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Procedimentos Estéticos Pré e Pós-operatórios

Final da disciplina: 13 de novembro de 2022

UNIDADE 1 - Fisiologia dos sistemas e tipos de


procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos
Unidade 1 / Aula 1Pele

Introdução

Olá, estudante!
Nesta aula, você vai estudar conceitos sobre a pele, suas funções, camadas, características,
anexos e células; também vai entender mais a fundo sobre o envelhecimento da pele e suas
principais características. Entre os conteúdos, abordaremos explicações e exemplos
significativos para ajudá-lo a entender a estrutura da pele e a importância dela no seu
campo de atuação.
Com esse conteúdo, você tem a base fundamental para empregar os procedimentos, pois
não se trata apenas de informações abstratas, mas de conhecimento aplicável na vida
profissional, o que permite uma diferenciação no mercado de trabalho.

Funções e estruturas da pele

A pele, também conhecida como cútis, é o revestimento protetor do nosso organismo. É ela que isola
os componentes internos do meio externo; ou seja, ela é indispensável para a vida. Algumas
informações importantes sobre a pele são:

o 12% do nosso corpo seco é pele.

o Ela chega a pesar aproximadamente 4,5 quilos.

o É o maior órgão do corpo humano.

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o Seu tamanho corresponde a uma área de dois metros quadrados.

Ela é formada por tecidos que têm origem tanto ectodérmica como mesodérmica e se subdividem em
epiderme e derme. Antigamente, falava-se ainda de hipoderme, mas, com a mudança da nomenclatura,
essa terceira camada passou a ser chamada de tecido subcutâneo. A pele, portanto, não é mais
subdividida em três camadas, mas em apenas duas.

Camadas da pele. Fonte: adaptada de


Freepik.

Vamos agora entender sobre cada camada da pele e suas características.


Epiderme
A epiderme é caracterizada por um tecido epitelial estratificado, pavimentoso e queratinizado; ele
varia em termos de estrutura e funções de acordo com a sua localização.
Pode-se dividir as cinco camadas da epiderme em: estrato basal, espinhoso, granuloso, córneo e lúcido
(este presente apenas em algumas regiões).
O estrato basal é caracterizado por ter alta atividade mitótica; por isso, também pode ser chamado de
germinativo, dado o grande número de células novas que aderem à membrana basal por
hemidesmossomos e desmossomos.
O estrato espinhoso apresenta aspecto de espinhos e tem função de manutenção das células; esse é o
estrato mais espesso da epiderme.
O estrato granuloso apresenta células achatadas e com presença de grânulos e de querato-hialina.
O estrato córneo é o mais superficial, constituído por diversas células achatadas e queratinizadas.
Em algumas regiões de atrito do corpo, como mãos e pés, encontra-se o estrato lúcido, que tem células
anucleadas, achatadas e ricas em queratina.
Assim, a representação das camadas da epiderme é a seguinte:

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Estratos da epiderme. Fonte:
adaptada Freepik.

Derme
Logo após a epiderme, encontra-se a derme, composta por tecido conjuntivo denso irregular. Ele é
maleável e composto por matriz extracelular. Trata-se de células que auxiliam o crescimento do tecido
e a manutenção os órgãos internos. São compostas principalmente de colágeno, elastina, laminina e
fibronectina. Estas são substâncias altamente resistentes que ajudam a proteger e separar células,
além de regular o crescimento, entre outras funções. O colágeno e a elastina são proteínas fibrosas. A
derme subdivide-se em derme papilar e derme reticular.
Na primeira, encontram-se vasos linfáticos e sanguíneos, terminações nervosas, colágeno, elastina e
corpúsculos de Meissner. A segunda, um pouco mais profunda, é constituída por tecido conjuntivo
denso não modelado. Tem fibras de colágeno e elastina, folículos pilosos, glândulas, vasos linfáticos e
sanguíneos e terminações nervosas:

Estrutura da pele. Fonte: adaptada de


Freepik.

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Tecido subcutâneo
Constituído por adipócitos e tecido conjuntivo frouxo, a tela subcutânea está localizada logo abaixo da
derme. Sua espessura varia de indivíduo para indivíduo e tem funções como reserva energética,
modelar o corpo, protegê-lo e propiciar o isolamento térmico.
Agora que você compreendeu as divisões da pele, vamos entender sobre as células e anexos dela no
próximo bloco.

Anexos da pele e suas células

Agora trataremos das células que encontramos na pele; vamos entender sobre suas
funções e características.

o Queratinócitos: são as células mais numerosas encontradas na epiderme.


Elas se tornam queratinizadas após se originarem no estrato basal e chegarem
até o estrato córneo, onde elas sofrem descamação.
o Melanócitos: sua principal função é sintetizar melanina, que é o gerador de
pigmentação para a pele; normalmente é uma substância de cor marrom
escura. Após ser produzida, ela é armazenada em estruturas denominadas
melanossomas, as quais são organelas especializadas em síntese e deposição
de melanina. A melanina é o pigmento biológico que gera a pigmentação
cutânea, dando origem às variações de coloração da pele. São produzidos dois
tipos de melanina: eumelanina e feomelanina. A primeira possui um alto peso
molecular e apresenta uma cor que varia de marrom a negro; a segunda já
apresenta coloração vermelha ou amarela.


o Células de Langerhans: são células que fazem parte do sistema imune,
realizando fagocitose. Têm grandes prolongamentos e são chamadas de
dendríticas. Estão localizadas entre os queratinócitos. Ao contrário dos
melanócitos, quando expostas à agressão solar, elas diminuem, o que pode até
estimular a carcinogênese.


o Células de Merkel: são encontradas na base da camada da epiderme. Elas
ajudam a sentir o toque, por estarem próximas das terminações nervosas da
pele.
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A pele apresenta alguns anexos, são eles:

o Pelos: presentes em praticamente toda a extensão do corpo, os pelos são
estruturas queratinizadas. Devido à invaginação, eles se desenvolvem na
epiderme, no chamado folículo piloso. Em sua dilatação terminal, encontra-se
o bulbo piloso; no seu centro, a papila dérmica. Recobrindo essa estrutura,
encontram-se células que formam a raiz. Com o pelo, sempre se encontra uma
glândula sebácea, que é responsável por sua hidratação e por suas respostas
morfogenéticas. Também é possível encontrar junto ao pelo um feixe de
músculo liso; quando contraído, provoca o eriçamento dele. Por isso, é
chamado de músculo eretor do pelo. A pigmentação dele é determinada pela
presença dos melanócitos.


o Unhas: outro anexo da pele são as unhas, que são placas córneas
caracterizadas pela alta queratinização. Ficam presentes na superfície das
falanges terminais, conhecidas popularmente como “pontas dos dedos”. As
falanges recobertas de unha recebem o nome de leito ungueal. A porção
proximal é chamada de raiz da unha ou também de matriz. É nela que ocorre a
proliferação das células epiteliais; quando queratinizadas, tais células formam
uma placa córnea, que comporá a cutícula da unha. A unha é constituída por
escamas córneas que ficam compactadas umas contras outras, crescendo em
sentido distal por volta de 0,1mm ao dia. No verão, esse crescimento
aumenta.
o Glândulas sebáceas: localizadas na derme, as glândulas sebáceas
normalmente desembocam na porção terminal dos folículos pilosos. Tais
glândulas têm uma função importante de secretar uma substância oleosa
chamada de sebo.
o Glândulas sudoríparas: separam-se em dois tipos – as merócrinas e as
apócrinas. As primeiras estão localizadas na porção profunda da derme;
presentes em todas as partes do corpo exceto lábios e genitália externa. São
responsáveis pela produção de uma solução aquosa e pobre em proteínas, mas
rica em cloreto de sódio, ureia, amônia e ácido úrico, conhecida como suor.
Além disso, exercem a função importante de regular a temperatura corporal.
As segundas (as apócrinas) se localizam em regiões como axilas, aréolas e
região perineal; produzem uma secreção que é constituída por proteínas, a
qual normalmente não contém cheiro. Porém, devido à presença de bactérias,
pode gerar odores não muito agradáveis.

Envelhecimento da pele e suas fases

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Todo organismo vivo tem um limite de vida, passando por fases. Uma delas é o envelhecimento, que
está relacionado com o tempo ou com agentes e agressões externas que podem acelerar esse processo.
As características que podemos observar no início do envelhecimento da pele são o aparecimento de
flacidez, linhas de expressão, quedas, manchas. São essas algumas das causas que levam os clientes a
procurar procedimentos estéticos de modo a minimizá-las.
O envelhecimento cronológico ocorre em um período específico da vida, gerando mudanças
importantes para o ser humano. Essas alterações são tanto biológicas quanto psicológicas e sociais.
Quando tratamos dos aspectos biológicos, podemos citar as características dos órgãos que mudam,
como a estrutura e as funções da pele.
As principais regiões que são afetadas pelo envelhecimento são as que ficam mais expostas, como a
face, pescoço, dorso das mãos e antebraços. Nesses pontos, geram-se depressões, sulcos e pregas. Há
dois tipos de envelhecimento:

o Envelhecimento intrínseco: é o natural, que não podemos prevenir. Todos passaremos


por ele, pois é inevitável envelhecer. Suas principais características são: a pele atrofiada
e o aparecimento de rugas finas, devido à elasticidade das fibras da derme.
o Envelhecimento extrínseco: pode ser chamado também de fotoenvelhecimento.
Depende dos hábitos e cuidados que o indivíduo tem com sua pele; por exemplo: se ela
fica exposta às radiações solares, esse processo se acelerará. Suas principais
características são as rugas mais profundas e a pele mais espessa, seca e amarelada;
muitas vezes, ocorre o aparecimento de melanoses, telangiectasias e queratoses.
Associa-se o envelhecimento extrínseco com fatores externos como: sol, tabagismo, má
alimentação, consumo de bebidas alcóolicas e falta de exercícios físicos.

Foram realizados vários estudos que tentavam explicar o processo do envelhecimento; em geral,
foram levados em conta quatro fatores que mais estimulam esse processo:

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1. Encurtamento dos telômeros.
2. Estresse oxidativo.
3. Mutações do DNA mitocondrial.
4. Diminuição hormonal.

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Na imagem a seguir, que compara uma pele jovem e outra envelhecida internamente, observe como as
fibras elásticas se rompem e se perdem, deixando a epiderme com sulcos e ondulações.

Pele jovem e pele envelhecida. Fonte:


adaptada de Freepik.
Glogau (2003) estudou o envelhecimento e desenvolveu uma “escala de rugas”, que demonstra como
ficam as características cutâneas ao longo das idades.
Nessa escala, é possível observar quatro tipos:

o Tipo 1: não se apresentam rugas e quase não se têm mudanças significativas na


coloração da pele; ocorre normalmente dos 20 aos 30 anos.
o Tipo 2: já começam ocorrer algumas rugas finas; essas só aparecem quando fazemos
movimentos, como o sorriso; ocorre dos 30 aos 40 anos.
o Tipo 3: já aparecem rugas em repouso; não é necessário o movimento – mesmo quando
a pessoa está com o rosto parado, já é possível observar as rugas; ocorre dos 40 aos 60
anos.
o Tipo 4: as rugas já estão em muita evidência; a pele apresenta coloração amarelada e é
evidente o envelhecimento; ocorre acima de 60 anos.

Nos últimos anos, o envelhecimento vem preocupando muito as pessoas. Por isso, há grande procura
por procedimentos estéticos; daí a importância, para seu papel como profissional, de entender sobre
esse processo, saber qual é o tipo dele e orientar da maneira correta. Assim, promove-se uma melhora
na autoestima do seu cliente e gera-se sua felicidade.

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Videoaula: Pele
Agora que você entendeu a teoria da pele, suas camadas, células, anexos e tudo que faz
parte dela, convidamos você a assistir ao vídeo que, de forma resumida e mais simplificada,
completará o entendimento do conteúdo até aqui. Isso auxiliará a compreensão sobre a
pele, pois é com ela que você trabalhará na prática.

Saiba mais
A pele é a base para estudo de tudo que você fará na estética. Por isso, faz-se necessária
uma aula introdutória da pele, pois é ela que precisa de reparo e cuidado. Para
complementar este estudo, sugerimos a você a leitura deste livro, que está disponível na
Biblioteca Virtual:

1. Anatomia Humana - Texto e Atlas, de Paulo Ricardo R. Larosa, Editora Guanabara


Koogan, 2021.

Aula 2

Sistema linfático
Introdução
Olá, estudante!
Nesta aula, você vai estudar conceitos do sistema linfático. Será nele que você realizará as
técnicas tanto pré quanto pós-operatórias.
A preocupação com a beleza e com a autoestima vem aumentando a cada dia, o que leva as
pessoas a se cuidarem mais e a realizarem cirurgias em busca do padrão ideal. Você,
profissional da estética, auxiliará para que esse processo ocorra da maneira correta.
Para isso, nessa aula, vamos estudar sobre o sistema linfático, suas características, seus
componentes e sua importância. Também, nesse contexto, como são realizadas as técnicas
de drenagem linfática.

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Sistema linfático, linfa e linfonodos

O sistema linfático é o principal sistema do corpo humano que tem como função realizar a
defesa do organismo. Ele age junto com o sistema imunológico e é constituído pelos
nódulos linfáticos ou linfonodos, uma rede de vasos que fazem o transporte da linfa. Inclui
ainda os órgãos que estão presentes no processo, como o baço e timo.
A linfa é o líquido que percorre o sistema linfático e se movimento de forma lenta, com
baixa pressão. Precisa da ajuda dos músculos para ser pressionada e facilitar seu
escoamento. Após percorrer os vasos linfáticos, acumula-se no ducto linfático direito e no
ducto torácico.
O sistema linfático é composto por: gânglios linfáticos, linfa, vasos linfáticos, baço, timo e
tonsilas palatinas; esses componentes serão abordados ao longo dessa aula.
Em relação aos órgãos ligados ao sistema linfático, podem-se listar:

o O baço: é o maior dos órgãos linfáticos, localizado abaixo do diafragma e atrás
do estômago. Ele é responsável pela defesa do organismo, produzindo
anticorpos. Também armazena sangue, produz hemácias e libera hormônios.
o O timo: é um órgão que fica localizado na cavidade torácica, bem próximo ao
coração. Ele produz substâncias como a timosina e a timina; também células
como o linfócito T, ajudando na defesa do organismo.
o As tonsilas palatinas: ficam localizadas na garganta e popularmente são
conhecidas como amídalas. São responsáveis pela seleção de microrganismos
que adentrarão o corpo, ajudando o processo de defesa do organismo.

Vamos agora entender alguns dos componentes básicos do sistema linfático:



o Gânglios linfáticos ou linfonodos: localizam-se no meio do trajeto que a linfa
percorrerá dentro os vasos linfáticos. Encontram-se em grupos ou séries. A
linfa passa sempre por pelo menos um linfonodo; afinal, ele tem uma função
importante, que é defender o organismo de infecções, formando como se
fossem barreiras de proteção.
o Linfa: nome dado quando o líquido intersticial sofre uma pressão osmótica
para dentro dos capilares linfáticos; tem características de um líquido incolor
e viscoso. A linfa é composta de água, eletrólitos e de proteínas plasmáticas
que saem do sangue pelos capilares sanguíneos. Contudo, não é considerada
sangue, pois não tem a presença de células sanguíneas, apenas células de
defesa como: linfócitos, granulócitos, eritrócitos e macrófagos.

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Formação da linfa
Nosso organismo possui três tipos de líquidos que percorrem o meio interno: o sangue, a
linfa e o líquido intercelular ou intersticial. Estão localizados em diferentes lugares e suas
composições são diferentes.
O líquido intersticial é formado a partir do plasma sanguíneo que extravasa dos vasos
capilares. Seu excesso fica acumulado entre as células; ele pode ser recolhido pelos
capilares sanguíneos ou capilares linfáticos; quando é recolhido pelos linfáticos, é gerada a
nossa linfa, que não tem a presença das hemácias, pois os poros linfático são pequenos e
elas não conseguem passar. Porém, os glóbulos brancos conseguem atravessá-los. Em
seguida, esse líquido é recolhido pelos capilares linfáticos e a linfa é conduzida até os vasos
linfáticos; a partir daí, volta a ser plasma.
Para que você lide com o pré e o pós-operatório de um paciente, é muito importante que
entenda o sistema linfático, pois será com ele principalmente que você trabalhará. Ao
compreender os componentes dele, a formação da linfa e o caminho que ela percorre, você
saberá conduzir os procedimentos corretamente.

Vasos capilares, pré-coletores, coletores


linfáticos, troncos linfáticos, gânglios,
disfunções do sistema linfático

O sistema linfático é um dos sistemas mais importantes do corpo humano; ele é constituído
por um tecido linfoide, também chamado de reticular. Apresenta células de defesa como os
linfócitos, os macrófagos e os plasmócitos.
O sistema linfático é constituído por vasos capilares, pré-coletores, ductos torácicos,
gânglios linfáticos, linfa e válvulas linfáticas. Vamos entender cada um deles:

o Capilares linfáticos: são redes finas que originam a estrutura do sistema
linfático. Eles possuem paredes finas que facilitam a permeação de
macromoléculas vindas do sistema venoso e também são responsáveis por
captar líquidos intersticiais e direcioná-los para um vaso linfático maior, os
pré-coletores. São estruturas muito finas; por isso, durante o processo de
drenagem linfática, não podemos colocar muita pressão: devem ser
movimentos leves.

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o Pré-coletores linfáticos: neles, ocorre a movimentação da linfa. São vasos
intermediários e possuem uma estrutura similar ao dos capilares, seguindo
um trajeto sinuoso e unidirecional. Também possuem válvulas chamadas de
linfangions, que se abrem e fecham para a entrada dos líquidos.
o Coletores linfáticos: vêm logo depois dos pré-coletores, porém, com maior
calibre. Também possuem válvulas e tem como função conduzir a linfa, de
modo unidirecional, ao centro.
o Troncos linfáticos: são vasos de maior calibre que recebem a linfa. Existem
diferentes tipos de troncos linfáticos. Para originar o ducto linfático direito,
ocorre a junção do tronco jugular direito, do subclávio direito e do
broncomediastinal, que recolhem a linfa vinda do membro superior e da
metade do tórax direito, da cabeça e do pescoço. Para originar o ducto
torácico, ocorre a junção dos troncos intestinais, dos lombares e dos
intercostais; estes recebem a linfa que vem dos membros inferiores, da
metade do tronco esquerdo, do pescoço, da cabeça e do membro superior
esquerdo.

De uma maneira mais simplificada, as diferenças entre os vasos linfáticos são:



o Capilares linfáticos: capturam a linfa, têm estrutura muito fina;
o Pré-Coletores: iniciam a movimentação linfa, conduzindo-a para os coletores;
o Coletores linfáticos: esses já têm o calibre maior e transportam a linfa até os
gânglios linfáticos. Geram o movimento de fluxo da linfa.
o Troncos linfáticos: vasos de maior calibre que originam os ductos linfáticos.

Disfunções do sistema linfático


Edema
O edema ocorre como resultado de um desequilíbrio de filtragem e de escoamento da linfa,
de modo que esse líquido concentra-se em excesso no local, gerando o edema.
Existem dois tipos:

o Edema sem cacifo: contém uma coagulação do fluído que gera uma fibrose,
chamada de fibroedema; conseguimos identificá-lo quando se pressiona a pele
e observa-se que o líquido intercelular não se movimenta, não gera uma
depressão nela.


o Edema de cacifo: conhecido como flebroedema, ocorre quando se pressiona a
pele e ocorre uma depressão da digital, de forma que o líquido se desloca e
depois retorna para a mesma região.

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Linfedema
É causado por uma insuficiência de drenagem. Podendo ser congênito (o indivíduo já nasce
com os vasos linfáticos reduzidos) ou adquirido (pode acontecer ao longo da vida por
motivos como lesões).
Assim, podemos finalizar essa aula entendendo que a linfa percorre o sistema linfático em
uma única direção. Quando o líquido está em excesso, ocorre um inchaço ou edema. Neste
caso, precisamos recorrer às técnicas que você aprenderá no decorrer desse curso, como a
drenagem linfática e outros procedimentos. É preciso prestar atenção aos sinais do corpo,
daí a importância de conhecer seus componentes.

Principais técnicas da drenagem linfática:


métodos Leduc e Vodder
A drenagem linfática manual (DLM) tem como função manter o equilíbrio hídrico no organismo, a fim
de retirar o excesso de líquido ao redor das células. Ela ativa o sistema imune, transporta vitaminas e
ajuda a eliminar substâncias residuais. Promove a diminuição de edemas e melhora o aspecto da FEG
(fibroedema geloide).
Existem duas técnicas para tanto: a de Leduc e a de Vodder. O que as diferencia é movimento usado.
Na de Leduc, realiza-se uma combinação de movimentos mais restrita, com utilização bandagens
compressivas após a drenagem linfática. Na de Vodder, realizam-se movimentos mais amplos. Em
ambas, os movimentos são leves e suaves.
Mecânica
Também é conhecida como pressoterapia, pois se utiliza de aparelhos estéticos que geram uma leve
pressão na linfa e facilitam seu escoamento em direção ao sistema circulatório. Faixas realizam
movimentos de inflar e desinflar em uma pressão que estimula a reabsorção do edema e ativa o
sistema linfático. Esse método é muito usado em tratamentos pós-operatórios. Contudo, não se
dispensa a estimulação manual dos gânglios linfáticos antes do início do processo de compressão. É
contraindicado em casos de: trombose venosa profunda, tromboflebites, insuficiência cardíaca,
fraturas não estabilizadas, edema pulmonar e varizes de alto calibre.

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Método Leduc
Este método envolve movimentos importantes: o de chamada e o de reabsorção. O primeiro
corresponde ao movimento que irá conduzir a linfa até os gânglios; o segundo promove a reabsorção
da linfa que veio do líquido intersticial.
No método Leduc, existem duas maneiras de realizar a drenagem linfática manual:

o Captação: promove o aumento da pressão tissular do local, realizada pelos capilares linfáticos.

o Evacuação: a linfa é transportada dos vasos para longe da zona de captação.

Dividimos o membro em proximal, medial e distal. O movimento da drenagem sempre se inicia no


segmento proximal. Ocorre, a princípio, uma evacuação para esvaziar as vias pelas quais a linfa fluirá.
No momento da manobra para reabsorção, os dedos do profissional realizarão pressões sucessivas em
movimentos circulares. Na manobra de demanda, os dedos desenrolam-se até perder o contato com a
pele.

Movimentos e manobras Leduc. Fonte: elaborado pela autora.

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Método Vodder
O principal objetivo da técnica Vodder é aumentar a velocidade com que a linfa percorrerá os capilares
linfáticos, aumentando a filtração e a absorção dos capilares sanguíneos. Ela é realizada com manobras
leves e repetidas, chegando até 7 vezes na mesma região. Porém, se o edema for maior, a pressão será
menor, respeitando sempre o sentido proximal/distal.

Manobras de Vodder. Fonte: elaborado pela autora.

Agora que você já entendeu sobre a importância do sistema linfático e de seus componentes, pode
selecionar os métodos mais corretos para a realização do seu procedimento.

Videoaula: Sistema linfático

Saiba mais
A drenagem linfática é a principal técnica que você, como profissional de pré e pós-operatório, precisa
estudar. Por isso, sugerimos dois livros que tratam bastante da drenagem linfática manual, para que
você tenha mais conhecimento sobre essa técnica e consiga realizá-la com excelência:

1. Drenagem linfática manual: Teoria e prática, de Orlando Sanches e o Ary Elwing.


2. Drenagem linfática manual, de Carlos Alberto Alves Gusmão Fonseca.

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Aula 3
Cicatrização

Olá, estudante!
Nesta aula, você vai estudar conceitos do processo de cicatrização; por exemplo: o que são
lesões e como ocorrem diversos eventos para culminar na reconstituição do tecido lesado.
Após as cirurgias, o corpo responde com um processo de readaptação, que é separado em
fases. Cada uma delas tem características próprias e você, como profissional, precisa lidar
com elas nesse processo.
Para isso, nesta aula, vamos estudar todo o processo de cicatrização, suas características,
fatores que o influenciam e os cuidados que tanto o profissional quanto o cliente precisam
ter.

Inflamação e suas fases


A inflamação ocorre como uma resposta de defesa após um dano tecidual causado por
microrganismos, por agentes físicos (como a radiação, a queimadura ou o trauma), por agentes
químicos (como substâncias cáusticas), por necrose de tecidos ou por reações imunológicas.
Durante o processo de reação inflamatória, ocorrem diversos eventos, como: aumento de fluxo
sanguíneo, exsudação de fluido (chamada de edema), dor, movimentação de leucócitos, formação de
grânulos e o reparo do tecido ao final. A resposta do processo inflamatório conta com a ajuda de
células de defesa, entre elas os neutrófilos, macrófagos, mastócitos, plaquetas, células dendríticas,
células endoteliais, fibroblastos e muitas outras. Quando há uma agressão, elas entram em ação para
realizar o processo de quimiotaxia: as células de defesa chegam ao local onde houve a inflamação em
uma certa ordem. As primeiras células acionadas são os neutrófilos, que tentam neutralizar os agentes
infecciosos na região; depois, os macrófagos, que vão fagocitar os agentes estranhos no local.

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A reação inflamatória tem muita importância, pois evita a entrada e a proliferação de patógenos
invasores, reparando e recuperando rapidamente o tecido. Porém, quando essa inflamação é
prolongada, torna-se altamente prejudicial para o organismo, gerando até danos teciduais.
Após a fase de inflamação, inicia-se a cicatrização, que é um processo comum em todas as lesões. Nele,
ocorre uma cascata de eventos celulares, moleculares e bioquímicos; juntos, eles realizam o reparo
tecidual. Segundo Carrel (1910), esse processo ocorre em cinco fases principais:

1. Inflamação.

2. Proliferação celular.

3. Formação do tecido.

4. Contração.

5. Remodelação da ferida.

Clark (2005) reclassificou o mesmo processo em três fases:

1. Fase inflamatória

2. Fase de proliferação

3. Fase de remodelamento

Agora, vamos entender todas essas fases.


Fases da cicatrização
Fase inflamatória
Essa é a primeira fase, que ocorre imediatamente após a lesão. Liberam-se substâncias
vasoconstritoras como as tromboxanas A2 e as prostaglandinas, pois, quando ocorre uma lesão no
endotélio, a cascata de coagulação é ativada e começa a chamada das plaquetas para realizarem a
coagulação. Ela envolve fatores de crescimento como o TGF-β (fator de crescimento de transformação
beta), o FGF (fator de crescimento derivado de fibroblastos), o EGF (fator de crescimento epidérmico),
as prostaglandinas e as tromboxanas.
O coágulo formado inicialmente é rico em colágeno, plaquetas e trombina. Depois, inicia-se o processo
de resposta inflamatória, na qual ocorre a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular.
Inicia-se a quimiotaxia, de forma que os neutrófilos migrarão para o local da ferida; esses são os
primeiros a chegar. Sua concentração é maior nas primeiras 24 horas; eles são atraídos pelas
substâncias que as plaquetas liberam. Começam a realizar um processo de destruição de bactérias.

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Depois, serão substituídos pelos macrófagos, que chegam ao local com a função de secretar citocinas e
fatores de crescimento, contribuindo na angiogênese. Neste ponto, começa a transição para a fase
proliferativa.
Fase proliferativa
Ela divide-se em quatro etapas:

1. Epitelização.

2. Angiogênese.

3. Formação de tecido de granulação

4. Depósito de colágeno.

No quarto dia, inicia-se essa fase, que pode chegar até a segunda semana. A primeira parte do processo
é a de epitelização, que ocorre precocemente. Ela podendo restaurar o tecido em três dias, se as
células epiteliais migram em direção superior e a membrana basal está intacta. Porém, se a membrana
estiver lesada, as células das bordam começam a formar uma barreira protetora.
Para uma cicatrização adequada, a angiogênese é estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-
α). Nesta parte do processo, ocorre a migração de células endoteliais e uma formação de capilares, a
fim de nutrir a região.
Para finalizar, a fase proliferativa forma um tecido granuloso. Os fibroblastos, que são as principais
células dessa fase, migram para o local da lesão e começam a produzir colágeno tipo 1, que depois será
transformado em miofibroblasto.
Fase de maturação ou remodelamento
Nesta fase, ocorre principalmente a deposição de colágeno, que inicialmente é produzido de maneira
mais fina do que a pele normal. Depois, gera-se o colágeno tipo III, criando uma força tênsil na ferida.
Com isso, ocorre a reorganização da nova matriz, com a ajuda dos fibroblastos e leucócitos que
secretam colagenases; eles deixam a matriz mais lisa. Porém, mesmo após um ano, a ferida ainda
apresentará colágenos um pouco desorganizados, pois nunca voltarão a 100%. Pode-se atingir,
contudo, uma média de 80% de melhora.
O colágeno formado é muito importante, pois é uma proteína que ajuda a conectar o tecido. O colágeno
tipo I é o mais comum e é sintetizado pelos fibroblastos; encontra-se nos ossos e tendões. O tipo III é
mais comum em tecidos moles, como derme e vasos sanguíneos.

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Interpretação – Fatores que influenciam a
cicatrização

A cicatrização pode sofrer interferência e ser prejudicada ao longo de suas fases. Para que
ela ocorra corretamente, é necessário que não haja interferência de fatores que podem
prejudicar com esse processo. Vamos entender alguns deles.
Fatores sistêmicos são normalmente associados com hábitos, rotinas e tratamentos.
Entre eles, podemos citar:

o Idade: nosso corpo tem respostas diferentes ao longo de nossa vida, que
podem ser afetadas pela redução da elasticidade e da resistência dos tecidos.
o Estado nutricional: tipos de alimentos podem influenciar o processo e não
propiciam uma cicatrização mais rápida, como: açúcar, chocolates e balas.

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Ainda algumas deficiências nutricionais afetam a síntese de colágeno, o que
dificulta a cicatrização.
o Estado imunológico: se a imunidade estiver baixa, ela pode mudar a
cicatrização.
o Uso de medicamentos (principalmente de esteroides) e/ou de terapias
medicamentosas associadas: podem tanto estimular rapidamente a
cicatrização como retardar, dependendo de cada organismo.
o Quimioterapia: esse tipo de tratamento danifica algumas células do corpo,
dificultando a cicatrização.
o Alcoolismo: o álcool pode diminuir as células de defesa, dificultando a
cicatrização.
o Tabagismo: nesse caso, a nicotina reduz o fluxo sanguíneo, dificultando a
cicatrização.
o Perfusão e oxigenação dos tecidos: algumas doenças que alteram o fluxo
normal do sangue podem afetar a distribuição dos nutrientes para as células,
dificultando o processo.
o Hiperatividade: dificulta a aproximação das bordas da ferida; o repouso
favorece a cicatrização.
o Diabetes: o processo de cicatrização de um diabético é demorado e diferente
do de pessoas não-diabéticas, pois o excesso da glicose pode prejudicá-lo.
o Outras doenças: algumas doenças crônicas, autoimunes, a anemia e outros
transtornos hematológicos podem influenciar as veias e, com isso, aumentam
o risco de infecções, diminuindo a resistência do organismo e dificultando a
cicatrização.

Fatores locais são relacionados com alguma alteração no local em que houve a lesão, de
modo que dificultam a cicatrização. Vamos entender sobre esses fatores:

o Localização da ferida: algumas regiões são mais vascularizadas, ou têm
menor mobilidade e tensão, o que faz a cicatrização ser mais rápida em
comparação com regiões menos irrigadas ou com maior tensão e mobilidade,
como joelhos, nádegas e cotovelos.
o Sangramento: quando ocorre um acúmulo de sangue, as células mortas se
aglutinam, ocasionando hematomas e isquemias. Isso gera dor e retardo no
processo de cicatrização.
o Edema e obstrução linfática: devido à diminuição do fluxo sanguíneo e do
metabolismo, a cicatrização fica dificultada, pois acumulam-se catabólitos e
produz-se uma inflamação.
o Infecção: se ocorre a alta concentração de bactérias, compromete-se o local
com necrose e escara.
o Corpo estranho: implantes, válvulas, ou outro qualquer outro corpo estranho
podem retardar a cicatrização.

19
É muito importante um reconhecimento prévio desses fatores, para facilitar e não impedir
o processo, pois a cicatrização normalmente leva de 4 a 6 semanas. Pode iniciar-se ou não
imediatamente após a lesão; quando o paciente tem diabetes ou usa alguma medicação,
esse processo pode ser retardado. Então, se você, como profissional, percebeu que a ferida
está demorando para cicatrizar, solicite o retorno ao médico, para que ele oriente
corretamente o que se pode fazer inicialmente.
Não é conveniente deixar a ferida exposta por muito tempo, o que pode estimular a
entrada de mais microrganismos e gerar problemas maiores. Por isso, encare sempre seu
cliente como um ser humano no todo, considerando todas as características e indícios.

Cuidados para ajudar a cicatrização

Não se pode acelerar o processo de cicatrização; contudo, alguns fatores podem interferir nele, como
os já citados no bloco anterior, aumentando o tempo de cicatrização.
É muito importante, portanto, que se tomem alguns cuidados para ajudar esse processo de
cicatrização. Vamos entendê-los.

o Manter sempre a ferida limpa, evitando possíveis infecções.


o Seguir a alimentação correta. É muito importante ingerir proteínas, que estimulam a
formação de reações teciduais; vitamina C (ácido ascórbico), pois ela é essencial para a
síntese de colágeno e produção de N-acetil galactosamina (a deficiência dessa vitamina
atrasa a cicatrização); magnésio e zinco, pois eles são necessários para a síntese de
proteínas e estímulo das metaloproteinases da matriz (MMPs), as quais são bases para
estimular o colágeno e a fase de remodelagem.
o Manter o ambiente com uma temperatura agradável, pois a diminuição dela estimula
uma vasoconstrição, diminuindo a circulação local. Por consequência, reduz-se a
oxigenação e nutrição do tecido, atrasando a cicatrização.
o Avaliar o uso de medicamentos que podem interferir na cicatrização; por exemplo, os
anti-inflamatórios esteroidais restringem a fase inflamatória da cicatrização e, assim,
diminuem a qualidade dela. Geram atrasos na formação da granulação. Porém, tudo
20
precisa ser analisado corretamente, pois o uso de apenas um medicamento não será
prejudicial ao extremo.
o Indicar produtos que precisam ser usados no processo da cicatrização. Todavia, é muito
importante que esses produtos tenham: comprovação de resultados, ativos que não
atrapalhem o processo, controle de qualidade, validade, entre outros; pois, às vezes, um
produto pode ser prejudicial.

A seguir, um plano de tratamento que favorece o processo de cicatrização com enfoque


multidisciplinar:

1.
1. Cuidados gerais: alimentação, nutrição, higiene, deambulação ou mobilização.
2. Cuidados com a feridas: manter limpa, sem umidade.
3. Avaliação de uma equipe multidisciplinar, que discutirá as etapas e os processos de
tratamento da ferida para, assim, chegar a um consenso a respeito do uso de recursos
que ajudam na recuperação do paciente.

Esses processos precisam seguir critérios e ordem corretos para que tudo ocorra de uma maneira
adequada. Eles incluem a higienização correta da ferida, a remoção de tecido necrótico (caso haja), a
proteção da ferida para prevenção de infecção e a cobertura adequada dela de acordo com a sua
localização, tamanho da área afetada, profundidade e exsudatos. É importante também sempre fazer
um relatório de evolução da ferida.
Em alguns casos, podem ocorrer o aparecimento de queloides e cicatrizes hipertróficas, que são
distúrbios da cicatrização. Os queloides são caracterizados por ultrapassarem os limites da incisão; já
as cicatrizes hipertróficas permanecem dentro desses limites. Os dois são devidos a uma resposta
inflamatória excessiva durante o processo de cicatrização, que pode ser relacionada com trauma,
deficiência de fibroblastos, aumento demasiado de fatores de crescimento ou a diminuição de
apoptose.
É necessário conhecer bem o paciente para não ocorrer o aparecimento de queloides ou cicatrizes
hipertróficas, mas, se ocorrerem, o médico precisa avaliar e você, como profissional, vai conseguir
realizar técnicas que façam diminuir o processo, as quais aprenderá ao longo das aulas.

21
Cicatriz hipertrófica. Fonte: Freepik.

Com isso, podemos finalizar com a aula ressaltando a importância de conhecer o paciente desde suas
medicações, patologias, hábitos, alimentação, entre outros, pois eles podem interferir no processo de
cicatrização e no resultado final da operação.

Videoaula: Cicatrização
Agora que você entendeu a importância de conhecer a cicatrização, as suas fases, os fatores que
interferem nela e os cuidados que demanda, convidamos você a assistir ao vídeo que resumirá o tema
para facilitar e enriquecer o seu conhecimento.

Saiba mais
A cicatrização é um processo que você, profissional de técnicas pré e pós-operatórias,
precisa entender bem, para avaliar e cuidar corretamente do seu cliente; por isso,
sugerimos a leitura dos artigos científicos Cicatrização: conceitos atuais e recursos
auxiliares - Parte I e Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte II.

Aula 4
Procedimentos estéticos não cirúrgicos
Olá, estudante!
Nesta aula, você vai estudar os procedimentos estéticos não cirúrgicos, para que consiga
aprender a diferenciá-los dos cirúrgicos, compreendendo sobre sua aplicabilidade, seus
cuidados e a orientações para desenvolver as técnicas.

22
Tais procedimentos são minimamente invasivos, pois não utilizam instrumentos
cirúrgicos. Dentre eles, podemos citar os métodos estéticos que duram um certo período e,
às vezes, precisam de aplicação de anestesia e cuidados no pós-procedimento.
Nesta aula, vamos estudar os procedimentos estéticos não cirúrgicos, suas características e
tudo que envolve o tema, para fazer de você um profissional mais completo e habilitado.

Tipos de procedimentos estéticos não


cirúrgicos
A cirurgia plástica consegue alcançar grandes resultados, mas existem pessoas que
preferem algo mais sutil, de modo a dispensar atenção cirúrgica ou até mesmo minimizar o
tempo de recuperação. Assim, esses clientes optam por procedimentos não cirúrgicos.
Vamos entender alguns desses procedimentos estéticos não-invasivos ou minimamente
invasivos para o corpo.
1. Harmonização facial:
É um conjunto de procedimentos estéticos combinados que ajudam a harmonizar o rosto,
equilibrando traços da pele e rejuvenescendo-a. A harmonização minimiza características
da pele que geram perda da elasticidade, queda dos tecidos, perda de músculos e de
gordura. É indicada tanto para homens quanto para mulheres que desejam harmonizar o
rosto. Os procedimentos mais indicados são: preenchimento, toxina botulínica e fios de
sustentação.
As áreas faciais em que se pode realizar o procedimento são: mandíbula, malar, queixo
(mento), contorno facial, nariz, lábios e sulco nasogeniano. As pessoas procuram a
aplicação no contorno para melhorar e corrigir a assimetria, ou deixar características do
rosto mais marcadas. Normalmente, desejam alongar a mandíbula, definindo ou
aumentando a região; definir o malar e projetar as maçãs do rosto; aumentar a largura, a
altura e a projeção do queixo; melhorar o contorno, o volume e corrigir a assimetria dos
lábios; elevar ou rebaixar a ponta, alinhar e diminuir a largura do nariz; abrir o olhar por
meio da correção das sobrancelhas.
O preenchimento é feito nas regiões determinadas após a avalição, com a aplicação de
ácido hialurônico, dentro da pele, diminuindo a profundidade do local e dando volume.
O ácido hialurônico é um polímero orgânico; sua constituição é de: ácido glucurônico e N-
23
acetilglucosamina. É um líquido viscoso (ainda que em pequenas concentrações), de
fórmula molecular (C14H21NO11)n, altamente solúvel em água.
A toxina botulínica é aplicada para paralisar a musculatura de uma região, impedindo o
movimento que poderia gerar rugas e linhas de expressão. É injetada principalmente na
testa, na glabela (entre as sobrancelhas) e nos pés de galinha ao redor dos olhos.
2. Carboxiterapia
Procedimento estético não cirúrgico que consiste na aplicação de gás carbônico no tecido,
por meio de um aparelho com uma agulha muito fina. Com isso, melhora-se a circulação e
oxigenação dos tecidos. Além de gerar o efeito Bohr (que é o aumento das trocas gasosas),
ela também melhora o tônus e a elasticidade da pele e reduz gordura localizada. É indicado
para tratamentos de rejuvenescimento facial, olheiras, tratamento capilar, FEG
(fibroedema gilóide), gordura localizada e flacidez de pele.
3. Laser
O laser é uma tecnologia que produz radiação eletromagnética e que pode ser usada para
diversas finalidades. Uma delas é na estética, com um profissional capacitado. O aparelho
deve ter aprovação na Anvisa. A energia que ele produz atinge um alvo na pele e modifica
seu estado físico, químico e biológico.
Os benefícios e indicações são: combate aos sinais de envelhecimento, tratamento de
flacidez, clareamento de manchas, remoção de tatuagem, lesões vasculares, estrias ou até
mesmo a remoção de pelos.
Existem dois tipos de lasers: o ablativo e não-ablativo:

• Ablativo: remove a superfície da pele, gerando até crostas.


• Não ablativo: age apenas na profundidade da pele, estimulando o colágeno; com
isso, gera uma pele mais intacta e firme.

4. Bioestimuladores
Estimulam a produção de colágeno. Nesse procedimento, são realizadas injeções de
substâncias compatíveis ao organismo. As mais conhecidos são o ácido poli-L-láctico, a
didroxiapatita de cálcio e a policaprolactona; eles duram em média 18 meses.
5. Intradermoterapia
Também chamada mesoterapia, é um procedimento que consiste na aplicação de
substâncias na região alvo. Pode ser usada como estímulo à produção de colágeno, ao

24
metabolismo, ao ganho de massa, ao emagrecimento, à diminuição da gordura localizada,
ao crescimento de cabelo, entre outros.

Diferenças entre procedimentos cirúrgicos e


não cirúrgicos
Existem diferenças entre procedimentos cirúrgicos (que são realizados para corrigir
imperfeições ou realizar remodelagens) e os não cirúrgicos. Vamos entender essas
diferenças.
Procedimentos cirúrgicos
São realizados quando existe a necessidade de correções, como deformações,
preenchimentos, alterações de estruturas.
As cirurgias mais procuradas são lipoaspiração, implantes de silicone nos seios, correção
de pálpebras e abdominoplastia; porém, existe uma gama muito grande de procedimentos
cirúrgicos que se podem fazer. Eles são indicadas quando um local do corpo não condiz
com o desejado ou com o necessário, afetando as tarefas diárias ou a autoestima do cliente.
Antes da realização do procedimento, é necessária uma bateria de exames específicos e
avaliações completas do estado de saúde do paciente.
Cirurgia é o nome utilizado para procedimentos que envolvem cortes, suturas, anestesia; é
buscada para tratar doenças, lesões ou deformidades. Com o avanço da tecnologia, as
intervenções podem ser, às vezes, realizadas por laser, radiação ou técnicas que evitem o
bisturi.
A cirurgia cosmética é focada na melhora de aparência; existem diversas operações, como:

o Ritidectomia: remoção de rugas da face e pescoço.
o Abdominoplastia: remoção de gordura e excesso de pele da área abdominal.
o Mamoplastia: aumento ou redução do tamanho das mamas.
o Cirurgia de implante de cabelo: recuperação do cabelo do couro cabeludo.
o Mandibuloplastia: alteração do aspecto da mandíbula.
o Blefaroplastia: alteração do aspecto das pálpebras.
o Rinoplastia: alteração do aspecto do nariz.
o Lipossucção: remoção da gordura corporal.
o Escleroterapia: eliminação de veias varicosas.

25
Anestesia
Devido à dor normalmente resultante de uma a cirurgia, é necessário aplicar, no paciente,
anestesia, analgésico ou ambos. Os anestésicos agem bloqueando a percepção da dor,
gerando dormência; os analgésicos são medicamentos para reduzi-la. Para administrar os
anestésicos, é necessário profissionais especializados. Esses medicamentos podem ser
administrados em via local, regional ou geral; no caso da anestesia local e regional, o
paciente permanece consciente.
Alguns cuidados devem ser tomados após a cirurgia, como: monitoramento do estado do
paciente, da sua alimentação, da sua capacidade de locomoção, de suas necessidades
fisiológicas, entre outros aspectos que o médico indicar.
Procedimentos não cirúrgicos
Quem prefere melhorias mais sutis, opta por procedimentos não cirúrgicos. É necessário
fazer uma avaliação com o profissional capacitado e habilitado para a indicação correta dos
procedimentos que devem ser feitos em cada caso, pois podem variar de acordo com a
idade, com os cuidados, com a exposição solar ao longo da vida, entre outros.
Dentre esses procedimentos podemos citar:

o Toxina botulínica: é utilizada para tratamento de rugas de expressão da face
e para correção de assimetria facial. Com poucas aplicações de toxina
botulínica, já se alcança melhora na movimentação do músculo local, o que
gera menos rugas visíveis.
o Preenchimento cutâneo: é indicado para quem quer aumentar lábios,
melhorar contornos faciais, suavizar rugas e melhorar sinais de
envelhecimento. Utiliza ácido hialurônico, capaz de gerar o preenchimento.
o Laser de CO2: é indicado para melhorar as fibras elásticas e a produção do
colágeno, deixando a pele mais rejuvenescida e firme.
o Peeling químico: é indicado para melhorar textura da pele, clareá-la,
diminuir oleosidade, entre outros. É necessário conhecer a disfunção para
saber qual o melhor ácido a usar.
o Fios de sustentação: indicados para erguer o rosto. São colocados fios que
estimulam o colágeno e melhoram os aspectos da pele.

Independentemente de o procedimento ser cirúrgicos ou não, é necessário que o cliente


procure um profissional qualificado para realizar a técnica, além de cumprir com todos os
requisitos, como os cuidados pré e pós-procedimento.

26
Cuidado e orientações para os procedimentos
não cirúrgicos
Os procedimentos não cirúrgicos são uma boa alternativa para quem não quer passar por
uma cirurgia. Porém, existem alguns cuidados e orientações que o profissional precisa ter
para evitar intercorrências indesejáveis. Vejamos a seguir algumas delas.

o Edema: nome dado quando ocorre o inchaço causado pelo acúmulo de
líquidos entre os diversos tecidos e cavidades que compõem o corpo humano.
Quando o edema é constituído de sangue, ele poderá ficar mais endurecido e
escuro, com o aspecto de um hematoma. Caso seja acompanhado de dor
intensa, é importante que o paciente busque atendimento médico com
urgência, pois pode significar alguma infecção local.
o Hematoma: é o acúmulo de sangue extravasado em uma párea traumatizada;
trata-se de uma mancha de coloração vinho, roxa, azulada ou até amarelada,
conforme o sangue é gradualmente absorvido pelos tecidos. Para tratar
edemas e hematomas, existem diversas formas. Podemos utilizar: pomadas;
cremes com vitamina K; hirudoid; fototerapia; compressa de gelo (realizar um
teste de compressão antes, para certificar-se de que não existe risco de
compressão arterial)
o Eritema: é o nome dado para manchas vermelhas na pele; pode ser
diferenciado de outras patologias, porque ele some quando é pressionado e
reaparece quando a pressão acaba. É um indicativo de distúrbio circulatório,
que pode ser causado por compressão dos vasos, alergia, entre outros.
o Infecção: quando ocorre a penetração e desenvolvimento de um agente
infeccioso, que pode ser: um vírus, uma bactéria, um protozoário ou um fungo.
Para evitar esse tipo de contaminação, é importantíssimo uma assepsia bem-
feita do paciente e do material a ser utilizado. Também é necessário orientar o
paciente a não tocar na região da aplicação, para que ele mesmo não a
contamine.
o Necrose: indica morte de células ou de tecidos no organismo. É uma das
complicações mais temidas e graves da harmonização facial, por exemplo.

Existem alguns cuidados que são padrão para todos os procedimentos, como: observar o
local onde será aplicado (caso ocorra alteração de cor, sensibilidade ou temperatura),
marcar os retornos corretos, evitar sol, evitar manusear a região aplicada e solicitar que o
cliente sempre avise o profissional responsável em caso de necessidade.
As complicações podem ocorrer após qualquer procedimento estético; o importante é que
o profissional saiba fazer as recomendações corretas ao paciente e que este as siga. As
complicações variam de intensidade e severidade; é sempre recomendável conversar com

27
o cliente e entender se ele está sentindo algo diferente ou se percebeu alguma alteração,
pois isso pode ser indicativo de algum dos problemas expostos neste bloco.

Videoaula: Procedimentos estéticos não


cirúrgicos
Agora você conhece os diferentes procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos. Sabe como eles
devem ser realizados com todos os cuidados e as orientações corretas. Convidamos você a assistir ao
vídeo que resumirá o tema para facilitar e enriquecer o seu conhecimento.

Saiba mais
Existem procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos; é importante que você,
profissional, saiba diferenciar cada um deles. Por isso, sugerimos a você a leitura dos dois
artigos a seguir:
O corpo, a cirurgia estética e a Saúde Coletiva: um estudo de caso;
Procedimentos estéticos: percepção do cliente quanto ao esclarecimento para a
tomada de decisão.

Aula 5
Revisão da unidade

Fisiologia dos sistemas e tipos de


procedimentos estéticos não cirúrgicos
Estamos chegando ao fim da unidade e existem conceitos que precisamos sempre
relembrar para melhor fixação do conteúdo. Nessa unidade, você conheceu a estrutura
anatômica e fisiológica do tegumento humano; compreendeu a funcionalidade do sistema
linfático e seus componentes; diferenciou as fases de cicatrização e os cuidados que a
28
influenciam; e aprendeu sobre os tipos de procedimentos estéticos não cirúrgicos. Vamos
agora relembrá-los.
A pele, também conhecida como cútis, é o revestimento protetivo do nosso organismo. Ela
é formada por tecidos que têm origem tanto ectodérmica como mesodérmica. Subdivide-se
em epiderme e derme. Antigamente, falava-se ainda de hipoderme, mas, com a mudança da
nomenclatura, essa terceira camada passou a ser chamada de tecido subcutâneo.
A epiderme divide-se em cinco camadas: estrato basal, lúcido, espinhoso, granuloso e
córneo. A derme se divide em papilar e reticular. Algumas células importantes que
compõem a pele são: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de
Merkel. Seus anexos são: pelos, glândulas e unhas. O envelhecimento pode ser dividido em
intrínseco (que é o cronológico, pelo qual todo organismo vai passar) e o extrínseco
(estimulado por fatores externos, como exposição solar, poluição, agentes químicos, entre
outros).
O sistema linfático é o principal sistema do corpo humano que tem como função realizar a
defesa do organismo. Ele age junto com o sistema imunológico. É constituído pelos nódulos
linfáticos (ou linfonodos), por uma rede de vasos que fazem o transporte da linfa e por
órgãos que estão presentes no processo, como o baço e o timo.
A drenagem linfática manual (DLM) tem como função manter o equilíbrio hídrico no
organismo, a fim de retirar o excesso de líquido ao redor das células. Ela ativa o sistema
imune, auxilia o transporte vitaminas e ajuda a eliminar substâncias residuais, com
diminuição de edemas e melhora no aspecto da FEG (fibroedema gelóide).
A pele, quando lesionada, sofre um processo de cicatrização, que é dividido em fase
inflamatória, fase de proliferação e fase de remodelamento. A cicatrização pode ser
prejudicada ao longo de suas fases; para que ela ocorra corretamente, é necessário evitar
fatores que podem interferir no processo. São os fatores sistêmicos (idade, doenças, uso de
medicamentos) e os locais (localização, sangramento e infecção).
A cirurgia plástica consegue alcançar grandes resultados, mas existem pessoas que
preferem algo mais sutil, de modo a evitar atenção cirúrgica ou até mesmo minimizar o
tempo de recuperação após o processo. Assim, esses clientes optam por procedimentos
não cirúrgicos como: harmonização facial, fios de sustentação, carboxiterapia, laser,
bioestimuladores ou intradermoterapia.

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Agora que você relembrou o conteúdo estudado, vamos resolver um estudo de caso para
facilitar a fixação dele.

Videoaula: Revisão da unidade

Estudante, chegamos ao fim da unidade e, nesse momento, convidamos você a assistir ao


vídeo resumo, no qual você poderá relembrar a fisiologia da pele e do sistema linfático, a
cicatrização e suas fases, os tipos de procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos e
os cuidados que precisamos ter antes e depois dos procedimentos.

Estudo de Caso

Imagine que você abriu uma clínica de estética, para a qual você decidiu contratar uma
equipe multidisciplinar. Pense que você já conseguiu iniciar sua clínica com grandes
equipamentos estéticos como o ultrassom Heccus Turbo, crioliopólise Polarys,
radiofrequência, corrente russa e o endermo Dermotonus; decidiu que trabalharia com as
melhores linhas de produtos estéticos.
Dados da paciente:
Mulher, 42 anos, empresária, 2 filhos. Nenhum tratamento estético ou cirurgia anterior.
Apresenta diabetes, porém está sob controle com a medicação. É sedentária; usa salto o dia
todo. Altura de 1,79m, peso de 90kg. Ela não consegue almoçar em casa; por isso, come na
rua e, como seu dia é muito corrido, consome o mais fácil: lanches e salgados. Quando
chega em casa, consegue jantar e normalmente come massa (como pizza), lanches, arroz,
feijão, mas em grandes quantidades. Relata que seu consumo de frutas e verduras é raro;
seu consumo de água é de apenas 1 litro por dia.
Suas principais queixas são: gordura localizada no abdômen, celulite nas pernas (avaliada
em grau 3), flacidez na barriga, costas e culote.
Durante a conversa, ela comenta sobre seu rosto, que a incomoda muito, pois relata muitas
acnes na pele, óstios dilatados, brilho excessivo e, após sua segunda gestação, surgiram
manchas escuras que nunca mais saíram.

30
Em seu planejamento para um protocolo personalizado, você ressalta para ela que o
atendimento será multidisciplinar. Primeiro, você a orienta que precisará de seu
comprometimento principalmente em procurar profissionais para ajudar nesse processo,
como um nutricionista e um educador físico, de modo a melhorar sua alimentação e sua
condição física.
Finalizando a avaliação, a cliente comenta que já pensou em realizar uma cirurgia plástica
como a abdominoplastia para melhorar a região de seu abdômen, mas que tem medo.
Agora que você já sabe todo o histórico dessa cliente, vamos resolver algumas questões
propostas a seguir:

1.
1. A cliente informou seus dados, como peso e altura; calcule o IMC dela e diga
em qual classificação ela se encontra.
2. Em seu espaço, você conta com alguns equipamentos estéticos que podem ser
utilizados para procedimentos estéticos não cirúrgicos; por isso, explique cada
um, pensando na indicação e nos benefícios dos aparelhos.
3. Em sua avaliação, a cliente relata o não consumo de água; com isso, o corpo
fica inchado. O que você, profissional da estética, recomendaria para essa
cliente em termos de procedimento estético manual? Por quê? Qual o
benefício desse procedimento?
4. A cliente relata que sua pele a incomoda também; dentre as classificações de
tipo de pele, em qual ela se enquadra melhor?
5. Após a gestação a cliente relata que houve o aparecimento de manchas
escuras em sua pele. O que poderia ser? Explique.

______
Reflita
Estudante, reflita sobre a importância de uma equipe multidisciplinar que ajude a garantir
um tratamento melhor para essa cliente.
Além disso, ela relata interesse em uma cirurgia plástica, apesar de seu medo. Por isso,
refita sobre os cuidados e a atenção pré e pós-procedimento que você poderia recomendar
a ela.

Videoaula: Resolução do Estudo de Caso

31
agora que você já entendeu todo o histórico da cliente, você consegue saber como orientá-la de
maneira correta. Para isso, vamos pensar sobre cada questionamento proposto a você.

1. Para o cálculo do IMC, você precisa fazer uma conta que usa a seguinte fórmula: divide-se o
peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros). No caso da sua cliente, o IMC é de 28.1,
pois ela tem 1,79m de altura e 90kg de peso. Na classificação, ela se encaixa como sobrepeso.
2. Os procedimentos não cirúrgicos são aqueles que você pode aplicar com aparelhos estéticos
e técnicas manuais. Em relação aos aparelhos de sua clínica imaginária, você conta com um
ultrassom, indicado para tratamento da gordura localizada e modelação corporal. Ele emite
ondas de som acima da frequência audível, que produzem micro vibrações capazes de
romper os adipócitos; também é indicado para estímulo de colágeno e tratamento da celulite.
A radiofrequência é procedimento que utiliza a temperatura para estimular a produção de
colágeno e elastina no organismo. A criolipólise age na redução da gordura corporal por meio
do congelamento controlado a vácuo, capaz de destruir as células de gordura e eliminar as
gorduras que estão em seu interior. A corrente russa usa corrente elétrica para melhorar o
tônus muscular e a circulação sanguínea. O endermo utiliza o vácuo para tratamento da
gordura localizada, para tonificação da pele e para obtenção de uma silhueta mais delgada;
também é usado para descolar uma cicatriz aderida.
3. O fato de ela consumir pouca água faz com que o corpo retenha a pouca quantidade ingerida;
por isso, ela se mantém inchada. Você pode recomendar a drenagem linfática manual, a qual
promove a melhora da circulação, da retenção e das celulites; também ajuda a eliminar
toxinas do corpo. É igualmente usada na recuperação de cirurgias plásticas.
4. Com as características referidas pela cliente, como brilho excessivo em todo o rosto, óstios
dilatados, presença de acnes, a pele dela é lipídica. Nela, ocorre a produção de sebo em
excesso, gerando a oleosidade acumulada nos poros e deixando-os mais visíveis.
5. As manchas escuras que apareceram na pele da cliente provavelmente são cloasmas,
decorrentes da gestação. Ocorre que os melanócitos produzem maior quantidade de
melanina e geram manchas epidérmicas.

Resumo visual

32
Fisiologia dos sistemas e tipos de procedimentos não cirúrgicos estéticos. Fonte: elaborada pelo
autora.

33

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