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Resumos Prontos - Direito Processual Civil I
Resumos Prontos - Direito Processual Civil I
Professora:
o Gustavo Jorge Gramaxo Rozeira
Avaliação:
o 2 Frequências
o 25 de novembro
o 17 de janeiro
Manuais:
o Código Civil
o Constituição
o Código de Processo Civil
o Introdução ao Processo Civil – Lebre Freitas
o Processo Civil Declarativo – Paulo Pimenta
o Ação declarativa à luz do código revisto – Dr. Remedio Marques
o Introdução ao Processo Civil – Teixeira de Sousa
17/09/2021
Aula:
1
Segundo o artigo 1º do CPC, o princípio hétero tutela não é absoluto comporta
exceções e este artigo di-lo de forma clara, apresenta exceções, tais como: existem
situações em que é lícito uma pessoa tutelar os seus próprios direitos, sem ter que
recorrer a uma entidade especifica (mecanismos de autotutela) - estes encontram-se
previstos:
É através da tutela jurisdicional. Mas antes desta fase pode haver uma auto
composição de litígios, que consiste em pôr fim ao litígio antes da autotutela. A
autotutela é acionada quando o acordo amigável falha. Esta autotelia torna-se possível
porque o estado exerce o aparelho sancionatório que permite por um lado obter a
reintegração da lesão de um direito, ou pode prevenir uma lesão iminente ou futura. E
por outro lado o estado tem monopólio de exercício de autoridade (ius imperium).
2
23/09/2021
Aula:
Reserva do exercício da função jurisdicional pelos tribunais, ele apenas pode ser
exercido pelos órgãos de soberania os tribunais, artigo 202º nº1 da CRP (Os tribunais
são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do
povo).
Categorias de tribunais
c) O Tribunal de Contas.
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O acesso ao aparelho judiciário para obter a tutela de um direito e esta busca
não é uma regalia, é um verdadeiro direito fundamental, que prevê no artigo 20º nº1
da CRP (A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus
direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por
insuficiência de meios económicos) é o direito que todos têm de se dirigirem aos
tribunais e demandar a tutela jurisdicional. Alem de um direito de acesso aos tribunais,
aqui é acrescentada uma ideia de efetividade da tutela, não é so o acesso ao tribunal, é
o acesso ao tribunal que nos dá uma forma aceitável de restituir a nossa tutela, ou seja
o tribunal tem que ser pronto e eficaz na sua resposta.
Direito e interesses difusos – São bens e interesses que não são individualmente
divisíveis, não podem ser afetados a cada um dos proprietários, incluímos o direito ao
ambiente, o direito á cultura, o direito á educação.
Direito processual civil – Ramo do direito publico que prevê e regula a formação
e obtenção das providencias judiciais destinadas à defesa ou prevenção de posições
jurídicas subjetivas dignas de tutela jurisdicional.
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Podemos encontrar duas grandes dimensões, a primeira é a dimensão estática,
que é aquela parcela do direito processual civil que tipos de providência e medidas
judiciais podem ser obtidas e os requisitos que vão ser preenchidos ou podem vir a ser
preenchidos, já a segunda dimensão é uma dimensão dinâmica é o processo (fases ou
etapas) para a obtenção desses providencias judicias.
O Direito Processual Civil é do ramo do direito publico e isto tem a haver com
uma característica.
Autor Réu
Tribunal
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Fins do direito processual civil
Com o passar dos tempos o direito civil era muito formalista, o objetivo era
chegar ao fim não importava o processo, ás vezes uma pessoa perdia a ação porque
alguém se tinha esquecido de usar algo, era excessivamente formalista, era alheio ao
resultado.
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Há ainda um segundo sentido que é o que nos diz que mediaçao é desenvolvida
fora do processo judicial e conciliação é o contrário.
Mas eles não são vinculativos, o conciliador poe as aprtes a conversar sem poder
dar ideias, mas não dá ordens, o mediador poe as partes a falar, da ideias, mas não dá
ordens.
Artigo 202º nº1 do CRP – os tribunais não se esgotam nos tribunais estaduais
Artigo 209º nº2 da CRP (Podem existir tribunais marítimos, tribunais arbitrais e
julgados de paz) - dá a possibilidade de existirem tribunais arbitrais
Função jurisdicional, tem um núcleo essencial que está la o exercício do ius (...)
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24/09/2021
Artigo 1ºnº1:
Só é possível desde que a lei especial não exista e assim atribuí o poder de dirimir
em exclusivo aos tribunais estaduais. Em casos em que a lei manda submeter a
arbitragem necessária.
A vontade das partes faz-se pela convenção arbitraria. Aplica-se a todos os litígios
de interesse patrimonial.
A lei distingue 2 espécies artigo 1ºnº3, pode haver um litígio atual ou um litígio
eventuais e emergentes:
8
O artigo 2º regula os requisitos da convenção de arbitragem, o primeiro requisito
é a de forma escrita, ou seja, exige que se adote a forma escrita e não pode ser
verbalmente, como documento autenticado, ou particular autenticado. O nº2
acrescenta a extensão de forma escrita, ou seja, dirige para situações que sejam feitas
por meios de telecomunicação, uma adesão informática desde que fique registado por
escrito.
O artigo 2ºnº4 exige que seja feita por uma clausula contratual geral, pode ser
uma proposta contratual representada por uma parte e a outra não tem poder para
modificar o mesmo. Aplica-se o regime geral das clausulas contratuais.
Artigo 2ºnº6 diz-nos que a convenção tem de identificar o litígio a que se refere,
não vale convenções em branco. Deve identificar o objeto do litígio em caso de clausula
compromissória deve especificar a relação jurídica a que o litígio se refere.
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07/10/2021
Artigo 5º da LAV
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Dinâmica do processo arbitral
• Pode ser composto por um só arbitro ou então por vários árbitros (tribunal
arbitral colegial) mas a lei exige que seja composto por um número ímpar de
árbitros.
• Tem de obedecer a determinados requisitos:
o Pessoas singulares e capazes (maiores de idade e não podem estar
inibidos da sua capacidade de exercício); (Art.º 9 nº 1 LAV)
o Não é exigível que sejam cidadãos portugueses
o Devem ser independentes e imparciais (art.º 9 nº 3 LAV e art.º 13 nº 1
LAV)
o São nomeados pelas próprias partes
• Designação dos árbitros:
o Art.º 8 nº 2 e 10 LAV – liberdade de conformação das partes, quer quanto
à concreta quer quanto à forma de designação
o Regime supletivo: tribunal de três árbitros (art.º 8 nº 2 LAV), cada parte
deve designar igual número de árbitros e estes juntam-se e escolhem um
presidente do tribunal arbitral (art.º 10 nº 3 LAV)
o Se não houver designação do arbitro dentro de 30 dias a designação cabe
ao presidente da relação do lugar da arbitragem (art.º 10 nº 4 LAV); art.º
59 nº 3 LAV,
o É necessário que o arbitro aceite o encargo, pois pode recusar, (art.º 12
nº 1 LAV)
o Mas a parir do momento que aceite o encargo de arbitro, tem de exercer
a função, e caso não o faça, tem de responder pelos danos que tiver dado
causa. (art.º 12 nº 3)
o Processo de recusa de arbitro:
▪ Regra de transparência (art.º 13 nº 1 LAV)
▪ As partes podem recusar um arbitro (artigo 13 nº 3 LAV)
o Incapacitação de um arbitro para exercê-las (art.º 15 LAV)
• Substituição do arbitro recusado ou “incapacitado” (art.º 16 LAV)
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Competência do tribunal arbitral: a regra da kompetenz-kompetenz
12
Sentença arbitral
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Impugnação da decisão arbitral - mecanismos de reação
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Arbitragem institucionalizada. Arbitragem internacional. Arbitragem voluntaria e
arbitragem necessária
Arbitragem internacional
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Apontamentos com artigos:
Número de árbitros
1 — O tribunal arbitral pode ser constituído por um único árbitro ou por vários,
em número ímpar.
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Artigo 10.º
2 — Caso o tribunal arbitral deva ser constituído por um único árbitro e não haja
acordo entre as partes quanto a essa designação, tal árbitro é escolhido, a pedido de
qualquer das partes, pelo tribunal estadual.
3 — No caso de o tribunal arbitral ser composto por três ou mais árbitros, cada
parte deve designar igual número de árbitros e os árbitros assim designados devem
escolher outro árbitro, que actua como presidente do tribunal arbitral. – Regime
supletivo.
7 — Não cabe recurso das decisões proferidas pelo tribunal estadual competente
ao abrigo dos números anteriores do presente artigo.
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Artigo 59.º
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administrativo de círculo em cuja circunscrição se situe o local da arbitragem, consoante
se trate, respectivamente, de litígios compreendidos na esfera de jurisdição dos
tribunais judiciais ou na dos tribunais administrativos.
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Artigo 12.º
Aceitação do encargo
1 — Ninguém pode ser obrigado a actuar como árbitro; mas se o encargo tiver
sido aceite, só é legítima a escusa fundada em causa superveniente que impossibilite o
designado de exercer tal função ou na não conclusão do acordo a que se refere o n.º 1
do artigo 17.º
Artigo 13.º
Fundamentos de recusa
1 — Quem for convidado para exercer funções de árbitro deve revelar todas as
circunstâncias que possam suscitar fundadas dúvidas sobre a sua imparcialidade e
independência.
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Artigo 15.º
Artigo 16.º
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Artigo 18.º
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Artigo 30.º - LAV
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Artigo 31.º - LAV
Lugar da arbitragem
Língua do processo
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Artigo 34.º - LAV
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Artigo 43.º - LAV
3 — No caso de as partes lhe terem confiado essa missão, o tribunal pode decidir
o litígio por apelo à composição das partes na base do equilíbrio dos interesses em jogo.
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Artigo 40.º - LAV
Encerramento do processo
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NOTA: Temos meios de impugnação:
• Recurso – em regra geral são irrecorríveis, mas temos o Artigo 39º nº4
da LAV (A sentença que se pronuncie sobre o fundo da causa ou que, sem
conhecer deste, ponha termo ao processo arbitral, só é susceptível de
recurso para o tribunal estadual competente (+ artigo 59º nº1 alinea e)
(Relativamente a litígios compreendidos na esfera de jurisdição dos tribunais
judiciais, o Tribunal da Relação em cujo distrito se situe o lugar da arbitragem
ou, no caso da decisão referida na alínea h) do n.º 1 do presente artigo, o
domicílio da pessoa contra quem se pretenda fazer valer a sentença, é
competente para decidir sobre: O recurso da sentença arbitral, quando este
tenha sido convencionado ao abrigo do n.º 4 do artigo 39.º;)) no caso de as
partes terem expressamente previsto tal possibilidade na convenção de
arbitragem e desde que a causa não haja sido decidida segundo a
equidade ou mediante composição amigável).
• Pedido de anulação – Artigo 46º da LAV
Pedido de anulação
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3 — A sentença arbitral só pode ser anulada pelo tribunal estadual competente
se:
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4 — Se uma parte, sabendo que não foi respeitada uma das disposições da
presente lei que as partes podem derrogar ou uma qualquer condição enunciada na
convenção de arbitragem, prosseguir apesar disso a arbitragem sem deduzir oposição
de imediato ou, se houver prazo para este efeito, nesse prazo, considera -se que
renunciou ao direito de impugnar, com tal fundamento, a sentença arbitral.
8 — Quando lhe for pedido que anule uma sentença arbitral, o tribunal estadual
competente pode, se o considerar adequado e a pedido de uma das partes, suspender
o processo de anulação durante o período de tempo que determinar, em ordem a dar
ao tribunal arbitral a possibilidade de retomar o processo arbitral ou de tomar qualquer
outra medida que o tribunal arbitral julgue susceptível de eliminar os fundamentos da
anulação.
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Artigo 47.º - LAV
3 — A sentença arbitral pode servir de base à execução ainda que haja sido
impugnada mediante pedido de anulação apresentado de acordo com o artigo 46.º, mas
o impugnante pode requerer que tal impugnação tenha efeito suspensivo da execução
desde que se ofereça para prestar caução, ficando a atribuição desse efeito
condicionada à efectiva prestação de caução no prazo fixado pelo tribunal. Aplica -se
neste caso o disposto no n.º 3 do artigo 818.º do Código de Processo Civil.
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Arbitragem Internacional
Artigo 55.º
Necessidade do reconhecimento
Artigo 62.º
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Temos dois tipos de arbitragem:
Se o julgamento arbitral for prescrito por lei especial, atende-se ao que nesta
estiver determinado; na falta de determinação, observa-se o disposto nos artigos
seguintes.
1139º
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08/10/2021
Capítulo II
Fontes do DPC:
b. As fontes do DPC
Evolução histórica:
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vi. Inexistência de uma garantia de tutela jurisdicional efetiva: não existe o
acesso aos tribunais, não era garantido, mas sim um privilégio.
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14/10/2021
O período da codificação
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O Código de Processo Civil de 1961:
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Interpretação e aplicação da lei processual civil
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Integração de lacunas na lei processual civil.
As regras gerais de integração de lacunas. Cfr. art. 10.º do CC (Na falta de caso
análogo, a situação é resolvida segundo a norma que o próprio intérprete criaria, se
houvesse de legislar dentro do espírito do sistema)
Artigo 12.º
1. A lei só dispõe para o futuro; ainda que, lhe seja atribuída eficácia retroactiva,
presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se
destina a regular.
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Regime-regra:
Artigo 297.º - CC
(Alteração de prazos)
1. A lei que estabelecer, para qualquer efeito, um prazo mais curto do que o
fixado na lei anterior é também aplicável aos prazos que já estiverem em curso, mas o
prazo só se conta a partir da entrada em vigor da nova lei, a não ser que, segundo a lei
antiga, falte menos tempo para o prazo se completar. – Encurtamento de um prazo
2. A lei que fixar um prazo mais longo é igualmente aplicável aos prazos que já
estejam em curso, mas computar-se-á neles todo o tempo decorrido desde o seu
momento inicial.
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Casos especiais:
• Princípio do tempus actum regit (artigo 136 nº1 do CPC) – a validade formal de
um ato, a forma que um ato deve obedecer é sempre regulada na lei em vigor
no momento em que o ato é praticado.
• Princípio da estabilidade de forma no processo (artigo 136 nº2 do CPC) – a
forma de processo que se aplica a uma determinada causa regula-se pela lei
processual civil em vigor na data em que o processo foi instaurado.
• Princípio da perpetuatio jurisdictiones (artigo 38 da lei da organização do
sistema judiciário) – nº1: a competência fixa-se no momento em que a ação se
propõe; nº2: as modificações de direito são irrelevantes, para aquele processo
não relevam, o que releva era a lei que estava em vigor no momento em que a
ação foi interposta. A exceção prevista (parte final) é quando o tribunal que não
era competente no momento em que a causa foi proposta vier a passar a ser
competente de acordo com a lei nova. Se a ação foi proposta num tribunal
incompetente mas se entretanto a lei foi modificada e passar a ter competência,
em vez de o tribunal se abster de julgar a causa ele irá poder julgar.
• Artigo 44 nº3 da lei da organização do sistema judiciário - As alçadas é um valor
abstrato fixado na lei que é um dos critérios para admissibilidade de recursos. A
alçada do tribunal de 1ª instância é de 5 mil euros. A alçada das relações é de 30
mil euros. Para podermos recorrer de uma sentença é preciso que o valor da
causa exceda o valor da alçada do tribunal a que se recorre. Se o valor for de
3500€ não há recurso. Se o valor da causa for de 16 mil euros posso recorrer do
tribunal de 1ª instância para o tribunal das relações. Ainda que o valor das
alçadas seja alterado, a admissibilidade do recurso por força das alçadas rege-se
pela lei em vigor no momento em que a ação foi proposta.
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Aplicação da lei processual civil no espaço:
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Princípios de processo civil que concretizam estes dois direitos fundamentais:
Outros princípios que não concretizam normas constitucionais, não são uma
transposição de princípios constitucionais para o direito ordinário, são princípios de
direito ordinário que o legislador estabeleceu.
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21/10/2021
Direito de defesa
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contraditório: O tribunal pode tomar uma decisão sem ouvir a parte demandada.
O direito à defesa não coloca o processo na posição de ficar parado enquanto o
demando não apresentar a sua defesa.
• A falta de defesa por parte do demandado.
o A revelia: quando o reu não exerce o direito de defesa. O nosso sistema
manda responder através do efeito cominatório semipleno.
o Os dois sistemas de consequências processuais quando o demandado
não vem ao processo defender-se: ficta confessio e ficta contestatio.
Ficta confessio: Se o demandado não se vem defender considera-se que
se ficciona que ele confessou o que era pedido, que aceitou a pretensão.
Ficta contestatio: do silencio do demandado condiciona que ele
contestou, espera-se que prove. Trata-se o processo como se tivesse sido
proferida uma contestação mesmo eu não tenha sido proferido.
o O efeito cominatório (quase)pleno. Natureza excecionalíssima do
instituto.; art.º 716 nº 4 do antigo CPC) – (art.º 2 do RADEPI) prevê-se
um efeito diferente, que é o efeito cominatório pleno, o reu não se
defendeu o tribunal limita-se a condenar.
o O efeito cominatório semipleno (art.º 567 nº1) modelo híbrido, é o
modelo que nos seguimos, o reu citado noa contestou e como
consequência consideram-se confessados os factos que o autor autuou,
mas apenas os factos e não a aplicação.
o Exceções ao efeito cominatório semipleno (art.º 568) – o tribunal pode
recusar condenar o réu
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O regime tributário da justiça:
A responsabilidade pelas custas: Regra geral (art.º 527.º). Exceções (art.º 535.º).
A taxa de justiça: Taxa de justiça devida pelo impulso processual e taxa de justiça
devida a final. Oportunidade de pagamento (art.º 530.º).
Regime de petição inicial (art.º 558 f)) a faculdade concedida pelo art.º 560,
tabela que prevê a media de justiça variável do valor da ação.
Unidade de conta processual, o que tenha haver com custas da justiça, usa-se
sempre esta unidade (UC) 1 UC vale 102€.
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O valor das ações – art.º 11 CPC
O valor das ações como base tributável das custas judiciais, o valor da causa
serve de base tributável para determinar a taxa de justiça.
Outras finalidades:
Indicação do valor da causa pelas partes (art.º 552 nº1 f); art.º 305 nº1. Fixação
do valor da causa pelo juiz (art.º 306 nº1), nova atualização.
Critérios gerais para a fixação do valor da causa (art.º 297 nº1) – o valor da
causa exprime e a utilidade económica do que aquele pedido tem para as partes.
Quando não haja uma norma que se palica o concreto aplica-se o critério geral
Exemplo: 450€ de renda mensal onde o senhorio propôs uma ação o pagamento
de 3 rendas em divida com uma indemnização por 2500€. Resposta: 2 anos e meio de
2500 renda corresponde a 13500. A indeminização corresponde 2500, e as despesas ou
dividas são 1350. Corta-se o valor mais baixo e soma se os outros valores que dá 16000€
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3. Ações de alimentos (art.º 298.º/3): Pensões de alimentos. O valor da causa é
o quíntuplo da anuidade corresponde ao pedido, peço um valor (500€) e o valor que se
vai atribuir vai corresponder ao quíntuplo da anuidade corresponde ao pedido.
Exemplo: ex conge propõe que pague 500€ de alimentos o valor desta causa é o
quíntuplo da anuidade (x12)(500 x 12= 6000) que é igual a 6000 x 5 = 30000
Exemplo: contrato de renda vitalícia entre as partes para ser paga durante 30
anos de 500€, o comprador para de pagar e proponho uma ação. Resposta: o valor da
renda multiplicado pelo número de anos que a situação abranger ou por 20 se for maior
que 20 o número de anos. Se fosse durante de 10 anos multiplicávamos por 10. Caso
seja impossível revelar o valor de anos acrescenta-se 1 cêntimo. Art.º 44 nº1, se não
pudermos determinar o número de anos a que a decisão diz respeito, usamos este valor
abstrato que é o valor alçada da relação mais 1 cêntimo, pois assim vai em recurso para
o supremo tribunal.
Exemplo: Renda de 500 euros por mês, durante 30 anos. Qual é o valor desta
causa? 500 x 12 = 6000 x 20 = 120 000 euros.
Exemplo: CPS, para construir uma casa e peço a anulação do contrato, o valor da
causa vai ser 500 mil euros, porque é o preço contratual. Se não houver preço, será
aplicado as regras gerais – artigo 297º nº1 do CPC.
7. Ações reais (art. 302.º): o valor da causa é determinado pelo valor da coisa. O
valor da coisa se for um imóvel é o valor patrimonial tributário (finanças) se for movel
sujeita a registos. Tem por objeto o reconhecimento da propriedade. Imaginemos A
vendeu a B um terreno com o valor de 50000 pelo preço de 80000 e propõe uma ação
para reconhecer que ele é o titular do caso. Art.º 302 ação real (valor da coisa) O valor
de ação vai ser de 50 mil euros. (o que está em causa é de quem é a propriedade).
Exemplo: A vendeu a B por 50000 e B quer que o contrato seja anulado, está em
discussão o contrato (art.º 301).
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8. Ações de estado e ações relativas a interesses imateriais ou a interesses
difusos (art.º 303.º): As ações de estado, tem haver com o sentido mais amplo, é difícil
apurar o valor de uma pessoa se divorciar de outra ou de alguém ser pai de outra, é o
valor da alçada da relação (30 mil) + 0,01 cêntimo. Interesses difusos (nº3) - O valor da
ação corresponde ao dano invocado, mas com o limite do dobro da alçada da relação.
Exemplo: O escultor vendeu a sua escultura por 30 mil euros, o comprador pôs
a escultura no jardim e pintada de outra cor. O escultor pediu de pagar uma
indeminização de 5 mil euros e pôr a escultura na sua cor normal. Resposta: Artigo 297º
nº1 do CPC – 5 mil euros. Artigo 297º nº2 do CPC – para reposição da estátua é de 30
000 01 euros. = vai ser 35 000 01 euros.
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Referência temporal para a fixação do valor da causa:
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Disponibilidade da instância:
• Instância
• Liberdade de decisão sobre a instauração do processo (art.º 3 nº 1) o ónus de
impulso processual.
• Constituição da instância (art.º 259 nº1). Surge porque alguém propõe no
tribunal uma ação contra o reu ou demandado.
• A perfeição da instância ocorre apenas com a citação do reu
• As partes podem suspender a instância (art.º 272 nº 4). Existência de outras
causas de suspensão da instância fora da disponibilidade das partes. A extinção
da instância pode resultar da vontade das partes, podem por termo àquela
relação jurídica processual.
• A desistência da instância (art.º 285 nº 2), é um negócio unilateral e puramente
processual em que o demandante desiste do processo e só releva para efeitos
do processo. Não tem nenhuma consequência em relação ao litígio. A desistência
da instância é livre até ao momento em que p reu apresente a sua contestação,
quando o reu o faz a desistência da instância depende do consentimento do
próprio reu.
• A desistência da instância também pode ocorrer através da autocomposiçao
pelas partes do objeto do litígio, as partes podem auto compor o litígio. Podem
ser unilaterais ou bilaterais (quando se trata v Negócios jurídicos unilaterais
o A desistência do pedido (art.º 283 nº 1 e 285º nº1) provem do autor,
pode desistir da pretensão. A desistência do pedido extingue o direito a
receber tal coisa. instância sujeitos (elemntos subjetivos) tribunla partes
objeto (elementos obejtivos) pedido causa de pedido Demandante
Demandado Partes acessórias
o A confissão do pedido (art.º 283 nº1) provém do reu, negócio jurídico
unilateral de autocomposição do litígio e depende do reu e do
demandate, é o reu a reconhecer a pretensão eu foi imposta contra si.
o A transação (bilateral):
▪ Artigo 1249º CC, contrato através do qual as partes terminam um
litígio (transação extrajudicial) mediante recíprocas conceções
▪ As partes podem transigir (art.º 283 nº 2)
▪ Há limites sob o objeto do litígio, só o podem transpor se o objeto
o Exceção art.º 289
• A submissão do litígio a tribunal arbitral (art.º 280)
• A conformação da instância
o Art.º 260
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28/10/2021
Regularização do sistema fiscal: Durante muito tempo o código dizia que não se
podia invocar em tribunal factos se não tivesse cumpridas obrigações ficais.
1995/1996: Os direitos das partes não podiam estar limitados devido a falta de
incumprimento. O legislador introduz um novo regime do artigo 274º.
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O objeto divide-se:
Exemplo: caso de uma ação que peço sobre uma responsabilidade civil
extracontratual de direito contratual, conduta ilícita, culposa, dano, nexo de
causalidade, tenho de fundamentar o pedido alegando todos os factos que ocorreram.
Extinção da instância: pode resultar das vontades das partes. Ocorre em várias
circunstâncias: negócios processuais (podem dizer respeito a própria matéria do litigio
ou podem ser alheios ao objeto do litigio). A relação processual controvertida- questão
que se está a discutir.
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Auto composição pelas partes do objeto do litígio: resulta dos negócios de auto
composição do litigio.
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de ser alegados pelas partes, factos essências que não tenham sido alegados pelas
partes o tribunal não pode fazer, só pode conhecer os factos que as partes alegaram-
artigo 5º. Ex.: responsabilidade civil extracontratual tenho de demostrar a conduta
ilícita, culposa….tenho de alegar factos que preencham estes requisitos de direito
substantivo, meto uma ação em tribunal e não alego os danos, o tribunal não pode
alegar pelas partes, se não for alegado pelas partes o tribunal não pode apreciar os
factos.
Factos notórios: Artigo 412º nº1 são conhecidos por todos, logo não preciso de
provar. Ex.: que um ano tem 365 dias.
Factos da causa: Artigo 574º nº2: se o reu na colocar em causa os factos que o
autor alegou que esses factos consideram estabelecidos por acordo e depois não podem
ser excluídos, o tribunal é obrigado a aceitar.
Meios de prova:
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Princípio do dispositivo e a direção do processo pelo juiz – Artigo 6º nº1:
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29/10/2021
Artigo 115 c) do CPC – o juiz não pode ser juiz num processo em que ele já
interviu como mandatário ou em relação à qual ele já teve intervenção dando parecer
ou emitido pronúncia.
e) – o juiz esta impedido nos termos desta alínea quando um juiz é chamada no
âmbito de decidir um recurso proferido contra uma decisão que ele próprio tinha
proferido. Exemplo: o juiz da comarca do porto julgou a causa, proferiu sentença,
entretanto em julho ele foi promovido à relação do porto, o recurso subiu à relação do
porto e calhou a este juiz para apreciar o recurso, aqui significa um impedimento
i)– Colmata esta situação dizendo que o juiz esta impedido quando esteja na
situação das alíneas anteriores quando o juiz viva em união de facto. Quando há uma
situação destas num caso pratico temos de articular a alínea b) com remissão da alínea
i).
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Os impedimentos são mais inflexíveis.
Artigo 116º nº1 – o juiz tem o dever de se declarar impedido. Alem disto as
partes podem também requerer ao juiz que se declare impedido. Em qualquer momento
do processo até que seja proferida sentença as partes podem requerer ao juiz que
declare impedimento.
Se esta decisão não for proferida, e vier a ser proferida sentença, este vicio fica
sanado.
Se o juiz não se tiver declarado impedido devendo fazê-lo isto constitui um vicio
processual, constitui uma nulidade processual secundaria.
Suspeições e escusas:
Artigo 119º – o juiz não pode declarar-se suspeito mas pode pedir que seja
dispensado de intervir na causa quando se verifique algum dos casos previstos no artigo
seguintes (da suspeição). Há duas categorias de causas que podem determinar o pedido
de escusa do juiz. As causas típicas previstas expressamente na lei por remissão para o
artigo 120º e alem disso temos uma causa residual, uma espécie de clausula aberta
(parte final do artigo 119 nº1).
58
Artigo 119 nº1 - Nas escusas o juiz não se pode declarar suspeito. Não se pode
auto afastar do processo. Mas pode pedir para ser dispensado de intervir na causa. Ele
dirige um pedido mas não é ele que se afasta. Isto faz-se no artigo 119 nº2 – o pedido é
apresentado antes de proferido o 1º despacho ou antes da 1ª intervenção que ele tenha
no processo. Ultrapassado este prazo o juiz já não pode mais pedir escusa, a situação
fica sanada.
A quem é que o juiz pede a escusa? – artigo 119 nº3 – o pedido é dirigido ao
presidente da relação respetiva ou ao presidente do supremo tribunal de justiça se o
juiz pertencer a este tribunal. O pedido tem que identificar com precisão os factos que
o justificam. O presidente do tribunal recolhe as informações que lhe forem
convenientes e ouve se o entender conveniente as partes.
Nº1 – temos aqui uma clausula aberta, qualquer motivo sério e grave que seja
suscetível de suscitar a desconfiança quanto à imparcialidade do juiz pode ser objeto de
um pedido de suspeição. Isto não existia no código anterior. O novo código criou esta
clausula aberta. Indica também uma serie de alíneas de causas típicas, expressamente
previstas de suspeição. Estas alíneas aplicam-se por remissão ao artigo 119 nº1.
59
04/11/2021
Alinea d) - juiz ou parente ou afim em linha reta for credor ou devedor de alguma
cas partes; o juiz não tem interesse económico se a ação for improcedente ou não, mas
tem ingresse juridico que a ação seja favorável para umas das partes. Ex.: juiz socio de
uma associação que é parte na causa;
Alinea f) - juiz recebe dadivas por causa do processo, antes ou depois deste (são
as fraudes); juiz contribuiu para as despesas do processo de uma das partes, se essa
parte calhar ao juiz não é possível ele julgar;
Se o juiz pediu escusa e o pedido não foi aceite pelo presidente da relação
respetiva a suspensão só pode ser oposta por fundamentou daquele que o juiz deu.
Artigo 120º: não se pode fazer a mesma extensão de efeito relativo a união de
factos, tal não é aceite neste artigo.
60
Decisão de procedência da suspeição: artigo 126º- passa de substituto a juiz
efetivo. Se a escusa ou suspeição não for atendida o juiz intervém no processo e não o
substituto.
Duas noções:
Artigo 3º: mesmo que seja matéria que é decisão das partes e não tem de estar
vinculadas as partes, ele tem de ouvir as partes - princípio da proibição de decisão
supressa.
Meios de prova: Artigo 415º nº1 - vem dizer que as provas têm de ser produzidas
no processo e tem de ser produzidas com uma audiência contraditória da outra parte.
Artigo 415º nº2 - provas pré constituídas, já existiam antes do processo, as partes devem
provar validade.
61
Princípio da igualdade:
Está vertido no Artigo 4º CPC – igualdade das partes- a igualdade deve ser
substancial. Se dou uma parte a responder a um alegacão tem de dar à outra. - Dimensão
programática.
Princípio da publicidade:
Publicidade do processo: Artigo 163º CPC - processo civil é publico, tudo o que
consta do processo é publico. Não existe processos confidenciais. Faz parte do estado
de direito. Nº2: conteúdo: consulta e exame do processo e obter copia ou certidão de
qualquer peça incorporada no processo.
Passagem de certidões: Artigo 170 +171º CPC. A publicidade tem graus. Quem
pode obter certidões são as partes, qualquer parte pode obter no seu próprio processo
copias e certidões. - Quem pode exercer alem das partes? qualquer advogado pode
adquirir copias ou certidões. – Qualquer particular pode pedi mas tem de ter um
interesse atendido. --- E se quiser obter sem justificar? Vou a um advogado, pago a
consulta e este vai buscar as copias ou certidões.
62
Princípio da cooperação:
Artigo 7º CPC: Estabelece a regra que as partes devem cooperar para que o
processo corra bem.
b) Cooperação das partes com o tribunal - Artigo 417º as partes têm o dever de
cooperar para a descoberta da verdade. Este dever de cooperação tem como corolado
um dever de boa-fé processual artigo 8º, isto é, devem agir no processo de boa-fé e
devem observar o dever de cooperação.
Taxa sancionatória excecional: Artigo 531º visa abranger o tipo de situações que
são meramente negligentes. Montante da taxa artigo 10º RCP- 2 UC a 15 UC. Qual a sua
natureza? Saber se é um tributo ou se é uma sanção processual. Professor não classifica
como figura tributaria- artigo 27º RCP.
63
Princípio da duração razoável do processo:
Está no artigo 2º nº1 prevê a duração razoável, não deve eternizar- plano
ordinário- rejeita a ideia dos processos eternizar nos tribunais
Subprincípios:
Artigo 208º CRP - passou a reconhecer este princípio como elemento essencial a
administração da justiça. Falamos de advogados e de outros.
64
Princípio da preclusão
Artigo 139º nº3: sempre que a lei estabelece um prazo para as partes praticarem
um ato esse decurso extingue o direito a prática do ato. O ato não volta a poder ser
praticado depois de sanado o prazo.
Revelia operante: efeito cominatório semipleno – Artigo 567º nº1 – se o reu não
contesta o efeito diz que se considera confessados os factos que o autor operou.
65
11/11/2021
Caso prático:
A toda a ação deve ser atribuída um valor certo em euros - Artigo 296º nº1 que
deve representar a utilidade económica imediata do pedido e fins de custas judiciais,
logo a taxa de justiça. O valor da causa é apurado pelo valor da causa do pedido – Artigo
297º acrescenta que se deve apurar a quantia monetária que equivale ao benefício –
Artigo 297º nº1. As pretensões inicias é uma ação de despejo, responsabilidade civil
extracontratual. Duas pretensões atender. Artigo 297º nº1 e 2 indemnização valor e 15
mil euros, pedido de despejo artigo 298º nº1 somar o valor de dois anos e meios + a
indemnização + rendas em divida (rendas sucessivas Artigo 297º nº2 os interesses
sucessivos não se atendem) = 7 500+ 1200 + 750 (corta porque é o valor menor entre as
rendas e a indeminização) = 8700 + 15 000= 23 700 euros.
66
B) Admite que a ação proposta por António foi distribuída a Bernardo, juiz no
tribunal, o qual habita em confeções análogas as dos cônjuges com Francisca,
sobrinha de António. Que instrumentos processuais, se é que algum, podem ser
invocados neste caso para garantir a imparcialidade do juiz da causa?
67
PARTE II
Corresponde a condições que tem de estar preenchidas para que uma instância
possa existir juridicamente. As condições para que a instância se considere constituída
e a propositura da causa pelo autor. Para existir precisa de um ator que a proponha
perante um reu.
Condições que tem de estar preenchidas para que a instância seja valida
juridicamente.
68
c) Condições de procedência da ação
Condições que tem de estar preenchidos pra que uma ação possa ser julgada
procedente, para que seja reconhecida a ação do autor e decretado os pedidos que ele
deduziu.
Artigo 584º
São requisitos que tem de estar preenchidos para que se possa realizar um
determinado tipo de ato processual.
QUESTÕES PREJUDICIAIS:
QUESTÕES INCIDENTAIS
69
CLASSIFICAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS:
70
CAPÍTULO II
Artigo 11º CPC: ter personalidade consiste na aptidão para ser parte de um
processo cível e judicial; - Noção de parte: corresponde ao sujeito da relação jurídica
processual que tem um interesse no desfecho da causa.
71
A ATRIBUIÇÃO DE PERSONALIDADE JUDICIÁRIA A ENTES DESPROVIDOS DE
PERSONALIDADE JURÍDICA
Artigo 11º nº2: todos que tem personalidade jurídica tem personalidade
judiciaria. O legislador estende a personalidade judiciaria a entes e organismos que não
dispõe de personalidade jurídica, mas aos quais o ordenamento reconhece
personalidade judiciaria- artigo 12º CPC. Exemplos:
• Herança jacente: artigo 2046º: herança que ainda não foi aceite
pelos herdeiros, por isso não tem titulares. Não tem
personalidade jurídica, mas tem personalidade judiciaria. Pode
ser interposta ações contra a herança jacente. Depois de ser
aceite não gosta de personalidade judiciaria.
• Outros patrimónios autónomos que não tem titulares, mas são
sujeitos de relações económicos, por isso é pratico que seja
conhecido personalidade judiciaria.
4. Sociedades civis sobre forma civil: criadas nos termos do código civil, não tem
personalidade jurídica- artigo 980º CC
Navios: devido ao comércio internacional, art. 28.º do Dec. Lei n.º 352/86.
72
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PERSONALIDADE JUDICIARIA
Exceções:
73
Pressupostos processuais:
Isto tem a haver com a tipicidade, típico quando o seu regime jurídico está
traçado pelo seu legislador, dizemos que é atípico quando o seu regime jurídico não está
ditado pelo legislador, resulta de uma construção jurisprudencial ou doutrinaria.
74
12/11/2021
75
Artigos Complementares
Capacidade judiciaria
É a aptidão para alguém estar no processo por sí só, para auto conduzir a sua
participação no processo, pode gerir a sua participação no processo.
Artigo 15º nº2 do CPC (A capacidade judiciária tem por base e por medida a
capacidade do exercício de direitos) tem na sua base e na mesma medida a capacidade
de exercício de direitos.
Quem não tiver capacidade de exercício de direito não tem capacidade judiciaria.
Os incapazes não a têm.
Artigo 122º do CC (É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de
idade)
Artigo 130º do CC (Aquele que perfizer dezoito anos de idade adquire plena
capacidade de exercício de direitos, ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor
dos seus bens)
76
Artigo 1831.º - CC
b) Ser reputada como tal nas relações sociais, especialmente nas respectivas
famílias.
Artigo 1921.º - CC
d) Se forem incógnitos.
77
Artigo 127.º - CC
Incapacidade acidental:
Artigo 20º nº1 do CPC (As pessoas que, por anomalia psíquica ou outro motivo
grave, estejam impossibilitadas de receber a citação para a causa são representadas nela
por um curador especial).
78
Artigo 143.º - CC
Acompanhante
b) Ao unido de facto;
79
18/11/2021
Quando temos uma situação e incapacidade judiciaria, alguma das partes não
goza de incapacidade judiciaria, está em falta o pressuposto processual.
80
No caso dos maiores acompanhados que não estão sujeitos a representação, que
tem um acompanhante, mas que não os representa ou é necessário a autorização desse
acompanhante para a regulação e alguns casos nesse caso aplica-se o artigo 19 do CPC.
O acompanhante não se substitui ao maior acompanhado desde que não esteja sujeito
a representação. Nº2 – o maior acompanhado tem que estar no processo sob orientação
do acompanhante. Se houver divergência entre a posição do maior acompanhado e do
acompanhante, prevalece a posição do acompanhante.
59. A lei prevê ainda um papel especial para o Ministério público no processo
cível. Papel de tutela dos incapazes. Artigo 21 do CPC – foi proposta uma ação contra
um menor, foram citados os pais e o menor não contestou por intermedio dos pais, aqui
há um interesse público. Se não contestou é um réu em revelia, a consequência normal
é considerarem-se confessados os factos que o autor alegou na petição inicial. Isso vale
quando o reu é uma pessoa capaz de zelar pelos próprios interesses. Se o reu é um
menor de idade, se tem 10 anos, 15 anos, ele não está por si só no processo. Nessas
circunstâncias o artigo 21 nº1 diz que incumbe ao Ministério Público assumir a defesa
do incapaz e corre novo prazo para a contestação.
Pode acontecer que o ministério publico representa o autor da ação, nesse caso
seria um conflito de interesses que o Ministério publico no mesmo processo tivesse a
posição de autor e de representação do reu. Se ele já for autor naquela ação o tribunal
nomeia um defensor oficioso.
Artigo 23º do CPC – fala da representação ativa dos incapazes pelo MP ≠ artigo
21 (representação passiva). O MP pode propor ações em representação de incapazes
independentemente da vontade dos representantes legais dos incapazes se essas ações
forem necessárias à tutela dos seus direitos
O artigo 21º e 23º do CPC aplica-se também aos ausentes quando no caso não
se trate de situação de incapazes, mas trata-se da situação de ausentes, pessoas que
não se sabe onde estão. A intervenção, a tutela do MP. Aquelas pessoas que estão em
paradeiro desconhecido e foi-lhes interposta uma ação contra elas
81
No que diz respeito às pessoas coletivas ou jurídicas em geral o problema coloca-
se como uma necessidade de representação judiciaria. no caso das pessoas jurídicas
colocamos a questão não em termos de capacidade/incapacidade judiciaria, mas sim
em representação judiciaria, meio de expressão da capacidade judiciaria daquela
pessoa. é regulada também no artigo 25 nº1 do CPC – há uma equivalência entre a
representação orgânica de uma pessoa jurídica e a sua representação judiciaria. A
pessoa jurídica é representada no processo pelos seus representantes de direito
subjetivo. O nº2 do artigo 25 acautela uma situação que pode existir quando há um
conflito de interesses entre a pessoa jurídica e o seu representante judiciário. Este artigo
aplica-se também nos casos em que a pessoa coletiva ou a sociedade que é demandada
não tem quem a represente. Nessas situações o tribunal vai nomear um curador ad
litem.
O estado tem personalidade jurídica pela própria natureza, sem necessidade dela
lhe ser reconhecida pelo ordenamento jurídico. Tem de ser representado também nas
ações que propõe ou que são propostas contra o estado. O estado é representado pelo
MP.
82
Artigo 29º – pessoas jurídicas em que a representação está dependente de uma
autorização especial, se faltar uma autorização o tribunal fixa o prazo dentro do qual o
representante deve obter a autorização ou deliberação em falta.
As partes alem de terem que ter personalidade judiciaria tem de estar sujeitas à
jurisdição do estado português ou à jurisdição dos tribunais portugueses.
83
Foi organizada uma convecção que é a convenção das nações unidas sobre as
imunidades jurisdicionais dos estados. Foi aprovada e ratificada em Portugal. Resolução
da AR nº46/2006 (imprimir). A convenção das NU foi aprovada sob a égide das nações
unidas e ratificada pelo estado português. Resulta desta convenção uma regra geral
prevista no artigo 5 (imunidade dos estados perante os tribunais de outros estados) –
um estado goza em relação a si próprio e aos seus bens de imunidade de jurisdição junto
dos tribunais de outro estado. O estado português goza de imunidade nos tribunais
espanhóis, italianos, americanos, não pode ser julgado nos tribunais de outro estado.
Os tribunais portugueses não podem julgar ca o estado espanhol, italiano etc. Temos a
regra da imunidade dos estados. Isto decorre do princípio da igualdade dos estados. Os
estados têm todos igual dignidade nas relações internacionais. Esta é a regra geral. No
entanto, admite exceções. Quando falamos de estados falamos apenas da pessoa
jurídica estado e não de outras entidades que existem de natureza institucional, certas
instituições publicas etc. Esta regra geral comporta várias exceções:
84
Artigo 12 – danos causados a pessoas e bens – a respsabilidade civil
extracontratual por danos morte e dano ofensa à vida e à integridade física cometidas
por um estado no território de outro estado. As forças de elite norte americanos vem
buscar a Portugal sem autorização um alvo, que estava escondido e matam uma pessoa
que estava a passar a rua, a família dessa pessoa pode interpor uma ação contra os EUA.
Artigo 17 – arbitragem
Artigo 19 – tem uma norma equivalente para a execução das decisões judiciais –
um estado pode não gozar de imunidade de jurisdição, pode ser condenado, mas não
implica que a sentença proferida possa ser coercivamente executada contra esse
estado. O tribunal português não pode decretar medidas de execução coerciva, por
exemplo penhoras porque a imunidade mantém-se quanto à fase executiva.
85
54. Imunidades individuais:
Artigo 1 – definições
86
Convenção de Viena das relações diplomáticas:
O nº2 vem dizer que ele não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.
Artigo 37º – estende estas imunidades aos familiares que vêm viver com o
diplomata, também têm de estar livres nas suas pessoas. Têm que viver com o diplomata
e não podem ter a nacionalidade do estado acreditador, no nosso caso não podem ter
nacionalidade portuguesa. O nº2 trata dos membros do pessoal administrativo e
técnico.
O artigo 57 vai-nos dizer no nº2 que quem exercer uma atividade profissional no
estado recetor não pode beneficiar da imunidade de jurisdição.
87
Também é reconhecido no plano do direito internacional uma imunidade de
jurisdição aos chefes de estado estrangeiros. Resulta de uma norma de um princípio de
ius cogens, de direito internacional geral ou comum. Não pode um tribunal português
julgar quer penalmente quer civilmente o chefe de estado espanhol por exemplo.
88
19/11/2021
Caso Prático
Entretanto, estando Álvaro a tomar um shot no bar “Vai pr’ós copos” na Rua
das Galerias de Paris, no Porto, conheceu Ugo, de 19 anos, filho do Cônsul da República
Italiana nesta cidade e com ele residente. Ao fim de alguns shots, desentendem-se e
iniciam uma zaragata e Ugo desfere um murro em Álvaro, provocando-lhe a cegueira
num olho e causando-lhe a necessidade de se socorrer de tratamentos médico-
cirúrgicos no valor de 30.000 euros. Inconformado com essas despesas Álvaro intenta
no Tribunal da Comarca do Porto uma ação contra Ugo peticionando a condenação
deste a pagar-lhe uma indemnização de 30.000 euros. Devidamente citado, Ugo vem
invocar a sua imunidade por ser filho de um agente consular acreditado em Portugal
e com ele residir.
89
Responda fundamentadamente, com invocação de todas as normas legais
pertinentes, às seguintes questões:
Bernardo não tem capacidade judiciaria (menor de idade não tem capacidade de
exercício de direitos)
Os pais não estão de acordo – Artigo 18º nº2 do CPC (Se o desacordo apenas
surgir no decurso do processo, acerca da orientação deste, pode qualquer dos pais, no
prazo de realização do primeiro ato processual afetado pelo desacordo, requerer ao juiz
da causa que providencie sobre a forma de o incapaz ser nela representado,
suspendendo-se entretanto a instância).
90
26/11/2021
Um individuo maior de idade, na plena posse das suas faculdades mentais tem
personalidade judiciária, capacidade judiciária, mas pode não ter capacidade
postulatória.
Daqui decorre, ao inverso, numa lógica de à contrário que sempre que a lei
imponha como obrigatória a constituição de advogado, as partes não gozam de
capacidade postulatória. Têm incapacidade postulatória que terá de ser suprida.
Artigo 19º do Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ), artigo 93º do Estatuto
do Ministério Público (EMP) – atribui-se capacidade postulatória.
91
02/12/2021
92
O artigo 49 do CPC e artigo 464 do CC – quando alguém assume a gestão de um
negócio jurídico alheio no interesse por conta dessa pessoa, mas sem estar autorizado
por essa pessoa. Esta figura também pode existir no domínio do patrocínio judiciário
que está previsto no artigo 49 do CPC que em caso de diligência o patrocínio judiciário
pode ser exercido como gestão de negócios. O advogado pode assumir o patrocínio de
outra pessoa sem ter uma nomeação pela ordem de advogados desde que seja uma
situação de urgência. Isto tem de ser ratificado pela própria parte. O juiz fixa um prazo
para a parte ratificar a gestão e se dentro desse prazo a parte não ratificar o que o
advogado fez sem estar autorizado, a consequência é esses atos serem anulados e o
advogado é condenado às custas do processo e numa indemnização à parte contrário
se for justificado.
O conteúdo dos poderes que o advogado adquire por via do patrocínio forense
está regulado no artigo 44 nº1 do CPC por remissão do artigo 45 nº1 do CPC. Inclui os
poderes forenses gerais. Mas a lei exclui destes poderes aqueles que a lei qualifica como
especiais, esses não estão incluídos no mandato forense. O artigo 45 nº2 do CPC regula
os poderes forenses especiais – só podem ser praticados pela parte ou a parte atribui-
os especificadamente ao mandatário. Os poderes do advogado não vão tao longe ao
ponto de celebrar uma transação em nome do seu constituinte para isso necessita que
os poderes sejam atribuídos pela parte. Há outros poderes especiais por exemplo
receber dinheiro por conta do seu constituinte.
93
Uma outra consequência da natureza representativa do mandato forense está
no artigo 46 do CPC – o advogado é quem faz as peças, alegações, etc fala em nome da
parte, do seu constituinte. Este artigo reforça a natureza representativa do mandato.
Exemplo: se eu como advogado faço determinadas afirmações em nome do meu
constituinte ele fica vinculado por aquilo que eu disse. No entanto, a lei tem uma válvula
de escape no artigo 46 do CPC.
94
64. Obrigatoriedade de constituição de mandatário
Nas causas em que seja admissível recurso ordinário (artigo 629 do CPC), é
obrigatória a constituição de mandatário – um dos requisitos é que há recurso ordinário
quando o valor da causa excede o valor da alçada do tribunal.
Se a sentença que vier a ser proferida admitir recurso, nos termos do artigo 40
nº1 b do CPC é obrigatória a constituição de advogado, as partes não têm capacidade
postulatória nessa ação.
No entanto, a alínea a) tem uma exceção – não há lugar à aplicação desta alínea
se estiverem em causa contratos de arrendamento para habitação não permanente,
uma casa de campo, de férias, de praia por exemplo. Também não se aplica para os
contratos de arrendamento para fins especiais transitórios (em que o arrendamento é
feito para um período limitado de tempo para uma necessidade pontual).
O artigo 42 do CPC diz que as partes podem constituir um advogado mesmo que
não seja obrigatório fazê-lo.
95
66. Funções do patrocínio judiciário
96
67. Revogação e renúncia ao mandato
97
68. Efeitos da incapacidade postulatória não suprida
98
03/12/2021
Como é que se afere este interesse direto? – o nº2 diz-nos que o autor terá
interesse direto em demandar se ele retirar da procedência da ação uma utilidade, uma
vantagem direta, pessoal, na sua esfera jurídica. O mesmo se passa em relação ao réu.
Tem legitimidade passiva se retirar da procedência da ação, no caso de a ação vir a ser
julgada procedente, se retirar um prejuízo direto e pessoal na sua esfera jurídica. O reu
será absolvido da instância se faltar este pressuposto da legitimidade.
99
Artigo 1785 do CC – norma de legitimidade ativa – o divórcio pode ser requerido
por qualquer um dos cônjuges. Só o cônjuge pode propor uma ação de divórcio. Só pode
ser proposta contra o outro cônjuge.
100
09/12/2021
Uma segunda posição dizia que não nos interessa. Realidade das coisas relativas
àquele litígio, o que interessa é de acordo com a versão do autor saber se as partes são
ou não legitimas.
O artigo 30 nº3 do CPC diz-nos que o que interessa para aferir este pressuposto
processual, para saber se o autor é parte legitima ou se o réu é parte legitima, vamos
ter em conta não a realidade das coisas, mas sim a versão fáctica jurídica que o autor
apresenta na petição inicial.
101
71. A legitimidade plural
Não só temos de aferir a legitimidade singular de cada uma das partes de acordo
com os critérios já estudados (artigo 30 do CPC) como temos de aferir a legitimidade
plural, ou seja, a possibilidade de aquelas partes estarem na ação em litisconsórcio.
102
73. Litisconsórcio necessário
Este litisconsórcio não resulta de norma expressa na lei que exiga a pluralidade
de partes, não resulta de convenção negocial, mas resulta da própria natureza daquele
litígio. Aquele litígio, aquela relação material controvertida exige pela sua natureza que
todos os seus sujeitos sejam também partes.
103
74. Litisconsórcio conjugal
104
75. Litisconsórcio voluntário e necessário
Artigo 39º do CPC – foi introduzido na reforma 95/96 do código anterior. Permite
que o mesmo pedido possa ser deduzido contra vários réus segundo uma ordem de
subsidiariedade, uma ordem de preferência.
105
78. Efeitos da ilegitimidade processual
Quando uma das partes não é legitima, existe uma situação de ilegitimidade. Em
primeiro lugar é preciso controlar a legitimidade singular das partes nos termos do
artigo 30º do CPC. Em segundo lugar vemos no caso de haver uma pluralidade de partes
controlar se aquelas partes podem estar litisconsorciadas. A terceira etapa é ver se foi
preterido o litisconsórcio necessário, se existem terceiros que deviam figurar como
partes e não figuram.
106
16/12/2021
79. Coligação
107
Requisitos positivos alternativos:
108
Requisitos negativos (se verificados obstam à coligação):
Se houver vários autores diz o nº2 que todos são notificados para por acordo
escolherem quais os pedidos. O nº3 diz que o juiz absolve o réu da instância quanto aos
pedidos que ele não indicou.
109
Interesse processual:
110
Competência:
A cada uma destas jurisdições cabe exercer uma parcela da função jurisdicional.
Essa parcela que é confiada a cada ordem jurisdicional chama-se jurisdição.
O artigo 213 da CRP permite que, em tempo de guerra, possam existir tribunais
militares.
111
Esta repartição da função jurisdicional não é ainda suficiente. Será suficiente
para a jurisdição do Tribunal Constitucional e para a jurisdição do Tribunal de Contas
porque são compostas por um único tribunal, mas a jurisdição dos tribunais
administrativos e a jurisdição comum são compostas de vários tribunais. A repartição
adicional é a competência.
112
Caso prático:
A alçada da 1ª instância é de 5 mil euros (artigo 44 nº1 da LOSJ), esta ação admite
recurso ordinário se o valor da causa for superior a 5 mil euros.
113
b) Aprecie a legitimidade das partes na ação proposta por Carlos.
Quem são as partes? – a ação foi proposta por Carlos (autor) e Bernardo (réu).
São estas as partes na causa.
Carlos será parte legitima na ação? – as 3 etapas que temos de fazer são apreciar
a legitimidade singular de cada parte, depois se houver pluralidade de partes temos de
averiguar se as partes podem estar litisconsorciadas, e finalmente temos de apreciar se
deveria figurar na causa mais alguém além daquelas partes, ou seja, se haveria lugar a
um litisconsórcio necessário que tenha sido preterido.
O terceiro momento é: pode ele estar na ação sozinho ou estará ele a preterir
alguma situação de litisconsórcio necessário? – está aqui em causa o litisconsórcio
necessário ativo (deve ser proposta por ambos os cônjuges ou por um deles desde que
tenha o consentimento do outro) – aqui não está em causa a casa de morada de família,
como ele contraiu casamento no regime de separação de bens ele pode dispor dos seus
bens próprios sem o conhecimento do seu cônjuge, pode propor esta ação sozinho. O
que interessa é o momento em que a ação é proposta.
114
Deveria aqui figurar também o Álvaro? – o litisconsórcio necessário natural
existe aqui? – sim, a decisão que se vier a proferir só pode produzir o seu efeito útil
normal se ela vincular todos os inclinos.
Se propuser a ação apenas contra um deles, a ação não produz um efeito útil.
Não posso ter um contrato de arrendamento resolvido quanto a um inclino e não
resolvido quanto ao outro inclino.
Em 1º lugar o tribunal tem o dever de suscitar junto das partes que elas
procedam à sanação da instância através do chamamento das partes em falta, neste
caso do chamamento do Álvaro. Ele toma supervenientemente a posição de parte. Isto
chama-se o incidente de intervenção de terceiros. Se ele não for deduzido, aí o tribunal
tem de proferir uma decisão de absolvição da instância. Depois de proferida esta
decisão, mas antes desta transitar em julgado, permite ao autor deduzir à última da hora
o incidente de intervenção de terceiros e chamar o Álvaro. Se o fizer naquele período, a
decisão de absolvição de instância fica sem efeito e a ação prossegue agora já com o
Álvaro como parte.
115
17/12/2021
Caso prático:
Começando pela legitimidade ativa, temos Carlos que propôs uma ação contra o
António, temos que primeiramente apreciar a legitimidade singular, ele tem
legitimidade ativa singular uma vez que se a ação for procedente ele receberia algum
dinheiro. Temos de saber se há ou não a preterição do litisconsórcio necessário. As
modalidades que conhecemos é o legal, convencional, conjugal e natural.
Aqui temos que saber se a disposição deste bem carecia da autorização de ambos
os cônjuges.
116
Teremos que ver se há litisconsórcio necessário. O António é casado no regime
de comunhão de adquiridos, logo, de acordo com o artigo 34 do CPC, a disposição
daquele bem exige a intervenção de ambos os cônjuges. A ação deveria de ser proposta
contra António e o seu cônjuge.
Temos o artigo 261 nº2 do CPC que é uma norma de renovação da instância.
Mesmo depois da instância estar terminada, o legislador dá um prazo adicional de 30
dias ao autor para ele vir deduzir um incidente de intervenção de terceiros chamando a
parte em falta e se o fizer nesses 30 dias a instância que já estava extinta renova-se,
renasce.
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06/01/2022
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Para que a escolha da jurisdição competente seja válida é necessário que se
cumpram requisitos: o litígio tem de dizer respeito a direitos disponíveis; em segundo
lugar o estado cujos tribunais foram escolhidos tem de aceitar essa escolha; é necessário
também que essa escolha seja justificada por um interesse sério de ambas as partes ou
então ao interesse sério de apenas uma das partes desde que não envolva um grave
inconveniente para a outra; não pode recair sobre matéria que seja da exclusiva
competência dos tribunais portugueses.
O último requisito é que o pacto tem que ser escrito, tem de resultar de um
acordo escrito entre as partes ou confirmado por escrito com menção expressa da
jurisdição ou jurisdições às quais foram reconhecidas a competência internacional.
Quando as partes celebram validamente um pacto ele é reconhecido pelo ordenamento
jurídico português e isso vale tanto pela positiva como pela negativa. Vale pela positiva
porque se as partes tiverem escolhido o foro do ordenamento jurídico português essa
escolha é aceite. Vale pela negativa porque se as partes convencionaram escolher os
tribunais de outro estado e se essa convenção for válida, essa escolha vincula os
tribunais portugueses pela negativa. O tribunal português declarar-se-á incompetente.
Terão de rejeitar por não serem internacionalmente competentes.
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85. A competência internacional exclusiva dos tribunais portugueses
Na alínea d) temos as ações executivas sobre bens situados em Portugal que são
da competência exclusiva dos tribunais portugueses.
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Artigo 7 nº3 – atribui competência internacional quando esteja em causa o
princípio da adesão. Se se tratar de uma ação de indemnização fundada em ação penal,
as pessoas domiciliadas num estadomembro podem ser demandadas no tribunal onde
foi intentada a ação penal. Vem-se reconhecer a competência internacional cível dos
tribunais penais quando estejam em causa pedidos indemnizatórios.
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86. A competência interna (não sai no exame)
Temos que articular dois tipos de normas: normas de direito processual que
constam do CPC e normas de organização judiciária que constam da LOSJ.
A lei prevê que possam existir juízos centrais cíveis, juízos locais cíveis, juízos
centrais criminais, juízos locais criminais etc. O desdobramento é feito para cada tribunal
de comarca (artigo 93 do decreto-lei 49/2014). Além dos tribunais de comarca existem
outros tribunais judiciais de 1ª instância (artigo 83 da LOSJ) – tribunais de competência
territorial alargada – são tribunais de competência alargada o Tribunal da Propriedade
Intelectual (sediado em Lisboa, mas atua sobre todo o país), Tribunal Marítimo (sediado
em Lisboa, mas atua sobre todo o país) etc. São tribunais únicos que têm sede numa
localidade, mas que atuam sobre todo o território nacional.
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Temos de articular 3 regras de competência para apurar o tribunal competente
para conhecer de um determinado litígio: em razão da matéria, em razão da hierarquia
e em razão do território:
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89. A competência em razão do território
Artigo 70 do CPC (regra do foro real) – todas estas ações denominadas ações
reais e ações de despejo são propostas no tribunal onde se situe o bem a que a ação diz
respeito. Isto quer se trate de um bem móvel ou um bem imóvel. Artigo 71 nº1 do CPC
(regra do foro obrigacional)
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Caso Prático:
O caso resolve-se por aplicação do artigo 59 do CPC que remete para os artigos
62, 63 e 94 do CPC. A competência internacional dos tribunais portugueses depende da
verificação de um entre 4 possíveis princípios: princípio da coincidência; princípio da
causalidade; princípio da necessidade e o princípio da consensualidade.
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Quanto ao princípio da coincidência temos que articular a alínea deste princípio
com as normas da competência territorial, neste contexto, o facto territorial seria o
domicílio do réu que é em França, ou o lugar de cumprimento da ação que é na Malásia,
e neste caso ditaria sempre a competência de um tribunal estrangeiro. Por fim, quanto
ao princípio da causalidade também não seria aplicado. Podemos concluir que os
tribunais portugueses não têm competência internacional para conhecer deste litígio.
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