POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Uma

Trajetória do Império à Criação do SUS.

TÓPICOS:

1. DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL AO PRIMEIRO

REINADO.

2. O NASCIMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL.

3. PRIMEIRO GOVERNO VARGAS.

4. PRIMEIRA REPÚBLICA E O ESTADO NOVO E A

PREVIDÊNCIA SOCIAL.

Saúde coletiva
Docente: Thereza Lacerda 5. O GOLPE DE 64 E SUAS CONCEQUÊNCIAS NA
SAÚDE.
Discentes:
Cilene Soares, Adla Izidorio, Sara Ferreira, Emilly Caroline, 6. CRIAÇÃO DO SUS.
Manuela Kanâ, Lucas Nobre, Rariele, Tarciana Santos, Vitória
Luiza, Willams Cavalcante, Jessica Araújo, Poliana Silva,
Carlos Lima, Karla Albuquerque, Victor Riam, Hellen, Julyana
Pimentel.
 1. DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL AO
PRIMEIRO REINADO.
Do descobrimento do Brasil à instalação do Império, a
saúde era limitada aos recursos da terra, tais como raízes,
ervas e plantas. Os conhecimentos empíricos, com base em
pajés e curandeiros, eram comuns.
Os poucos médicos atendiam as famílias ricas. Também
naqueles tempos, os boticários – espaços que produziam
“medicamentos”, se multiplicaram.
Com a vinda da família real, houve a necessidade de uma
estrutura sanitária mínima. Nesse contexto, o Rio de Janeiro,
nova capital do Brasil, passou por uma “higienização” para
melhorar a imagem da região junto a parceiros econômicos.
Engana-se quem pensa que a saúde da população era levada
em conta.
No Brasil Colonial houve uma crise demográfica, devido à
epidemia do sarampo, que abalou a economia. Após essa
crise as doenças epidêmicas começaram a receber mais
atenção governamental, pois essas doenças estavam
afetando a principal renda da época, que era a portuária.
Nesse sentido, as primeiras ações de saúde públicas
adotadas foram: proteção e saneamento das cidades,
principalmente as portuárias, controle e observação das
doenças e doentes, promovendo uma prática mais eficaz no
controle se moléstias.
O fato é que o modelo agrário exportador dependia da
salubridade dos portos e das melhorias das condições de
saúde dos trabalhadores. Portanto, o objetivo dessa
higienização era manter a exportação de vento em popa.
As atividades de saúde pública até 1850 eram: delegação
das atribuições às juntas municipais e controle de navios e
saúde dos portos.
2. PRIMEIRA REPÚBLICA E O ESTADO NOVO E A
PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Quando o assunto é sobre os direitos sociais, a República Velha é
marcada como um período em que esses direitos foram bastante
desrespeitados. O desrespeitos aos direitos sociais e a existência de uma
desigualdade evidente fizeram com que esse período também fosse de
luta para muitos que buscavam uma condição de vida mais digna e que
estavam insatisfeitos com as ações praticadas pelos governos.
Existe, inclusive, uma frase que geralmente é atribuída ao
presidente Washington Luís e que dá o tom da forma como a questão era
tratada na República Velha. A suposta frase dita pelo presidente foi:
“Questão social é caso de polícia.” As tensões existentes resultaram em
diversas revoltas, como:
Guerra de Canudos; Revolta da Armada; Revolta da Vacina; Revolta da
Chibata; Guerra do Contestado; Revolta do Forte de Copacabana; Revolta
Paulista de 1924; Coluna Prestes."
O Nascimento da Previdência Social, ocorreu no início do século
21, neste período houve uma crescente urbanização, e a chegada de
muitos imigrantes, especialmente os Italianos e Portugueses, como no
Brasil ainda não havia mão-de –obra qualificada, era necessário trazer de
fora, para que houvesse uma produção rápida e eficaz.
Foi através desses imigrantes que nasceu o movimento operário,
eles se mobilizaram junto com os trabalhadores brasileiros fazendo greves
gerais no país, reivindicando melhores condições no ambiente de trabalho
e garantias de direitos trabalhistas. A primeira greve ocorreu em 1917 e a
segunda em 1999, e foi através desses movimentos que os operários
começaram a conquistar alguns direitos sociais, e levaram à aprovação da
Lei de Eloy Chaves, em 1924, pelo congresso nacional, a qual foi o marco
social da previdência no Brasil.
Foram instituídas as caixas de aposentadoria e pensão (CAPS),
porém nesse período os trabalhadores rurais ficaram de fora, e só na
década de 60, do século 20, é que foi criado o Funrual. Outra
particularidade é que as Caixas deveriam ser organizadas por empresas e
não por categorias profissionais. Era através das mobilizações
organizadas pelos trabalhadores das empresas que se conseguiam as
CAPs; A primeira CAP criada foi a dos ferroviários, devido à importância
que esse setor representava na economia do país naquela época.
3. PRIMEIRO GOVERNO VARGAS.
No plano da política de saúde, pode-se identificar um processo de
centralização dos serviços que objetivava dar um caráter nacional a esta
política. Nesta época, uniformizou-se a estrutura dos departamentos
estaduais de saúde do pais e houve um relativo avanço da atenção à
saúde para o interior, com a multiplicação dos serviços de saúde".
As ações destinadas à erradicação do Aedes aegypti no Brasil,
Peru e Bolívia resultaram em voto de aplauso, e, mais uma vez, a febre
amarela constituiu tema prioritário do debate entre as autoridades
sanitárias do continente americano. Outras doenças transmissíveis, como
a doença de Chagas, a influenza, a lepra, a peste, o tifo e a tuberculose,
também foram objeto de teses e resoluções. No que diz respeito à
tuberculose, deliberação importante consistiu na recomendação do
método de diagnóstico criado pelo médico brasileiro Manoel de Abreu
(LIMA, 2002, p. 60).
As ações de saúde pública, tais como controle de endemias,
vacinas em centros urbanos eram de responsabilidade estatal, que se
restringia, em grande parte, a uma atuação focalizada, pois o usuário e a
iniciativa privada não se interessavam por essas questões.
Começam a se estabelecer contratos e convênios com hospitais e
ambulatórios privados para que estes atendessem à população e a partir
daí a previdência transferia seus recursos para esses hospitais através de
contratos, sendo que cada tipo de procedimento estabelecia uma tabela, o
que levava como consequência a uma série de situações.
4. O ESTADO NOVO E A PREVIDÊNCIA SOCIAL.
O Estado Novo foi o período em que Getúlio Vargas
governou o Brasil, entre 1937 a 1945 de forma ditatorial,
concedendo benefícios aos trabalhadores e se aproximando
deles.
O governo tinha objetivo de reajustar o organismo político
às necessidades econômicas do país. Os trabalhadores também
foram beneficiados com leis trabalhistas, garantindo diversos
direitos. As leis trabalhistas criadas durante a Era Vargas, mexeu
com o sistema de previdência nacional. Foi o início das grandes
mudanças que ocorriam na sociedade e na legislação ao longo do
século 20 até hoje, início do século 21.
Durante esse período a previdência sofreu mudança de
CAPs para IAPs mudando a estrutura de organização das
categorias profissionais ao invés de empresas. Em 1953 acontece
a desmembração do ministério da saúde da educação. Em 1956
foi tomada a decisão de criar o DNERU, devido as serias
consequências que a população enfrentava,pois a reforma da
previdência tinha como objetivo de acumular cofres para
manobras políticas através da reserva da previdência, deixando
de lado a assistência que os trabalhadores tinham por direito
adquirido e falta de justiça social.
5. O GOLPE DE 64 E SUAS CONCEQUÊNCIAS NA
SAÚDE.
Diante de um cenário tenso e marcado por grandes forças
mundiais, a guerra fria trouxe consigo pensamentos políticos
divergentes, era dito que o crescimento rápido do comunismo e o
Socialismo pelo mundo, era uma ameaça para o capitalismo,
trazendo a necessidade de uma decisão e uma estratégia
eficiente, pois a América Latina já havia absorvido uma grande
influência dos demais pensamentos políticos. As Forças Armadas
Brasileiras com o aval, mais precisamente financiamento do
Estados Unidos executaram um golpe de estado e assim
instalaram um regime militar no país e esse processo se repetiu
por toda América Latina com o intuito dos Estados Unidos
permanecer na frente perante a guerra fria.
Todo o processo teve apoio de uma grande parte da
burguesia, a população estava extremamente dividida visto que o
apoio ao movimento tanto os protestos contra ao mesmo eram
fortes, por tanto após o golpe houve uma decadência significativa
na saúde, pois sua administração mudou, se tornando privada e
assim não sendo mais um direito da população, virando um
privilégio e as cobranças aos serviços médicos junto com a
desigualdade da época eram apenas mais dois componentes para
o aumento de uma taxa de saúde precária no país.
Houveram desenvolvimentos de ações como o Decreto Lei 200
(1967), que visava as competências do ministério da saúde de
formulações e coordenação da política nacional de saúde,
responsabilidades de atividades como ambulâncias, ações
preventivas em geral, controle de drogas, medicamentos,
alimentos e pesquisa médico-sanitária. Em 1970 foi criada a
Sucam, Superintendência de Campanha de Saúde Pública com
função de atividades como cuidar de endemias. No ano de 1975
foi instituído o papel do Sistema Nacional da Saúde um
administração da saúde pública e privada, oficializando e
reconhecendo que a Medicina curativa seria de competência do
Ministério da Previdência, e a medicina preventiva do Ministério da
Saúde que em teoria era diferente da prática, já que os recursos
denominados para a saúde pública eram inferiores, a saúde na
época sempre foi voltada a uma determinada classe.
Em 1975 a uma crise, fazendo com que seja preciso tomar
uma ação imediata, já que nenhum modelo e desenvolvimento era
compatível com a realidade do país e aos que eram invisíveis para
o sistema precisavam sim de cuidados, pois o modo da época
claramente favorecia uma parcela e excluía outra. Pobres se
tornaram mais pobres, perca de direitos que já nem tinham, baixos
salários, aumento de marginalidade, mortalidade infantil, graves
constantes e desemprego uma população tratada feito bicho e
sobrevivendo da forma que pode, mostrando o modelo atual
fragilizado e uma enorme bola de neve no céu de um país que
desde sua tomada de origem foi, impiedoso, seletivo e apesar de
ser quente, frio. A solução foi um modelo com um formato bem
mais agradável que por um momento seria para um ajuste rápido,
mas que virou uma ferramenta de referência, o SUS.
6. CRIAÇÃO DO SUS.
O Sistema Único de Saúde é um dos maiores e mais
complexos sistemas de saúde pública do mundo, e abrange desde
o simples atendimento para avaliação da pressão arterial ou
glicose por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos,
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a
população do país. Sem discriminação o sus da atenção desde a
 gestação ao último dia de vida do cidadão. O SUS representa uma
conquista da sociedade brasileira porque promove a justiça social,
com atendimento a todos os indivíduos com equidade e
integralidade, dessa forma promovendo mais qualidade de vida a
todos os indivíduos.
Antes da criação do sus, o sistema público de saúde atendia a
quem contribuía para a Previdência Social. Quem não tinha dinheiro
dependia da caridade e da filantropia.  
Em 1988 a constituição Federal Brasileira virou o sus e
determinou que é dever do estado garantir saúde a toda população
brasileira. Coordenado nacionalmente pelo Ministério de Saúde, o sus é a
mais importante e avançada política social vigente no Brasil. Um dos
maiorias sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir
assistência integral e inteiramente gratuita
Alguns benefícios são:
 Acesso universal - qualquer pessoa em território nacional - seja
turista, estudante, refugiado (com ou sem visto) tem direito ao
serviço 
 Gratuito
 Medicações gratuitas
 Visitas e atendimentos domiciliar
O início da criação do SUS, se deu nos anos de 70 a 80, quando
vários grupos se uniram, no movimento sanitário para pensar, em
um sistema público que pudesse solucionar os problemas que se
encontravam no atendimento da população, defendendo o direito
da saúde. Foi criado pela LEI 8080/1990, levou uma trajetória de
muito esforço, desafios, que eram encontrados diariamente para
poder proporcionar esse direito. A luta era para que fosse criado,
um sistema universal, gratuito e igualitário.
O SUS é o único sistema de saúde que atende mais de
190 milhões de pessoas.
E onde o SUS está presente? Praticamente em tudo na rotina dos
brasileiros:
Está na vacinação no posto de saúde.
Na produção das vacinas.
Na visita do agente comunitário.
Na vigilância sanitária que fiscaliza o açougue, o supermercado e
o restaurante. Na academia ao ar livre da pracinha.
Na ambulância do SAMU que atende o acidente ou emergência.
Na consulta com o médico generalista ou com o especialista.
Nos exames, cirurgia de transplante, oferta de medicamentos,
inclusive os de alto custo.
Na hemodiálise.
Nos cuidados de reabilitação.
Nos atendimentos de pessoas com doenças raras, no
acompanhamento dos processos de mudança de sexo, redução
de estômago e tratamentos oncológicos.
Vale salientar que o controle da água potável, doação de
sangue, doação de órgãos e doação de leite materno, por meio
dos Bancos de Leite Humano, fora a atenção primária, principal
porta de entrada no sistema. É o primeiro ponto de contato, que
oferece um atendimento abrangente, acessível e baseado na
comunidade, que pode resolver de 80% a 90% das necessidades
de saúde de uma pessoa ao longo de sua vida. Isso inclui serviços
que vão desde a promoção e prevenção da saúde até o controle
de doenças crônicas, como câncer, AVC, diabetes e hipertensão,
além dos cuidados paliativos.
HISTÓRICO DO SUS
O sistema público de saúde no Brasil antes de 1988
atendia a quem contribuía para a Previdência Social. A saúde era
centralizada e de responsabilidade federal, sem a participação dos
usuários. A população que poderia usar recebia apenas o serviço
de assistência médico-hospitalar. Antes da implementação do
SUS, saúde era vista como ausência de doenças. Na época,
cerca de 30 milhões de pessoas tinham acesso aos serviços
hospitalares. As pessoas que não tinham dinheiro dependiam da
caridade e da filantropia. Durante todos esses anos, a evolução do
sistema público de saúde foi importante para todos, sem
discriminação. Atualmente, o sistema é descentralizado,
municipalizado e participativo, compartilhado entre União,
Estados, DF e Municípios. Hoje, saúde é vista como qualidade de
vida.
O SUS não é apenas assistência médico-hospitalar.
Também desenvolve, nas cidades, no interior, nas fronteiras,
portos e aeroportos, outras ações importantes. Realiza vigilância
permanente nas condições sanitárias, no saneamento, nos
ambientes, na segurança do trabalho, na higiene dos
estabelecimentos e serviços. Regula o registro de medicamentos,
insumos e equipamentos, controla a qualidade dos alimentos e
sua manipulação. Normaliza serviços e define padrões para
garantir maior proteção à saúde. Os desafios de um sistema de
saúde são constantes e novas demandas sempre surgem, seja
em um enfrentamento de uma nova doença, como por exemplo, a
Covid-19, ou até mesmo na incorporação de novos medicamentos
e de tecnologias de ponta. O grande desafio, sobretudo, é a oferta
de serviços. A demanda é sempre crescente, as mudanças
tecnológicas são frequentes e o SUS é construído diariamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(POLIGNANO, 2020); s (CUNHA; CUNHA, 1998); (OLIVEIRA; TEIXEIRA,
1985);
ALVES, Gabrielle Werenicz. Políticas de Saúde Pública no Rio Grande do
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Graduação em História. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2011.
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FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do
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FERNANDES, Suzana Cesar Gouveia. Saúde no Governo Vargas (1930-
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SOUZA, Monnalys Karolaine dos Santos. Histórico da Política de Saúde
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VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge;
SANTOS, Georgina dos. História: volume único. São Paulo: Saraiva, 2010