Professional Documents
Culture Documents
Recurso Administrativo Nulidade Principio Da Instranscendencia Das Penas
Recurso Administrativo Nulidade Principio Da Instranscendencia Das Penas
PRINCIPAIS SERVIÇOS
Ação Civil Pública Poluição Inquérito no Ministério
Público e inquérito policial
Anulação de Auto de Multas Ambientais
Infração Ambiental Audiência de conciliação
Devolução de bens ou ambiental
Crime Ambiental animais apreendidos
Medidas de urgência e
Habeas Corpus Redução de multa revogação de liminar
ambiental
Demolição Agravo de instrumento
Embargos à execução fiscal
Desmatamento de multa ambiental Parceria Jurídica
Desembargo de área, Alegações finais Consultas, assessoria e
obra ou atividade pareceres ambientais
Processo administrativo
Execução Fiscal de Multa ambiental Cursos e Palestras
Ambiental
Recursos ao STJ e STF Ver todos
Pesca Ilegal
ILUSTRÍSSIMO SENHOR SUPERINTENDENTE DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DO MEIO
AMBIENTE DE FLORIANÓPOLIS – FLORAM
Processo administrativo...
RECURSO HIERÁRQUICO
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
OAB/SC
[ASSINADO DIGITALMENTE]
Página 1 de 5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E
DESELVOLVIMENTO URBANO PRESIDENTE DO COMDEMA
Recorrente... Advogado...
Processo administrativo... Auto
de infração ambiental n...
ILUSTRE RELATOR
Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da biodiversidade:
Parágrafo único. As multas e demais penalidades de que trata o caput serão aplicadas
após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a
dimensão do dano decorrente da infração e em conformidade com a gradação do
impacto.
Página 2 de 5
Ou seja, não se trata de “lançamento irregular dos efluentes da fossa séptica e
sumidouro com a utilização de tubo extravasor da fossa ou sumidouro para rede de águas pluviais
da PMF, ocasionando danos ambientais”, conforme entenderam os fiscais da Floram, os quais nem
puderam afirmar com certeza, se o vazamento era do sumidouro ou da fossa séptica.
Isso porque, pelo princípio da intranscendência das penas (art. 5º, inc. XLV, CF/88),
aplicável não só ao âmbito penal, mas também ao Direito Administrativo Sancionador, não é possível lavrar
auto de infração ambiental contra pessoa que não tenha dado causa ao dano ambiental, por força da teoria
da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de
seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.
Página 3 de 5
Ou seja, se o Recorrente não construiu o Condomínio, por óbvio, não implantou o tubo
extravasor, de modo que não pode sofrer nenhuma sanção administrativa, sob pena de violação do
princípio da intranscendência das penas.
Com efeito, não ficou demonstrado que o aludido lançamento irregular dos efluentes
tenha sido causado pelo Recorrente, de modo que, nem o fiscal da Floram, nem a autoridade
julgadora, caracterizaram a responsabilidade subjetiva do Recorrente, vale dizer, não houve por
parte da Administração a caracterização de que a conduta/omissão do Recorrente tenha contribuído
culposamente para a ocorrência do acidente ambiental.
Portanto, não restou demonstrado nos autos que a autuação administrativa tenha
identificado o elemento subjetivo imputável ao Recorrente, nem o nexo causal entre o acidente e a
suposta ação/omissão, de modo que a imposição da sanção pecuniária carece de fundamento.
Ora. Incumbia ao fiscal da Floram, para que fosse válida a autuação, apontar no auto
infracional qual a conduta imprudente ou negligente praticada pelo Recorrente a justificar o enquadramento
como infração administrativa ambiental, de maneira a justificar a multa imposta. O que não ocorreu. Aliás,
sequer indicou o inciso do art. 62 supostamente violado.
É claro que o Recorrente poderia ser demandado na esfera cível, dada a obrigação
propter rem, mas jamais pode sofrer sanção administrativa devido à natureza sancionadora desta,
porquanto o extravasor que causou o alegado dano, advém da própria construção do Condomínio em
que o Recorrente reside.
À propósito, era o próprio Condomínio que deveria ter sido autuado, não o
Recorrente. Portanto, impõe-se a reforma da decisão de primeira instância para declarar nulo o auto de
infração guerreado.
3. DO EFEITO SUSPENSIVO
O art. 128 do Decreto 6.514/08 dispõe que o recurso interposto contra decisão proferida
pela autoridade julgadora somente terá efeito suspensivo no tocante a penalidade de multa (§ 2º), mas
faz uma ressalva em seu § 1º quanto às demais sanções, autorizando a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior a conceder tal efeito na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
reparação.
Página 4 de 5
No caso dos autos, faz-se necessário conceder o efeito suspensivo ao recurso porquanto,
ao lançar a decisão administrativa hostilizada, a autoridade julgadora determinou que o Recorrente
providencie a adequação do sistema de esgoto, sob pena de elevada multa diária:
Portanto, requer seja concedido efeito suspensivo ao recurso até seu julgamento
definitivo, para obstar a aplicação de multa diária.
4. DOS REQUERIMENTOS
a) Seja concedido efeito suspensivo ao presente recurso hierárquico, ante o justo receio de prejuízo de
difícil ou incerta reparação consubstanciado em multa diária.
b) Seja conhecido e provido o recurso hierárquico, para reformar a decisão da autoridade julgadora de
primeira instância, declarando nulo o auto de infração ambiental epigrafado, pela violação ao
princípio da intranscendência das penas em razão de não ter sido o Recorrente que instalou o
aludido extravasor.
c) Requer a intimação do Recorrente no seu endereço, por via postal com aviso de recebimento, de todos
os atos processuais, sob pena de nulidade.
Local e data.
ADVOGADO
OAB/SC
Página 5 de 5