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Sobre o Direito à Dignidade da Pessoa Humana.

Giovanni Costa1

2023

Resumo

O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, é garantido por lei na Constituição Federal Brasileira
de 1988 em seu 1º Artigo, tamanha a importância e fundamentalidade para gerir todos os outros
direitos constitucionais, neste artigo, utilizaremos como fundamentação, conceitos apresentados em
classe e outras fontes de conhecimento como livros e artigos específicos sobre este assunto.

Palavras-chave: Dignidade, Constituição, direitos.

Abstract

The Principle of the Dignity of the Human Person, is guaranteed by law in the Brazilian Federal
Constitution of 1988 in its 1st Article, such is the importance and fundamentality to manage all other
constitutional rights, in this article, we will use as a foundation, concepts presented in class and other
sources of knowledge such as specific books and articles on this subject.

Keywords: Dignity. Constitution, Rights.

1 Introdução

O intuito deste artigo científico é discorrer sobre o Princípio Fundamental da Digni-


dade da Pessoa Humana na Constituição Federal Brasileira de 1988, tratando de forma
simples e direta os conceitos históricos, sociais e filosóficos que amparam a existência de
tal princípio.

Neste artigo, discorreremos sobre os assuntos a seguir, respeitando a seguinte


ordem,

• A importância dos Direitos Fundamentais da Constituição Federal de 1988.

• Falaremos sobre o Conceito do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana;

• apresentar-se-ão, fundamentos filosóficos, históricos e sociológicas para tal.

1
Faculdade de Direito Santo André – FADISA – giovanni_costa01@hotmail.com
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2 Os Direitos Fundamentais da Constituição de 1988.

A Constituição Federal Brasileira de 1988, que representa a realidade de uma


sociedade repleta de pluralidades, credos, diferenças, valores e culturas, alguns direitos
representam de forma ampla, a base para a compreensão e estruturação de todas as
normas legais subsequentes presentes nela. (MARTINELLI, 2021)

2.1 O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana na Constituição Federal de 1988

O Princípio a Dignidade da Pessoa Humana, está garantido por lei, no Art. 1º,
parágrafo III, da Constituição Federal, como podemos conferir a seguir:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
(. . . ) III - a dignidade da pessoa humana; (. . . )“ (BRASIL, 1988).

Este princípio fundamenta outras leis presentes em nossa Constituição vigente, “art.
226, § 7º, estabelece que o planejamento familiar é fundado nos princípios da “dignidade
da pessoa humana” e da paternidade responsável”; “o art. 227, caput, institui que é dever
da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à “dignidade”; “o art. 230, caput, comete à família, à sociedade e ao
Estado o dever de amparar as pessoas idosas, “defendendo sua dignidade”. O princípio da
dignidade ainda aparece com uma representação mais ampla em outros artigos, como o Art.
3º, inciso I, que constitui dentre os quatro objetivos fundamentais da República Brasileira, a
construção de uma “sociedade livre, justa e solidária” (ALMEIDA, 2023).

2.1.1 O mínimo existencial

O atual entendimento deste princípio no Brasil, diz respeito sobre a garantia do


mínimo existencial, segundo o entendimento da autora citada, o mínimo existencial é a
garantia estatal do mínimo necessário para uma vida minimamente digna, ou seja, o Estado
deve garantir saúde, alimentação, educação, moradia e tantas outras causas que garantem
a vida digna a um indivíduo (PEREIRA, 2021).

Diversos programas sociais são baseados neste princípio, como os programas Bolsa
Família, Fome Zero, Casa Verde e Amarela etc.

3 O conceito do princípio da Dignidade da Pessoa Humana

O princípio da Dignidade da Pessoa Humana, compreende a noção de que cada


indivíduo é único, irrepetível e é a causa constituinte de valor em todo o Direito, sendo assim,
não pode ser usado como ferramenta pelo Estado, a fim de conquistar os seus diversos
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objetivos que não necessariamente representam a vontade individual, (ALMEIDA, 2023). O


senso comum, em sua máxima, diz que o Interesse do Coletivo, sobrepõe-se ao interesse
do Indivíduo, porém, ainda que os Direitos de um grupo se estendam e prevaleçam sobre
uma minoria, a Pessoa Humana, segue sendo a pedra angular do direito em sua essência.

O Indivíduo em seu estado natural, tem o direito de ser tratado com dignidade,
independentemente das funções que exerce em suas capacidades, este direito, independe
até mesmo de suas funções cognitivas, pois segundo o autor Sarlet (2001, 50) “mesmo
aquele que já perdeu a consciência da própria dignidade merece tê-la considerada e
respeitada.”.

Partindo desta linha de raciocínio, a dignidade, dá força a noção de igualdade entre os


seres humanos dentro da sociedade, sendo assim, a consideração dos interesses de cada
indivíduo deve ser respeitada e promovida independentemente de qualquer característica
individual, (SINGER, 1998).

É importante ressaltar que os interesses de cada indivíduo, não podem ser con-
siderados da mesma forma por todos os membros de uma sociedade, afinal, este é um
padrão virtualmente inalcançável e até mesmo utópico, de toda forma, deve se considerar
um princípio mínimo de igualdade para que a convivência em sociedade seja benéfica e
harmoniosa, SINGER, op. cit., Pág. 33.

A Declaração dos Direitos Humanos em seu 1º Parágrafo expressa um padrão a


ser seguido por cada indivíduo, “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com
espírito de fraternidade”(HUMANOS, ).

3.1 A dignidade humana dispensável para Platão

Na Grécia antiga, Platão sugere em seu livro “A República”, que para a plenitude
do funcionamento do Estado, os homens deveriam existir não com fim em si mesmo e
buscando a realização de suas vontades intrínsecas, e sim, existir para proteger a Polis e
serem desde criança, educados e moldados para este fim, retratando claramente a antítese
do ideal Kantiano, sobre o qual discorreremos no próximo parágrafo.

Um dos problemas em tentar contextualizar a ideia de Platão, é que neste modo de


organização da sociedade, é que não só os homens vivem em função de um fim que não
necessariamente é de seu interesse, como as mulheres não possuiriam a mesma dignidade
que os homens, pois ele as enxergava como destinadas naturalmente para a manutenção
do lar, a concepção e criação de filhos, (JAEGER, 2001, p. 822).

Para Platão e Aristóteles, a felicidade humana depende e é inseparável da organiza-


ção da Pólis, (COMPARATO, 2013).
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3.2 A dignidade da pessoa humana pela ótica Kantiana.

Pela ótica da filosofia Kantiana, a dignidade humana pode ser destrinchada na


seguinte frase, “O homem, e, duma maneira geral, todo o ser racional, existe como fim em
si mesmo, não só como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade. Pelo contrário,
em todas as suas ações, tanto nas que se dirigem a ele mesmo como nas que se dirigem
a outros seres racionais, ele tem sempre de ter considerado simultaneamente como fim”
(KANT, 1980, p. 59), significando, que o indivíduo deve ser o centro de sua própria vontade,
realizando sua vontade intrínseca e essencial.

4 Conclusão

Socialmente no Brasil do século XXI, observamos uma grande polarização na


maioria dos aspectos e assuntos pertinentes ao bom convívio e harmonia social, o direito a
dignidade, a valorização e consideração do interesse individual é facilmente descartada no
momento em que os valores de cada um são contrariados.

O objetivo deste artigo científico foi revisitar os motivos e a importância da observação


deste precioso funndamento, que mune todo e qualquer indivíduo a existir com fim em si
mesmo e ter o mínimo existencial garantido pelo Estado.

Analisando o conceito de uma forma sociológica e histórica, claramente nos é


apresentada uma grande evolução a partir dos direitos conquistados pelo constitucionalismo,
no que diz respeito a forma de como a Pessoa Humana é respeitada em suas vontades e
desejos intrínsecos, tendo isso garantido por direito irrevogável, presente na Carta Magna
de nossa lei.
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Referências

ALMEIDA, A. G. C. D. O Princípio Fundamental da Dignidade Humana e Sua Concretização


Social. Revista da EMERJ, Rio de Janeiro, v. 23, p. 316 – 316, 2023. Disponível em:
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Acesso em: 14/02/2023.

BRASIL. Constituição Federal do Brasil de 05 de outubro de 1988. Constituição


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de 2022.

COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos Direitos Humanos. [S.l.]: Saraiva., 2013.

HUMANOS, D. U. D. D. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. [S.l.:


s.n.].

JAEGER, W. W. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo.: Martins Fontes., 2001.

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PEREIRA, A. R. Saiba mais sobre a dignidade da pessoa humana e o mínimo


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Federal de 1988. Porto Alegre.: Livraria do Advogado., 2001.

SINGER, P. Ética Prática. [S.l.]: Martins Fontes, 1998. 32 p.

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