You are on page 1of 9

UNIVERSIDADE ESTDUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA, GENÉTICA E BIOLOGIA CELULAR


ESPECIALIZAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

ÉRICA CAROLINE DE SOUZA PINTO BENEDITO

UTILIZAÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS NA DEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS


LIGNOCELULÓSICOS

Maringá
2021
ÉRICA CAROLINE DE SOUZA PINTO BENEDITO

UTILIZAÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS NA DEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS


LIGNOCELULÓSICOS

Projeto apresentado ao Departamento de


Biotecnologia, Genética e Biologia Celular como
requisito parcial para a disciplina Iniciação à
Pesquisa no ano de 2021.

Maringá
2021
Sumário

RESUMO.....................................................................................................................................i
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................................1
JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................2
VIABILIDADE/HIPÓTESE ......................................................................................................2
OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................................................3
MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................................3
RESULTADOS ESPERADOS...................................................................................................3
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...........................................................................................4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................4
i

RESUMO
Os resíduos lignocelulósicos são gerados em grande escala por agroindústrias e possuem
baixo custo. Por ser uma fonte renovável de grande interesse biotecnológico, várias pesquisas
estão sendo realizadas para descobrir novas formas de reutilização desse subproduto. Uma vez
que, esse tipo de resíduo possui alta carga poluidora no meio ambiente, se descartada de forma
incorreta. Os fungos filamentosos estão sendo muito utilizados na biodegradação de resíduos
lignocelulósicos. Eles são facilmente encontrados no meio ambiente, seja por terra, água ou ar.
Possuem capacidade enzimática que promovem um ataque nas paredes celulares do tecido
vegetal, fazendo com que a biomassa lignocelulósica se desprenda da celulose e da
hemicelulose. Nos resíduos lignocelulósicos a lignina é a mais complexa de se biodegradar,
devido a ela estar fortemente ligada a hemicelulose e a celulose, o que dificulta nos processos
de obtenção de novos produtos, como por exemplo o bioetanol. Com a análise enzimática
promovida por estes fungos, espera-se avaliar quais possuem maior capacidade de degradação
dos resíduos lignocelulósicos, e por consequência poderem ser reutilizados para a produção de
novos produtos reduzindo assim custos de produção e aumento de valor agregado.

Palavras chave: Fungos filamentosos, resíduos lignocelulósicos, biodegradação


1

1. Introdução
É crescente a procura por fontes de energias renováveis, sustentáveis e de baixo custo.
Uma das alternativas encontradas e que vem sendo motivo de vários estudos são os resíduos
lignocelulósicos. Eles são produzidos em larga escala a partir de agroindústrias, e não
competem com a agricultura destinada a alimentação humana, além de possuir baixo custo de
aquisição e contribuir para o ciclo do CO2 na natureza (Santiago, 2017).
Os resíduos lignocelulósicos possuem em sua composição celulose, hemicelulose e
lignina, sendo este último o composto mais difícil de se degradar. A utilização de fungos
filamentosos para a biodegradar resíduos lignocelulósicos tem sido uma estratégia promissora
na etapa de pré-tratamento biológico. Esses fungos produzem enzimas lignolíticas que são
capazes de deslignificar o resíduo, além de serem facilmente encontrados na natureza. Com
isso, vários produtos de interesse biotecnológicos podem ser produzidos agregando valor
comercial, ou até mesmo os resíduos podem ser reutilizados em processos com o intuito de
diminuir de custos de produção. Neste sentido, o presente projeto visa avaliar a atividade
enzimática resultante da utilização de fungos filamentosos para degradar resíduos
lignocelulósicos.

2. Revisão Bibliográfica
Os resíduos lignocelulósicos são subprodutos de baixo valor agregado, gerados
principalmente por agroindústrias (Garcia, 2018). Os resíduos provenientes de atividades
agrícolas, tais como o bagaço e a palha de cana-de-açúcar, são grandes fontes de bioenergia
geradas a partir de sua queima. Por outro lado, tanto a queima quanto o descarte em grandes
quantidades desses resíduos, podem causar danos ambientais. É constante e necessária a busca
por novas formas de reutilização desses resíduos (Lopes, 2016), destacando a produção de
bioetanol e outros produtos biotecnológicos de interesse industrial (Garcia, 2018).
A estrutura da biomassa lignocelulósica é composta principalmente por celulose,
hemicelulose e lignina. Como esses compostos possuem uma forte ligação entre si, o processo
de deslignificação ou degradação da biomassa lignocelulósica se torna complexo, por isso o
material deve passar por um pré-tratamento biológico (Aguiar Filho, 2008).
Os fungos filamentosos são seres eucarióticos, formados por filamentos (hifas) e podem
ser encontrados no ambiente como um todo. Dentre os gêneros de fungos filamentosos mais
comuns encontrados na natureza estão: Mucor, Rhizopus, Aspergillus, Trichoderma,
Penicillium, Fusarium, Pythium, Verticillium e Alternaria (Almeida, 2015). Esses fungos
possuem capacidade de excretar enzimas lignocelulolíticas muito eficientes na conversão da
2

biomassa, além de possuir baixo custo de aquisição (Garcia, 2018). Os fungos que causam a
podridão branca, conseguem degradar a lignina em tecidos vegetais por via extracelular a partir
da ação das enzimas: lignina peroxidase, manganês-peroxidase, peroxidases e lacases. Os
fungos que causam a podridão marrom ou parda degradam somente a celulose e a hemicelulose,
mas provocam uma modificação na lignina diminuindo a presença dos grupos metioxilas e
aumentando os grupos fenólicos, para assim ocorrer uma próxima biodegradação. Já os fungos
de podridão branda causam despolimerização de compostos sintéticos de lignina a partir da
penetração das hifas na parede celular (Aguiar Filho, 2008). O processo de degradação por
fungos é lento, pois o metabolismo do microrganismo demora algumas semanas para ser
concluído, por outro lado é um processo que consome pouca energia (Bezerra, 2019).

3. Justificativa
Os resíduos lignocelúlósicos possuem alta carga poluidora e o seu descarte inadequado
pode causar danos ambientais. É crescente o interesse em utilizar fontes renováveis, como esses
resíduos, para a produção de novos produtos agregando valor comercial e diminuindo os custos
na produção (Santos et. al, 2020).
Com a utilização de fungos filamentosos, é possível melhorar o rendimento de matérias-
primas e conseguir produzir novos produtos de interesse biotecnológico. Uma vez que, o
emprego desses fungos no pré-tratamento biológico dos resíduos lignocelulósicos, produzem
enzimas capazes de remover a biomassa de lignina presente no resíduo (Rodrigues, 2020).

4. Viabilidade / Hipótese
• Os fungos filamentosos são facilmente encontrados no meio ambiente, e possuem alto potencial
enzimático;
• Resíduos lignocelulósicos são gerados em grade escala, principalmente em agroindústrias;
• Os processos enzimáticos são promissores quando empregados no processo de degradação de
resíduos lignocelulósicos, pois contribuem para a obtenção de novos produtos de interesse
biotecnológico.

5. Objetivo Geral
Analisar a atividade enzimática de fungos filamentosos na degradação de resíduos
lignocelulósicos.
3

6. Objetivos Específicos
• Identificar a capacidade de delignificação dos fungos filamentosos estudados;
• Determinar quais pré-tratamentos químicos facilitam a ação da enzima no substrato;
• Avaliar a atividade enzimática lignolítica.

7. Materiais e Métodos
Para estudo serão utilizados quatro tipos de fungos pertencentes ao estoque de cultura
do Laboratório de Ecologia Aplicada, CENA/USP, Piracicaba, SP. Sendo eles: Pleurotus sajor
caju CCB020, Phanerochaete chrysosporium, Trichoderma reesei, Aspergillus niger. O
resíduo lignocelulósico utilizado será o bagaço de cana-de açúcar, fornecido pela Usina Costa
Pinto, pertencente ao grupo COSAN, localiza em Piracicaba, SP, na safra 2020/2021 (Pompeu,
2010). Os fungos serão inoculados em placas de Petri contendo meio PDA e incubados por uma
semana ou até o crescimento tomar conta de toda a placa par a retirada dos discos miceliais,
conforme proposto por Rodrigues (2020).
O bagaço de cana-de-açúcar passará por um processo de tratamento químico para
selecionar um pré-tratamento de substrato que permita maior atividade lignocelulolítica para
cada tipo de fungo. Após isso, será preparado o meio com o bagaço seco moído, onde os fungos
serão inoculados em um período de 30 dias (Aguiar Filho, 2008).
Serão realizados testes para a avaliação da atividade enzimática lignolítica em triplicata,
utilizando-se espectrofotômetro UV, conforme procedimento apresentado por Zancan et. al
(2015).

8. Resultados Esperados
A parir dos resultados obtidos, espera-se conseguir determinar qual dos fungos
produzem maior quantidade de enzimas e por consequência são mais eficazes no processo de
deslignificação do bagaço de cana-de-açúcar. Por meio da comparação dos pré-tratamentos
químicos, verificar qual deles favoreceu o ataque enzimático em cada um dos fungos avaliados,
procurando identificar o processo mais eficaz para catalisar o ataque enzimático no resíduo.
Em relação a atividade enzimática, a análise permitirá avaliá-las quanto ao desempenho
na degradação da lignina e em qual etapa do processo essa atividade se mostra mais alta.
4

9. Cronograma de Execução
Atividades Meses/ 2021-2022
abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar
Revisão Bibliográfica x x x
Redação do Projeto x
Inoculação dos Fungos x
Pré-tratamento do
x
bagaço
Inoculação Fungo -
x
Bagaço
Análises enzimáticas x x x
Redação do novo projeto x x

10. Referências Bibliográficas


AGUIAR FILHO, J.M.M. Análise enzimática de fungos lignocelulolíticos cultivados em
vinhaça e bagaço de cana-de-açúcar. 2018. 79p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

ALMEIDA, M.V.A. Identificação de fungos filamentosos presentes em um biorreator de


resíduos sólidos urbanos. 2015. 64p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e
Ambiental) – Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina
Grande, Campina Grande.

BEZERRA, P.X.O. Produção de etanol celulósico e resíduo lignocelulósico a partir da


palha da cana-de-açúcar: eficiência, aspectos de saúde e segurança e alternativas para agregar
valor à rota de segunda geração. 2019. 96p. Dissertação (Mestrado e Engenharia Química) –
Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió.

GARCIA, F.S. Enzimas oxidorredutases produzidas por fungos filamentosos. 2018. 170p.
Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de
São Paulo, São Paulo.

LOPES, V.C.P. Recursos microbianos ligninolíticos: potencial para deslignificação e


produção de ligninases. 2016. 127p. Teses (Doutorado em Ciências Biológicas) – Instituto de
Biociências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro.

POMPEU, G.B. Comportamento enzimático de quatro fungos lignocelulolíticos crescidos


em bagaço e palha de cana-de-açúcar e expostos a duas concentrações de nitrogênio,
visando a produção de etanol. 2010. 96p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia
Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
5

RODRIGUES, P.O. Uso de coquetéis lignocelulolíticos produzidos por consórcio fúngico


na sacarificação de bagaço de cana-de-açúcar e produção de etanol. 2020. 160p. Tese
(Doutorado em Ciência e Tecnologia de Biocombustíveis) – Universidade Federal dos Vales
Jequitinhonha e Mucuri, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.

SANTIAGO, B.L.S.; RODRIGUES, F.A. Processamento de biomassa lignocelulósica para a


produção de etanol: uma revisão. The Journal of Engineering and Exact Sciences – JCEC,
vol 03, n. 07, p. 1011-1022, 2017.

SANTOS, C.M.; BRITO, P.L.; SANTOS, A.T.O.; PANTOJA, L.A.; COSTA, A.S.V.;
SANTOS, A.S. Produção de bioetanol a partir dos resíduos da indústria de papel. Revista
Virtual de Química, vol 12, n. 04, 10p., 2020.

ZANCAN, L.R.; BARRETO, A.R.; MENEZES, C.R. Estudo da produção enzimática fúngica
por basidiomicetos cultivados e resíduos lignocelulósicos. Revista Eletrônica em Gestão,
Educação e Tecnologia Ambiental, vol 19, n. 03, p. 850-860, set./dez. 2015.

You might also like