De acordo com os textos e discussões efetuadas nas aulas, como pode ser explicado o
dispositivo grupal na perspectiva da Esquizoanálise? (2.5)
Segundo o conteúdo compartilhado em sala de aula, a ezquizoanálise atua na clínica
a partir do afeto, do contato. Se a rede do sujeito está enrijecida, é necessário que ela se torne fluida a partir da ampliação dos desvios, produção de desejos e novas conexões. Para entender como as coisas se dão de modo individual, o sujeito precisa entender as redes em que está conectado, pois não se trata somente do eu, mas da mediação com o mundo, com as conexões que estão atreladas a existência do sujeito, como uma máquina que necessita de outros aparatos para funcionar. Compreende-se que as práticas grupais realizadas pela esquizoanálise têm por objetivo estimular processos psíquicos, afetivos, sociais e políticos com a finalidade de transformar o sofrimento vivenciado em modos de vida potencializadas e produtivas, se utilizando de diferentes conceitos e intervenções que desenvolvem novas formas de agir, ser, desejar e existir, seja nos indivíduos ou coletivos sociais. UHNG, ALVES (2016). A utilização da prática grupal na perspectiva da esquizoanálise não se objetiva em processos de adaptação e normalização do comportamento do sujeito, mas em instigar a desterritorialização, utilizando a prática grupal como disruptivas e potencializadoras dos fluxos desejantes. É trazer a compreensão do sujeito que as múltiplas conexões produzem uma nova realidade, um novo entendimento. Sendo assim, o esquizodrama surge no Brasil como "um conjunto de estratégias, táticas e técnicas que buscam atuar sobre os aspectos subjetivos, sociais, semióticos e tecnológicos de seus dispositivos para proporcionar experiências de desterritorialização dos agenciamentos instituídos, incitando a produção de linhas de fuga e desejanets que levem a novos processos de subjetivação" (HUR D E VIANA D, 2016, p.9)
Hur, Domênico; Viana, Douglas. Práticas grupais na esquizoanálise: cartografia,
oficina e esquizodrama. Arquivos Brasileiros de Psicologia, vol. 68, núm. 1, 2016, pp. 1-15. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=229046737010 Acesso em: 22 jun. 2011.
Uhng Hur, Domenico
O dispositivo de grupo na esquizoanálise: Tetravalência e Esquizodrama. Vínculo -
Revista do NESME, São Paulo, vol. 9, núm. 1, 2012, pp. 18-26. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=139428662004. Acesso em: 22 jun. 2022.
Aragão Pinheiro, F. P. H., Barros, J. P. P., & Colaço, V. de F. R. Psicologia
Comunitária e Técnicas para o Trabalho com Grupos: Contribuições a Partir da Teoria Histórico-Cultural. Psico, vol. 43, núm 2, 2012, pp. 193-199. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11696. Acesso em: 22 jun. 2022.
2) estimular processos grupais de problematização e ressignificação de relações e
situações cotidianas. Tem como objetivo mostrar que a postura crítica do sujeito diante do cotidiano, gera consideráveis aprendizagens aos indivíduos e uma grande capacidade de desencadear expressivas transformações sociais. Já a técnica "roda de quarteirão" está ligada ao trabalho mútuo entre vizinhos, levando em consideração as reflexões que se dão no coletivo sobre a vivência comunitária, suas necessidades e as formas de ações para o desenvolvimento coletivo, ampliando-se aos interesses da comunidade, sem se limitar aos limites do quarteirão. A "roda de histórias de vida" traz ao grupo a consciência de que narrar e contar histórias permite uma ressignificação e um novo posicionamento, seja em quem está narrando a sua própria história de vida ou no ouvinte que tem a sua própria experiência. As dramatizações consistem em debates intercalados e construção de cenas elaboradas e interpretadas pelos participantes do grupo. "Tem a possibilidade de alavancar processos de abstração e movimentos de controle consciente do comportamento. Trata-se de um processo de modificação dos entendimentos sobre relações, atitudes, dentre tantos outros que surgem com as atividades comunitárias." (PINHEIRO F, BARROS J E COLAÇO P, 2012, p.196)
3) o diretor, o ego‐auxiliar, o protagonista, o palco e a plateia