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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA GERAL I

MOMENTO ANGULAR

SÃO LUÍS
2019
Alunos: Adriano Nascimento Pinheiro; 20171EC0165

Andrey Pereira Nogueira; EE1513002-21

Thaynara Ramalho Santos; 20171LQ0152

MOMENTO ANGULAR

Trabalho apresentado como seminário sobre


Momento Angular como requisito parcial à
obtenção da terceira nota da disciplina de Física
Geral I. Departamento de Física, do Instituto
Federal do Maranhão – Campus Monte Castelo.

Prof.ª. Lucilene Pereira Cardoso

SÃO LUÍS
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................2

2. MOMENTO ANGULAR DE UMA PARTÍCULA.......................................................3

2.1 Orientação do momento angular de uma partícula.......................................5

2.2 Módulo do momento angular de uma partícula.............................................6

3. A SEGUNDA LEI DE NEWTON PARA ROTAÇÕES..............................................8

4. O MOMENTO ANGULAR DE UM SISTEMA DE PARTÍCULAS............................9

5. ROTAÇÃO DE UM CORPO RÍGIDO EM TORNO DE UM EIXO FIXO.................11

5.1 Posição angular..............................................................................................11

5.2 Velocidade angular.........................................................................................12

5.3 Aceleração angular.........................................................................................13

5.4 Momento de inércia........................................................................................13

5.5 Momento angular de um corpo rígido girando em torno de um eixo


fixo...................................................................................................................14
6. CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR.......................................................17

7. MOVIMENTO DO PIÃO..........................................................................................20

8. CONCLUSÃO........................................................................................................24

ATIVIDADES PROPOSTAS......................................................................................25

SOLUÇÃO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...........................................................27

ANEXO I.....................................................................................................................30

ANEXO II....................................................................................................................33

REFERÊNCIAS CONSULTADAS.............................................................................35
2

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará como tópico geral o estudo do momento angular
de uma partícula. No entanto, no nosso cotidiano, lidamos com objetos rígidos que
são formados por sistemas de partículas. Portanto também abordaremos o estudo do
momento angular para corpos rígidos. Faremos um paralelo entre grandezas lineares
e angulares através da segunda lei de Newton para rotações. E tal estudo nos trará
uma compreensão física de eventos comuns como por exemplo o giro de uma
bailarina com os braços abertos e do porquê dela fechar os braços para aumentar o
ganho da chamada velocidade angular.

Vamos analisar ainda o movimento de um pião. Apesar de ser um brinquedo


muito simples, o cálculo para a velocidade de precessão é interessante. Vamos ainda
responder a pergunta de como esse pião fica em equilíbrio, isto é, em pé somente
enquanto está girando Esse brinquedo possui primeiros registros desde 3000 a.C.
Vamos ainda analisar e interpretar as principais consequências das leis de
conservação de momento angular e suas diversas aplicações com exercícios. Com o
presente trabalho você começará a ver que movimentos rotacionais, em seu cotidiano,
envolvem torque e momento angular.
3

2. MOMENTO ANGULAR DE UMA PARTÍCULA

O momento angular, simbolizada pela letra 𝑙, é uma grandeza vetorial


que está vinculada à velocidade angular do corpo, em rotação, e também à
inércia de rotação. Já a inércia de rotação é uma grandeza escalar que depende
de como sua massa, que está em movimento circular, está distribuída pelo corpo.
Na Figura 1 a massa que está em movimento, que é o corpo em rotação,
é a roda da bicicleta.

NOTA 1: ao considerarmos o movimento da roda de bicicleta, iremos considerar


um ponto que pertence ao corpo da roda. Pois a definição de momento angular,
que será apresentada, tem significado apenas com relação a um ponto dado.

Expressando matematicamente temos que o momento angular de uma


partícula, que possui um momento angular 𝑝⃗ de uma partícula que gira em torno
de um centro de origem 𝑂 será:

𝑙⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗ = 𝑟⃗ × (𝑚. 𝑣⃗ ) = 𝑚. (𝑟⃗ × 𝑣⃗)


portanto,

𝑙⃗ = 𝑚. (𝑟⃗ × 𝑣⃗) (𝐼)


4

A Figura 2 mostra uma partícula da roda da bicicleta que passa pelo


ponto A. Tal partícula tem um momento 𝑝⃗ e o seu vetor posição é 𝑟⃗

Note ainda que a relação do momento angular e o momento linear é a


mesma entre o torque a força. Veja:

 Relação entre Torque e Força:

𝜏⃗ = 𝑟⃗ × 𝐹⃗

 Relação entre Momento Angular e Momento Linear:

𝑙⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗

A unidade de medida do momento angular, no 𝑆𝐼 , é o quilograma-metro


quadrado por segundo (𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠). Que é equivalente ao joule-segundo (𝐽. 𝑠).
5

2.1 Orientação do momento angular de uma partícula.

A Figura 2.1 mostra, em detalhes, características uma partícula que


passa por um ponto 𝐴 de um plano 𝑥𝑦 e que gira em torno do centro O.

O primeiro passo é deslocar o vetor 𝑝⃗ até que a origem deste coincida

com 𝑂 . Em seguida usaremos a regra da mão direita para produtos vetoriais no

qual envolva o vetor posição 𝑟⃗ com os dedos da mão direita apontados para o

vetor do momento angular 𝑝⃗. O dedo polegar direito esticado nos indicará que o

vetor momento angular 𝑙⃗ aponta no sentido positivo do eixo 𝑧. Por conseguinte,

este sentido positivo corresponderá a uma rotação do vetor posição 𝑟⃗ no sentido

anti-horário em torno do eixo 𝑧. Que está associada ao movimento da partícula.


6

2.2 Módulo do momento angular de uma partícula.

Como o momento angular 𝑙⃗ é igual ao produto vetorial do vetor posição

𝑟⃗ pelo vetor momento linear 𝑝⃗, vamos usar a definição de módulo de produto
vetorial para determinarmos o módulo de 𝑙⃗. Para tanto, observe a Figura 3.

Note na figura que o ângulo 𝜙 (𝑓𝑖) é o menor ângulo entre 𝑟⃗ e 𝑝⃗. Desde

que ambos tenham uma origem comum. Portanto o módulo de 𝑙⃗ será:

𝑙 = 𝑟. 𝑝. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) ⇒ 𝑙 = 𝑟. 𝑚. 𝑣. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) (𝐼𝐼)

Perceba ainda que no triângulo retângulo formado pelos vetores em


rosa, podemos construir a seguinte relação:

𝑝⊥
𝑠𝑒𝑛 (𝜙) = ⇒ 𝑝⊥ = 𝑝. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) ⇒ 𝑝⊥ = 𝑚. 𝑣. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) (𝐼𝐼𝐼)
𝑝

Portanto, podemos reescrever a equação (𝐼𝐼) da seguinte forma:

𝑙 = 𝑟. 𝑚. 𝑣. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) ⇒ 𝑙 = 𝑟. 𝑝⊥ ⇒ 𝑙 = 𝑟. 𝑚. 𝑣⊥ (𝐼𝑉)
7

Onde 𝑝⊥ é a componente de 𝑝⃗ perpendicular a 𝑟⃗ e 𝑣⊥ é a componente

de 𝑣⃗ perpendicular a 𝑟⃗.

Por outro lado, podemos ter a situação descrita na Figura 4.

Perceba que no triângulo retângulo formado pelos vetores em azul


podemos construir a seguinte relação:

𝑟⊥
𝑠𝑒𝑛(𝜙) = ⇒ 𝑟⊥ = 𝑟. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) (𝑉)
𝑟

Portanto, podemos reescrever a equação (𝐼𝐼) da seguinte forma:

𝑙 = 𝑟. 𝑚. 𝑣. 𝑠𝑒𝑛(𝜙) = 𝑟. 𝑠𝑒𝑛(𝜙). 𝑚. 𝑣 = 𝑟⊥ . 𝑚. 𝑣 ⇒ 𝑙 = 𝑟⊥ . 𝑝 (𝑉𝐼)

Onde 𝑟⊥ é a distância perpendicular entre 𝑂 e o prolongamento de 𝑝⃗


8

3. A SEGUNDA LEI DE NEWTON PARA ROTAÇÕES

Como descrito no momento linear, a segunda lei de Newton pode ser


escrita como:

𝑑𝑝⃗
𝐹⃗𝑟𝑒𝑠 = (𝑉𝐼𝐼)
𝑑𝑡

Essa expressão mostra a relação entre força e momento linear para uma
partícula isolada. A grande sacada é perceber que há um paralelismo entre
grandezas lineares e angulares para podermos afirmar que também existe uma
relação entre torque e momento angular. De fato, se derivarmos a expressão

𝑙⃗ = 𝑚(𝑟⃗ × 𝑣⃗) obteremos:

𝑑𝑙⃗ 𝑑𝑣⃗ 𝑑𝑟⃗


𝑙⃗ = 𝑚(𝑟⃗ × 𝑣⃗ ) ⇒ = 𝑚 (𝑟⃗ × + × 𝑣⃗) = 𝑚(𝑟⃗ × 𝑎⃗ + 𝑣⃗ × 𝑣⃗ )
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
Mas como 𝑣⃗ × 𝑣⃗ = 0, temos:

𝑑𝑙⃗
= 𝑚(𝑟⃗ × 𝑎⃗) = 𝑟⃗ + 𝑚𝑎⃗
𝑑𝑡
Mas como 𝐹⃗𝑟𝑒𝑠 = 𝑚𝑎⃗, substituímos 𝑚𝑎⃗ pela soma de todas as forças que
atuam sobre a partícula. Então temos:

𝑑𝑙⃗
= 𝑟⃗ × 𝐹⃗ = ∑ 𝑟⃗ × 𝐹⃗
𝑑𝑡
Onde o símbolo do somatório indica que devemos somar os produtos vetoriais
𝑟⃗ × 𝐹⃗ para todas as forças. E esta soma desses produtos é o torque associado
à força correspondente. Logo, temos o resultado:

𝑑𝑙⃗
𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 = (𝑉𝐼𝐼𝐼)
𝑑𝑡

A equação (𝑉𝐼𝐼𝐼) nos diz que a soma (vetorial) dos torques que agem
sobre uma partícula é igual à taxa de variação no tempo do momento angular da
partícula. Perceba ainda que a equação (𝑉𝐼𝐼𝐼) só faz sentido quando o vetor

torque 𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 e o momento angular 𝑙⃗ estiverem definidos em relação ao mesmo


ponto no qual estamos analisando.
9

4. O MOMENTO ANGULAR DE UM SISTEMA DE PARTÍCULAS

Tendo como base uma origem 𝑂 , um sistema de partículas terá um

⃗⃗, que será a soma (vetorial) dos momentos angulares 𝑙⃗


momento angular total 𝐿
das partículas que compõem o sistema. Como mostra a Figura 5.

Os momentos angulares das partículas, como você pode perceber,


podem variar com o tempo por causa das forças externas ou de interações entre
as próprias partículas que compõem o sistema. De toda forma, temos:

𝐿⃗⃗ = 𝑙⃗1 + 𝑙⃗2 + 𝑙⃗3 + ⋯ + 𝑙⃗𝑛 = ∑ 𝑙⃗𝑖 (𝐼𝑋)


𝑖=1

⃗⃗ derivando a equação
Podemos ainda determinar a variação total de 𝐿

(𝐼𝑋) com relação ao tempo. Portanto ficará dessa forma:


10

𝑛
𝑑𝐿⃗⃗ 𝑑𝑙⃗𝑖
=∑ (𝑋)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑖=1

Agora perceba que pela equação (𝑉𝐼𝐼𝐼), já apresentada, a derivada do


momento angular em relação ao tempo nos dará o torque. Porém, como estamos
trabalhando com força resultante, temos:

𝑛
𝑑𝐿⃗⃗
= ∑ 𝜏⃗𝑟𝑒𝑠,𝑖 (𝑋𝐼)
𝑑𝑡
𝑖=1

A equação (𝑋𝐼) nos diz que a derivada (taxa de variação) do momento

⃗⃗ do sistema de partículas é igual à soma vetorial dos torques a que


angular 𝐿
estão submetidas as partículas de tal sistema analisado.

No entanto percebemos podem haver dois tipos de torques:

 Torques internos: são os produzidos por forças exercidas por outras


partículas do sistema. Para esses tipos de torques devemos considerar que
eles sempre aparecem na forma de pares de forças do tipo ação-reação, isto
é, essas forças se anulam de acordo com a terceira lei de Newton; e
 Torques externos: são os produzidos por forças exercidas por corpos
externos ao sistema.

Portanto, considerando os dois tipos de torques existentes, chegamos à


conclusão de que os torques externos são os únicos tipos de torques que podem
⃗⃗ do sistema de partículas analisado. E
fazer variar o momento angular total 𝐿

chamando a soma vetorial dos torques externos de 𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 , temos:

𝑑𝐿⃗⃗
𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 = (𝑋𝐼𝐼)
𝑑𝑡

A equação (𝑋𝐼𝐼) nos diz que o torque externo resultante 𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 que age
sobre um sistema de partículas é igual à taxa de variação (derivada) com o
⃗⃗ do sistema de partículas.
tempo do momento angular total 𝐿
11

5. ROTAÇÃO DE UM CORPO RÍGIDO EM TORNO DE UM EIXO FIXO.

Antes de estudarmos a rotação de corpo rígido em torno de um eixo fixo,


vamos relembrar alguns conceitos que envolvem tal movimento para momento
angular: posição, velocidade e aceleração angular; e momento de inércia.

5.1 Posição angular.

Dada uma reta de referência partindo de um corpo rígido que está


girando em torno de um eixo fixo, a posição angular dessa reta é o ângulo que
esta faz com uma direção fixa que se toma como posição angular zero. Como
mostra a Figura 6 abaixo.

Dessa forma, usando geometria, temos:

𝑆
𝜃= (â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠)
𝑟

E se esse corpo gira em torno do eixo de rotação, com a posição angular


da reta de referência variando de 𝜃1 para 𝜃2 , então dizemos que o corpo sofreu

um deslocamento angular Δ𝜃. Que é dado por:

Δ𝜃 = 𝜃2 − 𝜃1
12

5.2 Velocidade angular.

A Figura 7 mostra a variação do ângulo da reta de referência durante um


intervalo de tempo. Veja:

A velocidade angular será denotada por 𝜔 (ô𝑚𝑒𝑔𝑎). Podemos ter dois


tipos de velocidade angular para um corpo rígido que gira em torno de um eixo
fixo. São elas:

 Velocidade angular média: que caso o corpo esteja na posição


angular 𝜃1 no instante 𝑡1 e na posição angular 𝜃2 no instante 𝑡2 ,
então define-se como:

𝜃2 − 𝜃1 Δ𝜃
𝜔𝑚é𝑑 = = (𝑋𝐼𝐼𝐼)
𝑡2 − 𝑡1 Δ𝑡
 Velocidade angular instantânea: se dará no limite da razão da
velocidade angular média quando a variação de tempo tende à zero.
Isto é:

Δ𝜃 d𝜃
𝜔 = lim = (𝑋𝐼𝑉)
Δ𝑡→0 Δ𝑡 Δ𝑡
13

5.3 Aceleração angular.

A aceleração angular será denotada por 𝛼 (𝑎𝑙𝑓𝑎). Se a velocidade do


corpo que está girando não é constante, então o mesmo possui uma aceleração
angular. Que, também, podem ser de dois tipos:

 Aceleração angular média: caso o corpo tenha angular 𝜔1 no instante

𝑡1 e 𝜔2 no instante 𝑡2 , então define-se como:


𝜔2 − 𝜔1 Δ𝜔
𝛼𝑚é𝑑 = = (𝑋𝑉)
𝑡2 − 𝑡1 Δ𝑡
 Aceleração angular instantânea: se dará no limite da razão da
aceleração angular média quando a variação de tempo tende à zero.
Isto é:

Δ𝜔 d𝜔
𝛼 = lim = (𝑋𝑉𝐼)
Δ𝑡→0 Δ𝑡 Δ𝑡

5.4 Momento de inércia.

O momento de inércia de um corpo rígido, que é representado pela letra


𝐼 , “indica a medida de dificuldade para modificar o estado de movimento de
um corpo em rotação” e depende do corpo e do eixo em torno do qual está
sendo executada a rotação. Temos duas possibilidades para esse corpo rígido:

 Se o corpo rígido tiver um número pequeno de partículas, podemos


calcular o momento de inércia como:
𝑛

𝐼 = ∑ 𝑚𝑖 . 𝑟𝑖2 (𝑋𝑉𝐼𝐼)
𝑖=1

 Se o corpo rígido tiver um número muito grande de partículas (se é


contínuo), trocaremos o somatório das 𝑛 partículas por uma integral
das distâncias ao quadrado por cada elemento de massa. Assim:

𝐼 = ∫ 𝑟 2 𝑑𝑚 (𝑋𝑉𝐼𝐼𝐼)
14

5.5 Momento angular de um corpo rígido girando em torno de um eixo fixo.

Agora estaremos interessados em estudar e calcular o momento angular


de um corpo rígido em relação a um eixo fixo de rotação. Para tanto, usaremos
como eixo fixo de referência o eixo 𝑧. E tal corpo estará girando com uma certa
velocidade angular constante 𝜔 . Para tanto, considere a Figura 8.

Podemos observar que um elemento de massa Δ𝑚𝑖 está se movendo


em torno do eixo z de forma circular. Note ainda que a posição deste elemento
de massa em relação à origem O é dada pelo vetor 𝑟⊥𝑖 , que é o raio da trajetória
circular do elemento de massa perpendicular ao eixo z. De momento angular:

𝑙𝑖 = (𝑟𝑖 )(𝑝𝑖 )(𝑠𝑒𝑛 90°) = (𝑟𝑖 )(Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 ) (𝑋𝐼𝑋)

Onde 𝑝 e 𝑣 são o momento linear e a velocidade linear do elemento de

massa e 90° é o ângulo entre 𝑟⃗𝑖 e 𝑝⃗𝑖 . Por outro lado, estamos interessados em

calcular a componente 𝑙 que é paralela ao eixo de rotação 𝑧. Para tanto, observe

a Figura 9 que está associada o movimento do elemento de massa Δ𝑚𝑖 .


15

No triângulo retângulo formado por 𝑙⃗𝑖 e 𝑙𝑖𝑧 temos:

𝑙𝑖𝑧
𝑠𝑒𝑛 𝜃 = ⇒ 𝑙𝑖𝑧 = 𝑙𝑖 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (𝑋𝑋)
𝑙𝑖

Mas pela equação (𝑋𝐼𝑋) temos que: 𝑙𝑖 = (𝑟𝑖 )(Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 ). E substituindo

na equação (𝑋𝑋) temos que:

𝑙𝑖𝑧 = 𝑙𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = (𝑟𝑖 )(Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 ) 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = (𝑟𝑖 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃 )(Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 ) = (𝑟⊥𝑖 )(Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 )

E como queremos saber o momento angular de todo o corpo rígido,


podemos somar todas as contribuições de todos os elementos de massa deste
corpo. E como 𝑣 = 𝜔. 𝑟⊥, temos:

𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
𝐿𝑧 = ∑ 𝑙𝑖𝑧 = ∑ Δ𝑚𝑖 𝑣𝑖 𝑟⊥𝑖 = ∑ Δ𝑚𝑖 (𝜔𝑟⊥𝑖 )𝑟⊥𝑖 = ∑ Δ𝑚𝑖 𝜔(𝑟⊥𝑖 )²
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
16

E como a velocidade angular é igual para todas as partículas, temos:

𝑛
𝐿𝑧 = 𝜔 (∑ Δ𝑚𝑖 (𝑟⊥𝑖 )²) (𝑋𝑋𝐼)
𝑖=1

Note ainda que o fator ∑ Δ𝑚𝑖 (𝑟⊥𝑖 )² representa o momento de inércia


do corpo em relação ao eixo fixo de rotação z. Portanto podemos reescrever a
equação (𝑋𝑋𝐼) da seguinte forma:

𝐿𝑧 = 𝐼𝜔 (𝑋𝑋𝐼𝐼)

Portanto a equação (𝑋𝑋𝐼𝐼) representa o momento angular para um

corpo rígido tornando fixo um eixo de rotação, que no nosso caso é o eixo 𝑧.
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6. CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR.

Agora iremos abordar da lei envolvendo conservação do momento


angular. Para tanto usaremos a segunda lei de Newton para rotações. Que é:

𝑑𝐿⃗⃗
𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 =
𝑑𝑡

Perceba que se nenhum torque externo resultante agir sobre o sistema,


isto é, se 𝜏⃗𝑟𝑒𝑠 = 0 então esta equação se tornará:

𝑑𝐿⃗⃗
= 0 (𝑋𝑋𝐼𝐼𝐼)
𝑑𝑡

Ou seja, ⃗𝑳⃗ é constante para sistemas isolados. E essa conclusão é


conhecida como a lei de conservação do momento angular. Que também
pode ser escrita da seguinte forma:

𝐿⃗⃗𝑖 = 𝐿⃗⃗𝑓 (𝑋𝑋𝐼𝑉)

A equação (𝑋𝑋𝐼𝑉) nos diz que o momento angular total em um certo

instante inicial 𝑡𝑖 é igual ao momento angular total num instante posterior 𝑡𝑓 .

Mais ainda, as equações (𝑋𝑋𝐼𝐼𝐼) e (𝑋𝑋𝐼𝑉) nos diz que “se o torque externo

resultante que age sobre um sistema é zero, o momento angular ⃗𝑳⃗ do


sistema permanece constante, sejam quais forem as mudanças que
ocorrem dentro do próprio sistema de partículas”.

Note ainda que “se a componente do torque externo resultante que


age sobre um sistema ao longo de um certo eixo é zero, a componente do
momento angular do sistema ao longo desse eixo permanece constante,
sejam quais forem as mudanças que ocorrem dentro do próprio sistema”.
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Aplicando esta lei a um corpo isolado em torno de um eixo z, e supondo


que em um certo momento a massa do corpo é redistribuída de tal maneira que
o momento de inércia muda de valor em relação a esse eixo, o momento angular
do corpo não pode mudar com o tempo. De tal forma que devemos ter:

𝐿⃗⃗𝑖 = 𝐿⃗⃗𝑓

𝐼𝑖 𝜔𝑖 = 𝐼𝑓 𝜔𝑓 (𝑋𝑋𝑉)

Veja como exemplo inicial a Figura 10 onde temos um estudante sentado


em um banco que pode girar em torno de um eixo vertical.

De início o estudante foi posto em rotação com uma pequena velocidade


angular inicial 𝜔𝑖 segurando dois halteres de braços abertos. O seu momento

⃗⃗ coincide com o eixo de rotação e aponta para cima. Mas em seguida


angular 𝐿
o professor pede ao estudante para fechar os braços. E em consequência, este
movimento reduz o momento de inércia do valor 𝐼𝑖 para um valor menor 𝐼𝑓 , pois

a massa dos halteres fica mais próxima do eixo de rotação. Por outro lado, a
velocidade angular aumenta consideravelmente, de 𝜔𝑖 para 𝜔𝑓 . E como

nenhum torque externo age sobre o sistema formado pelo estudante, banco e
halteres, o momento angular deve permanecer constante, independentemente
de como o estudante manipula a posição dos halteres com seus braços.
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Um outro exemplo, é o da bailarina. Como mostra a Figura 11.

O modo como a massa da bailarina se distribui, altera a rotação da


bailarina. Observe que quando ela fecha os braços durante sua rotação, a
velocidade angular aumenta enquanto que o momento de inércia diminui. Isso
⃗⃗ )permaneça constante.
faz com que o momento angular (𝐿
Após os exemplos podemos fazer uma analogia com as três leis de
Newton para rotações e conservação do momento angular. Assim:

 1ª lei: “Na ausência de torques externos mantém-se a rotação de um objeto”.


 2ª lei: “A variação da quantidade de movimento angular é proporcional ao
torque e ao intervalo de tempo em que esse torque é exercido”.
 3ª lei: “A toda ação de um torque corresponde um torque de reação de
mesma intensidade e direção, mas de sentido oposto”.
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7. MOVIMENTO DO PIÃO.

Estudaremos agora, baseado em toda teoria já estudada até agora sobre


momento angular, a física de um pião. Um brinquedo muito conhecido e um tanto
fascinante para desvendarmos e compreendermos melhor a física que está
envolvida em tal brinquedo! Cerca de 3 mil anos a.C., na Babilônia, já existiam
os piões, feitos de argila e com as bordas decoradas com formas animais e
humanas ou relevos. Eles foram encontrados em túmulos de crianças, assim
como as bolinhas de gude. Na Figura 12 você pode observar um pião de madeira
que está girando na palma de uma mão. Mas fica a pergunta: por que o pião fica
em equilíbrio (em pé) somente enquanto está girando?

O pião só fica em pé girando devido ao movimento do corpo, em rotação,

que está alinhado na direção do eixo de rotação e, para mudar essa orientação,

se requer força, pois quanto mais rápida a rotação maior será a força necessária.

E, na maioria das vezes, muitas forças não geram torque significativo sobre o

pião que gira, pois ou são pequenas, ou são aplicadas próximas ao eixo ou são

alinhadas a ele (ou uma combinação desses fatores), o que não afeta a rotação.
21

Quando o pião é lançado, através do fio, ele gira em torno do eixo


perpendicular ao solo (eixo 𝑧), como mostra a Figura 13, e ficará girando até

começar a perder velocidade devido às forças dissipativas como o atrito e

resistência do ar.

No pião que gira o momento angular é conservado e reflete a inércia de

rotação: um corpo em rotação em torno de um eixo tende a permanecer rodando

à mesma velocidade angular em torno deste eixo a menos que se aplique um

torque externo, que deve ser maior quanto mais rápida a rotação.

Depois de um determinado tempo, nota-se, que o eixo de rotação do

pião muda. Fica inclinado iniciando o movimento de precessão. Observe na

Figura 14 um modelo simplificado do pião. Isso ocorre devido a diminuição da

velocidade angular em consequência ao atrito da ponta do pião com a superfície.


22

Então, a partir de agora, temos

torque! O vetor peso não coincide mais com

o eixo vertical. Ele possui uma determinada

distância (raio) em relação a ele. Com isso,

um torque (força) é produzido pela força

peso, que é perpendicular ao plano dos

vetores raio e componente do peso (seno).

Logo, o torque está para dentro, ou seja, ele

está “para dentro da imagem”.

Essa força é a responsável por um pião que gira num eixo inclinado e

está a girar em torno de um outro eixo. Veja, por exemplo, na Figura 14.1 como

o pião (real) está rotacionando com relação a outro eixo, que está inclinado, com

relação ao eixo vertical.


23

Podemos ainda determinar a velocidade de precessão 𝜔𝑃 para um pião


que gira em torno de seu eixo de simetria, como mostra a Figura 15, com
velocidade 𝜔𝑅 , e que possui um raio de giro em torno de seu eixo G cuja

distância de sua ponta a seu centro de massa é 𝑟 que é dada por:

𝑟. 𝑔
𝜔𝑃 =
𝐺 2 . 𝜔𝑅

Onde:
• 𝜔𝑅 é a velocidade de rotação do pião;
• G é raio de giro do pião;
• 𝑟 distância da ponta ao centro de massa do pião; e
• 𝑔 é a gravidade.
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8. CONCLUSÃO
Após o estudo sobre as características que envolvem o momento
angular seja de uma partícula, um sistema de partículas ou um corpo rígido,
podemos resolver e compreender que, como nos exemplos apresentados, o
estudo rotacional é composto principalmente pela lei da conservação angular
desde que não haja torques externos ao corpo. Dessa forma podemos afirmar
que o momento angular inicial é igual ao momento angular final. Vimos ainda
que caso haja movimentação da distribuição de massa durante o movimento
rotacional esse é compensado pelo aumento ou diminuição do momento de
inércia. Garantindo, assim, o ganho ou a perda da velocidade angular.

E, como aplicação final, vimos que o movimento do pião gerará


inicialmente a rotação em torno de seu eixo, porém com o decorrer do tempo,
por causa do atrito da ponta do pião com o chão, o pião começa a rotacionar em
torno de um eixo inclinado, formando assim o movimento de precessão. E a
velocidade de precessão pode ser calculada. Todo o nosso estudo está
fortemente ligado a aplicações práticas no cotidiano, como por exemplo cortar
uma madeira com uma serra elétrica. Fazendo assim a nossa física do dia a dia.
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ATIVIDADES PROPOSTAS

(Momento angular de uma partícula)


1ª. Um objeto de 2 𝑘𝑔, que se comporta como uma partícula, se move em um

plano com componentes de velocidade 𝑣𝑥 = 30 𝑚/𝑠 e 𝑣𝑦 = 60 𝑚/𝑠 ao

passar por um ponto de coordenadas (3; −4) 𝑚. Nesse instante, em termos


dos vetores unitários, qual é o momento angular do objeto em relação:
a) à origem?
b) ao ponto (−2; −2) 𝑚?

(Segunda lei de Newton para rotações)


2ª. Uma partícula se move em um plano 𝑥𝑦 em torno da origem, no sentido

horário, do ponto de vista do lado positivo do eixo 𝑧. Em termos dos vetores


unitários, qual é o torque que age sobre a partícula se o módulo do momento
angular da partícula em relação à origem é:

4
a) 4 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠? b) 4𝑡 2 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠? c) 4√𝑡 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠 ? d) 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠 ?
𝑡2

(Momento angular de um corpo rígido girando em torno de um eixo fixo)


3ª. Um disco de polimento, com momento de inércia 1,2 × 10−3 𝑘𝑔. 𝑚2 , está

preso a uma broca elétrica cujo motor produz um torque de módulo 16 𝑁. 𝑚 em

relação ao eixo central do disco. Com o torque aplicado durante 33


milissegundos, qual é o módulo:

a) do momento angular?

b) da velocidade angular do disco em relação a esse eixo?


26

(Conservação do momento angular)


4ª. Uma roda está girando livremente com uma velocidade angular de
800 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛 em torno de um eixo cujo momento de inércia é desprezível. Uma
segunda roda, inicialmente em repouso e com um momento de inércia duas
vezes maior que a primeira, é acoplada à mesma haste. Qual é a velocidade
angular da combinação resultante do eixo e as duas rodas?

(Conservação do momento linear)


5ª. Um disco de vinil horizontal de massa 0,10 𝑘𝑔 e raio 0,10 𝑚 gira livremente
em torno de um eixo vertical que passa pelo centro com uma velocidade angular
de 4,7 𝑟𝑎𝑑/𝑠 . O momento de inércia do disco em relação ao eixo de rotação é

5 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚2. Um pedaço de massa de modelar de massa 0,020 𝑘𝑔 cai


verticalmente e gruda na borda do disco. Qual é a velocidade angular do disco
imediatamente após a massa cair?
27

SOLUÇÃO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS

1ª. Como 𝑟⃗ = 𝑥𝑖̂ + 𝑦𝑗̂ + 𝑧𝑘̂, o produto vetorial de 𝑟⃗ e 𝑣⃗ é:

(𝑦. 𝑣𝑧 − 𝑧. 𝑣𝑦 )𝑖̂ + (𝑧. 𝑣𝑥 − 𝑥. 𝑣𝑧 )𝑗̂ + (𝑥. 𝑣𝑦 − 𝑦. 𝑣𝑥 )𝑘̂

a) Sendo 𝑟⃗ = 3𝑖̂ − 4𝑗̂ temos:

𝑥 = 3 𝑚 ; 𝑦 = −4 𝑚 ; 𝑧 = 0 𝑚 ; 𝑣𝑥 = 30 𝑚/𝑠 ; 𝑣𝑦 = 60 𝑚/𝑠 ; 𝑣𝑧 = 0 𝑚/𝑠 .

Com 𝑚 = 2 𝑘𝑔, temos:

𝑙⃗ = 𝑚(𝑟⃗ × 𝑣⃗ ) = 𝑚. [(𝑦. 𝑣𝑧 − 𝑧. 𝑣𝑦 )𝑖̂ + (𝑧. 𝑣𝑥 − 𝑥. 𝑣𝑧 )𝑗̂ + (𝑥. 𝑣𝑦 − 𝑦. 𝑣𝑥 )𝑘̂] =

𝑙⃗ = 2. {[(−4). (0) − (0). (60)]𝑖̂ + [(0). (30) − (3). (0)]𝑗̂ + [(3). (60) − (−4). (30)]𝑘̂}

𝑙⃗ = 2. {[0𝑖̂ + 0𝑗̂ + 300𝑘̂]} = 2. (300𝑘̂) = 600𝑘̂ = (6 × 102 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠)𝑘̂

b) Nesse caso teremos: 𝑟⃗ ′ = 𝑟⃗ − 𝑟⃗𝑜 . Com 𝑟⃗𝑜 = −2𝑖̂ − 2𝑗̂. Então temos:
𝑟⃗ ′ = (3𝑖̂ − 4𝑗̂) − (−2𝑖̂ − 2𝑗̂) = (3 + 2)𝑖̂ + (−4 + 2)𝑗̂ = 5𝑖̂ − 2𝑗̂
Sendo 𝑟⃗′ = 5𝑖̂ − 2𝑗̂ temos:

𝑥′ = 5 𝑚 ; 𝑦′ = −2 𝑚 ; 𝑧′ = 0 𝑚 ; 𝑣𝑥 = 30 𝑚/𝑠 ; 𝑣𝑦 = 60 𝑚/𝑠 ; 𝑣𝑧 = 0 𝑚/𝑠 .

Com 𝑚 = 2 𝑘𝑔, temos:

𝑙⃗ = 𝑚(𝑟⃗′ × 𝑣⃗) = 𝑚. [(𝑦′. 𝑣𝑧 − 𝑧′. 𝑣𝑦 )𝑖̂ + (𝑧′. 𝑣𝑥 − 𝑥′. 𝑣𝑧 )𝑗̂ + (𝑥′. 𝑣𝑦 − 𝑦′. 𝑣𝑥 )𝑘̂] =

𝑙⃗ = 2. {[(−2). (0) − (0). (60)]𝑖̂ + [(0). (30) − (5). (0)]𝑗̂ + [(5). (60) − (−2). (30)]𝑘̂}

𝑙⃗ = 2. {[0𝑖̂ + 0𝑗̂ + 360𝑘̂]} = 2. (360𝑘̂) = 720𝑘̂ = (7,2 × 102 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠)𝑘̂

2ª. Vamos usar o sistema de coordenadas dextrogiro, com a orientação do vetor


unitário 𝑘̂ compatível com um sentido positivo para as rotações no sentido anti-
horário (e com a regra da mão direita).
a) Como o momento angular é constante, a derivada em relação ao tempo é nula
e, portanto, o torque é nulo.
b) O torque é calculado derivando o momento angular em relação ao tempo:

𝑑𝑙⃗ 𝑑(𝑡 2 )
𝜏⃗ = = (−4𝑘̂). = (−4𝑘̂). 2𝑡 = (−8𝑡 𝑁. 𝑚)𝑘̂
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Note que este vetor aponta no sentido contrário ao do vetor 𝑘̂ (aumentando a
velocidade angular dos objetos que giram no sentido horário) para 𝑡 > 0 e no
sentido do vetor 𝑘̂ para 𝑡 < 0.
28

c) O torque é calculado derivando o momento angular em relação ao tempo:

𝑑𝑙⃗ 𝑑(√𝑡) 1 2
𝜏⃗ = = (−4𝑘̂). = (−4𝑘̂). = (− 𝑘̂ ) 𝑁. 𝑚
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2√𝑡 √𝑡
Note que este vetor aponta no sentido contrário ao do vetor 𝑘̂ (aumentando a
velocidade angular dos objetos que giram no sentido horário) para 𝑡 > 0 e não
é definido para 𝑡 < 0.

d) O torque é calculado derivando o momento angular em relação ao tempo:

𝑑𝑙⃗ 𝑑(𝑡 2 ) −2 8
𝜏⃗ = = (−4𝑘̂). = (−4𝑘̂). ( 3 ) = ( 3 𝑘̂) 𝑁. 𝑚
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑡 𝑡
Note que este vetor aponta no sentido do vetor 𝑘̂ (diminuindo a velocidade
angular dos objetos que giram no sentido horário) para 𝑡 > 0 e no sentido
contrário ao do vetor 𝑘̂ para 𝑡 < 0.

𝜏
3ª. Sabendo que a aceleração angular é: 𝛼 = ; e que:
𝐼
𝜏 𝜏.𝑡
𝜔 = 𝛼. 𝑡 = . 𝑡 = ⇒ 𝐼𝜔 = 𝜏. 𝑡 ⇒ 𝑙 = 𝜏. 𝑡
𝐼 𝐼

a) Assim, o momento angular no instante 𝑡 = 33 𝑚𝑠 = 0,033 𝑠 será:

𝑙 = 𝜏. 𝑡 = (16 𝑁. 𝑚). (0,033 𝑠) = 0,53 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠


b)

𝜏.𝑡 𝑙
Por 𝐼𝜔 = 𝜏. 𝑡 ⇒ 𝜔 = = .
𝐼 𝐼

Então, temos:

𝑙 0,53 𝑘𝑔. 𝑚2 /𝑠
𝜔= = = 440 𝑟𝑎𝑑/𝑠 .
𝐼 1,2. 10−3 𝑘𝑔. 𝑚2
29

4ª. Como o sistema formado pelas duas rodas não está submetido a nenhum
torque externo, o momento angular total do sistema é conservado.

Seja 𝐼1 o momento de inércia da roda que está girando inicialmente (com


velocidade angular 𝜔𝑖 ) e seja 𝐼2 o momento de inércia da roda que está
inicialmente em repouso. Nesse caso, de acordo com a lei de conservação do
momento angular, 𝐼1 . 𝜔𝑖 = (𝐼1 + 𝐼2 ). 𝜔𝑓 e, portanto,

𝐼1
𝜔𝑓 = .𝜔
𝐼1 + 𝐼2 𝑖

na qual 𝜔𝑓 é a velocidade angular final das duas rodas.

Como: 𝐼2 = 2𝐼1 e 𝜔𝑖 = 800 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛, temos então:


𝐼1 𝐼1 𝐼1
𝜔𝑓 = . 𝜔𝑖 = 𝜔𝑓 = . (800 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛) = (800 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛)
𝐼1 + 𝐼2 𝐼1 + 2𝐼1 3𝐼1
1
𝜔𝑓 = (800 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛) = 267 𝑟𝑒𝑣/𝑚𝑖𝑛 .
3

5ª. Antes da queda da massa, o momento angular do sistema é 𝐼𝑖 . 𝜔𝑖 , com

𝐼𝑖 = 5 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚2 e 𝜔𝑖 = 4,7 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Depois da queda, o momento de


inércia do conjunto: (𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 + 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎) passa a ser:

𝐼𝑓 = 𝐼𝑖 + 𝑚𝑅 2

Com 𝑚 = 0,020 𝑘𝑔 e 𝑅 = 0,10 𝑚. A massa do disco (0,10 𝑘𝑔), embora apareça


nos dados do problema, não é usada na solução. De acordo com a lei de
conservação do momento angular, temos:

𝐼𝑖 . 𝜔𝑖 𝐼𝑖 . 𝜔𝑖
𝐼𝑖 . 𝜔𝑖 = 𝐼𝑓 . 𝜔𝑓 ⇒ 𝜔𝑓 = =
𝐼𝑓 𝐼𝑖 + 𝑚𝑅 2

(5 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚2). (4,7 𝑟𝑎𝑑/𝑠)


𝜔𝑓 = = 3,4 𝑟𝑎𝑑/𝑠 .
(5 × 10−4 𝑘𝑔. 𝑚2 ) + (0,020 𝑘𝑔). (0,10 𝑚)2
30

ANEXO I

INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO – IFMA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA – DEFIS
DISCIPLINA: FÍSICA GERAL I
TEMA DA AULA: MOMENTO ANGULAR
DATA: 04/02/2019.

1ª ATIVIDADE DE SALA DE AULA

1. A Figura (a) mostra uma vista superior de duas partículas que se movem com
velocidade constante ao longo de trajetórias horizontais. A partícula 1, com um

momento de módulo 𝑝1 = 5 𝑘𝑔. 𝑚/𝑠, tem um vetor posição 𝑟⃗1 e passará a 2

metros do ponto 𝑂 . A partícula 2, com um momento de módulo 𝑝2 = 2 𝑘𝑔. 𝑚/𝑠,

tem um vetor posição 𝑟⃗2 e passará a 4 metros do ponto 𝑂 . Quais são o módulo

⃗⃗ em relação ao ponto 𝑂 do sistema


e a orientação do momento angular total 𝐿
formado pelas duas partículas?
31

2. A Figura (b) mostra a posição instantânea de uma partícula de 0,5 𝑘𝑔 que se

move em linha reta com um vetor posição dado por 𝑟⃗ = (−2𝑡 2 − 𝑡)𝑖̂ + 5𝑗̂, com

𝑟⃗ dado em metros e 𝑡 em segundos, para 𝑡 = 0. O vetor posição aponta da


origem para a partícula. Determine, na notação de vetores unitários, o momento

angular 𝑙⃗ da partícula e o torque 𝜏⃗ a que a partícula está sujeita, ambos em

relação à origem 𝑂 .
32

3. George Washington Gales Ferris, Jr., um engenheiro civil formado pelo


Instituto Politécnico Rensselaer, construiu a primeira roda-gigante, como mostra
a Figura (c), para a Exposição Mundial Colombiana de 1893, realizada em
Chicago – USA. A roda, uma surpreendente obra de engenharia para a época,
fazia 36 cabinas de madeira, cada uma comportando até 60 passageiros,

descreverem uma circunferência de raio 𝑅 = 38 𝑚. A massa de cada cabina

era, aproximadamente, 1,1 × 104 𝑘𝑔 . A massa da roda era, aproximadamente,

6 × 105 𝑘𝑔 e estava concentrada principalmente na grade circular que


sustentava as cabinas. A roda dava uma volta completa, com velocidade angular
𝜔𝑅 , em cerca de 2 𝑚𝑖𝑛 .

a) Estime o módulo 𝐿 do momento angular da roda-gigante e dos passageiros

quando ela girava com velocidade angular 𝜔𝑅 .

b) Suponha que a roda-gigante totalmente carregada é acelerada até a


velocidade angular 𝜔𝑅 , a girar a partir do repouso, em um intervalo de tempo

Δ𝑡 = 5𝑠 . Qual é o módulo 𝜏𝑚é𝑑 do torque externo que age sobre a roda gigante
nesse intervalo de tempo?
33

ANEXO II

INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO – IFMA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA – DEFIS
DISCIPLINA: FÍSICA GERAL I
TEMA DA AULA: MOMENTO ANGULAR
DATA: 06/02/2019.

2ª ATIVIDADE DE SALA DE AULA


1. A Figura (d) mostra que uma barata de massa m está sobre um disco de
massa 6𝑚 e raio 𝑅 . O disco gira como um carrossel em torno do eixo central,

com velocidade angular 𝜔 = 1,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 . A barata está inicialmente a uma

distância 𝑟 = 0,8𝑅 do centro do disco, mas rasteja até a borda do disco. Trate
a barata como se fosse uma partícula. Qual é a sua velocidade angular ao chegar
à borda do disco?
34

2. Um homem está em pé sobre uma plataforma que gira (sem atrito) com uma
velocidade angular de 1,2 𝑟𝑒𝑣/𝑠; seus braços estão abertos e ele segura um
tijolo em cada mão. O momento de inércia do sistema formado por homem, os
tijolos e a plataforma em relação ao eixo vertical central da plataforma é de
6 𝑘𝑔. 𝑚2. Se, ao mover os braços, o homem reduz o momento de inércia do
sistema para 2 𝑘𝑔. 𝑚2 , determine a nova velocidade angular da plataforma.

3. A Figura (e) mostra uma parte do processo de colapso gravitacional de uma


estrela. O momento de inércia dessa estrela que diminui de tamanho enquanto
está girando em torno de si mesma cai para 1/3 do valor inicial. Qual é a razão
entre a nova energia cinética de rotação e a energia antiga?
35

REFERÊNCIAS CONSULTADAS
A primeira Roda Gigante do mundo. Chato.blog. Disponível em:
<https://www.chato.blog.br/diversos/a-primeira-roda-gigante-do-mundo/>
Acesso em: 25 de Jan. de 2019.

Banco giratório e roda de bicicleta. YouTube: GIFs de Física, 2019.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xfpKR6XCdKU> Acesso
em: 19 de Jan. de 2019.
Conservação do momento angular; rolamento. Disponível em:
<http://midia.cmais.com.br/assets/file/original/7075ccf8b5828d20635fd898623d
be44a74ffeb6.pdf> Acesso em: 14 de Jan. de 2019.
Christopher Nolan: Porque ele é o diretor mais falado de Hollywood?
Medium. Disponível em: <https://medium.com/@Fellas/christopher-nolan-
porque-ele-%C3%A9-o-diretor-mais-falado-de-hollywood-8b14fd6a073d>
Acesso em: 25 de Jan. de 2019.

DONOSO, José Pedro. Rotação Torque e Momento Angular. Disponível em:


<http://www.ifsc.usp.br/~donoso/ambiental/Rotacao_angular.pdf> Acesso em:
14 de Jan. de 2019.
Física do pião e uma mensagem para 2011. Física da Natureza. Disponível
em: <https://naturezadafisica.com/2010/12/23/fisica-do-piao/> Acesso em: 24
de Jan. de 2019.
LOPES, Luís. Como Explodem as Estrelas? Medium. Disponível em:
<https://medium.com/o-universo-em-2-minutos/como-explodem-as-estrelas-
parte-ii-394cdc7f811b> Acesso em: 25/01/2019.

MENDONÇA, Cláudio. Dinâmica das Rotações. Disponível em:


<http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2009/02/dinamica-das-rotacoes.pdf> Acesso
em: 14 de Jan. de 2019.
Momento Angular e sua Conservação. Disponível em:
<http://midia.cmais.com.br/assets/file/original/b5c0f41dcc82cc73c19e9a85ea27
6a22d054ef85.pdf> Acesso em: 14 de Jan. de 2019.
Momento angular. Apresentação em Power Point. Disponível em:
<www.inf.unioeste.br/~reginaldo/Instrumentacao/angular.ppt> Acesso em: 23
de Jan. de 2019.

Momento de inércia. Wikipédia. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Momento_de_in%C3%A9rcia> Acesso em: 25 de
Jan. de 2019.

Por que o pião só fica em pé girando? Samba Science. Disponível em:


<https://sambascience.wordpress.com/2016/05/24/porque-o-piao-so-fica-em-
pe-girando/> Acesso em: 24 de Jan. de 2019.
36

RESNICK, R. e D, Halliday. Fundamentos de Física, volume 1: mecânica. 8ª


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
RESNICK, R. e D, Halliday. Fundamentos de Física, volume 1: mecânica.
10ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
Rotações e Momento Angular. Disponível em:
<http://www.gradadm.ifsc.usp.br/dados/20131/FCM0501-2/Capitulo%2011.pdf>
Acesso em: 14 de Jan. de 2019.
VAZ, Marialice Souto. Pião. Disponível em:
<https://www.ufrgs.br/quemquerbrincar/wp-content/uploads/2016/06/Pi%C3%A3o.pdf >
Acesso em: 24 de Jan. de 2019.
Velocidade de precessão de um pião. Disponível em:
<https://public.allanswered.com/userfile/4524466656-1497477936967/peao.pdf >
Acesso em 24 de Jan. de 2019.

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