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Fichamento de citação

MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Editora Contexto,
2008.

Linguagem e língua

“O termo “linguagem” apresenta mais de um sentido. Ele é mais comumente empregado para
referir-se a qualquer processo de comunicação, como a linguagem dos animais, a linguagem
corporal, a linguagem das artes, a linguagem da sinalização, a linguagem escrita, entre
outras.” (p. 15-16).

“Os linguistas — cientistas que se dedicam á linguística — costumam estabelecer uma relação
diferente entre os conceitos de linguagem e língua.” (p. 16)

“Entendendo linguagem como uma habilidade, os linguistas definem o termo como a


capacidade que apenas os seres humanos possuem de se comunicar por meio de línguas.” (p.
16)

“Por sua vez, o termo “língua” é normalmente definido como um sistema de signos vocais
utilizado como meio de comunicação entre os membros de um grupo social ou de uma
comunidade linguística.” (p. 16)

“O linguista não é necessariamente um poliglota ou um conhecedor do funcionamento


especifico de várias línguas, mas um estudioso dos processos através dos quais essas várias
línguas refletem, em sua estrutura, aspectos universais essencialmente humanos” (p. 16)

“(...) o uso da linguagem implica o domínio de um conjunto de procedimentos bastante


complexos, associados não apenas a produção e percepção dos diferentes sons da fala, mas
também aos efeitos característicos da distribuição funcional desses sons pela cadeia sonora.”
(p. 17)
“(...) o funcionamento da linguagem, tal como ocorre, esta relacionado a uma estrutura
biológica que o veicula.” (p. 17)
“A Linguagem é importante não só para a organização do pensamento, como também para a
compreensão e categorização do mundo que nos cerca.” (p. 18)

“Cada grupo social tem um comportamento que lhe é peculiar e isso vai se manifestar também
na maneira de falar de seus representantes: os cariocas não falam como os gaúchos ou como
os
Mineiros e, do mesmo modo, indivíduos pertencentes a um grupo social menos favorecido
têm características de fala distintas dos indivíduos de classes favorecidas.” (p. 19)

“Também importante registrar que nossas vidas, em função da evolução cultural, Mudam com
o tempo. Assim, as línguas acabam sofrendo mudanças decorrentes de modificag6es nas
estruturas sociais e politicas. Podemos perceber isso com facilidade no vocabulário.” (p. 19)

“As línguas variam e mudam ao sabor dos fenômenos de natureza sociocultural que
caracterizam a vida na sociedade.” (p. 19)

“Variam pela vontade que os indivíduos ou os grupos têm de se identificar por meio da
Linguagem e mudam em função da necessidade de se buscar novas expressões para
Designar novos objetos, novos conceitos ou novas formas de relação social” (p. 19)

A linguística como estudo cientifico

“O estatuto cientifico da linguística deve-se, portanto á observância de certos requisitos que


caracterizam as ciências de um modo geral. Em primeiro lugar, a linguística tem um objeto de
estudo próprio: a capacidade da linguagem, que é observada a partir dos enunciados falados e
escritos.” (p. 20)

“(...) analisa as línguas sem preconceitos sociais, culturais e nacionalistas, normalmente


ligados a uma visão leiga acerca do funcionamento das línguas.” (p. 20)
“A linguística considera, pois, que nenhuma língua É intrinsecamente melhor ou pior do que
outra, uma vez que todo sistema linguístico é capaz de expressar adequadamente a cultura do
povo que a fala.” (p. 20)

“A Linguística tem como objeto de estudo a linguagem humana através da observação de sua
manifestação oral ou escrita (ou gestual, no caso da língua dos sinais” (p. 21)
“A linguística executa duas tarefas principais: o estudo das línguas particulares como um fim
em si mesmo, com o propósito de produzir descrições adequadas de cada uma delas, e o
estudo das línguas como um meio para obter informações sobre a natureza da linguagem de
um modo geral.” (p. 21)

Linguística e sua relação com outras ciências

“(...) Os estudiosos da linguagem adquirem consciência da tarefa que lhes cabe: utilizando-se
de uma metodologia adequada, estudar, analisar e descrever as línguas a partir dos elementos
formais que lhes são próprios.” (p. 22)

“Entretanto, isso não significa dizer que a linguística encontra-se isolada das demais Ciências
e de outras áreas de pesquisa.”. (p. 22)

“(...) Na maioria dos manuais da disciplina: a linguística estuda a linguagem verbal, enquanto
a semiologia, com seu caráter mais geral, interessa-se por todas as formas de linguagem.” (p.
23)

“(...) A Filologia é uma Ciência eminentemente histérica, ao contrário da linguística, cujo


interesse é a compreensão do fenômeno da linguagem através da observação dos mecanismos
universais que est4o na base da utilização das línguas.” (p. 24)

“A filologia se interessa pelo estudo do texto escrito, enquanto a linguística, embora não
despreze a escrita, se volta para a linguagem oral.” (p. 24)
“(...) Essa tradição gramatical se caracterizava por uma orientação normativa, já que, ao tentar
impor o dialeto ático como ideal, buscou instituir uma mneira correta de usar a língua”. (p.
25)

“Vale ressaltar que essa concepção normativa é estranha á linguística, ciência que se propõe a
analisar e descrever a estrutura e o funcionamento dos sistemas de língua, e não prescrever
regras de uso para esses sistemas.” (p. 25)

“Os linguistas tem plena consciência da importância da norma-padrão para o ensino do


português e reconhecem que o aprendizado ou não desse padrão tem implicações importantes
no desenvolvimento sociocultural dos indivíduos.” (p. 26).
“Nesse sentido, é valido dizer que para a linguística não há formas de expressão
corretas ou erradas, mas adequadas ou não aos diferentes contextos de uso.” (p. 26)

“Os linguistas, portanto, consideram as formas faladas e escritas pertencentes a sistemas


distintos, já que exibem diferentes padrões de gramática e vocabulário e seguem regras de uso
que lhes são específicas. Logo, embora sobrepostos, esses sistemas devem ser analisados
separadamente: a fala primeiro, depois a escrita.” (p. 26)

“Em virtude da natureza complexa do objeto de estudo da linguística, torna-se difícil — se


não impossível — traçar com clareza os limites dessa disciplina ou mesmo enumerar com
segurança suas tendências de análise que, como é comum em qualquer ciência, variam de
acordo com diferentes autores ou escolas.” (p. 26)

Aplicações

“A linguística está longe de ser uma disciplina homogénea; ao contrário, é um vasto território
com muitas noções e orientações teóricas em competição.” (p. 26)

“(...) Linguística aplicada tem sua atuação voltada para o ensino de línguas, especialmente de
línguas estrangeiras, buscando, para isso, subsídios de teorias referentes a linguagem, sejam
elas provenientes da linguística, da filosofia da linguagem ou de qualquer outra área afim.” (p.
27).
“Contudo, a linguística aplicada não está preocupada em descrever a linguagem em si mesma
e, portanto, busca conhecimento também em uma variedade de outras ciências sociais, indo da
antropologia, teoria educacional, psicologia e sociologia até a sociologia da aprendizagem, a
sociologia da Informação, a sociologia do conhecimento, etc. E, portanto, um campo
interdisciplinar.” (p. 27).

“Num contexto em que o ensino de línguas tem sido encarregado da proteção ou defesa da
linguagem correta, a linguística tem sido aplicada, em maior ou menor grau, em contextos de
aprendizagem de língua (...)” (p. 28)

“As aplicações da linguística não se restringem, porém, ao domínio do ensino de línguas ou


ao campo de atuação da disciplina denominada linguística aplicada; outras áreas utilizam,
produtivamente, as descobertas teóricas da pesquisa linguísticas para fins práticos, (..)” (p.
28).

“A participação da linguística aplicada é especialmente notável em projetos que lidam com o


reconhecimento automático da fala, a síntese automática do discurso, tradução automática,
inteligência artificial e campos afins.” (p. 29).

"(...) Há vários domínios em que a linguística pode ser aplicada produtivamente. Dependendo
do propósito da aplicação, as disciplinas relevantes a esses propósitos vão variar.” (p. 29).

“A relação entre disciplinas e os domínios da linguística aplicada é paralela á relação entre,


por exemplo, de um lado, a engenharia, a Matemática, a física, a química, etc., e, de outro
lado, os objetivos do engenheiro em determinadas circunstancias práticas.” (p. 29)

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