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ANA HELOYSA FERRAZ

ANA LUCIA DE SOUZA


ANDERSON SANTOS
AURINDA BRITO
CAMILA MOURA
JULIANA GONÇALVES
MAYARA MIRANDA

REINGRESSO DA MULHER EX-DETENTA AO


MERCADO DE TRABALHO

Projeto de Práticas de Grupo do Curso de


Psicologia, sob supervisão da Prof.ª Leda
Fleury

UNINOVE
São Paulo
2017
Sumário

RESUMO....................................................................................................................................1
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................2
1- JUSTIFICATIVA................................................................................................................3
2- OBJETIVO GERAL...........................................................................................................4
2.1- OBJETIVO ESPECIFICO.........................................................................................4
3- MÉTODO............................................................................................................................4
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................5
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................8
BIBLIOGRÁFIA .........................................................................................................................9
RESUMO

O reingresso da mulher ex-detenta nas funções sociais é fundamental, e para


que esse objetivo seja atingido, o presente trabalho consistiu através de
empresas parceiras, proporcionar a essas mulheres a oportunidade de
reinserção no mercado de trabalho. É dever da sociedade e do Estado
promover a reintegração do ex detento à sociedade, porém este projeto tem
como objetivo lançar a luz a respeito desses fatores na tentativa de
proporcionar a o reingresso de ex presidiarias ao mercado de trabalho e a
educação.

Palavras-chave: Prisão, Sociedade, trabalho, Ressocialização, Reintegração

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INTRODUÇÃO

É inegável a importância da inserção de ex presidiários ao mercado de


trabalho. A desigualdade social e má distribuição de renda alimentam a cada
dia as altas taxas de e criminalidade e delinquência em nosso país. Devido a
isso, o sistema prisional brasileiro está no limite. Tem capacidade para abrigar
299 mil presos, mas acolhe, hoje, 470 mil pessoas. De acordo com o
Departamento Penitenciário Nacional. 45% delas não têm o ensino
fundamental completo. E este fato, agregado ao preconceito, torna a
continuidade no crime a única “opção” para o ex-detento. 

O tema abordado no projeto refere-se a importância da reinserção de


mulheres que tiveram conflito com a lei, no mercado de trabalho. Essa proposta
partiu da iniciativa de um grupo que se sensibiliza com situação de mulheres ex
detentas que precisam se reinserir no mercado de trabalho.
O estudo aponta quais as principais dificuldades que as mulheres
enfrentam para voltar ao mercado de trabalho, entre eles o preconceito,
desafios enfrentados e dificuldades. O mesmo estudo ainda revela que na
maioria dos casos as mulheres não têm qualificação, experiências profissionais
e profissão. Sendo assim foi de extrema importância a parceria com institutos e
organizações para profissionalizar, capacitar e preparar as mulheres para o
mercado de trabalho.
A função primordial do projeto é de garantir é formar parcerias com
empresas para oferecer oportunidades de trabalho e educação para essas
mulheres.
Estas parcerias têm como referência a organização, capacitação e a
formação de novos profissionais ao mercado de trabalho o entendimento do
seu papel social e ético frente a esta demanda.

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1- JUSTIFICATIVA

Este projeto tem como tema a inserção de mulheres ex presidiárias no


mercado de trabalho e teve como finalidade reintegrar ao mercado de trabalho,
mulheres que por algum motivo desviou seu caminho por meio de condutas
reprováveis pela sociedade e/ou normas positivadas.
Através destes estudos pode-se realizar uma breve análise em alguns
estudos sobre a vida de mulheres que já foram submetidas ao sistema
carcerário e tentam se reinserir na sociedade e principalmente no mercado de
trabalho.
A mesma sociedade que desconsidera a existência de ex-presidiários,
aceita com mais naturalidade o homem preso do que a mulher presa. Nesse
caso, o aumento da população carcerária feminina nos últimos anos, é deixado
de lado. Foi pensando justamente neste aumento da população carcerária que
o grupo pensou em um projeto que fosse focado na reinserção de mulheres
que já foram presas, no mercado de trabalho. O intuito é promover cursos de
capacitação profissional e palestrar de orientação profissional para que as
mulheres se tornem empreendedoras dos seus próprios negócios, já que é
ainda mais dificultoso depender do acolhimento das empresas. Através do
projeto, as mulheres podem entender mais sobre a construção do seu papel na
sociedade e entender principalmente que podem se desenvolver e se manter
sozinhas, desviando seu caminho do mundo do crime.
É através da educação e da profissionalização do condenado que se
tornará possível oferecer condições para o reingresso no mundo do trabalho e
consequentemente no convívio social.

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2- OBJETIVO GERAL

Reinserção de ex presidiarias mulheres no mercado de trabalho

2.1- OBJETIVO ESPECIFICO

 Evitar a reincidência no crime


 Devolver a estas mulheres a autoestima e dignidade humana
 Capacitação profissional
 Parceria com assistência social com a finalidade de amparar o
preso para o retorno da liberdade.

3- MÉTODO

Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas visitas em alguns


presídios femininos do estado de São Paulo e, em algumas reuniões com a
diretoria do presidio, foram levantadas informações do número de mulheres
presas que estão prestes a receber liberdade, e informações sobre o nível de
escolaridade de cada uma. A partir daí foi realizado parceria com a empresa
Esetec Brasil, que propôs ministrar cursos de capacitação profissional para as
detentas que estão prestes a sair em liberdade.
De acordo com LACOMBE, 2005 o processo de seleção objetiva-se em
escolher os candidatos adequados a vaga.

O processo de seleção tem o objetivo de escolher os


candidatos mais adequados à vaga de trabalho disponível,
filtrando ao máximo o número de pessoas, com o intuito de
selecionar aqueles que têm maior probabilidade de se ajustar à
organização e ao cargo, como também de alcançar um bom
desempenho (LACOMBE, 2005; MILKOVICH; BOUDREAU,
2009).

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A partir de então foi feito parceria com a consultoria Rh Brasil que conta
com uma psicóloga que será responsável por realizar todo processo de seleção
das candidatas. A empresa utilizará métodos de seleção como, dinâmica em
grupos, testes psicológicos entre outros. A seleção será realizada de acordo
com o perfil solicitado pela vaga.
Após o processo de seleção as mulheres aprovadas serão
encaminhadas para a empresas parceiras que arcarão com todo custo do
processo de contratação.
As mulheres que não tiverem perfil compatível com as vagas, seja por
motivo de escolaridade ou outros, serão encaminhadas para novos cursos de
capacitação e ficarão com seus nomes no banco de dados para participarem
de novos processos seletivos pelas empresas parceiras.
Para aquelas mulheres não alfabetizadas e com nível
fundamental/médio incompleto, foi realizado a parceria com escolas
particulares que disponibilizaram bolsas de estudo para as mulheres que ainda
não concluíram o ensino fundamental / médio. O ingresso a educação será
feito ainda dentro do complexo presidiário, onde a escola providenciará
professores para ministrar aulas as detentas enquanto estiverem no presidio.
Após a liberdade as mulheres receberão bolsas de estudo para dar
continuidade aos estudos fora da prisão, ou seja, toda essa pratica tem como
Início na prisão, mas seu ciclo somente se completa no seu exterior.

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Danielle Magnobosco (1998), afirma que a antiguidade desconheceu


totalmente a privação de liberdade. Existia a prisão de delinquentes, porém,
não tinha caráter de punição e sim de preservação dos réus até seu julgamento
ou execução, em que se recorria à pena de morte, às penas corporais ou às
infamantes. Pode se perceber uma grande evolução dos primeiros modelos do
sistema utilizado a alguns anos, aos atuais. Porém, o encarceramento de
criminosos como forma de reparar o dano causado à sociedade, revelasse
controverso e ineficaz, pois não atinge seu objetivo de ressocializar ou
reintegrar esse indivíduo conforme o objetivo das referidas praticas. A Lei de

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Execução Penal (LEP) - Lei nº 7210/84, tem por objetivo efetivar as
disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a
harmônica integração social do indivíduo. Esse instrumento legal prevê que os
estabelecimentos penais brasileiros sejam destinados ao condenado, à pessoa
submetida à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso; sendo
que, cada estabelecimento penal deverá contar em suas dependências com
áreas e serviços destinados a oportunizar assistência à saúde, educação,
trabalho, recreação e prática religiosa e esportiva, além de assistência jurídica
e social. No tocante à mulher, está previsto na Lei de Execução Penal
Brasileira que deverá ser recolhida separadamente, em local próprio e
adequado a sua condição pessoal. Os estabelecimentos penais destinados as
mulheres devem ser dotados de berçários, onde as condenadas possam cuidar
de seus filhos, inclusive amamentá-los até os seis meses de idade. Observa-se
que a LEP é bastante completa e abrangente, porém, sua aplicabilidade, via de
regra, não está ocorrendo como idealizou o legislador.
Os Estados não têm estrutura para manter um sistema penitenciário
como o previsto em lei, logo, o ideal de ressocializar acaba deparando-se com
a realidade de superlotação, desrespeito aos direitos humanos, falta de
estrutura física frente à demanda de presos e falta de recursos humanos
capacitados para as atividades penitenciárias. Quanto à criminalidade feminina,
segundo Assis e Constantino (2001), existe um imaginário construído que é
acolhido inclusive por autoridades como juízes, delegados, carcereiros,
advogados, etc., em que as mulheres são consideradas como fortemente
influenciadas por estados fisiológicos e que seus crimes são, geralmente,
cometidos no espaço privado, já que o espaço público ainda lhes é muito
negado.
É comum que as mulheres se envolvam em crimes passionais ou nos
cometidos sob violenta emoção, e, quando cometem crimes de outra natureza,
como a participação no tráfico de drogas, esses estão vinculados a uma
posição subalterna justificada como uma extensão natural de suas relações
afetivas. Acredita-se que participem dos delitos em número menor que os
homens e sejam postas à margem das atividades importantes. Atualmente a
igualdade e cidadania são direitos fundamentais comuns a todos os cidadãos,
mas o Estado não voltou os olhos para a demanda feminina no que tange ao

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Sistema Penitenciário. Segundo Soares e Ilgenfritz (2002, p. 126), dados da
situação carcerária apontam que “a prisão, tanto pela privação de liberdade
quanto pelos abusos que ocorrem em seu interior, parece ser apenas mais um
elo na cadeia de múltiplas violências que conformam a trajetória de uma parte
da população feminina”. Importante também observar no processo de
ressocialização, que, quando recolhidos, os presos encaram uma realidade
talvez mais dura do que a realidade que lhe levou à criminalidade. Socializar-
se, para uma parcela da população que enfrenta desigualdades sociais de toda
natureza, não é tarefa fácil. O que dizer então de “ressocioalizar” o indivíduo
que optou pelo caminho da marginalidade, e depara-se com o modelo atual de
prisão e ressocialização? Segundo Sloniak (2007, p. 12), “a falta de efetivo
pessoal, de investimento e a precariedade do modelo atual dificultam qualquer
tentativa de obter êxito quanto à ressocialização, tornando essa possibilidade
um anseio impossível de ser alcançado somente na dependência estatal”.
É notório que a abstenção da violência física ou garantia de boas
condições para a custódia dos presos, por si só, não atingem o objetivo
ressocializador que consiste também num processo de superação de uma
história de conflitos, por meio da promoção dos seus direitos e recomposição
dos seus vínculos com a sociedade. Diante disso, os projetos na área de
reintegração social devem basear-se na formação educacional e profissional
dos apenados, bem como na sua assistência. Ressocializar ou reintegrar a
pessoa presa exige um conjunto de ações que envolvem a educação, saúde,
assistência social e o incentivo ao trabalho no intuito de proporcionar ao preso
a revisão de seus conceitos sociais e desta forma, estimular seu retorno ao
convívio social, sem que a pessoa sinta necessidade de cometer infrações
novamente.

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os estudos apresentados, podemos dizer que


devido à falta de estrutura nas penitenciárias no processo de reintegração e
ressocialização da pessoa após a prisão, percebe- se que as prisões servem
meramente como punição, deixando de lado o caráter educativo da pena
privativa de liberdade.
Diante do que foi estudado, percebe-se que a questão da
ressocialização do preso, apesar de ser dever do Estado, passa por um fator
social muito importante. Infelizmente o Direito não pode impor que os
empregadores contratem ex detentos como seus empregados, mas apesar de
como foi demonstrado, podemos estimular essa prática.
É necessária uma mudança de pensamento por parte da sociedade. A
aceitação dos ex apenados como membros de uma sociedade, apesar de
terem cometido crimes, é fundamental para que os objetivos do sistema penal
brasileiro sejam alcançados e os mesmo possam levar uma vida social
tranquila fora da prisão.
Por essa razão, é preciso que a sociedade se conscientize de a pessoa
ter cometido um crime, isso não significa o fim de sua vida e o fim de suas
oportunidades na vida.
Não se pode buscar a ressocialização de um ex - apenado se a
sociedade não está disposta e nem muito menos preparada a recepcioná-lo.
Devido a isso propor a reintegração social através desse projeto faz com que
se tenha uma nova visão em relação as mulheres que tiveram conflito com a
lei.

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BIBLIOGRAFIA
ASSIS, S. G. & CONSTANTINO P. Filhas do Mundo: Infração Juvenil
no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
BESSA, Leandro Souza. O Sistema Prisional Brasileiro e os Direitos
Fundamentais da Mulher Encarcerada: proposta de coexistência. 2007.
214 f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) Universidade de
Fortaleza. Fortaleza, 2007.

KOLKER, Tania. A Atuação do Psicólogo no Sistema Prisional. In:


GONÇALVES, Hebe Signorini; BRANDAO, Eduardo Ponte. Psicologia
Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU, 2004.

MAGNABOSCO, Danielle. Sistema penitenciário brasileiro: aspectos


sociológicos. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 27, dez. 1998. Disponível
em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1010 >. Acesso em 15 junho
de 2009.
SLONIAK, Marcos Aurélio. A ressocialização de presos condenados
ao regime fechado no Distrito Federal. 2007. Monografia (Especialização em
Segurança Pública). Pontifícia Universidade Católica PUC-Virtual, Porto Alegre,
2007.
SOARES, Bárbara Musumeci & ILGENFRITZ, Iara. Prisioneiras: Vida e
Violência atrás das Grades. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
SILVA, Fábio Costa Morais de Sá e; et al. Diretrizes para Atuação e
Formação dos Psicólogos do Sistema Prisional Brasileiro. Ministério da
Justiça. Departamento Penitenciário Naciona - DEPEN. Conselho Federal de
Psicologia - CFP. Brasília, 2007.
SERAFIM, Antônio de Pádua. Aspectos Etiológicos do
Comportamento Criminoso: parâmetros biológicos, psicológicos e
sociais. in: RIGONATTI, Sérgio Paulo (Coord.), SERAFIM, Antônio de Pádua;
BARROS, Edgard

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