações o doente pode
apresentar sinais neurológicos focais:
hemiparesia, paralisia facial e alterações
visuais.
- ¼ dos doentes pode ter convulsões nas
primeiras 48 horas, tipicamente tônico-
clônicas generalizadas.
- Os doentes podem apresentar um - Posteriormente ocorre a viremia 1ª,
exantema purpúrico, mais frequente nas com disseminação do vírus pelos
infeções por NM → as lesões são mais diferentes órgãos, como fígado, baço e
frequentes nas extremidades, podem ser coração, onde há replicação e início dos
precedidas de exantema macular, e sinais e sintomas de infecção.
habitualmente evoluem em horas no
início do quadro febril! - É durante a viremia 2ª que há passagem
transendotelial do vírus a nível dos
vasos dos plexos coroides, meninges e
cérebro, com consequente meningite!
MENINGITE VIRAL
- A fisiopatologia dos restantes vírus
- É definida como uma infecção do SNC pode ser um pouco diferente,
associada a sinais de irritação meníngea, particularmente no grupo dos
mas sem disfunção neurológica (em herpesvirus (CMV e EBV), em que a
contraste com as encefalites) ou disseminação pode ser por via
evidência de bactérias no LCR, numa hematogênica, por extensão direta após
criança que não realizou ATB. infecção da mucosa nasofaríngea ou
- É mais comum que a meningite através de vias neuronais.
bacteriana e traduz um quadro de menor
gravidade, geralmente autolimitado!
• CLÍNICA

• ETIOLOGIA - As manifestações clínicas são


semelhantes às da meningite bacteriana,
- A meningite viral pode ocorrer em mas habitualmente menos graves.
qualquer idade, mas a incidência é
superior em lactentes e até aos dez - Na infecção por enterovírus, o quadro
anos de idade! febril é geralmente acompanhado
- A causa mais comum de meningite viral por sintomas inespecíficos como
são os enterovírus (poliovírus, echovírus náuseas, vómitos, diarreia, mialgias,
e os coxsackievírus). sintomas respiratórios e por vezes
- Outros: parechovírus, herpesvírus, exantema (micropapular, vesicular).
arbovírus e vírus influenza.
- Habitualmente há queixas importantes
de cefaleias e acompanha-se de sinais de
• FISIOPATOLOGIA irritação meníngea, numa criança com
bom estado geral.
- Relativamente ao principal agente de
meningite viral, os enterovírus, a forma
de transmissão é fecal-oral, mas também
pode ocorrer por gotículas respiratórias. MENINGOENCEFALITE
- Há uma infecção inicial das
superfícies mucosas do trato respiratório - A encefalite é uma disfunção aguda do
e gastrointestinal, seguido de replicação SNC, com evidência de imagens e/ou
viral nos gânglios linfáticos regionais. laboratorial de inflamação cerebral, que
pode ou não estar associada a - Também pode tratar-se de uma
meningite. encefalite pós-infeciosa → ocorre duas a
quatro semanas após outra doença
• ETIOLOGIA infeciosa ou vacinação, por uma
resposta imunológica que atinge
- Os vírus são a causa mais comum, mas predominantemente a substância
também pode ser causada por bactérias, branca, com alterações da mielina (não
fungos e parasitas. se identifica o agente no SNC) -
- Destaca-se o vírus herpes simplex tipo 1 corresponde a cerca de 1/3 dos casos de
(HSV-1) como principal agente encefalite aguda.
de encefalite em idade pediátrica; no
entanto, muitas vezes a etiologia • CLÍNICA
permanece desconhecida.
- As manifestações
clínicas diferem de
acordo com a área
afetada do SNC, com o
agente etiológico e
fatores intrínsecos do
hospedeiro.
- A criança pode
apresentar pródromos
como exantema, lesões
vesiculares, escara ou
infecção respiratória,
entre outros, que podem fornecer pistas
- Para melhor esclarecimento da relativamente ao agente etiológico.
etiologia, é importante uma HISTÓRIA
EPIDEMIOLÓGICA que aborde se existiu: - Podem surgir complicações
doença viral ou vacinação nas quatro decorrentes da encefalite, como status
semanas precedentes, viagens recentes convulsivo, edema cerebral, SIADH,
ou outras atividades recreativas, contato falência cardiorrespiratória e coagulação
com animais, insetos e pessoas doentes. intravascular disseminada.

• FISIOPATOLOGIA - Além dos sintomas descritos que se


manifestam em quadro de meningite
- A encefalite aguda primária ocorre por (febre, cefaleias, náuseas e vômitos),
mecanismo direto, com replicação do estão também presentes sinais de
agente infeccioso no SNC, sendo disfunção neurológica, com alteração do
atingida principalmente a substância nível de consciência, de comportamento
cinzenta. e/ou da personalidade, sinais
- A invasão direta pode ocorrer como neurológicos focais (afasia, hemiparesia,
complicação de uma meningite viral, hemianopsia), alterações na sucção e
secundária a viremia ou por via deglutição, manifestações de disfunção
retrógrada através dos nervos periféricos cognitiva e convulsões.
(HSV, vírus da raiva).
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - A punção lombar (PL) é o exame de
diagnóstico nas infeções do SNC!!!
- No caso da presença de sinais - No entanto, está CI em situações de
neurológicos focais é importante instabilidade hemodinâmica, alterações
considerar abcesso cerebral, tumor da coagulação, alteração do estado de
cerebral ou hemorragia subaracnoidea. consciência, sinais de hipertensão
intracraniana, presença de défices
- Principalmente nos doentes neurológicos focais ou infecção cutânea
com disfunção neurológica, deve-se no local da punção.
colocar o diagnóstico diferencial com - Nestas situações deve ser realizada TC
doenças desmielinizantes do SNC, de crânio para excluir complicações, mas
encefalite autoimune, encefalopatias este procedimento não deve atrasar o
metabólicas e intoxicações, entre outras. início do tratamento empírico com
antimicrobianos!

- A PL pode ser realizada com o doente


• DIAGNÓSTICO deitado ou sentado, devendo o local da
punção ser a nível da crista ilíaca, entre
- As análises sanguíneas podem incluir, os espaços intervertebrais lombares L3-
de acordo com a clínica: hemograma, L4 ou L4-L5.
provas de coagulação, glicemia,
ionograma, ureia e creatinina, função - Na suspeita de meningite bacteriana é
renal e hepática, gasometria, lactato, fundamental a realização do exame
PCR, procalcitonina e hemocultura direto do LCR com coloração gram, mas
(positiva em mais de metade dos casos). se este for negativo NÃO EXCLUI o
diagnóstico!
- No caso de suspeita de - A esterilização do LCR ocorre cerca de 1
meningoencefalite: sorologias para hora após tratamento com ATB
CMV, EBV, Mycoplasma pneumoniae, adequado no caso da NM e 4-10 horas no
Borrelia burgdorferi ou outros agentes, caso do SP.
bem como o estudo molecular do
genoma do microorganismo por PCR
para vírus nas secreções nasofaríngeas.
→ OBS: na meningite viral, pode ocorrer e tratar estes eventos imediatamente.
inicialmente predomínio de - Tratamento antimicrobiano deve ser
polimorfonucleares, surgindo horas iniciado o mais precocemente possível.
depois a preponderância típica de
linfócitos! MENINGITE BACTERIANA
- Já na meningite bacteriana, numa fase
muito precoce, um valor normal de - Deve-se selecionar um ATB que
células não exclui esta etiologia e pode apresente boa penetração na BHE com
até haver predomínio de linfócitos na efeito bactericida no LCR.
fase inicial (embora raro), sobretudo - Deve ser iniciado logo após a colheita
nos casos em que os doentes já tenham de LCR ou antes, se a PL for protelada.
iniciado tratamento antibiótico.
→ Em crianças saudáveis, sem condições
- Algumas meningites bacterianas patológicas especiais, no período
podem ter glicorraquia normal, numa neonatal é recomendada terapêutica
fase inicial - análise da relação do valor da empírica com AMPICILINA +
glicorraquia com o da glicemia doseada CEFOTAXIMA com ou sem
em simultâneo!!!!! associação à gentamicina.

→ Para meningoencefalite: no caso da - Entre 1-3 meses recomenda-se associar


PCR para HSV, esta pode ser negativa AMPICILINA + CEFOTAXIMA com ou sem
nos primeiros dias de doença, pelo que associação à vancomicina, para tratar as
poderá ser necessário repetir a PL se a bactérias mais frequentes.
suspeita clínica se mantiver!
- Nos doentes com meningoencefalite é - Após os três meses: CEFTRIAXONE +
recomendada a realização de EEG - VANCOMICINA (maior incidência de
marcador precoce e sensível de resistência do SP à penicilina e às
disfunção cerebral, embora pouco cefalosporinas de 3ª geração).
específico (em 87 a 96% dos casos existe
lentificação focal ou difusa). → Posteriormente deve ser ajustada ao
- Idealmente deve ainda ser realizada RM microrganismo causal identificado
– o exame mais sensível e específico!!! e ao antibiograma e a duração
recomendada de tratamento depende.
- Com idade < 3 meses deve-se
• TRATAMENTO manter entre 14 - 21 dias.
- Depois desta faixa etária, entre
- Nas infeções do SNC, é fundamental a os 7-10 dias.
estabilização hemodinâmica, a correção
dos distúrbios hidroeletrolíticos, da + CORTICOIDES
hipoglicemia e da coagulopatia se - Controverso!
existirem! - A dexametasona modula a resposta
- O tratamento de suporte inclui inflamatória, havendo benefício na
repouso, controlo da febre e da dor e administração nos casos de meningite
elevação da cabeceira a 30º. por Hib (reduz número de casos de
- É necessário monitorizar os sinais surdez), mas o mesmo não se verifica na
de edema cerebral e hipertensão infecção por SP!!!
intracraniana, bem como de convulsões,
- Os efeitos adversos atribuídos à pneumoniae deve-se prescrever
corticoterapia como dissimular a clínica, ciprofloxacina ou levofloxacina - com
exacerbar a febre após a sua suspensão melhor penetração no SNC),
e diferir a esterilização do LCR embora não haja evidência que o
(principalmente na pneumocócica), têm antibiótico altere o prognóstico neste
colocado dúvidas quanto ao seu quadro infeccioso.
benefício.

MENINGITE VIRAL
• PROGNÓSTICO
- Perante uma criança com meningite
viral, clinicamente estável, apenas é
necessário tratamento de suporte, ➔ Os fatores de mau prognóstico
sendo uma doença auto--limitada, com na meningite bacteriana são:
bom prognóstico!
1) Doença em RN e lactentes < 6
meses.
MENINGOENCEFALITE
2) Imunodepressão.
3) Presença de sinais neurológicos
- Na suspeita de encefalite ou
focais e/ou coma (ECCG <13).
meningoencefalite, é fundamental iniciar
4) Virulência do microrganismo
terapêutica com ACICLOVIR o mais
(mais virulentos: gram negativos,
rapidamente possível, pois a infecção por
SP e multirresistentes).
HSV pode ser devastadora!
5) Glicorraquia <20 mg/dL na
- Contudo, até ser possível excluir uma
admissão.
meningite bacteriana, está recomendada
6) Atraso no diagnóstico e no início
a associação com ceftriaxone.
do tratamento.
7) Atraso na esterilização do LCR.
- De acordo com a clínica e
8) Aparecimento de convulsões
epidemiologia, poderá ser necessário
tardias (>72 horas após início da
associar terapêuticas específicas para
antibioticoterapia).
determinados agentes (ex: Mycoplasma
)reumato - Para DD: sorologias p/ mononucleose,
parvovírus B19 e CMV e culturas;
ped) mielograma e cintilografia; raio-x de
tórax e ecocardiograma evidenciam as
serosites.
Artrite Idiopática Juvenil
+ Fatores de pior prognóstico: idade de
• Define-se ARTRITE por: início < 6 anos, duração da doença >5
1) Derrame sinovial ou anos, persistência das manifestações
2) Presença de pelo menos 2: dor a sistêmicas, plaquetose por mais de 6
mobilização, limitação, calor meses, artrite de quadril, diminuição do
local, eritema articular. espaço articular e erosão óssea.
- A “síndrome de ativação macrofágica”
(SAM) é a complicação mais grave!
- Enquanto grupo, é a doença reumática
mais comum na infância!
- Engloba as artrites crônicas (que ➔ Oligoarticular
persistem por mais de 6 semanas), com - É o tipo de início mais frequente, de 70-
início até os 16 anos de idade! 80%; possui artrite em até́ 4 articulações
- É um processo inflamatório autoimune, nos primeiros 6 meses!
com manifestações intra-articulares que Se após 6 meses, > 4 articulações
variam de acordo com o tipo de início. forem acometidas, chama-se de
- É classificada de acordo com as “oligoarticular estendida”, com
manifestações clínicas e laboratoriais pior prognóstico.
predominantes nos primeiros 6 meses de → É mais comum em meninas, abaixo
doença em: dos 6 anos, com FAN positivo!

➔ Sistêmica (Doença de Still) - A artrite é assimétrica, principalmente


em membros inferiores, sendo joelhos e
- Representa de 5-15%, é o tipo de início
tornozelos as mais acometidas!
mais grave!
- Uveíte anterior (iridociclite) crônica,
+ CLÍNICA: febre ≥ 39°C, com duração
são granulomatosa e inflamatória é
por mais de 2 semanas (diária por pelo
observada em aproximadamente 30%
menos 3 dias) e 1 ou + dos seguintes
das crianças, com FAN positivo → em
fatores:
geral, é insidiosa e assintomática
1. Exantema evanescente, rosa-
(raramente apresenta dor ocular,
salmão, geralmente em tronco,
lacrimejamento, fotofobia e queda da
axilas e raiz de membros,
acuidade), bilateral e NÃO TEM RELAÇÃO
desencadeado ou exacerbado
COM A ATIVIDADE DA DOENÇA!
pela febre, banho quente e
estresse.
- DD: principalmente nos casos de
2. Adenomegalia generalizada.
monoartrite - tumores, trauma, infecção
3. Serosite, pleurite ou pericardite.
crônica como tuberculose.
4. Hepatomegalia e/ou
esplenomegalia.
- O quadro articular raramente evolui
5. Artrite (em geral, poli articular).
com deformidade, nesse tipo de início, a
principal sequela está relacionada ao de MMII e, posteriormente, coluna
comprometimento ocular!!! lombossacral e torácica, podendo evoluir
para espondilite anquilosante!!!
➔ Poliarticular com Fator - RM detecta alterações iniciais das
Reumatoide Negativo articulações sacroilíacas, muitas vezes
- Artrite em 5 ou mais articulações ainda não visíveis na radiografia simples.
durante os primeiros 6 meses de doença
com FR negativo, predomina no sexo → Manifestações extra‐articulares:
feminino em qualquer idade e a artrite doença inflamatória intestinal (DII)
costuma ter distribuição assimétrica. associada à artropatia; entesite; uveíte
anterior aguda sintomática, em geral
unilateral.
➔ Poliarticular com Fator
Reumatoide Positivo
➔ Artrite Psoriásica
- Artrite em 5 ou mais articulações e FR
positivo, em 2 dosagens com intervalo - Artrite + psoríase ou artrite + 2 dos
de 3 meses, durante os primeiros 6 seguintes fatores:
meses de doença. 1. Dactilite
- Essa forma de início tem as 2. Onicólise ou pitting ungueal
características clínicas semelhantes à 3. Psoríase em parente de 1º grau
artrite reumatoide do adulto (podem ter
nódulos reumatoides no subcutâneo de - A artrite é oligoarticular, em
regiões extensoras) com maior risco de articulações interfalangianas das mãos e
evoluir para erosão óssea e incapacidade pés; sacroileíte ocorre principalmente
funcional. nos adolescentes.
- FAN pode ser positivo, principalmente
➔ Relacionada a entesite nos casos de uveíte, e FR negativo.

- Artrite + entesite ou artrite ou entesite


➔ Artrite Indiferenciada
+ 2 dos seguintes fatores:
1. Lombalgia de padrão - Artrite que não preenche critério de
inflamatório nenhuma categoria ou de mais de um
2. HLA-B27 positivo tipo de início.
3. Início da artrite em menino
após o 6º ano de vida o TRATAMENTO
4. Uveíte anterior aguda
+ AINES: agem no controle dos sinais
5. Parente de 1º grau com história
inflamatórios e febre, mas não alteram o
de espondilite anquilosante,
curso da doença e somente em poucos
artrite relacionada a entesite, DII
casos de oligoartrite podem ser usados
com sacroileíte, sd. de Reiter ou
como monoterapia; tem ação lenta, de
uveíte anterior aguda.
até 4 semanas para mostrar eficácia.
+ CORTICOIDE: utilizados sob a forma de
- Predomina no sexo masculino, acima
colírios na uveíte, injeção intra‐articular
dos 6 anos, com pico de início aos 12
na artrite, ou sistemicamente, por via
anos.
oral ou em pulsos endovenosos (EV), em
casos de manifestações sistêmicas ou
+ A artrite é oligoarticular e assimétrica;
graves.
compromete inicialmente as periféricas
+ DMARDs: empregadas quando a Doença de Kawasaki
inflamação sinovial não é controlada por
outras drogas e pode causar danos - A doença de Kawasaki (DK) é uma
articulares irreversíveis; ação é lenta, vasculite 1ª sistêmica que compromete
podendo levar 2 a 4 meses para vasos de todos os calibres.
produzirem resposta clínica evidente. - É a 2ª vasculite primária mais frequente
na faixa etária pediátrica (atrás da febre
Dermatomiosite Juvenil reumática nos países subdesenvolvidos).
- Sua etiologia é desconhecida, e não foi
- É causada por vasculopatia envolvendo encontrado dado clínico ou laboratorial
mm. esqueléticos, pele e tecidos patognomônico para seu diagnóstico.
subcutâneos, de acometimento
sistêmico variável, do TGI, pulmonar e + CLÍNICA e DIAGNÓSTICO (febre + 4).
cardíaco. → FEBRE ≥ 5 DIAS: critério obrigatório;
alta em picos e remitente.
+ CLÍNICA: exantema patognomônico e - Exantema polimorfo: é o mais comum;
fraqueza muscular proximal simétrica de a presença de vesículas, pápulas e/ou
cinturas pélvica, escapular e músculos bolhas torna pouco provável o dx de DK!
anteriores do pescoço + níveis séricos - Alteração nos lábios e cavidade oral:
elevados de enzimas musculares – CPK, hiperemia de orofaringe e mucosa oral,
e transaminases - TGO, TGP. hipertrofia de papilas linguais (língua
- Heliótropo: eritema palpebral violáceo. “em framboesa”), edema com hiperemia
- Pápulas de Gottron: nas superfícies dos lábios, fissuras.
extensoras das articulações. - Alterações de extremidades: eritema
e/ou edema em mãos e/ ou pés na fase
- A calcinose, raramente encontrada em aguda e/ou descamação em dedo de luva
adultos com dermatomiosite, é na convalescença.
encontrada em 40% dos casos da forma - Hiperemia conjuntival bilateral: começa
juvenil e está relacionada a gravidade da no início da febre e NÃO tem exsudato;
lesão cutânea e vasculopatia. conjuntivite bulbar; pode ter uveíte.
- Adenomegalia >1,5 cm, não supurativa:
é o critério menos frequente; em geral,
unilateral, na cadeia cervical anterior e
pode ou não ser dolorosa.

- Linhas de Beau: eritema perineal e na


fase aguda, descamando na fase
subaguda → 1 a 2 meses após o início da
febre, uma estria transversal pode
aparecer nas unhas; podem surgir na
convalescença.
- Na DK de pacientes entre 6 meses e 1
- ano pode haver o desenvolvimento de
eritema na cicatriz da vacina BCG.
o FASES CLÍNICAS uso do AAS em altas doses deve
permanecer até que a criança esteja
→ FASE AGUDA: em geral, as 2 primeiras afebril → é feita a diminuição da dose
semanas, caracterizada pela presença da para 3 a 5 mg/kg/dia e mantida enquanto
febre e sinais clínico de inflamação. a criança apresentar plaquetose e/ou
Nessa fase, a arterite das coronárias está alterações coronarianas.
presente e pode ocorrer aneurisma. Há possibilidade de sd. de Reye,
caso ocorra infecção por varicela
→ FASE SUBAGUDA: desaparecimento ou influenza!
da febre e de outros sinais inflamatórios;
até a 4ª semana. Nessa fase, ocorre a Púrpura de Henoch-
descamação em dedo de luvas nas mãos Schonlein
e pés e há́ maior risco de aneurisma
coronariano e morte súbita. - É vasculite mais frequente em pediatria,
sendo mediada por deposição de IgA e
→ FASE DE CONVALESCENÇA: dura em tendo evolução autolimitada.
média de 6 a 8 semanas, e médiá durante - Mais frequente em escolares do sexo
essa fase que as plaquetas e o masculino.
lipidograma retornam aos valores - Desencadeantes: IVAS, vacinas,
normais. medicamentos, alimentos, picada de
insetos, exposição ao lítio.
- REALIZAR ECO É OBRIGATÓRIO!!!
- Seu diagnóstico é essencialmente
+ FORMA INCOMPLETA: crianças, clínico, pensar na tétrade:
principalmente as < 1 ano apresentam púrpura + dor abdominal +
febre por 5 dias ou mais e somente 2 ou artralgia/artrite + hematúria
3 dos demais critérios para o diagnóstico
da DK → elas tem risco maior de
complicação coronariana, devem ser
tratadas com gamaglobulina EV o mais
precocemente possível dentro dos 10
primeiros dias de evolução e
acompanhadas com ECOs seriados.
- Deve-se reavaliar clinicamente todos os
dias e consultar precocemente com o
especialista. - OBS: púrpura na ausência de
trombocitopenia ou outra coagulopatia.
# TRATAMENTO - Pode complicar com invaginação intestinal
- A IGEV é o principal medicamento na (em geral, íleo-ileal), orquite,
DK, sendo utilizada na fase aguda, nos orquiepididimite, torção testicular,
primeiros 7 a 10 dias da doença, a fim de hemorragia conjuntival, crise convulsiva,
diminuir a prevalência de anormalidades cefaleia e psicose.
das artérias coronárias!
- O AAS em altas doses apresenta efeito # TRATAMENTO
anti-inflamatório e, em baixas doses, - Manter hidratação + correção de
atua como inibidor da agregação distúrbios H-E + nutrição.
plaquetária, de modo que o tempo de - Analgésicos e anti-histamínicos para
manifestações articulares e cutâneas.
- Ranitidina para sintomas do TGI. - Fatores de melhora: calor, massagem,
repouso, analgésicos.
CORTICOIDE SE: - Exame físico: NORMAL, padrão de
1. Comprometimento TGI crescimento normal ou > percentil 50.
2. Nefrite grave: GNRP - Exames laboratoriais – HMG, VHS, RX
3. Orquiepididimite (normais).
4. Hemorragia pulmonar - Tratamento: Orientação familiar
5. Comprometimento do SNC (benigna, auto-limitada), esportes
6. Necrose das lesões cutâneas adequados, psicoterapia S/N.
- Acompanhamento: no mínimo 6 meses
- Prednisona de 1-2mg/kg por 3-7 dias e a 1 ano!
redução em 2-4 semanas OU pulsar com
metilprednisolona 30mg/kg/dia por 3d. ❖ Sugestivo de doença orgânica:
- Dor matutina, adinamia, diminuição da
- Avaliar a função renal por 5-10 anos, capacidade física e claudicação, dor nas
pode piorar na gravidez ou cirurgias, costas, anemia, provas inflamatórias
mesmo sem doença ativa! elevadas.

❖ Altamente sugestivas:
- Dor contínua e forte, febre, perda de
peso, atrofia muscular, artrite, anemia,
leucopenia, linfocitose, aumente de DHL

→ LLA: dor musculoesquelética pode ser


a primeira manifestação da leucemia em
até 25% dos casos – pode-se fazer um
mielograma se suspeita clínica (dor
desproporcional, pode acordar a criança
à noite).
Dores de Crescimento
SD. da hipermobilidade
- “Dor que ocorre em crianças na fase de articular benigna
crescimento, que compromete membros
inferiores, extra-articular, intermitente, - É uma variação da normalidade!
que incide mais no final da tarde ou início - Queixas de dores recorrentes
da noite, que pode intercalar períodos periarticulares e/ou artralgia em 10-50%.
remissivos de dias, semanas ou meses, - Antecedentes de casos na família.
melhora com massagem manual ou uso - Quanto menor a criança, maior a
de AINEs, analgésicos não opioides e que incidência, excelente desempenho em
desaparecem espontaneamente após o esportes – balé, ginástica olímpica e
término do crescimento e cujo capoeira.
diagnóstico é de exclusão!”
1. Hiperextensão dos dedos das
- Associada a outras dores: cefaleia e dor mãos paralelos à face extensora
abdominal. dos antebraços.
- Fatores de piora: esforço físico intenso, 2. Oposição dos polegares até a
frio. face flexora dos antebraços.
3. Hiperextensão dos cotovelos
acima de 10°.
4. Hiperextensão dos joelhos acima
de 10°.
5. Apoiar as mãos no chão durante
a flexão do tronco com joelhos
em extensão.

- Pode ter: microtraumas, ruptura de


ligamentos e tendões e artrose precoce.
- Tratamento: AINE e orientação para
fortalecimento da m. periarticular e
proteção da articulação mais solicitada.
)PNEUMONIA)
- Quadros de pneumonia afebril podem
ocorrer em lactentes e em maiores de 5
anos - em lactentes, podem cursar com
- É a principal causa de mortalidade em antecedentes de conjuntivite e parto
crianças < 5 anos nos países em vaginal, e sugerem infecção por C.
desenvolvimento. trachomatis; em crianças maiores, é
comum tosse coqueluchoide.
• ETIOLOGIA
• CLÍNICA
- Os vírus são responsáveis pela maioria
das PAC → Vírus Sincicial Respiratório! - Tosse, febre, taquipneia, presença de
- Outros: influenza, parainfluenza, retrações do tórax (tiragens subcostais),
adenovírus, rinovírus; bocavírus e estertores finos, dor torácica, hipoxemia
metapneumovírus estão associados à e sintomas sistêmicos associados.
SARS - Algumas crianças apresentam dor
abdominal, principalmente quando há
- Nos quadros bacterianos (mais graves), envolvimento dos lobos pulmonares
o Etreptococo pneumoniae é o agente inferiores.
mais frequente, de difícil isolamento em - Na criança com sinais de infecção
hemoculturas - mais fácil em culturas de respiratória aguda como febre e tosse, a
líquido pleural. frequência respiratória deverá sempre
- Outras bactérias: Estreptococos do ser avaliada!
Grupo A, Estafilococos áureos,
Hemófilus influenza e Moraxela
catarralis.
O estafilococo está relacionado à
faixa etária menor, associação
com infecção cutânea e
gravidade clínica, além de piora
rápida e progressiva (empiema Na ausência de sibilância, as crianças
pleural, pneumatoceles e PAC com taquipneia podem ser
complicada). diagnosticadas com PAC!!!
- Nas pneumonias atípicas, o
Mycoplasma pneumoniae é o agente + SINAIS DE PERIGO: crianças de 2
mais importante e acarreta um quadro meses a 5 anos com PAC + tiragem
menos grave. subcostal são classificadas como tendo
pneumonia grave e aquelas
com outros sinais sistêmicos
de gravidade como
pneumonia muito grave.

- Em < 2 meses, são


considerados sinais de
doença muito grave:
1. FR ≥ 60 irpm.
2. Tiragem subcostal.
3. Febre alta ou hipotermia.
4. Recusa do seio materno por >3 • DIAGNÓSTICO
mamadas.
5. Sibilância, estridor em repouso. - É clínico!
6. Sensório alterado com letargia,
sonolência anormal ou + Radiografia deve ser realizada se:
irritabilidade excessiva.

- Entre as >2 meses de vida, os sinais são:


1. Tiragem subcostal.
2. Estridor em repouso.
3. Recusa de líquidos.
4. Convulsão.
5. Alteração do sensório.
6. Vômito incoercível.

➔ PAC deve ser lembrada como DD


de síndrome infecciosa e de
- Não deve ser realizada após tratamento
insuficiência respiratória aguda!
de pneumonia com boa resposta clínica.
- Sibilos não são comuns na PAC!

- Na busca pelo agente etiológico, a


hemocultura é recomendada para todos
os pacientes hospitalizados por PAC.
- A pesquisa viral em secreções
respiratórias é pouco invasiva.
- No derrame pleural, quando possível, o
exame bacteriológico pode identificar
etiologia.
- O teste de aglutinação do látex ppode • TRATAMENTO
ser usado para a pesquisa de antígenos
do pneumococo e do H. influenzae tipo
AMBULATORIAL
b no líquido pleural ou urina, até cerca de
cinco dias após o início de antibióticos.
- A amoxicilina é a 1ª opção terapêutica
- Na suspeita de infecção por
no tratamento ambulatorial, sendo
Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia
recomendada para o tratamento das
sp, a pesquisa de anticorpos IgM ou IgG
PAC em crianças de 2 meses a 5 anos, na
também está indicada.
dose de 50 mg/kg/dia de 8 em 8 horas ou
de 12 em 12 horas, por 7 dias.
- Testes inespecíficos, como as dosagens
- Em crianças > 5 anos, a amoxicilina na
de PCR, procalcitonina, VHS e contagem
mesma dose pode ser associada com
de leucócitos, têm valor limitado na
macrolídeos (possibilidade de
presunção da etiologia da PAC.
pneumonia atípica) - eritromicina,
- Na infecção por Chlamydia trachomatis
claritromicina ou azitromicina.
a presença de eosinofilia é frequente!!!
- A criança deve ter uma consulta de
reavaliação agendada após 48 a 72h do
início do tratamento ou a qualquer
• GRAVIDADE
momento se houver piora clínica.
- Tiragem subcostal →Dificuldade para HOSPITALAR
ingerir líquidos → Sinais de dificuldade
respiratória mais grave (movimentos
involuntários da cabeça, gemência e
batimentos de asa do nariz) → Cianose
central.

➔ Existem 2 causas principais para


indicar-se a admissão em UTI de
crianças com pneumonia: sepse
ou insuficiência respiratória!
• COMPLICAÇÕES

- A complicação que sempre deve se ter


em mente é o DERRAME PLEURAL!
- Na presença de derrame pleural, o
estado geral está mais acometido.
- O paciente pode apresentar dor
pleurítica e estar deitado sobre o lado
acometido para imobilizar o hemitórax
envolvido.
- Pode-se utilizar: raio-x, USG e TC.
)Itu)
gradativamente quando se aproxima da
idade escola.
- Outros sinais e sintomas: irritabilidade,
- É a multiplicação de um único germe recusa alimentar, icterícia, distensão
patogênico em qualquer segmento do abdominal e baixo ganho ponderal.
trato urinário, identificado por
urocultura. - O diagnóstico e a terapêutica precoces
são fatores principais para evitar a
- Do período neonatal até os 6 meses formação da cicatriz renal!!!
de idade pode haver predominância no
sexo masculino! - Após os 2 anos de idade aparecem
- Picos: entre 3-5 anos de idade e na sintomas mais relacionados ao TU
adolescência. inferior: disúria, polaciúria, urge-
incontinência, enurese (em crianças que
• FISIOPATO já apresentavam controle esfincteriano
prévio) e tenesmo – cistites → podem
- O períneo e a zona uretral de neonatos evoluir para pielonefrite.
e lactentes estão colonizados por:
Escherichia coli, Enterobacteriaceae e
Enterococus sp. e o prepúcio de meninos
não circuncidados é um reservatório
para Proteus.
- Esta colonização diminui após o 1º ano
de vida sendo rara após os 5 anos!
- 80% das ITUs adquiridas na
comunidade são causadas pela E. coli
uropatogênica (UPEC).
• AVALIAÇÃO LABORATORIAL

+ Análise de urina
- O exame de urina não substitui a
urocultura, mas pode permitir o início
precoce do tratamento, já que a cultura
demora de 24 a 72 horas → pode-se
fazer inicialmente a coleta através
de saco coletor e, na presença de
- Fímbrias: as UPEC que as possuem alterações, nova coleta através de
apresentam fatores de virulência que método adequado para urocultura.
aumentam sua sobrevivência no
hospedeiro.

• CLÍNICA

- FEBRE é o sintoma mais frequente no


lactente!!!!
- A incidência de pielonefrite é
maior em crianças < 1 ano e diminui
+ Urocultura - OBS: naquelas crianças que,
- Colhida por método adequado é padrão concomitantemente, apresentem
ouro para confirmação de ITU! sintomas de disfunção das eliminações,
deve-se orientar quanto ao hábito
- Nas crianças sem controle urinário adequado (urinar ao acordar,
esfincteriano, realiza-se punção urinar a cada 3 horas, urinar com pés
suprapúbica ou sondagem vesical → apoiados), importância da ingesta
crescimento de QUALQUER patógeno, hídrica e correção da obstipação.
independentemente do nº de colônias,
confirma o diagnóstico quando a
coleta é realizada por punção!!! → Parenteral: ceftriaxone, cefotaxime,
- Se for por cateterização: presença de ceftazidime, gentamicina, tobramicina,
crescimento bacteriano maior ou igual a amicacina ou piperaciclina.
1000ufc/ml, caracteriza ITU.

- Em relação à coleta de
urina por saco coletor,
os resultados só devem
ser valorizados quando
a cultura resultar
negativa (muitos falso-
positivos).

- Na criança com controle esfincteriano


deve-se coletar urina de jato médio, após → VO: amoxacilina-clavulanato,
assepsia prévia, sendo considerada sulfametoxazol-trimetropim, cefalexina.
positiva a contagem bacteriana maior ou
igual a 100.000ufc/ml ou mais de
50.000ufc/ml com piúria. • PROFILAXIA

• TRATAMENTO - As crianças que têm infecção urinária de


repetição com trato urinário normal e
- O tratamento inicial com antibióticos é disfunção miccional são candidatas à
empírico observando-se a idade e o quimioprofilaxia, por período de 3 a
estado geral do paciente. 6 meses, até que estas disfunções sejam
- Tratamento parenteral para lactentes corrigidas.
muito jovens, com acometimento do
estado geral e vômitos → pode-se - Há refluxo vesicoureteral (RVU) em até
mudar para VO após 48/72h de 30% dos pacientes com ITU - 90% dos
tratamento conforme evolução. RUVs desaparecem espontaneamente
(mesmo os de maiores graus) entre os
➔ O fármaco deve ter sempre segundo e terceiro anos de vida →
propriedades bactericidas e o profilaxia reservada para portadores de
tratamento nunca deve ser refluxos ≥ ao de 3º grau e para aquelas
inferior a 7 dias, e de preferência, crianças que já apresentam cicatriz renal.
por 10 dias contínuos.
- Pacientes com processos obstrutivos intravesical, portanto, sem possibilidade
tais como: estenose de junção uretero- de alergia e ou nefrotoxidade.
pélvica e uretero-vesical, devem ser - A princípio, a UCM está reservada
colocados em profilaxia até a correção àqueles pacientes que apresentam USG
cirúrgica. de rins e vias urinárias e/ou
cintilografia com DMSA alterada e/ou
1. ITU de repetição + TU normal + quadros repetitivos de infecção urinária
disfunção miccional. associados à disfunção miccional.
2. Refluxos ≥ ao de 3º grau ou
cicatriz renal.
3. Processos obstrutivos.

• INVESTIGAÇÃO COM IMAGEM

- Toda criança, independentemente de


idade e sexo, que tenha diagnóstico de
certeza de ITU merece uma investigação
por imagem!
• PROGNÓSTICO
+ Ultrassonografia (USG) do aparelho
urinário e bexiga
- Não invasivo, sem radiação, deve ser
realizado em todos os que apresentaram
ITU com o intuito de confirmar e/ou
detectar má formações.
- No entanto, USG normal não exclui a
existência de alterações e é operador
dependente.

+ Cintilografia renal com DMSA


- É exame padrão ouro na detecção da
cicatriz renal e deve ser realizado em
todos os lactentes com ITU febril,
crianças com quadro clínico de
pielonefrite (mesmo com USG normal)
e pacientes com RVU.
- Deverá ser realizado APÓS quatro a seis
meses do episódio inicial de ITU!

+ Uretrocistografia miccional (UCM)


- Exame radiológico realizado com
administração de contraste iodado
)ataque agudo de • Acompanhamento:
- Raio-x de tórax: para excluir mal
asma) formações, fibrose cística, tuberculose,
hiperinsuflação.
- Pesquisa de sensibilização a alérgenos.
INTRODUÇÃO
- PFE < 80% → sugere obstrução de vias
aéreas.
Critérios MAIORES Critérios menores - Espirometria.
1. História parental de - Rinorreia sem resfriado
asma. (rinite alérgica) ➔ Maior risco de exacerbar se:
2. Dermatite atópica - Sibilância sem resfriado
- Eosinofilia > 4%

• Sintomas que sugerem o


diagnóstico:
- Episódios frequentes de sibilância.
- Tosse induzida por exercício, choro ou
riso.
- Tosse induzida por alérgenos e não
apenas em episódios virais.
- Tosse noturna sem resfriado
- Duração dos sintomas mais que 10 dias.
- Sintomas que se repetem após os 3
anos.
- Melhora de episódios anteriores com
uso de B2-agonistas e corticosteroides.
MANEJO DA CRISE
→ Lactente 0-2 anos: avaliar se
apresentou sibilância na maioria dos dias
nos últimos 3 meses!
- Se sim = sibilante persistente (após + Anamnese dirigida enquanto
exclusão de outas causas). providencia o tratamento.
- Se não: sintomas intermitentes, avaliar - Crise atual: duração dos sintomas,
uso prévio de corticoide e necessidade fatores desencadeantes, sintomas
de hospitalização. infecciosos, uso de medicações para
crise e últimas doses.
→ Pré-escolares (3-5 anos): verificar - Crises anteriores: data da última crise,
persistência no último ano e avaliar frequência das crises, última internação
fenótipos: por asma e necessidade de intubação e
- Asma induzida por vírus: sintomas após internação em CTI.
resfriados. - Melhor Pico de Fluxo Expiratório (PFE).
- Asma induzida pelo exercício. - Medicações de manutenção.
- Asma atópica/alérgica: pesquisa de
sensibilização a alérgenos específicos + Exame Físico: avaliar vias aéreas
(teste cutâneo ou IgE específica) superiores e inferiores, impressão clínica
positiva. geral, estado mental, FC, FR, dispneia e
- Asma não-atópica: se testes negativos.
fala, uso de musculatura acessória, pulmonar, ICC), avaliar a presença de
ausculta pulmonar. pneumotórax, pneumomediastino ou
detectar complicações bacterianas
+ Complementares: PFE, gasometria - associadas, como pneumonia.
Sat O2, PaO2, PaCO2 e raio-x.

+ PFE: colocar o adaptador bucal no

aparelho de fluxo expiratório → paciente


faz inspiração profunda e adapta o
aparelho na boca para vedar bem → - B2-agonistas de curta ação são a base
expiração forte e rápida → repetir a da terapia!!!
manobra no mínimo 3x, anotar as - Agentes mais utilizados: salbutamol,
medidas e escolher a melhor delas. fenoterol e terbutalina.
- Se paciente fora de crise: medida - Adm: nebulímetros a jato ou inaladores
utilizada como padrão de referência. pressurizados dosimetrados (sprays)
- Se paciente na crise: repetir após cada com espaçadores.
administração de BD, até que 70% do
valor de referência ou do valor predito → Falha de resposta terapêutica a sua
para altura seja atingido! administração (ao longo de 1 ou 2 horas,
em intervalos de 20 a 30 minutos), tem
+ Radiografia de tórax: pouco valor na caracterizado necessidade de
crise aguda, para excluir outros permanência na emergência (sala de
diagnósticos (corpo estranho, edema observação) e/ou admissão hospitalar.
Salbutamol 100 ug
< 6 anos → 2 a 3 puffs a cada 20min
> 6 anos → 6 puffs a cada 20min

- O brometo de ipratrópio é um derivado


da atropina, em geral, utilizado em
associação aos B2‐agonistas para o - Os pacientes com alta clínica do serviço
manejo de crises agudas mais graves, de emergência devem ser dispensados
visto que, de maneira isolada, possui com prescrição de corticoterapia oral por
menor atividade broncodilatadora. 5 a 10 dias (prednisona/prednisolona) ou
- Pode ser utilizado de forma dose única (dexametasona – 0,3mg/kg).
intermitente frequente (a cada 20
minutos) em associação às drogas β2-
agonistas, por 1-2 horas (3-6
nebulizações), na tentativa de diminuir a
- Paciente evoluiu bem após as
necessidade de admissão hospitalar.
nebulizações com drogas B2‐agonistas +
anticolinérgico = dispensa do serviço de
→ USO DO ESPAÇADOR: montar o
emergência.
espaçador, agitar o spray (IPD) por 5
- Paciente manteve anormalidades do
segundos, colocar a peça no bucal ou
status respiratório = permanece em
máscara e ajustar ao rosto da criança →
observação no serviço de emergência.
estimular respiração pela boca e acionar
o jato → contar 10-30 segundos →
- O processo de admissão no serviço de
aguardar 30s entre as aplicações e
emergência contempla a valorização da
repetir (um jato de cada vez).
clínica (FR, FC, uso da musculatura
acessória, cianose, nível de consciência,
SatO2, pulso paradoxal) e um checklist
de toda a terapêutica administrada.
- A necessidade de avaliação diagnóstica
- Os corticoides sistêmicos (CS) devem complementar é sempre considerada
ser usados precocemente, em geral, até nessa etapa da assistência.
a 2ª hora de tratamento!!!
- Reduzem a inflamação, aceleram a - Respostas parciais podem levar a
recuperação, reduzem recidivas e espaçar a terapia inalatória para
hospitalizações e diminuem o risco de intervalos maiores (geralmente a cada 1
asma fatal. ou 2 horas).
- VO ou EV em efeito clínico equivalente! → Ausência de resposta na 1ª
- Não existem evidencias que suportem a hora de observação sinaliza a
utilização dos corticosteroides necessidade de uma nova etapa
inalatórios (CI), em substituição aos de tratamento!!!
corticosteroides orais e/ou parenterais,
no tratamento de crises de asma na
população pediátrica!!!
- Crises mais graves, com avaliação - Caracteriza um insucesso terapêutico
funcional < 50% do previsto e que em reverter o processo obstrutivo e
venham a exibir uma resposta impedir a evolução para uma falência
broncodilatadora mais pobre à respiratória iminente.
terapêutica inicial com drogas B2‐ - Nesse contexto, situam‐se os pacientes
agonistas são os melhores candidatos. portadores de estado de mal asmático
- Outro potencial benefício está atrelado ou crise asmática quase fatal.
a um efeito estabilizador na musculatura
cardíaca, o qual poderia atenuar a ➔ Devem‐se valorizar:
taquicardia resultante do emprego de
drogas B2‐agonistas.
- Quando favorável, a resposta
terapêutica ocorre em 1-2 h após a
infusão de dose única intravenosa!

- Não deve ser utilizado no tratamento de


exacerbações asmáticas, tendo em
conta a sua baixa eficácia.
- O uso de aminofilina intravenosa está OXIGENOTERAPIA
associada a efeitos colaterais graves e
- SatO2 ≥ 94-95%.
potencialmente fatais → sua janela entre
- FiO2 entre 50 e 60% em geral é
efeito terapêutico e toxicidade é muito
suficiente para obter uma PAO2
próxima!!!
>70mmHg.
- Ação broncodilatadora por efeito
- Hoje sua utilização é restrita como
direto.
terapêutica broncodilatadora adjuvante
- Cateteres nasais, máscaras faciais,
a quadros graves e selecionados, ainda
campânulas ou tendas.
assim com resultados controversos →
NÃO deve ser administrada em quadros
leves e moderados.
ALTA DO PRONTO SOCORRO

- B2-agonista de ação rápida por até 72


horas após desaparecimento da
- É a alternativa farmacológica final na sibilância a cada 4-6 horas.
tentativa de evitar evolução para - Orientar sobre a continuidade do
insuficiência respiratória e necessidade tratamento anti-inflamatório de
de suporte ventilatório. manutenção.
- Prescrição de prednisolona ou
prednisona oral, 1 a 2 mg/kg/dia, máximo
de 40 mg, por três a cinco dias para
crianças → se utilizamos CI.
- Revisão da técnica inalatória.
- Evitar fatores desencadeantes das
crises (tratamento preventivo).
- Fornecimento de um plano escrito de
crise (pelo menos até revisão
ambulatorial).
- Garantia de revisão ambulatorial
(pediatra ou pneumologista).
- Sintomas menos frequentes: cólicas
)SD. NEFRÍTICA) abdominais, hipertermia e vômitos
alimentares.
- A glomerulonefrite difusa aguda pós-
estreptocócica (GNDA) é a mais comum - Na evolução natural dos casos não
das glomerulopatias na infância. complicados, em média de 7 a 15 dias
após o início da doença, desaparece o
• Fisiopatologia edema, acompanhado por aumento da
diurese e, 2 a 3 dias após, normalização
- Após infecção por EBHGA – apenas as dos níveis tensionais.
cepas nefritogênicas (tem proteína M na
parede celular). • Complicações
- Antígeno estreptocócico capaz de
desencadear processo imunológico → → Congestão circulatória
produção de anticorpos e formação de - É a mais frequente - taquicardia,
imunocomplexos nos glomérulos - in situ. dispneia, tosse, estertores em bases
pulmonares e hepatomegalia.
- O processo inflamatório determina - Pode levar a ICC e EAP.
perda da integridade dos capilares
glomerulares → passagem de hemácias, → Encefalopatia hipertensiva
leucócitos e proteínas. - Essencialmente pela hipertensão, pode
- Há redução da luz desses capilares, ocorrer cefaleia, vômitos, alterações
causando diminuição da TFG, com visuais (diplopia, amaurose transitória),
retenção de creatinina, ureia, potássio, irritabilidade, agitação, sonolência, crise
entre outros. convulsiva ou coma.
- Túbulos geralmente se encontram com
sua função preservada e reabsorvem → Insuficiência renal aguda (IRA)
água e sódio → oligúria, aumento do - É a menos comum das complicações da
volume extracelular (supressão do GNDA - oligoanúria intensa, retenção de
SRAA), edema, hipertensão arterial e escórias proteicas no plasma e distúrbios
congestão circulatória hidroeletrolíticos grave.

• Clínica • Exames Complementares

-Os sintomas clínicos clássicos – edema, • Densidade urinária conservada pela


hipertensão e hematúria – manifestam- capacidade de concentração urinária
se 10 a 20 dias (no máximo 6 semanas) relacionada à integridade tubular.
após a infecção estreptocócica de vias • Hematúria macroscópica ou
aéreas superiores ou de pele. microscópica.
- Na maior parte dos casos, o estado • Cilindros hemáticos, hialinos,
geral da criança está pouco granulosos e leucocitários, sendo os
comprometido e as queixas são vagas, hemáticos sugestivos de hematúria
como indisposição, inapetência, cefaleia glomerular.
e edema periorbital. • Proteinúria, raramente em níveis
- Habitualmente, o edema antecede o nefróticos (> 50 mg/kg/ dia), e que, na
aparecimento da hematúria que, em 2/3 fase aguda, não se correlaciona com
dos casos, é macroscópica. gravidade da nefropatia.
- A ingestão de sódio deve ser diminuída
- A DOSAGEM DO COMPLEMENTO (menos que 2 g de NaCl/m2/dia) também
sérico é obrigatória para o diagnóstico e durante a fase de edema, hipertensão e
a normalização de seus níveis deve oligúria.
ocorrer em 4 a 8 semanas e é um - A restrição proteica é necessária
marcador importante de prognóstico e quando houver IRA.
diagnóstico diferencial! - A restrição de potássio está indicada se
oligúria importante.
- O título de antiestreptolisina O (ASO)
pode estar elevado, dependendo do local - O tratamento da GNDA requer
da infecção e do sorotipo infectante (nas erradicação da infecção com adm de
piodermites, anti-DNAse é mais comum). penicilina!!!

• Diagnóstico diferencial - A furosemida, na dose de 1-5 mg/kg/dia,


se congestão importante, oligoanúria e
• GN membranoproliferativa: sd. hipertensão sintomática.
nefrótica que se comporta como
nefrítica, costuma apresentar-se com - Hipotensores como a hidralazina nos
complemento sérico baixo por meses. casos em que a HAS persiste apesar do
• GNRP: manifestações clínicas desaparecimento do edema e da oligúria,
importantes e aumento progressivo dos ou nos casos de HAS sintomática.
níveis de creatinina. - Nifedipina: indicada se encefalopatia
• Doença de Berger: hematúria hipertensiva (associar diazepam se
recorrente, complemento sérico normal convulsões).
e IgA sérica aumentada e presente no
mesângio (biópsia). - Se congestão importante: assistência
ventilatória (oxigenoterapia e/ou
• Biópsia ventilação mecânica) e sedação; pode-se
usar dobutamina; em casos refratários a
- São indicadores de biópsia renal: essas medidas, recomenda-se instalação
de diálise peritoneal
1. Hematúria macroscópica > 4
semanas.
• Evolução e Prognóstico
2. Função renal persistentemente
alterada por > 4 semanas.
- O primeiro sinal de melhora é o
3. Hipertensão arterial prolongada
aumento da diurese e diminuição do
> 4 semanas.
edema e a normalização dos níveis da
4. Complemento sérico baixo por >
pressão arterial.
8 semanas.
- A hematúria macroscópica desaparece
5. Associação com proteinúria
entre a 1ª e a 2ª semana, enquanto a
nefrótica > 4 semanas.
microscópica pode permanecer até 18
meses, sem indicar um mau prognóstico.
- A proteinúria nefrótica desaparece em
• Tratamento
até 4 semanas, e proteinúria discreta
pode persistir por alguns meses.
- Restrição hídrica: restrita a 20 mL/kg/dia
ou 300 a 400 mL/m2/dia.
alterações de proteínas do podócito e
)SD. NEFRÓTICA) disfunção podocitária.

- Caracteriza-se essencialmente pela • Clínica


presença de proteinúria maciça (≥ 50
mg/kg/dia ou ≥ 40 mg/m2/h) e - A principal manifestação clínica da SN,
hipoalbuminemia (≤ 2,5 g/dL) – também embora sua presença não seja essencial
inclui edema, hiperlipidemia e lipidúria. para o diagnóstico, é o edema, que, em
LHM, geralmente é intenso, mole, frio,
- Pela dificuldade de coleta de urina na depressível, insidioso, podendo evoluir
faixa pediátrica, a tendência atual é a de para anasarca.
utilizar a relação proteína/creatinina em
amostra isolada, sendo proteinúria - A criança não tratada ou que não
nefrótica quando essa relação é > 2 em responde bem à terapia apresenta-se
mg/mg (U P/Cr > 2). adinâmica, evoluindo com ascite e
hepatomegalia.
- As principais variantes histopatológicas - Pode decorrer taquipneia pela
são a lesão histológica mínima (LHM – compressão torácica, derrame pleural e
principal!!!) e a glomeruloesclerose aumento de volume dos genitais.
segmentar e focal (GESF). - Os cabelos podem estar escassos, finos
e quebradiços por causa da desnutrição.

- A pressão arterial na LHM geralmente é


normal, mas, em alguns casos, ocorre
hipertensão transitória (GESF).

- A presença de distúrbios eletrolíticos


pode se manifestar por cãibras,
parestesias, síndrome convulsiva, etc.

- A dor abdominal também se manifesta


nas grandes descompensações, em
situações de hipovolemia ou associadas
à peritonite 1ª ou celulites de parede
abdominal, algumas vezes podendo
confundir-se com apendicite aguda.

- Os pacientes nefróticos tem risco


elevado de deficiência de vitamina D!

- Essas crianças são propensas à


→ Há excreção de grandes quantidades infecções e os principais agentes
de proteína através da barreira de bacterianos são o Streptococcus
ultrafiltração glomerular por perda de pneumoniae e as bactérias Gram-
negativas (Escherichia coli, Klebsiella sp,
cargas elétricas negativas da membrana
basal glomerular (MBG), mutações e Proteus sp e Haemophilus influenzae).
• Exames laboratoriais • Biópsia

+ Sedimento urinário
- Além de proteinúria, em 25% dos
pacientes com LHM, há hematúria,
geralmente microscópica; observa-se
cilindrúria relacionada às perdas
proteicas e lipidúria.

+ Proteinúria
- Considera-se a proteinúria nefrótica
acima de 50 mg/kg/dia ou 40
mg/m2/hora. Em amostra isolada de
urina, valores > 2.
- O teste com ácido sulfossalicílico a 10% • Tratamento
é um método alternativo e útil!
- Durante as fases de edema ou quando
+ Eletroforese de proteínas plasmáticas houver hipertensão, deve ser
- São observados hipoalbuminemia e recomendada uma dieta hipossódica ou
aumento da fração alfa-2. assódica; na ausência de hipervolemia, a
- A IgG apresenta-se muito baixa, e a IgA ingestão hídrica é livre.
e a IgM, elevadas.
- Os diuréticos devem ser evitados, de
+ Colesterol forma geral, pelo risco de precipitação de
- Níveis séricos do colesterol total, piora da função renal; S/N, introduzir
triglicérides e lipoproteínas estão diuréticos tiazídicos como a
elevados. hidroclorotiazida → evita-se a depleção
de potássio usando reposição com
+ Complemento cloreto de potássio ou espironolactona.
- Apresenta-se normal na LHM e na GESF;
a constatação de hipocomplementemia - Infusão de albumina a 20% +
é indicação formal para biópsia renal → furosemida é útil para pacientes que não
lúpus eritematoso, na glomerulonefrite respondem ao diurético e persistem com
membranoproliferativa, GN crescêntica. edemas volumosos!

+ Ureia e creatinina - O tratamento antimicrobiano deve ser


- Podem estar elevadas na instalação do instituído rapidamente, levando em
edema ou em situações de hipovolemia. consideração o foco/agente infeccioso e
- Se aumento persistente: pesquisar o estado clínico do paciente.
causas secundárias com solicitação de
reações sorológicas para HIV, hepatite A, - PREDNISONA DIÁRIA (60 mg/m2 ou 2
B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, mg/kg/dia) durante 4-6 semanas!!!
sífilis e mononucleose. - Esse esquema é mantido por 6 meses,
com diminuição lenta e progressiva da
dose, caso a remissão se mantenha.
- Em casos com recidivas dentro dos 6
meses iniciais, volta-se para o esquema
diário, mantido até 3 dias consecutivos
após a remissão e, a seguir, reintroduz-se
o corticosteroide em dias alternados.
- Se houver resistência ao tratamento
inicial, pode-se utilizar pulsoterapia
adicional com metilprednisolona!

→ Os inibidores da calcineurina (IC),


ciclosporina (CsA) e tacrolimo (TCM) são
considerados terapia de primeira linha no
manuseio dos pacientes com resistência
aos corticoides e uma alternativa para
corticodependentes e recidivantes
frequentes!

- Os IECA e/ou os BRA têm sido usados


com relativo sucesso, reduzindo
inespecificamente a proteinúria, além de
possuírem ação imunomoduladora.

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